O Zarc identifica os municípios e os períodos do ano que apresentam condições de cultivo mais favoráveis. Os resultados são apresentados considerando o ciclo fenológico da cultura e as diferentes classes texturais do solo.
Neste artigo, você pode conferir como funciona o Zarc para a cultura do sorgo forrageiro, onde e como consultar essa ferramenta. Boa leitura!
Zoneamento agrícola do sorgo forrageiro
Recentemente, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) divulgou o Zarc para a cultura do sorgo forrageiro.
O sorgo é uma planta classificada em cinco grupos: granífero, biomassa, forrageiro, sacarino e vassoura.
Apesar de se tratar da mesma espécie, os sistemas de produção dos tipos de sorgo são diferentes.
O Zarc direcionado para o sorgo forrageiro permite o melhor manejo da cultura. Além disso, reduz a probabilidade de perdas de produtividade em função de adversidades climáticas.
No Zarc, foram identificadas áreas com condições favoráveis para o cultivo de sorgo: aquelas que apresentavam menor risco climático.
Também foram definidas as melhores épocas de plantio, considerando a textura do solo e o ciclo do sorgo forrageiro.
Nos resultados gerados pelo Zarc, são considerados três tipos de solo aptos para o cultivo:
solo tipo 1: solos arenosos, com teor de argila acima de 10% e menor ou igual a 15%;
solo tipo 2: solos com textura média, com teor de argila entre 15% e 35%, e menos de 70% de areia;
solo tipo 3: solos argilosos, com teor de argila acima de 35%.
Ciclo fenológico da cultura do sorgo
Além do tipo de solo, os resultados do Zarc são fornecidos em função do ciclo fenológico da espécie cultivada. O ciclo da cultura é dividido em quatro fases:
fase 1, estabelecimento: semeadura/germinação/emergência;
fase 2, crescimento vegetativo: das primeiras folhas verdadeiras até o surgimento da primeira flor;
fase 3, reprodução: da primeira flor, incluindo floração e frutificação, até o enchimento dos grãos;
fase 4, maturação: do enchimento dos grãos até a maturação fisiológica.
Veja na tabela a duração média dos ciclos e as respectivas fases fenológicas do sorgo forrageiro:
Sorgo forrageiro: duração média dos ciclos e suas respectivas fases fenológicas (Fonte: Mapa – Portaria 268, de 6 de julho de 2021)
Segundo a Embrapa, o estudo que permitiu a elaboração do Zarc do sorgo forrageiro mostrou que seu cultivo deve ser iniciado em outubro e finalizado em fevereiro na maioria das regiões do Brasil Central.
Já nas áreas em que o regime de chuvas começa e termina mais tarde, o sorgo forrageiro pode ser plantado até março – caso da região Nordeste.
A seguir, veja como pesquisar as épocas para plantio do sorgo forrageiro na sua região!
Como funciona o Zarc
Os dados do Zarc podem ser acessados de três formas:
Feito isso, são apresentadas as melhores datas para semeadura. Isso de acordo com o tipo de solo e o grupo da cultura, considerando um nível de risco de perda de 20%.
Portarias de Zarc por Estado
As Portarias de Zarc são publicadas a cada ano-safra no Diário Oficial da União. Elas podem ser acessadas pelo site do Mapa.
Na consulta pelas portarias vigentes do Zarc, é necessário indicar o seu Estado e a cultura de interesse.
São apresentadasinformações técnicas sobre a cultura e a janela de plantio por município, textura de solo e ciclo da planta.
Também são considerados três níveis de risco de perda: 20%, 30% e 40%.
Aplicativo Zarc – Plantio Certo
O aplicativo possibilita uma consulta fácil e rápida aos dados do Zarc. Nele, é necessário selecionar o município e a cultura de interesse.
A partir disso, é indicada a melhor época do ano para se realizar a semeadura, com base no tipo de solo e no ciclo fenológico da cultura. São considerados diferentes níveis de risco de perda.
Confira como são apresentados os resultados da pesquisa pelo aplicativo:
Aplicativo Plantio Certo: recomendação de datas de plantio do sorgo forrageiro no município de Rio Verde, Goiás, para a safra 2021/2022 (Fonte: Aplicativo Zarc – Plantio Certo)
Zarc para concessão de crédito e seguro agrícola
O Zarc também é cada vez mais utilizado por instituições financeiras como um dos critérios para concessão de crédito de custeio e seguro agrícola.
O Proagro e Proagro Mais (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e o PSR (Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural) são políticas de seguro agrícola do governo federal.
Elas têm seu acesso facilitado quando as recomendações do Zarc são seguidas.
Ao adotar as orientações do Zarc e práticas de manejo adequadas, você reduz os riscos de perda de produtividade em decorrência de problemas climáticos, como períodos de seca.
Conclusão
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é uma importante ferramenta na orientação da melhor época para a semeadura, além de indicar as regiões aptas para o plantio das culturas de interesse agronômico.
O Zarc também influencia na orientação da concessão de crédito de custeio e seguro agrícola.
É importante ressaltar que o Zarc te orienta quanto à melhor época de plantio e quanto às regiões com condições para o cultivo.
Aliado a isso, é imprescindível adotar um manejo agronômico adequado que contribua para o pleno desenvolvimento da lavoura.
Restou alguma dúvida sobre o zoneamento agrícola do sorgo forrageiro? Já consultou qual a melhor época de plantio em sua região? Adoraria ler seu comentário abaixo!
Colheita mecanizada do café: confira as vantagens, desvantagens e cuidados que você deve ter utilizando esse método!
A colheita mecanizada na cafeicultura brasileira ganhou novo impulso com a pandemia da Covid-19. A mão de obra no campo foi reduzida por conta do distanciamento social.
Os avanços em pesquisa e inovação têm mostrado diversos benefícios deste método de colheita.
Mas a colheita mecanizada do café exige diversos cuidados para que seja realizada de maneira eficiente, como você verá neste artigo. Confira!
A colheita mecanizada de café no Brasil
No Brasil, a maior parte das áreas produtivas realiza a colheita do café entre maio/junho e segue até agosto/setembro.
Líder mundial na produção, o país deve colher em 2021 pouco mais de 47 milhões de sacas de 60 kg do grão, 68% do tipo arábica e 32% da variedade conilon (ou robusta).
A colheita mecanizada do café responde por metade dos métodos empregados nessa fase da produção no Brasil:
24% dos produtores fazem a colheita manual;
22% usam a derriçadora, máquina portátil que retira o café;
A colheita mecanizada do café predomina em propriedades acima de 25 hectares. Isso principalmente nas áreas com 26 a 50 hectares, em que 59% usam este método.
Mas até em propriedades menores (entre 6 e 15 hectares), a colheita mecanizada chega a 25%. Nas áreas com 15 a 25 hectares, 38%.
Colheita mecanizada em área de produção no oeste da Bahia (Foto: Divulgação/Pinhalense)
Métodos de colheitade café
Há três tipos:
1. Manual
Neste método, são selecionados os frutos maduros por meio da catação, a dedos ou da derriça. Os grãos são jogados em uma lona ao chão, recolhidos, peneirados e ensacados.
2. Semimecanizada
É feita com o uso de derriçadores portáteis (costais). Alguns podem multiplicar por quatro a produtividade em campo.
3. Mecanizada
Utiliza máquinas automotrizes cuja eficiência depende de regulagens, conforme a topografia do terreno e o objetivo da colheita.
A colheita deve ser feita de duas a três passadas, em intervalos de até 25 dias, a depender da região.
Vantagens da colheita mecanizada do café
A principal vantagem da colheita mecanizada no café, em relação à colheita manual, é a redução de custos. Ela varia entre 30% a 40%, mas pode chegar a 62,36%.
Outra vantagem é a redução do tempo da colheita, pois o uso de máquinas multiplica o trabalho. Os custos de mão de obra também são reduzidos.
Quando a planta é liberada mais cedo da época de colheita, ela ganha tempo de recuperação para a próxima floração, o que pode resultar em maior produtividade.
Desvantagens
A exemplo de outras culturas, a mecanização na cafeicultura só não é possível em áreas de muito declive.
As máquinas conseguem atuar em áreas com inclinação de até 20% – a maioria, até abaixo disso, no máximo 15%.
Quando as condições topográficas não são favoráveis, é preciso empregar outros tipos de máquinas, geralmente de menor capacidade. Isso prolonga o tempo de colheita e eleva o custo.
O custo inicial elevado (uma colhedora custa entre R$ 300 a R$ 450 mil) é a principal desvantagem da colheita mecanizada.
Porém, a depender da área de produção, o investimento pode ser recuperado em duas ou três safras.
Principais modelos de colhedoras
No Brasil, as principais são:
Case;
Jacto;
Avery;
Matão;
Selecta;
Pinhalense;
Vn Suprema;
Maco Matao;
IH.
É importante observar que há máquinas específicas para atuação em lavouras de café conilon e arábica. A regulagem de cada uma depende das particularidades do cafezal.
As colhedoras, geralmente, trabalham com segurança em áreas com declividade de até 20%. Algumas chegam a operar com pouco mais que isso.
Detalhes dos modelos de algumas colhedoras (Foto: Grupo Cultivar)
A maioria das colhedoras opera de forma parecida na derriça e recolhimento dos frutos.
A descarga do café normalmente é feita por meio da bica lateral em carreta graneleira, ensaque ou depósito. Elas rendem em torno de 3 mil litros de café por hora.
Há fatores que interferem na regulagem das colhedoras. Veja:
condições das plantas
a temperatura;
a altitude;
chuvas;
declividade do terreno;
estágio de maturação dos frutos.
Pesquisas científicas recentes sugerem que a vibração da máquina deve ser entre 800 rpm e 1.000 rpm. A velocidade deve estar entre 1.000 metros/hora e 1.300 metros/hora.
Etapas da colheita mecanizada
O trabalho dessas máquinas, que operam por meio de sistemas hidráulicos, consiste em fazer a derriça com o trabalho de varetas vibratórias.
Em seguida, é feito o recolhimento, abanação e descarga do café.
O recolhimento mecanizado tem duas etapas. Na primeira, o café e detritos são soprados para as ruas paralelas, e são formadas as leiras, numa operação de 2h/há.
Já na segunda, entra em ação a recolhedora, cujo trabalho é o dobro do tempo.
Na abanação, o café passa por um processo de limpeza e retirada de detritos. Depois, é enviado para a descarga em sacos ou caçambas.
Regulagem da colheita mecanizada
Na avaliação sobre a regulagem ideal para a eficiência da colheita mecanizada, é essencial que você observe:
Pesquisadores recomendam utilizar vibrações menores em plantas mais novas. Assim, elas não ficarão muito danificadas.
Cada cultivar tem uma tem um tipo de maturação (pode ser precoce ou tardia). Além disso, há diferenças na arquitetura e desprendimento dos frutos.
As características climáticas de cada local, sobretudo o regime pluviométrico, influenciam na maturação dos frutos, crescimento e produtividadedo café.
Caso a irrigação do café seja feita por meio de pivô central, é necessária maior atenção na colheita. Haverá variabilidade de maturação dos dois lados da linha do café.
Café colhido de forma mecanizada (Foto: Fábio Moreira)
Café de colheita mecanizada seletiva (Foto: Fábio Moreira)
Carga de café nas plantas e maturação
Um ponto importante a se observar é a carga de café presente nas plantas. Essa carga influenciará na eficiência da colheita mecanizada.
Quanto maiores as cargas, maiores as vibrações das varetas e menores velocidades na derriça, para que os frutos sejam recolhidos no sistema de recolhimento.
A observação da maturação dos frutos é importante, sobretudo na realização da colheita seletiva do café.
Frutos verdes exigem que a vibração das varetas sejam maiores e a velocidade da colhedora reduza. Isso gera maior gasto de combustível.
O contrário ocorre com frutos cereja e secos, o que favorece a colheita seletiva. A partir dessa avaliação, é programado o intervalo para a segunda e terceira passada.
O intervalo de uma passada para outra é menor em regiões mais quentes. Em geral, fica em torno de 25 a 40 dias, a depender das condições da região da lavoura.
Para essa segunda operação, é preciso retirar as varetas da parte de baixo da máquina. Mas essa retirada não pode ser total: é preciso deixar a parte de baixo (duas linhas).
A terceira passada é recomendada para áreas com cargas muito altas de café.
Nesse caso, a colheita deve ser iniciada de forma antecipada, para os intervalos coincidirem com o tempo de colheita normal.
Conclusão
A colheita mecanizada do café promove redução de custos e influencia diretamente na qualidade da bebida.
Fique por dentro dos fatores que influenciam na eficiência da colheita mecanizada, principalmente na seletiva para cafés especiais.
Os aprimoramentos dos maquinários estão em processo constante, assim como as pesquisas sobre avaliações das condições das plantas e do amadurecimento dos frutos.
Ao escolher o tipo de máquina que você utilizará, considere as necessidades da sua área de produção e a relação custo/benefício.
Consultar um especialista no assunto é essencial para ter segurança no que será feito.
Você faz a colheita mecanizada do café em sua propriedade? Faz a regulagem da máquina de acordo com as especificações da sua área de plantio? Deixe sua experiência aqui nos comentários!
Tecnologias poupa-terra: entenda como elas podem aumentar a produção agrícola sem expansão da área cultivada
Expandir a área de cultivo pode ser uma grande dor de cabeça. No entanto, existem formas de aumentar a produção agrícola, sem expansão da área cultivada.
Inserir tecnologias poupa-terra em seu planejamento pode ser interessante. Aproveite o período de entressafra para incorporá-las em sua propriedade.
Neste artigo, você vai conhecer algumas tecnologias poupa-terra e os benefícios que elas geram para o setor agrícola. Confira a seguir!
O que são tecnologias poupa-terra?
Tecnologias poupa-terra são estratégias de poupança de terra que aumentam a produção agrícola, sem expansão da área cultivada.
Quando essas tecnologias são adotadas, não há a necessidade de abertura de novas áreas. Isso acontece devido ao aumento da produção em uma área já utilizada para o cultivo.
Algumas delas já estão consolidadas no Brasil, e são cada vez mais utilizadas pelos produtores.
Vantagens das tecnologias poupa-terra
Ocupar o solo com tecnologias que aumentem a produção em áreas já utilizadas garante a sustentabilidade do setor agrícola.
Em vez de aumentar a produção pela incorporação de novas áreas, a produção é mais intensa em áreas já cultivadas.
A adoção dessas tecnologias traz diversas outras vantagens, como:
redução da área cultivada;
podem ser adotadas por pequenos, médios e grandes produtores;
auxiliam no crescimento do setor agrícola;
aumentam a produção agrícola;
revertem impactos negativos de práticas agrícolas que empobrecem o solo;
contribuem para a preservação de áreas nativas.
Caso esses recursos não fossem utilizados, os impactos ambientais seriam negativos.
O que é preciso para incentivar a adoção de tecnologias poupa-terra no Brasil?
É necessária a criação e aperfeiçoamento de políticas públicas, como o Plano ABC (Programa de Agricultura de Baixo Carbono).
Nesse contexto, é necessária a criação de estratégias e políticas públicas que favoreçam o incentivo e divulgação dessas tecnologias aos produtores rurais.
Abaixo algumas tecnologias acessíveis e de fácil aplicabilidade pelos produtores:
Comparativo entre a área cultivada e a área poupada, caso a produtividade da soja permanecesse constante ao longo dos anos (Fonte: Conab, 2020; Gazzoni et al., 2021)
Caso a produtividade da soja atual fosse a mesma do início do cultivo da cultura no Brasil, hoje, a área cultivada seria 195% superior à área atual.
As tecnologias poupa-terra utilizadas no cultivo da soja foram capazes de poupar cerca de 71 milhões de hectares de áreas cultivadas.
Milho
A intensificação do uso do solo foi possível devido à sucessão soja-milho safrinha. Mas também há outras tecnologias poupa-terra utilizadas nessa cultura, como:
A produção do milho primeira safra (verão) permaneceu estagnada nos últimos anos.
O milho segunda safra (safrinha) é o grande protagonista do crescimento da produção do cereal no Brasil.
Segundo os dados da Conab, entre as safras 1989/1990 e 2019/2020, a produção de milho no Brasil passou de 22,2 milhões de toneladas para 102,1 milhões de toneladas. O aumento foi de 359%.
Esse aumento é resultado da:
maior produtividade média da cultura, que passou de 1.841 kg ha-1para 5.520 kg ha-1;
maior área cultivada, que passou de 12,1 milhões de hectares para 18,5 milhões de hectares.
Evolução da produção na primeira e segunda safra de milho no Brasil, 1989/1990 a 2019/2020 (Fonte: Conab, 2020; Miranda et al., 2021)
Para se produzir os 102,1 milhões de toneladas de milho colhido em 2019/2020, com a produtividade média de 1989/1990, seriam necessários 55,5 milhões de hectares.
Apesar do aumento da área cultivada, foram poupados 37 milhões de hectares pelos ganhos de produtividade.
Algodão
O algodão brasileiro passou por uma intensa transformação ao longo de quatro décadas. Também houve o aumento da produção com redução da área cultivada.
Esse resultado é fruto da adoção de tecnologias como:
desenvolvimento de cultivares melhoradas geneticamente;
Entre 1976 e 2020, a produção de algodão aumentou de 0,6 milhão de toneladas para 2,5 milhões de toneladas de fibra e a área plantada foi reduzida de 4,1 milhões de hectares para 1,7 milhão de hectares (Fonte: Conab, 2021; Severino, 2021)
O aumento da produtividade da cultura sem expansão da área cultivada demonstra a sustentabilidade das tecnologias poupa-terra.
Café
O emprego de tecnologias e boas práticas agrícolas contribuíram para o avanço da cafeicultura. Também foi possível expandir a produção e reduzir a área de cultivo.
As tecnologias poupa-terra utilizadas no cultivo do café são:
o sequenciamento do genoma do café;
a utilização de cultivares mais produtivas;
a adequação da fertilidade e nutrição do cafeeiro;
Sementes de soja: como escolher a variedade mais produtiva, importância do uso de sementes certificadas, manejo de produção, beneficiamento e doenças associadas a sementes
Fazer uma boa escolha da semente de soja é fundamental e um dos primeiros passos para obter uma lavoura de sucesso. Afinal de contas, o uso de sementes de alta qualidade pode aumentar em até 20% sua produtividade. Não é pouca coisa!
E diante de centenas de cultivares de soja disponíveis no mercado, escolher a melhor semente nem sempre é tarefa simples. É preciso conhecer bem as características e considerar quais pontos são mais importantes para o seu caso: mais resistência a pragas e doenças, ciclo mais longo ou mais curto, por exemplo.
Para alcançar o melhor potencial produtivo é preciso ter atenção a vários pontos, a começar pela alta qualidade das sementes. Saiba mais sobre todo esse processo no artigo a seguir!
O que é uma semente de soja de alta qualidade?
Escolher uma semente de alta qualidadeé fundamental para uma boa produção de soja. As sementes são responsáveis pelo estabelecimento adequado do estande inicial das plantas e, consequentemente, por altas produtividades.
Sementes de alta qualidade são aquelas que apresentam todos os atributos fisiológicos, físicos, sanitários, genéticos e de pureza.
No momento da escolha, opte por sementes certificadas. Elas estão dentro do padrão de qualidade estabelecido pela legislação.
Apesar da qualidade da semente ser estabelecida no campo de produção de sementes, alguns cuidados são essenciais para a manutenção dessa qualidade. Isso envolve a escolha da cultivar e outros pontos que veremos neste artigo.
A chave para o sucesso da semeadura é planejamento. Planejar e analisar qual a melhor cultivar para sua fazenda, é essencial.
Alguns produtores deixam de lado as recomendações para estar de olho no que o vizinho vai semear; outros estão ligados nas novas tecnologias e há até os que esperam o que a cooperativa vai indicar.
Mas para todos eles e, tenho certeza que para você também, o que mais importa é a produtividade da variedade de soja e adaptação para a região de cultivo. Então esteja muito atento a esses fatores listados e também a questões da sua região.
Quais as variedades de soja mais produtivas para cada região?
Anualmente, ensaios para avaliação da produtividade dos materiais genéticos disponíveis no mercado são publicados. Eles podem ser consultados em sites como Embrapa Soja, Fundação Pró-sementes, Fundação MT e Fundação MS.
A partir desses materiais, é possível consultar quais variedades de soja são mais produtivas nas diferentes regiões sojícolas do país.
Ano agrícola e oscilações de precipitações e temperaturas também são considerados.
As cultivares de soja utilizadas devem ser recomendadas para a sua região, de acordo com o zoneamento agrícola.
Manejo das sementes para plantio
Como já dito, a escolha das sementes é fator-chave para o sucesso produtivo da lavoura. Por isso, há pontos muito importantes que devem ser considerados, como:
Sementes certificadas passam por processos rigorosos de produção, controle de pragas, insetos e doenças. Além disso, passam por controle de qualidade, e possuem material genético de elevada pureza.
A germinação mínima que um lote de sementes de soja deve ter para ser comercializado é de 80%.
Porém, lotes com germinação de 90% ou 80% podem ter o vigor semelhante. Por isso, testes são importantes para conhecer o vigor do lote de sementes.
Sementes podem apresentar elevada germinação no teste, mas possuírem baixo vigor.
Inoculação da semente de soja com bactérias como Bradyrhizobium, fixadoras de nitrogênio e o tratamento industrial de sementes (TSCI) são indispensáveis.
Esses cuidados servem para fornecer um bom estande, uniformidade da lavoura e proteção às sementes no solo, que estarão suscetíveis a patógenos.
Nós falamos mais sobre a inoculação de sementes neste vídeo:
Aplicação de micronutrientes como molibdênio e cobalto, via foliar, no estádio V4 da soja, são importantes para garantir o sucesso da fixação biológica de nitrogênio.
Mas atenção: o tratamento de sementes de soja deve ser realizado imediatamente antes do plantio. O armazenamento das sementes após o tratamento não é recomendado, pois há redução na qualidade.
Optesempre pelo tratamento de sementes industrial. Ele oferece maior uniformidade, economia de produtos, menor poluição ambiental, alvo mais controlado e controle de qualidade.
O tratamento de sementes on-farm, ou seja, dentro da fazenda, não é recomendado. Ele pode causar problemas com recobrimento uniforme das sementes, descarte de embalagens, intoxicação, além da falta de controle de qualidade da aplicação.
Danos por estresse em sementes de soja
É indispensável conhecer quais estresses climáticos podem estar relacionados aos danos observados no campo. Esses estresses podem ser causados por:
Especialmente na fase de pré-colheita, o estresse hídrico provoca enrugamento das sementes. Isso acontece por causa da expansão e contração dos tecidos.
A temperatura e umidade relativa influenciam no processo de maturação das sementes.
A rápida secagem não degrada a clorofila das sementes no mesmo grau que a secagem lenta. Isso deixa as sementes esverdeadas.
Sementes esverdeadas devido ao déficit hídrico e elevadas temperaturas durante o enchimento dos grãos (Fonte: Danilo Estevão, 2015)
Essas condições durante o enchimento de grãos causam sementes com menor germinação e vigor, pequenas, menos densas, imaturas ou verdes, enrugadas ou deformadas.
Temperaturas elevadas
As temperaturas elevadas podem causar sementes com depressões nos cotilédones. Além disso, podem gerar abertura parcial dos cotilédones do lado oposto ao eixo embrionário.
Sementes com cotilédones abertos, esverdeadas e sementes com depressão nos cotilédones, danos causados principalmente por altas temperaturas (Fonte: Zorato, 2019)
Umidade
Colheita de sementes com alto grau de umidade (a partir de 18%) provoca amassamento.
Colheita com grau de umidade muito baixo (abaixo de 13%) provoca trincamentos.
Esses trincamentos diminuem o tempo de armazenamento e facilitam a entrada de insetos e fungos.
Há muitas situações que só são visualizadas através do teste de tetrazólio.
Esse teste é realizado por laboratórios de análise de sementes, e é um dos mais importantes para avaliação da qualidade de sementes de soja.
Ele analisa o poder germinativo e o vigor, além de verificar aspectos como:
a perda do poder germinativo e vigor;
rachaduras no tegumento;
quebra das sementes;
lesões no eixo embrionário (de onde serão emitidas as raízes e a parte aérea das plântulas);
cortes;
amassamentos.
A emergência em campo também é um teste bastante utilizado para avaliar o vigor das sementes e seu estande.
Teor de água das sementes e temperatura de secagem
A cultura da soja é colhida com diferentes umidades ou teores de água. Isso acontece de acordo com a disponibilidade ou finalidade de secadores.
A colheita é realizada assim que as sementes atingem teor de água entre 15% e 18%.
Para que a qualidade da semente de soja seja garantida, realize a secagem artificial.
Para essa operação, você deve se atentar para a temperatura da massa de sementes, de acordo com o teor de água dos grãos. Confira na tabela abaixo!
Grau de umidade da semente (%) e temperatura da massa de sementes (ºC) (Fonte: Krzyzanowski et al., 2015)
Danos por percevejos
Os percevejos são os insetos que mais causam danos na cultura da soja. Afetam significativamente a qualidade fisiológica do lote de sementes e a qualidade sanitária.
Quando os percevejos picam as sementes, injetam em seus tecidos enzimas e a levedura Nematospora coryli, associada a fungos como Alternaria spp. e Fusarium spp.
A consequência é a deterioração e a redução da viabilidade das sementes durante o armazenamento.
Os danos por percevejo podem ser visualizados diretamente ou pelo teste de tetrazólio.
O teste fornece informações importantes sobre a saúde da lavoura, norteando a tomada de decisão sobre quais estratégias de manejo devem ser adotadas.
Lesões necróticas em sementes de soja, resultante da picada por percevejos (Fonte: Krzyzanoeski et al., 2015)
Qual teste é o mais adequado para o monitoramento dos danos na lavoura?
O teste de tetrazólio é o mais indicado, porque fornece informações valiosas.
Por meio dele, é possível verificar se:
a velocidade de colheita está adequada;
as sementes estão sendo colhidas com a umidade adequada;
a lavoura apresenta infestação por pragas e doenças.
A maioria dos danos não pode ser visualizada a olho nu.
Pelo teste de tetrazólio, as sementes absorvem (a depender de sua qualidade) o sal que colore seus tecidos, indicando quais fatores estão associados a sua deterioração.
Cuidados com os danos mecânicos
Danos mecânicos influenciam diretamente na qualidade das sementes. Para evitá-los, alguns cuidados devem ser tomados:
teor ou grau de umidade em que as sementes são colhidas;
velocidade e o tipo de máquina utilizada.
Colhedoras de sistema de trilha axial ou longitudinal podem causar menos dano mecânico às sementes.
Em sistemas tangenciais de trilha, podem ser utilizados sistemas de polias. Isso reduz ainda mais a velocidade do cilindro batedor, a níveis de rotação abaixo de 300-400 rpm.
Colheita entre 12% e 14% de graus de umidade causam menores danos mecânicos.
Beneficiamento e armazenamento de sementes de soja
Há casos de maiores volumes de sementes, onde sementes maiores provocam a retenção de sementes menores e com boa qualidade. Os descartes podem ser superiores a 5%.
Nesses casos, alterne as posições entre o separador em espiral e o padronizador (peneiras de classificação).
O armazenamento seguro das sementes deve ser realizado em temperaturas inferiores a 25 °C . A umidade relativa do ar deve ser inferior a 70%.
A limpeza das sementes e a remoção de matérias estranhas e impurezas são de extrema importância para a conservação ao longo do armazenamento.
O controle de temperatura e umidade também é indispensável.
Em armazenamento de longo prazo, recomenda-se temperaturas entre 10°C e 15°C, e umidade relativa do ar entre 50% e 60%.
7 principais cuidados no armazenamento das sementes de soja
Após a compra, as sementes provavelmente ficarão armazenadas em sua fazenda até o momento ideal para a semeadura.
Este armazenamento deve ser realizado de maneira adequada para preservar a qualidade inicial das sementes, evitando sua deterioração.
Você sabe quais cuidados deve ter durante esse período?
opte por um galpão bem ventilado e com piso;
realize a dedetização do ambiente, deixando-o livre de fungos e roedores;
não deixe suas sementes em contato direto com o chão. Você pode colocar os sacos em estrados de madeira;
evite o contato direto de suas sementes com as paredes do galpão;
evite armazenar neste mesmo galpão outros materiais como adubos, calcários e defensivos agrícolas;
evite deixar suas sementes no sol. Lembre-se: sementes são seres vivos;
a temperatura dentro da unidade de armazenamento não deve ultrapassar 25ºC e a umidade do ar deve ficar na faixa de 70%.
Em regiões muito quentes, o indicado é que as sementes sejam armazenadas em unidades construídas para essa finalidade, com controle de umidade e temperatura.
Outra opção é a utilização de galpões com material isolante de calor para evitar elevação acentuada de temperatura.
O maior problema durante o armazenamento é acombinação inadequada de alta temperatura + alta umidade.
Essa situação diminui a qualidade da semente e, consequentemente, a porcentagem de germinação e o vigor.
Quanto melhores as condições de armazenamento, maior a longevidade das sementes.
Durante o período de armazenamento, a inspeção periódica é fundamental para evitar a proliferação de insetos e pragas.
Doenças associadas às sementes de soja
Diversos patógenos podem ser transmitidos por sementes. O controle de qualidade, o tratamento de sementes industrial e a aquisição de sementes certificadas são fundamentais.
Esses cuidados evitam o estabelecimento de patógenos na cultura, e até mesmo para áreas consideradas livres.
Além disso, fungos de armazenamento podem se desenvolver nas sementes. Isso ocorre especialmente quando elas não possuem controle de qualidade, como no caso das sementes salvas.
Fungos como Cladosporium sp., Aspergillus sp., Fusarium sp.e Penicillium sp., podem reduzir o vigor do lote de sementes. Posteriormente, impactam no estabelecimento das plântulas no campo.
Vale lembrar que sementes vigorosas e de boa qualidade podem tolerar condições adversas durante o processo germinativo e de estabelecimento de plântulas.
Dentre os principais patógenos transmitidos por sementes, destacam-se:
Podridão seca/seca da haste (Phomopsis spp. anamorfo Diaporthe spp.);
Fusariose (Fusarium pallidoroseum (syn. F. semitectum));
Mancha púrpura (Cercospora kikuchii);
Mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum (confundido com matérias estranhas e impurezas)).
Sementes de soja infectadas pelos fungos Phomopsis sp. (A); Colletotrichum truncatum (B); Fusarium pallidoroseum (sin. F. semitectum) (C) e Cercospora kikuchii (D) (Fonte: Ademir Assis Henning e José de Barros França-Neto, 2018)
É possível avaliar na propriedade o vigor do lote de sementes?
A resposta é sim, pelo teste de canteiro ou emergência em canteiro. Para que os resultados expressem o potencial verdadeiro do lote de sementes, ele deve ser conduzido seguindo rigorosamente a metodologia padrão.
Além disso, os testes devem ser realizados em temperaturas na faixa de 20°C a 30°C.
Temperaturas inferiores a 15°C e superiores a 30°C poderão comprometer os resultados reais do vigor dos lotes.
A metodologia na íntegra pode ser consultada no Comunicado Técnico 136, elaborado pela Embrapa.
Veja algumas informações que podem te ajudar a realizar o teste de emergência em canteiros:
não utilize canteiros de hortas domésticas (podem conter patógenos, causando interferência no teste);
utilize solo coletado em lavoura, em camada superficial de 0-20 cm de profundidade;
não reaproveite o mesmo solo para outros testes. O solo deve ser trocado.
a profundidade de semeadura deve ser a mesma para todas as sementes: 3 centímetros;
utilize quatro repetições de 100 sementes para cada lote/amostra testada;
cada repetição com 100 sementes deverá ser semeada em um único sulco contínuo, respeitando o espaçamento entre si (para facilitar, você pode usar uma régua guia ou uma trena, para que a semeadura seja em espaçamentos iguais);
atente-se para a irrigação, que não deve ser realizada imediatamente a semeadura, evitando assim danos por embebição das sementes;
a irrigação deve ser realizada na manhã seguinte (cerca de 10 mm), e nos dias seguintes;
as contagens da emergência das plântulas pode ser realizada entre o 5º e 6º dia, correspondendo ao índice de vigor, e do 8º ao 9º dia, calculando a média entre as quatro repetições de sementes. Assim, obtém-se a porcentagem média de emergência de plântulas a campo.
Interpretação dos resultados
média igual ou superior a 90%: vigor muito alto;
média entre 85% e 89%: vigor alto;
média entre 75% a 84%: vigor médio;
média igual ou inferior a 74%: vigor baixo.
Em lotes de sementes com vigor baixo, recomenda-se a substituição das sementes. A cada 100 sementes deste lote, aproximadamente 24 serão inviáveis.
Tecnologias utilizadas para aumento da produção
Anualmente, há lançamentos no mercado com o objetivo de melhorar os processos produtivos e incrementar a produção das culturas.
Novas tecnologias, aperfeiçoamento do manejo, materiais genéticos disponíveis, insumos e defensivos são alguns exemplos. Dentre as tecnologias utilizadas, a agricultura de precisão vem se destacando.
Ela utiliza dados das áreas de produção ao longo dos anos, imagens e softwares geoestatísticos, em uma série de aplicações:
análise de solo localizada, com aplicação de fertilizantes em taxa variada, garantindo economia e aproveitamento do potencial produtivo dos diferentes talhões;
densidade de semeadura e população de plantas, de acordo com as características e potencial produtivo da área;
mapeamento de pragas e doenças, com aplicação localizada de defensivos, conferindo economia e menor impacto ambiental;
uso de drones para aquisição de imagens, monitoramento do seu estado nutricional e sanitário, além de utilização na aplicação localizada de defensivos.
Outra tecnologia que vem ganhando notoriedade é o BiomaPhos.
Ele é um inoculante desenvolvido com tecnologia nacional para a absorção de fósforo pelas culturas, elemento essencial para o desenvolvimento das plantas.
Na última safra, lavouras tratadas com o inoculante produziram 4 sacas por hectare a mais do que as não tratadas.
Por isso, é essencial adotar medidas que otimizem o aproveitamento de nutrientes, evitem o desperdício de insumos, reduzam custos e causem menor impacto ambiental.
A adubação de sistemas é uma prática que contribui com tudo isso, além de cooperar com a sustentabilidade da atividade.
Neste artigo, você irá conferir como funciona a adubação de sistemas e quais são as vantagens ao adotar essa prática de manejo.
O que é a adubação de sistemas
A adubação de sistemas é uma estratégia de manejo da fertilidade do solo. Ela busca melhorar o aproveitamento dos nutrientes pelas plantas.
Essa prática busca atender as exigências nutricionais de todas as espécies envolvidas no sistema.
Na adubação tradicional, a recomendação é realizada de forma isolada. Ela tem em vista somente as necessidades da cultura que será implantada.
Para estabelecer práticas de correção de acidez e adubação do solo, é necessário ter informações como:
a qualidade da palhada presente na superfície do solo;
a exigência nutricional das plantas cultivadas;
a taxa de exportação de nutrientes pelas culturas.
Conhecer o histórico das safras anteriores é fundamental.
A partir dessas informações, são determinadas as épocas das adubações, as fontes dos fertilizantes, as dosagens e os métodos de aplicação.
Como é realizada a adubação de sistemas
Na adubação de sistemas, as culturas mais exigentes e responsivas à adição de fertilizantes recebem doses maiores de nutrientes, acima das exigidas pela cultura.
As culturas de verão geralmente são menos responsivas à adubação. Elas se beneficiam pelas condições deixadas pela safra anterior.
A soja, plantada em sucessão com o milho, se beneficia dos nutrientes pelo efeito residual das adubações e pela reciclagem da matéria.
O manejo racional da adubação:
evita o desperdício de insumos;
reduz o trânsito de máquinas na lavoura;
reduz os custos de produção;
tem menor impacto ambiental.
A sucessão soja-milho-soja
A sucessão soja-milho-soja é o sistema de produção de grãos mais adotado em plantio direto. Nesse sistema, a cultura da soja é plantada na primeira safra e o milho na segunda safra.
Por ser altamente responsiva à adubação, a cultura do milho pode receber doses acima da sua exigência nutricional.
A soja é plantada com uma adubação de arranque e se beneficia da adubação residual e da matéria orgânica deixada pelo milho.
Essa adubação de arranque é essencial em solos de textura arenosa, para não prejudicar o desenvolvimento das plantas.
A soja, por sua vez, beneficia o milho pelos resíduos de nitrogênio deixados no solo.
Além de otimizar as condições de solo, a sucessão soja-milho-soja em sistema de plantio direto também apresenta vantagens operacionais. Ela otimiza a mão de obra e o maquinário.
Embora a sucessão soja-milho-soja esteja bastante consolidada, é fundamental diversificar a produção.
Você pode fazer isso através da rotação de culturas com espécies que tenham propósito comercial e de recuperação do solo.
A rotação de culturas é uma prática que precisa ser planejada para beneficiar as espécies envolvidas.
A ideia é que a espécie implantada seja favorecida pelas condições deixadas pelas culturas passadas.
A escolha das espécies envolvidas no sistema de rotação deve ser baseada na viabilidade técnica e econômica da atividade.
É importante escolher espécies adaptadas às condições climáticas da região de plantio e com diferentes sistemas radiculares. Isso promove a exploração do solo em profundidade variada.
A rotação com plantas forrageiras eleva o teor de matéria orgânica do solo e favorece a ciclagem de nutrientes.
Além de melhorar as propriedades do solo, a rotação de culturas também contribui para o manejo de pragas, doenças e plantas daninhas.
Você pode saber mais acessando nosso curso de Manejo de Solo. Inscreva-se gratuitamente clicando no botão abaixo!
Vantagens e desvantagens da adubação de sistemas
Veja a seguir as vantagens da adubação de sistemas:
maior eficiência no uso de nutrientes;
redução da quantidade de adubos aplicados;
redução dos custos de produção;
menor impacto ambiental;
evita o desperdício de insumos;
aumento da produtividade.
Apesar de todos os benefícios que a adubação de sistemas pode trazer, existe um ponto negativo.
A sucessão de culturas pode provocar a degradação do soloao longo do tempo, seja física, química ou biológica.
Conclusão
A adubação de sistemas é uma estratégia de manejo que promove maior aproveitamento dos nutrientes pelas plantas. A cultura mais responsiva à adubação recebe doses maiores de fertilizantes.
A cultura menos responsiva é beneficiada pela ciclagem de nutrientes e pelo efeito residual das adubações realizadas na cultura anterior.
O sistema de plantio direto, a rotação de culturas e a adubação de sistemas contribuem para a sustentabilidade da atividade.
É importante lembrar que não existe receita de adubação. Avalie seu caso individualmente, e considere todas as características e peculiaridades dos seus sistemas de produção.
Você conhecia a adubação de sistemas? Sabia de todas as vantagens? Conte sua experiência nos comentários.
Plantação de arroz: confira as principais orientações para ter sucesso com a lavoura, desde a semeadura até a colheita da safra
O arroz é um dos alimentos mais consumidos no mundo. Os estados do sul do Brasil, principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, são os maiores produtores do país. O sistema irrigado predomina nessas lavouras.
A plantação de arroz pode ser feita de formas diferentes, e cada uma exige um nível tecnológico específico. Por isso, conhecer todas as possibilidades é fundamental.
A escolha da cultivar por grupo de maturação, o manejo da água de irrigação e o controle de plantas daninhas,pragas edoenças, e o manejo correto na colheita irá determinar o insucesso ou sucesso de sua safra.
Pensando nisso, preparamos um artigo com tudo o que você precisa para o cultivo de arroz. Vem conferir!
Aspectos gerais da cultura do arroz
O arroz é o principal alimento da maioria da população mundial. Ele possui ótimo balanço nutricional e permite ser cultivado em diferentes ambientes.
O Brasil é o maior produtor e consumidor do grão fora do continente asiático. Aproximadamente 90% de todo arroz no mundo é cultivado e consumido na Ásia.
Segundo dados da Conab, a área de produção vem crescendo. Porém, não com tanta importância como a produtividade, que teve incremento de 3%.
O sistema de produção predominante no mundo é o irrigado. Nesse sistema, as plantas ficam em um terreno alagado durante quase todo o ciclo.
A região sul do Brasil é a principal produtora de arroz, com predominância do sistema irrigado. O arroz de sequeiro também está presente, e predomina nas demais regiões.
Graças à evolução da tecnologia e dos processos de produção, a plantação de arroz torna-se cada vez mais rentável.
Sistemas da plantação de arroz
Oplantio de arroz pode ser feito em dois sistemas: sistema sequeiro ou “de terras altas” e sistema irrigado.
1. Arroz sequeiro
É o sistema menos utilizado no Brasil, mais comum no Cerrado. Foi bastante usado na abertura de novas áreas como cultura inicial, por suportar solos ácidos. Atualmente, é utilizado narotação de culturas.
Você terá um menor custo de implantação nesse sistema. Ele não necessita de irrigação, não exige área plana nem um maquinário específico.
No entanto, a produtividade da lavoura será consideravelmente menor.
Com a evolução dos sistemas de manejo e desenvolvimento de cultivares, espera-se que a produtividade seja ampliada nesse sistema.
2. Arroz irrigado
Esse sistema de produção é o mais comum. No Brasil, representa aproximadamente 80% de toda área plantada com a cultura.
A produtividade do arroz nesse sistema é 3 vezes maior que no sequeiro, mas o custo de implantação é maior.
Quase 100% das lavouras da região sul, que representa a maior parte das lavouras do Brasil, são cultivadas dessa maneira.
A implantação da lavoura depende de um sistema de irrigação por inundação. Além disso, precisa de uma oferta abundante de água durante o desenvolvimento até próximo da colheita.
Para que a prática seja favorecida, o tipo de solo deve ser naturalmente mal drenado.
Para o plantio de arroz com o sistema irrigado, você deve dividir a área em quadras. Proceda a irrigação através de um canal central, que distribui a água para todas as quadras.
Plantação de arroz sequeiro ou irrigado: O que vale mais a pena?
No Brasil, o sistema irrigado predomina, representando 79,5% das lavouras de arroz. Já o arroz de sequeiro ocupa 20,5% da área plantada.
O arroz irrigado geralmente é produzido no sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, onde o cultivo passa parte de seu ciclo com a presença de uma lâmina d’água.
O arroz de terras altas, ou arroz de sequeiro, é produzido no norte do Brasil. Inicialmente usado para abertura de áreas e recuperação de pastagens degradadas, hoje é cultivado em sistemas de rotação de culturas.
Embora tenha menor produtividade média (2,35 ton/ha contra 7,13 ton/ha do arroz irrigado), o arroz de sequeiro exige menor investimento inicial e tolera solos ácidos. Já o arroz irrigado, apesar de mais produtivo, depende de áreas planas, disponibilidade de água e maior aporte financeiro.
Para decidir entre os sistemas, inclua no planejamento agrícola todos os custos, previsão de produtividade e tempo necessário. Baseie-se em dados para fazer a escolha mais estratégica e assertiva.
Qual a diferença entre plantio convencional, plantio direto e cultivo mínimo para arroz?
O plantio convencional do solo é o mais tradicional no Brasil. Ele demanda um preparo de solo que incorpora a camada superficial, destrói restos culturais e plantas daninhas.
No plantio direto, o solo não é mecanicamente preparado, sendo revolvido apenas no sulco para distribuir sementes e adubos. O sistema se baseia na rotação de culturas e na manutenção da palhada.
Se a rotação de culturas for mal feita (ou não for feita), problemas com compactação, doenças e pragas podem ser mais graves que no sistema convencional.
Já no cultivo mínimo, é feito apenas um preparo leve do solo (revolvimento de camadas muito superficiais) com intuito de proporcionar a emergência de plantas daninhas, facilitando o manejo em pré-plantio.
Em ambos, o arroz é semeado em solo seco. Outros sistemas de plantação de arroz irrigado são o sistema pré-germinado, mix e transplante de mudas.
Qual o local e época de semeadura do arroz?
Escolha uma área plana para facilitar as operações de manejo. Se optar pelo sistema irrigado, a área deve seguir alguns padrões que permitam a irrigação.
Faça a correção de pH e aadubação recomendada para a cultura. Não se esqueça de controlarplantas daninhas e pragas iniciais para obter altas produtividades.
Escolha bem a época de semeadura para a plantação de arroz. A época determina as condições climáticas a que a planta será exposta em seu desenvolvimento.
Além disso, você deve se preparar para condições adversas na semeadura, como muitas chuvas. Para isso, mantenha osistema de drenagem da área sempre em bom estado.
Para o estado do Rio Grande do Sul, a época de plantio do arroz varia de 21 de setembro a 10 de dezembro.
Em Santa Catarina, o período ideal é entre 11 de agosto a 10 de janeiro. Planeje o plantio de acordo com o zoneamento da sua região e ciclo da cultivar.
Quando é feita a colheita do arroz?
Embora os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins detenham cerca de 80% da produção de arroz no Brasil, os cultivos se espalham por todo o país.
Por conta da enorme extensão territorial e diferentes condições climáticas dessas regiões, as épocas de plantio e colheita variam.
Por conta dessa variação em todo o Brasil, o ponto de colheita do arroz é melhor definido pelo teor de umidade de seus grãos, que devem estar entre 18% e 23%.
Além disso, as mudanças de cor na casca do grão indicam maturidade e podem ajudar na tomada de decisão.
Quando ao menos 2/3 dos grãos da panícula apresentarem essa característica, pode-se proceder com a colheita.
Plantação de arroz: Escolha de cultivares
O potencial genético da cultivar é responsável por 50% do rendimento final da lavoura. Escolha a cultivar adequada para o seu sistema de plantio, região e solo. Essa decisão pode determinar o sucesso ou fracasso da sua plantação de arroz, além de evitarquebra de safra.
Tenha no seu planejamento informações que te ajudem a decidir por uma ou outra cultivar:
Qual sistema de semeadura optar a plantação de arroz?
Você pode optar por utilizar transplantio,semente seca ou pré-germinada emplantio direto, cultivo mínimo ou plantio convencional.
A implantação de uma lavoura de arroz por transplantio é pouco difundida no Brasil, e é recomendada para a produção de sementes de alta qualidade.
Isso porque permite ter alta pureza varietal e facilita o controle de plantas daninhas.
No plantio direto, faça a semeadura com semente seca ou pré-germinada sem revolvimento. Dê preferência a esse sistema quando utilizar a mesma área com outras culturas na entressafra do arroz.
O custo de implantação de lavoura com plantio direto pode ser 2 vezes mais barato que o convencional. Escolha uma densidade de semeadura maior nesse sistema. Inicie a irrigação com banhos e posteriormente à inundação do solo.
Faça o preparo leve do solo, revolvendo a camada superficial quando tiver problemas com plantas daninhas. Esse sistema chama-se cultivo mínimo.
O revolvimento da camada mais superficial do solo expõe as daninhas, o que facilita o manejo pré-plantio.
Esse preparo também auxilia na formação de lama, nivelamento e alisamento do solo.
Realize o cultivo mínimo com o solo alagado. Após o preparo, faça a semeadura com sementes secas ou pré-germinadas.
Sistema pré-germinado
Faça o preparo do solo para eliminar plantas daninhas e pragas, bem como incorporar a palha restante do cultivo anterior. Esse preparo não deve ser próximo a semeadura.
Antes da semeadura, proceda com a adubação da lavoura e inundação para formar lama e nivelar o solo.
Para a semeadura, mantenha uma lâmina de água de 5 cm e plante a semente pré-germinada a lanço.
Se houver incidência de arroz vermelho, mantenha a lâmina de água após a semeadura. Caso contrário, drene de 2 a 4 dias após a semeadura, mantendo por até 4 dias.
Manejo integrado de pragas e doenças
OMIP (Manejo Integrado de Pragas) é o alicerce para a lucratividade em qualquer cultivo. Nesse sistema, a utilização de métodos de controle consorciados otimizam o controle das pragas e doenças. Além disso, o MIP protege ainda mais a lavoura e reduz custos com controle.
Faça monitoramento e utilize controle cultural e biológico como preventivos. Caso a população de alguma praga atinja o nível de dano econômico, faça uso de agroquímicos recomendados.
Tenha o controle dos dados obtidos durante o ciclo da cultura, planeje suas ações antes de colocar em prática.
Controle de plantas daninhas no cultivo de arroz
O arroz é uma cultura muito prejudicada pela competição com plantas daninhas, como o capim-arroz e o arroz-vermelho, além de algumas plantas aquáticas como grama boiadeira e aguapés.
Escolha sementes de procedência e qualidade, livre de mistura varietal e contaminação. O manejo na entressafra é vital para o controle de daninhas e sucesso da safra. Faça roçadas e dessecação com herbicida.
Revolva o solo para expor as sementes de invasoras para estimular a germinação e facilitar o controle. Junto disso, use a rotação de culturas com soja e milho, que são culturas populares e eficientes para a prática. .
Proceda com a inundação da área 20 a 30 dias antes da semeadura no sistema pré-germinado. Mantenha a lâmina d’água durante o ciclo em áreas infestadas de arroz vermelho.
Atenção à qualidade da água: água limpa reduz a incidência de plantas aquáticas invasoras. Planeje estrategicamente o uso de herbicidas ao longo do ciclo da cultura para otimizar os custos.
A aplicação dos herbicidas deve seguir o tipo de cultivar e o produto escolhido:
Para cultivares de ciclo curto: 15 a 20 dias após emergência;
Para cultivares de ciclo longo: 25 a 30 dias após emergência.
Colheita do arroz
Planeje bem a sua safra para que a época decolheitanão coincida com época de chuvas.
Tenha a colhedeira preparada para que, numa situação dessa, a colheita seja feita no menor tempo possível.
Na lavoura irrigada, interrompa o fornecimento de água 10 dias após a floração de 50% das panículas. Retire toda a água da lavoura para colher o arroz.
O tempo que a plantação de arroz demora do plantio à colheita depende da época e local de semeadura, além do ciclo da cultivar. Veja os grupos de maturação:
super-precoce (menos de 100 dias no RS);
precoce (110-120 dias no RS; até 120 dias em SC);
médio (120 a 130 dias no RS; 120 a 135 dias em SC);
semi-tardio (mais de 130 dias no RS; 135 a 150 dias em SC);
tardio (mais de 150 dias em SC).
Cultivares de ciclo super-precoce permitem colher mais cedo com melhores preços. Também é possível uma segunda colheita com a soca na mesma safra.
A utilização de cultivares precoces facilita oplanejamento da safra, escalonando semeadura, tratos culturais e colheita.
Cultivares com menor tempo de ciclo são recomendadas onde há possibilidade de clima adverso nas principais fases de desenvolvimento. Aprodutividade será maior em cultivares de ciclo mais longo.
Inicie a colheita quando os grãos estiverem com 20% de umidade. O atraso pode reduzir o rendimento de grãos inteiros, depreciar o produto.
Após a colheita os grãos devem sersecados até atingir 13% de umidade, o que habilita o seuarmazenamento.
Armazene em local adequado: procure um local arejado e seco, com controle de insetos e roedores.
Irrigação com drip protection: saiba o que é, como funciona esse sistema, as vantagens, desvantagens e as manutenções que devem ser feitas
A água utilizada na irrigação retorna para o meio ambiente. Ainda assim, é fundamental que seu uso seja racional e eficiente.
Dos diversos sistemas de irrigação, o gotejamento é um dos que mais economiza e conserva água.
Quando esse sistema funciona com drip protection, as vantagens são ainda maiores.
Neste artigo, você saberá como funciona a irrigação por gotejamento com drip protection e quais são seus benefícios. Aproveite a leitura!
Como funciona a irrigação por gotejamento
Na irrigação por gotejamento, a água é distribuída lentamente, próxima às raízes das plantas.
Nesse sistema, a água é levada até as plantas por mangueiras flexíveis com gotejadores que trabalham com baixa vazão e pressão. A água é fornecida gota a gota.
O sistema é simples e composto por:
mangueiras ou fitas gotejadoras;
canos;
bomba;
filtro;
reguladores de pressão;
válvulas.
Uma prática bastante comum no sistema de gotejamento é a aplicação de fertilizantes via água de irrigação (fertirrigação ou nutrirrigação).
Esse sistema é eficiente na aplicação de produtos químicos, biológicos e orgânicos.
Uso eficiente da água: tanto a água quanto os defensivos agrícolas podem ser distribuídos por meio de pequenos orifícios nas mangueiras (Fonte: traduzido de Bayer)
O que é drip protection?
A tecnologia drip protection é um sistema de injeção de agroquímicos, produtosbiológicos e orgânicos na irrigação por gotejamento.
Essa tecnologia contribui para a aplicação de condicionantes de solo e para o controle de pragas e doenças.
Vantagens da irrigação com drip protection
O sistema de gotejo apresenta menor consumo de energia em relação a outros sistemas.
Além disso, não impede que outras atividades, como capinas e colheita, sejam realizadas simultaneamente à irrigação.
Também promove maior uniformidade de plantas, melhora a qualidade do produto e aumenta a produtividade.
A irrigação com drip protection é um instrumento eficaz no manejo fitossanitário da lavoura e no manejo da adubação.
Quando comparada ao sistema convencional de aplicação de defensivos agrícolas, essa tecnologia permite a economia de insumos, de tempo, mão de obra e redução dos custos.
O sistema possibilita maior precisão na aplicação dos produtos e maior segurança operacional.
Há maior segurança porque não há contato dos operadores das máquinas com a calda de pulverização.
Vantagens ambientais
O sistema de irrigação com drip protection economiza e conserva a água.
O sistema reduz a contaminação do solo, rios e lençóis freáticos. Isso porque reduz as perdas de água e insumos por lixiviação e escorrimento superficial.
Na irrigação por gotejamento, não há contato da água com a parte aérea da planta (folhas, flores, frutos, ramos e caule).
Isso contribui com o manejo fitossanitário da lavoura, pois diminui a incidência de doenças. Principalmente, as doenças beneficiadas por condições de alta umidade.
O gotejamento favorece ainda o controle de plantas daninhas. A água não é distribuída em toda área, e sim apenas na zona radicular das plantas de interesse agronômico.
Esse método também apresenta baixo nível de desperdício de água.
Quando comparado a outros sistemas de irrigação, o gotejamento apresenta alto custo inicial.
A manutenção do sistema também pode ser onerosa. É necessário trocar as mangueiras/fitas gotejadoras que acabam ressecando com o tempo.
Outra desvantagem diz respeito à necessidade da retirada das mangueiras/fitas gotejadoras da área para a realização do preparo de solo.
Além disso, o entupimento dos emissores é algo recorrente.
Cuidados com o sistema de irrigação por gotejamento
No sistema de gotejo, é comum problemas relacionados ao entupimento dos emissores. Por isso, dê uma atenção especial à qualidade da água utilizada na irrigação.
A obstrução dos gotejadores ocorre em função da presença de impurezas na água da irrigação, como:
areia;
argila;
matéria orgânica;
sais minerais;
organismos vivos.
Elementos físicos, químicos e biológicos que provocam entupimento nos sistemas de irrigação localizada (Fonte: Bucks et al., 1979)
Com o tempo, os sais solúveis utilizados na fertirrigação podem se acumular nas saídas de água. O acúmulo reduz a vazão dos gotejadores.
Esse excesso de impurezas diminui a quantidade de água e produtos que chegam até as plantas, prejudicando o manejo e o desenvolvimento da cultura.
É importante que uma vez ao dia passe somente água pelo sistema de irrigação. Essa é uma forma de realizar a limpeza de canos e das mangueiras/fitas gotejadoras.
Outro cuidado diz respeito à integridadedessas gotejadoras. Com o tempo, elas acabam ressecando e podem rachar.
Com o intuito de preservar o sistema de irrigação e aumentar sua vida útil, elas podem ser instaladas embaixo da palhada ou plástico.
É fundamental que você as vistorie regularmente.
Assim, a presença de rompimentos, rachaduras e emissores entupidos pode ser detectada com antecedência.
Conclusão
A tecnologia drip protection consiste em um sistema de injeção de produtos químicos, biológicos e orgânicos na irrigação por gotejamento.
Essa tecnologia garante maior segurança operacional e precisão na aplicação de produtos.
O sistema de gotejo reduz a mão de obra, economiza tempo e insumos, além de aumentar a produtividade e reduzir os custos de produção.
Caso utilize esse sistema em sua lavoura, não deixe de tomar os cuidados necessários com ele!
Irrigação por aspersão: conheça os principais sistemas de irrigação por aspersão, as culturas e fatores que influenciam na escolha do sistema
A irrigação por aspersão é o método mais utilizado em todo o mundo. Isso graças à sua versatilidade e adaptabilidade.
Mas é importante lembrar que a aspersão não é melhor que os demais tipos de irrigação.
Para cada situação, existe um método e sistema que melhor se adequa. O método ideal depende de uma série de fatores, e conhecê-los é essencial para acertar na escolha!
Ficou com vontade de aprender mais sobre irrigação por aspersão? Confira comigo a seguir!
Método ou sistema de irrigação?
Métodos e sistemas de irrigação são coisas diferentes.
Sistema de irrigação diz respeito ao conjunto de equipamentos e peças que atuam para realizar a irrigação.
Já os métodos de irrigação estão relacionados à forma de aplicação da água nas lavouras. Eles podem se relacionar a mais de um sistema de irrigação.
Existem quatro tipos de métodos de irrigação:
superficial (ou por superfície);
aspersão;
localizada;
subsuperfície (ou subterrânea).
Nesse artigo, você irá conhecer mais sobre o método de irrigação por aspersão.
Irrigação por aspersão
Irrigação por aspersão é um método de irrigação. Nesse método, os aspersores vão trabalhar para expelir a água. É uma forma de simular a chuva nas áreas de lavoura.
Sem dúvidas, é o mais clássico e popular da agricultura.
Ao simular a chuva, a água é aplicada sobre a folhagem da cultura e o solo.
Pivô central e aspersão convencional (Fonte: Safra Irrigação)
Para conseguir simular a chuva, os sistemas de irrigação por aspersão dependem de uma série de componentes para realizar o bombeamento, transporte e distribuição.
Bombeamento
O principal componente do bombeamento é o conjunto motobomba: uma bomba centrífuga e um motor acionador.
Esse conjunto é responsável pela captação e impulsionamento da água até os aspersores.
As motobombas podem ser acionadas por energia elétrica ou por motores de combustão à diesel.
A escolha correta do sistema motobomba é fundamental para o funcionamento do sistema, sem que haja sobrecarga ou pressão insuficiente.
Transporte
Os componentes de transporte são responsáveis por transportar a água impulsionada pelas motobombas aos aspersores.
As tubulações são feitas dos mais diversos materiais. Podem ser materiais metálicos como aço zincado, aluminio e ferro fundido, ou plásticos como PVC ou polietileno.
A escolha do material dependerá da função da tubulação no sistema. A escolha também pode tornar o projeto economicamente viável.
Distribuição
Os aspersores são os componentes-chave da distribuição da água.
Eles podem ser classificados por uma série de critérios diferentes, como tipo de movimentação e alcance do jato, pressão de serviço, tamanho de gotas.
Confira na tabela:
(Fonte: adaptado de Testezlaf, 2017)
De forma geral, o mais utilizado é o primeiro, a respeito do movimento rotacional dos aspersores.
Agora que você já sabe mais sobre a irrigação por aspersão, conheça a diferença entre os dois principais sistemas: o convencional e o mecanizado.
Sistema de aspersão convencional
Os sistemas convencionais utilizam os componentes tradicionais de aspersão:
motobombas;
tubulações; e
aspersores.
Esses sistemas podem ser móveis ou fixos no campo. Quando móveis, os aspersores fazem a cobertura da área conforme são movimentados pela área.
Quando fixos, devem ser estrategicamente posicionados para cobrir a área total ou do setor desejado.
Nos sistemas de aspersão mecanizados, os aspersores encontram-se alocados em estruturas. Essas estruturas, normalmente metálicas, se movem pela área para efetuar a irrigação.
O movimento da aspersão mecanizada pode ser feito pela ação de tratores, de sistemas automatizados ou pela pressão existente na tubulação.
No Brasil, os sistemas de irrigação por aspersão mais conhecidos são o pivô central (movimento circular) e o carretel enrolador (movimento linear).
Sistema de irrigação por aspersão mecanizada em pivô central (Fonte: Hidrosistemas)
Vantagens da irrigação por aspersão
A principal vantagem da irrigação por aspersão é o fato de não ser necessária intervenção no relevo.
Os sistemas de aspersão adaptam-se muito bem a diferentes topografias. Trata-se de um sistema flexível e versátil.
É muito adaptável, seja ao controle da lâmina d ‘água ou à sua disposição no campo.
Diferente do sistema de irrigação por sulcos na irrigação por aspersão, o controle do volume de água aplicada no campo é controlado.
Por ser controlado, o volume de água pode ser facilmente modificado de acordo com as necessidades das culturas irrigadas.
Desvantagens
A principal desvantagem da irrigação por aspersão é sua suscetibilidade a ventos fortes. Esses ventos afetam a distribuição da água.
Devido ao molhamento foliar, a irrigação por aspersão deixa as folhas em condições favoráveis para o desenvolvimento de doenças.
É muito importante ponderar os prós e contras dos métodos de irrigação, de acordo com as características de cada cultura.
A irrigação por aspersão depende de energia elétrica ou de motores de combustão para funcionar.
Todo o acionamento das bombas ou motobombas que fazem a pressurização do sistema de irrigação é feito graças à energia elétrica.
Pensando nos pivôs centrais, a energia é ainda mais necessária, pois todo seu comando central depende dela.
O controle central detém todos os controles elétricos e eletrônicos. Desde o controle da injeção de fertilizantes/agroquímicos para fertirrigação, às operações básicas da motobomba.
Resultados da irrigação por aspersão
Os sistemas de irrigação por aspersão têm apresentado resultados positivos para muitas culturas. O maior destaque é dos sistemas mecanizados em pivô central.
No Rio Grande do Sul, a irrigação em pivô central conseguiu driblar a falta de chuvas. Ele quase dobrou a produtividade da soja quando comparado ao sequeiro.
Área de algodão sob pivô central no Mato Grosso (Fonte: Grupo Cultivar)
Além de garantir aumentos na produtividade, a irrigação por aspersão pode garantir a otimização das áreas produtivas.
Em alguns casos, é possível levar a produção de 3 safras por ano!
Em Ponta Porã, nas áreas de pivô foram colhidas: soja na safra, milho na safrinha e ainda foi possível a terceira safra de trigo e aveia.