Bioestimulante em soja: por que você deve considerar usá-lo na lavoura

Bioestimulante em soja: o que é, como funciona, quando utilizar, qual a influência na produtividade e o custo benefício da sua utilização

O uso de fertilizante, seja de fonte mineral ou orgânico, é fundamental na produção agrícola.

Com isso, os bioestimulantes em soja têm se tornado uma alternativa para melhorar as propriedades fisiológicas, nutricionais e produtivas das lavouras.

Saber como esses produtos funcionam e os benefícios que trazem para as plantas podem influenciar na produtividade de sua área.

Pensando nisso, separei algumas informações para você conhecer mais sobre os bioestimulantes em soja e se vale a pena investir nesses produtos. Confira!

Bioestimulante em soja: o que é e como funciona? 

O uso de bioestimulante é bastante empregado no Brasil em hortaliças e frutíferas. Em grandes culturas, sua utilização é mais recente.

Um bioestimulante tem a função de auxiliar diretamente na fisiologia do vegetal, estimulando seus processos, como absorção de nutrientes.

Sua utilização confere à planta maior aproveitamento de água e nutrientes pela fotossíntese, fortalecendo o mecanismo natural de autodefesa da planta e maior tolerância a estresses abióticos, como falta de chuva e altas temperaturas.

São produtos constituídos por hormônios vegetais ou sintéticos, além de aminoácidos, vitaminas, ácido ascórbico, nutrientes e concentrado de algas marinhas.

Há diversos tipos de bioestimulantes, com formulações e concentrações diferentes. Veja na tabela abaixo alguns bioestimulantes e suas composições:

Esses produtos podem conter auxinas, citocininas, giberelinas, etileno, entre outros hormônios, por isso são classificados no grupo de hormônios vegetais. 

Por terem em sua composição um ou mais hormônios e outras substâncias que conferem à planta maior divisão, elongação e diferenciação celular, estes produtos influenciam diretamente no crescimento vegetal.

Além disso, tem sido comprovado que os bioestimulantes auxiliam na capacidade antioxidante da planta, por manter o equilíbrio hormonal. Eles reduzem a interferência dos radicais livres formados por condições abióticas (déficit hídrico e calor), proporcionando mais energia no crescimento radicular e foliar.

Desse modo, o uso de bioestimulantes durante o desenvolvimento vegetal, permite a recuperação mais acelerada das plântulas em condições desfavoráveis.

Fatores que interferem na produtividade e ação dos bioestimulantes na recuperação da planta

(Fonte: Adaptado de Van Oosten et al., 2017)

Como utilizar bioestimulantes em soja?

O uso de bioestimulantes na cultura da soja tem sido amplamente estudado em diferentes estádios fenológicos, buscando melhorar a fisiologia da planta, refletindo em aumento de produtividade.

O bioestimulante pode ser utilizado via semente de soja, com o tratamento de sementes, pouco antes da semeadura.

Também pode ser aplicado via foliar, em diferentes estádios, tanto no vegetativo quanto no reprodutivo.

A quantidade de produto a ser utilizada depende de qual bioestimulante você adquirir. Na bula há indicação da dosagem ideal.

Via semente

A aplicação de bioestimulante via semente busca estimular a germinação e emergência de maneira uniforme, favorecendo principalmente o crescimento do sistema radicular.

Com maior desenvolvimento do sistema radicular, as plantas conseguem melhorar o aproveitamento de água e nutrientes no perfil do solo. Isso impulsiona o crescimento da parte aérea, podendo refletir na produção.

Além disso, plantas com sistema radicular mais profundo suportam por mais tempo condições de déficit hídrico.

Via foliar

O uso de bioestimulante em soja via foliar tem a função de continuar o desenvolvimento radicular, além de incrementar o número de vagens, número de grãos e produção por planta.

Plântulas de soja com e sem aplicação de biorregulador via semente

(Fonte: A Granja)

Influência do bioestimulante na produtividade de soja 

Pela manutenção do equilíbrio hormonal, que reflete em uma planta com balanço nutricional adequado, os bioestimulantes têm-se demonstrado favoráveis para aumento da produtividade.

Por contribuir na maior tolerância a estresses abióticos e no sistema de autodefesa, as plantas conseguem fornecer mais energia, derivada da fotossíntese para a produção de grãos.

Com isso, aumentando o número de vagens por planta, consequentemente elevando a produtividade de grãos, tanto em aplicação via sementes quanto via foliar.

Os resultados da influência dos bioestimulantes em soja, especialmente em relação a produtividade, tem sido mais expressivos em situações de estresse.

Quando há falta de chuva, temperaturas muito elevadas, alta incidência de pragas e doenças, o uso de bioestimulante tem levado benefícios à lavoura.

Já foi relatado incremento de 37% de produtividade em uma lavoura de soja com uso de bioestimulante em relação a uma em que não foi utilizado.

Mas em lavouras onde não há situações de estresse, os reflexos do uso de bioestimulante na produtividade não são consistentes.

Apesar de não levar prejuízos, em áreas onde as condições climáticas foram favoráveis, a produtividade com o uso de bioestimulante foi semelhante em comparação com áreas sem sua utilização.

planilha de produtividade da soja

Custo-benefício do uso de bioestimulante na soja

O uso de bioestimulante em algum momento durante o desenvolvimento vegetal da soja tem se tornado uma prática cada vez mais frequente.

Mesmo que sua utilização não reflita sempre no aumento de produtividade, é favorável o uso de um produto que contém elementos que equilibram o balanço hormonal da planta. Principalmente em momentos de estresse, que é uma condição ambiental que você não consegue prever com muita antecedência.

Além disso, na prática de aplicação do bioestimulante, seja via semente ou via foliar, o custo de produção não seria tão impactado, pois utilizaria o produto em operações que você já realiza.

Se você fornecer o bioestimulante nas sementes de soja, você pode realizar a aplicação no mesmo momento da inoculação.

Caso faça via foliar, você pode utilizar o bioestimulante com as pulverizações de agroquímicos para controle de pragas e doenças.

Desse modo, no custo de produção o aumento seria apenas do valor do bioestimulante.

Veja na tabela abaixo um custo de produção estimado, em uma lavoura experimental, com uso de dois bioestimulantes, comparado com a testemunha, sem uso do produto.

Estudo do aumento da produtividade de grãos de soja e viabilidade econômica com uso de dois bioestimulantes

(Fonte: Morais, 2017)

É importante considerar os benefícios para a planta que o uso desses produtos podem levar.

Mesmo, às vezes, não existindo grandes ganhos financeiros, manter uma lavoura saudável é fundamental para uma boa produção.

Conclusão

Neste artigo você viu que os bioestimulantes em soja tem ganhado espaço nas lavouras pelos benefícios que esses produtos podem levar para as plantas.

Viu que a aplicação pode ser realizada em diferentes estádios fenológicos da cultura da soja, via semente ou via foliar.

Que as respostas em relação à produtividade ainda não são constantes, mas que há benefícios para a planta durante seu desenvolvimento.

Você também verificou que o uso de bioestimulantes na soja pode ser realizado com operações que já são realizadas.

Com essas informações, espero que você faça a melhor escolha para sua lavoura!

>>Leia mais:

“Por que o uso da glicina betaína na agricultura é uma aliada da produtividade”

“Saiba como funcionam os bioativadores e quais são os tipos disponíveis no mercado”

Você já utilizou bioestimulante em soja? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Como escolher as melhores cultivares de trigo para sua lavoura em 3 passos

Cultivares de trigo: entenda quais cuidados tomar e veja algumas características das variedades mais utilizadas no mercado!

No mercado brasileiro existem diversas variedades de trigo, com inúmeras características fenotípicas e adaptativas. 

Porém nem sempre uma variedade com alta produtividade irá se adaptar às suas condições, o que pode limitar o seu potencial produtivo. 

Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para garantir que a cultivar escolhida tenha um ótimo desempenho em sua lavoura. 

Pensando nisso, separei as características de algumas cultivares e 3 passos fundamentais para acertar na escolha. Confira!

Cuidados que você precisa ter ao escolher as cultivares de trigo

O primeiro passo para obter sucesso com a lavoura é fazer um planejamento. Pesquisar e analisar qual é a melhor cultivar de trigo para sua propriedade é fundamental!

Planeje sua semeadura pensando nas culturas sucessoras, então, observe sempre o ciclo das cultivares.

É essencial que você verifique o zoneamento agrícola, ou seja, se a cultivar escolhida é recomendada para sua região.

Fique de olho também nas épocas indicadas para a semeadura.

Liste os principais problemas de sua região como principais doenças e pragas (insetos e nematoides). Se possível, opte por cultivares resistentes.

A escolha da cultivar correta é peça-chave para alcançar altas produtividades. Por isso, aposte em sementes certificadas, que têm qualidade garantida.

Contudo, para garantir o estabelecimento do estande adequado e que a cultivar escolhida expresse seu potencial, além de todas as práticas culturais, é muito importante ficar atento às condições climáticas! 

Não arrisque semeando no pó! Aguarde condições favoráveis para que sua semente possa emergir.

E não esqueça de realizar o manejo de plantas daninhas. Faça a semeadura no limpo, isso é bastante importante para evitar perdas na produtividade.

3 dicas de como escolher a melhor cultivar para sua lavoura

Atualmente, há no mercado um grande número de cultivares de trigo. Com isso, às vezes é difícil encontrar a mais adequada para a lavoura, não é verdade?

Por isso, separei algumas informações para ajudar nessa escolha!

1º passo: tipo de produção e objetivo

Primeiramente, é necessário definir o tipo de trigo que deseja produzir e qual o objetivo. Você pode optar por semear o trigo de “duplo propósito”, trigo irrigado e trigo de sequeiro. 

Caso opte por utilizar um trigo de “duplo propósito”, que é utilizado como forragem de animais e fabricação de farinhas, o ideal é optar por cultivares com ciclo mais longo.

Se você for realizar um plantio de trigo de sequeiro, opte por cultivares com alta sanidade e com melhor tolerância à seca.

2º passo: localização da propriedade

A escolha da cultivar deve ser realizada em função da localização de sua propriedade. Assim, você irá minimizar possíveis perdas e alcançar a produtividade esperada.

A escolha da cultivar dentro do zoneamento é muito importante para conseguir um seguro agrícola (plantio fora das regras de zoneamento não podem ser assegurados).

Confira o zoneamento indicado para o seu estado, de acordo com o Mapa (Ministério da agricultura e pecuária).

3º Passo: observe as características das cultivares

Escolha cultivares com as características que lhe interessam, por exemplo:

  • capacidade produtiva;
  • qualidade dos grãos;
  • resistência a doenças;
  • tolerância a herbicidas;
  • resistência a pragas.

Lembre-se, é sempre importante observar as características agronômicas e exigência da cultivar quanto ao manejo, pois isso irá influenciar nos custos de produção.

Diferentes cultivares de trigo

Sempre que possível, utilize mais de uma cultivar em sua lavoura de trigo. Assim, você poderá evitar riscos. 

Lembre-se de instalar um teste de emergência em um canteiro antes de realizar a semeadura.

Para te ajudar, abaixo separei algumas cultivares de trigo disponíveis no mercado.

Tbio Toruk

É uma cultivar de trigo classificada como Trigo Pão/melhorador de ciclo médio. Tem excelente potencial produtivo e é moderadamente suscetível à brusone.

Contudo, possui maior disponibilidade de nitrogênio e é altamente responsivo à aplicação deste nutriente.

É uma das cultivares mais utilizadas na região Sul.

BRS Belajoia

É uma cultivar de trigo do tipo precoce a médio, que apresenta alta produtividade.

A qualidade tecnológica da BRS Belajoia depende da região de semeadura. Entrega um ótimo pacote fitossanitário, o que diminui custos com produtos.

Apresenta porte baixo, tolerância ao acamamento e excelente perfilhamento.

Trigo – BRS Tarumã

A BRS Tarumã é uma opção para utilização em duplo-propósito. 

Apresenta ciclo vegetativo mais longo e pode ser semeada mais cedo, garantindo a cobertura do solo durante todo o inverno.

É classificado como Classe Pão. Apresenta elevado rendimento e concentração de matéria seca, além de excelente afilhamento e grãos de alto PH.

Tbio Pioneiro 2010

É uma cultivar de trigo classificada como Trigo Pão de ciclo médio. Tem excelente potencial produtivo e é suscetível à brusone.

Pode ser posicionado desde baixo a alto investimento na lavoura, dependendo da realidade de sua propriedade.

Seu forte vigor proporciona bons resultados mesmo em áreas de menor fertilidade, assim como uma excelente produtividade.

Para mais opções, confira o portfólio das empresas!

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

A escolha da cultivar é extremamente importante para garantir altas produtividades no plantio da cultura do trigo.

Neste artigo, você conferiu os principais cuidados na escolha da cultivar e um passo a passo de como escolher suas sementes.

Conferiu também as principais cultivares disponíveis no mercado e seus pontos fortes.

Espero que essas informações te ajudem a melhorar a escolha de suas sementes de trigo e, consequentemente, aumentem o potencial produtivo da lavoura!

>> Leia mais:

Veja as soluções para os principais problemas na colheita do trigo

“3 fatores que determinam a qualidade do trigo e o preço de venda dos seus grãos”

“Melhores práticas para fazer o tratamento de sementes de trigo na fazenda”

Como você realiza a escolha de cultivares de trigo para sua lavoura? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

7 erros mais comuns na gestão do agronegócio e como evitá-los na fazenda

Gestão do agronegócio: entenda o quanto ela impacta na sua propriedade e como melhorar seus resultados com um bom gerenciamento.

Ter sob controle todos os processos operacionais e administrativos da fazenda é desafiador, não é verdade?

Com as margens de lucro cada vez mais apertadas e o tempo escasso para dar conta de tanta coisa, é preciso ter cada vez mais eficiência.

Para isso, é fundamental melhorar sua gestão! Assim, é possível ver onde fazer melhorias que certamente vão impactar os resultados da empresa rural.

Neste artigo, separei os 7 erros mais comuns cometidos na gestão do agronegócio e como você pode resolvê-los a partir de agora!

O que é gestão do agronegócio? 

A gestão do agronegócio envolve destinar corretamente os recursos da fazenda, sejam eles financeiros ou operacionais, para obter resultados melhores e de maneira mais eficaz.

Uma boa gestão compreende o desenvolvimento de estratégias e soluções inovadoras e tecnológicas para otimizar todas as etapas de produção e comercialização da produção.

Um gestor deve estar apto a realizar desde o planejamento da safra até a etapa final da venda, bem como buscar sempre melhorias nos processos de toda a cadeia produtiva.

Mas claro que isso não é tarefa fácil. Então, a seguir listei alguns pontos importantes que merecem destaque na gestão do agronegócio. 

7 erros mais comuns na gestão do agronegócio

1 – Não fazer a gestão financeira adequada

A gestão financeira é fundamental em toda a cadeia produtiva. Muitas fazendas ainda realizam a gestão das finanças da propriedade pelo saldo na conta bancária dos proprietários, sem separar gastos pessoais dos gastos da empresa rural.

Esse modelo de gestão acarreta confusões financeiras. Às vezes, impostos pagos pelas fazendas que possuem apenas pessoas físicas podem ser maiores quando comparados às pessoas jurídicas. 

O controle do fluxo de caixa é essencial para que os gestores e produtores conheçam a saúde financeira dos negócios, sabendo corretamente o balanço entre entradas e saídas de dinheiro.

A propriedade rural deve ser vista com um negócio, exigindo dos gestores a prática administrativa e financeira com o auxílio de softwares e ferramentas mais elaboradas.

Conforme os gastos da fazenda vão sendo realizados ao longo da safra, o fluxo de caixa auxilia nos planejamentos futuros com possíveis novos investimentos e aquisições.

2 – Falta de controle nos custos do maquinário

A gestão do maquinário é outro ponto que merece muita atenção. Custos com reparos e manutenções devem ser contabilizados sempre que forem realizados.

Muitas fazendas ainda não possuem softwares ou planilhas dedicadas a esse controle e, devido a isso, otimizações e escolhas de equipamentos mais eficientes são realizadas com base em achismos e experiências passadas.

Anotações de custos horários de cada trator, colhedora ou equipamento da propriedade podem ajudar a avaliar possíveis reduções de custo. São capazes ainda de mostrar que a terceirização de parte do maquinário pode compensar mais do que a aquisição de máquinas novas.

A gestão do maquinário deve contabilizar o uso em campo, monitorando seu histórico de atividade, controlando abastecimentos, manutenções e até alertas periódicos de revisões.

Tem dificuldade em fazer esse controle? Clique na imagem abaixo e faça automaticamente os cálculos do custo operacional de suas máquinas gratuitamente!

ferramenta de custo operacional de máquinas agrícolas Aegro

3 – Relegar a gestão operacional

A gestão das frotas em campo, calendários de pulverizações, dias úteis para semeadura e colheita, regulagem das semeadoras e colhedoras é outro ponto de destaque dentro do agronegócio.

Bons gestores se atentam a monitorar atividades em campo, listar tarefas que devem ser realizadas no dia a dia e, o mais importante, se elas são cumpridas no prazo e com a maior eficiência possível

Controles e registros em cadernetas de campo em papel, ou na cabeça dos operadores, podem apresentar erros. E, na maioria das vezes, isso não permite que os dados sejam analisados no futuro para busca por melhorias.

O pessoal de campo pode não conseguir checar todos os talhões e supor que tudo está dentro dos padrões, porém, pode haver talhões com presença de pragas e plantas daninhas que não foram vistos. 

Os mapas de altimetria, biomassa da vegetação ou do simples caminhamento do time de campo já auxiliam os gestores a realizar melhores manejos operacionais.

Dessa forma, melhorias na gestão operacional impactam diretamente em otimizações dos processos nas fazendas agrícolas.

4 – Deixar de lado a gestão de pessoas 

A gestão de pessoas é outro ponto fundamental para o sucesso das atividades no campo.

É necessário que os gestores saibam como o time de campo está realizando as atividades e cobrem resultados e comprometimento de todos envolvidos na atividade.

Os dados devem ser coletados e analisados para evitar o retrabalho das atividades como, por exemplo, em monitoramentos ou pulverizações repetidas.

Os funcionários devem prestar contas de seu trabalho diário a fim dos gestores terem condições de avaliar e supervisionar o que já foi realizado.

Atualmente, com softwares e telemetria, tais dados são mais simples de serem coletados e organizados quando comparados a apontamentos em papéis feitos em campo.

É importante que todo o time consiga avaliar e analisar o que está sendo feito. Uma vez que os próprios funcionários ou o time de gestão tenham os dados em mãos, eles podem buscar melhorar em futuras atividades.

5 – Monitoramentos sem eficiência

Não basta saber se você tem pragas ou perdas em produtividade nas lavouras: é preciso quantificar o quanto você está perdendo e como combater essas perdas.

A Agricultura de Precisão e as ferramentas digitais podem ser aplicadas no campo para levantar dados e informações do que acontece em cada metro quadrado da lavoura.

É possível ter monitoramentos e mapas de:

  • produtividade
  • índices de biomassa (NDVI, NDRE, SAVI…)
  • altimetria
  • trajetos
  • pragas e doenças
  • condutividade elétrica
  • fertilidade dos solos, etc.

Monitoramento de pragas e doenças já são realidade utilizando imagens de biomassa da vegetação e até aplicativos de celular para georreferenciar as manchas nas lavouras.

Relatórios de incidência de pragas e doenças podem ser criados com o auxílio do Aegro, sendo possível descobrir melhores momentos para pulverizar e reduzir os custos com defensivos agrícolas.

O monitoramento do clima também é essencial para o sucesso das atividades em campo.

Aplicativos como o Climatempo, entre outros, dão acesso à previsão do tempo e dados meteorológicos como: velocidade do vento, umidade, chuvas, entre outros dados essenciais para programar pulverizações e operações em campo.

Estações meteorológicas instaladas na fazenda também são excelentes fontes de dados para tomada de decisão. São dados ainda mais exatos e você já encontra muitas delas com custos acessíveis no mercado.

6 – Não fazer a automação de processos

Mobilidade e segurança dos dados são fundamentais para que os gestores e proprietários consigam ter acesso remoto às informações 24h por dia.

Informações espalhadas em vários sistemas e de maneira desorganizada dificultam a tomada de decisão.

Automação de rotinas e processos no campo é fundamental para posteriores análises visando otimizações.

Anotações em papéis devem ser evitadas, uma vez que ao passar a limpo, tais informações podem ser perdidas ou não acontecerem em tempo hábil para atuação de uma possível pulverização em campo.

Softwares de gestão como o Aegro permitem a coleta de dados de maneira offline, em campo, facilitando o dia a dia das atividades.

7 – Deixar a análise dos resultados em segundo plano

Existem disponíveis no mercado algumas ferramentas tecnológicas que possibilitam que todos os dados sejam coletados e organizados em uma mesma central.

Relatórios financeiros possibilitam que os gestores avaliem se irão realizar novos investimentos no ano seguinte ou não. Ajudam ainda a planejar de maneira mais assertiva as atividades futuras.

Relatórios de máquinas e custos operacionais possibilitam reduções de custo e escolha por equipamentos mais eficientes para cada operação na fazenda.

Os mapas de produtividade, fertilidade dos solos, pragas e doenças indicam como manejar de forma diferenciada os insumos em cada talhão das fazendas.

A análise dos resultados é tão importante quanto a coleta correta dessas informações, uma vez que é a partir dela que se poderá ter sucesso ou não nas tomadas de decisões futuras.

Conclusão

Fazer uma boa gestão do agronegócio é fundamental no andamento do processo produtivo das fazendas.

Para que os gestores realizem seu trabalho da melhor maneira possível, é importante que os processos estejam documentados e organizados. Isso favorece a posterior análise e tomada de decisão.

Neste artigo, você viu como evitar alguns dos principais erros nessa gestão com a definição de processos claros e com o auxílio da tecnologia.

Lembre-se sempre que, com uma coleta correta dos dados, as tomadas de decisões tendem a ser mais eficientes!

Este artigo de gestão do agronegócio foi útil para você? Assine nossa newsletter e receba mais conteúdos direto em seu e-mail!

3 dicas para ter mais eficiência na colheita do feijão mecanizada

Colheita do feijão: entenda os principais passos para garantir uma colheita mais eficiente.

Existem diversas cultivares de feijão e cada região do país tem o seu preferido para colocar em cima do arroz… ou embaixo… (não vou entrar nessa discussão!).

Para chegar até a mesa do brasileiro, a colheita do feijão é um ponto crítico, tanto em termos de custo, como de eficiência do processo, pois determinadas características do feijoeiro podem dificultar o processo.

Separamos algumas dicas e pontos que devemos levar em conta para tornar a colheita do feijão mais eficiente e lucrativa. Confira comigo!

A planta de feijão e os tipos de colheita

A colheita de feijão pode ser realizada de três maneiras:

  •  colheita manual, onde se faz o arranquio, trilha e abanação das plantas manualmente, tornando o processo custoso e de baixa eficiência. 
  • sistema semimecanizado, o mais utilizado, emprega arranquio manual, mas a trilha e abanação são mecanizadas.
  • colheita mecanizada, em que todos os processos são feitos com máquinas.

O foco do texto será a colheita mecanizada, dada a maior eficiência e a dificuldade de se encontrar mão de obra para as operações manuais. 

A colheita mecanizada pode ser dividida em colheita indireta – onde são utilizadas uma máquina para arranquio e enleiramento, e outra para trilha, abanação e ensacamento; e direta – onde todas as operações são realizadas por uma única máquina, como ocorre com milho e soja, por exemplo. 

Contudo, algumas características da planta de feijão dificultam a adoção da colheita direta e o desenvolvimento de máquinas para este fim. 

O terreno também deve ser regular para que na hora da colheita não se “colha” solo junto e se perca qualidade.

Colheita do feijão: 3 dicas para ter mais eficiência 

1. Colha no ponto certo

A época ideal de colheita do feijão é logo após a maturidade fisiológica, estádio R9, como exemplifica a figura abaixo. 

Em termos práticos, um indicador de que se atingiu esse ponto é a mudança de coloração das vagens do feijão de verde para “cor de palha”.

infográfico com Fenologia do feijoeiro

Fenologia do feijoeiro
(Fonte: Coopertradição)

Pensando na produção de sementes, esse é o ponto de máxima qualidade fisiológica da semente, com máximo vigor e germinação. 

Passado esse ponto, maiores são os riscos de perdas de grãos e qualidade, além do ataque de pragas no grão como o caruncho.

A umidade das sementes deve estar em torno de 15% para colheita para evitar danos no processo e perdas após a colheita.

Para garantir a uniformidade das plantas na colheita é possível fazer o uso de dessecantes, já que muitas vezes a maturação é desuniforme. Isso também reduz as daninhas que infestam a área no momento da colheita. Outra opção é escolher cultivares mais uniformes para o plantio

As condições da lavoura e do ambiente no momento da colheita do feijão são críticas para a eficiência e os resultados do processo. 

Chuvas em excesso próximas à colheita são problemáticas para a entrada na área com o maquinário, mas também podem proporcionar que as sementes germinem ainda no pé.

2. Maquinário para colheita do feijão

No mercado, existem máquinas para a colheita de feijão de forma indireta e direta. Dada as dificuldades da realização da colheita direta, existem mais opções para colheita indireta. 

Como ocorre para milho e soja, por exemplo, uma única operação mecânica facilita o processo e reduz os gastos com a operação de colheita. Essa é uma das razões pela qual a colheita direta seria preferível.

fotos de ceifadora e enleiradora de feijão/recolhedora trilhadora para colheita indireta de feijão.

Ceifadora e enleiradora de feijão/recolhedora trilhadora para colheita indireta de feijão
(Fonte: Miac)

foto de Colhedora de feijão vermelha (colheita direta)

Colhedora de feijão (colheita direta)
(Fonte: Miack)

Para viabilizar a colheita mecânica direta é necessário escolher cultivares mais adequadas a este fim.

Aqui no blog nós já falamos em detalhes sobre “Como escolher a colheitadeira ideal para a sua lavoura”. Confira!

Manutenção de máquinas

Uma boa colheita do feijão passa primeiramente por um maquinário bem regulado e funcionando corretamente. O melhor funcionamento das máquinas precisa de manutenção constante e preventiva.

Não deixe para hora da colheita para arrumar, trocar as peças… você pode ficar na mão.

É claro que o dia a dia na propriedade rural é atarefado e temos que dar conta de várias tarefas. Por isso, devemos aproveitar quando as coisas estão mais tranquilas para cuidar dessas manutenções e do planejamento para a próxima safra.

Uma boa época para se fazer isso é na entressafra, onde há mais tempo disponível para essas atividades. Com isso, estaremos preparados para a hora em que o plantio e colheita chegarem. 

3. Escolha corretamente a cultivar/variedade 

Para viabilizar a colheita mecanizada é necessário considerar o hábito de crescimento ou arquitetura de planta. Isso porque as plantas que possuem arquitetura prostrada e vagens mais próximas ao solo inviabilizam a colheita direta, sendo necessárias duas operações. 

É importante considerar cultivares cuja altura de inserção da primeira vagem seja mais distante do solo e com maturação uniforme, reduzindo assim perdas de colheita e de qualidade.

A Embrapa Arroz e Feijão traz essas informações nos catálogos de cultivares de feijão, além de potencial produtivo, tamanho do ciclo e resistência a doenças, como mostra a figura abaixo.

Descrição das características de cultivar de feijão indicando a aptidão para cada tipo de colheita

Descrição das características de cultivar de feijão indicando a aptidão para cada tipo de colheita
(Fonte: Embrapa Arroz e Feijão)

Desse modo, é de extrema importância considerar a arquitetura da planta de feijão para se obter melhores resultados com a colheita mecanizada, especialmente se o objetivo for realizá-la em uma única operação. 

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Conclusão

Como pudemos acompanhar durante o texto, a colheita do feijão é um dos gargalos desse sistema produtivo. 

Dentre as possibilidades de colheita mecanizada do feijão, existe a colheita direta e a indireta.

Diferente de outras culturas, a colheita mecanizada do feijão é dificultada por aspectos da morfologia da própria planta, que dificulta o acesso às vagens e possibilita perdas de qualidade e de grãos.

Portanto, para se obter os melhores resultados na colheita do feijão é necessário escolher a cultivar adequada, colher no ponto certo e nas condições adequadas.

>> Leia mais: “Previsão para o preço do feijão: saiba quais são as expectativas

Qual a sua principal dificuldade na colheita do feijão? Conte nos comentários abaixo. Grande abraço!

Entenda como a fertirrigação pode aprimorar sua produção

Fertirrigação: tire suas dúvidas sobre as vantagens e desvantagens desse processo que permite dispensar maquinários para adubação da lavoura

O processo de adubação é fundamental para a lavoura. Afinal de contas, é assim que as plantas recebem mais nutrientes que vão permitir a elas expressar melhor todo potencial produtivo.

Ter uma adubação mais eficiente e que te permita dispensar maquinário – e até horas de mão de obra – parece interessante, não é verdade?

Neste artigo, vamos apresentar a fertirrigação, método prático que une adubação à irrigação da lavoura. Entenda quais as vantagens e as desvantagens desse processo para que você tome a melhor decisão em sua propriedade. Confira!

O que é fertirrigação?

Fertirrigação é uma técnica de adubação que consiste na aplicação conjunta do fertilizante com a água da irrigação, levando nutrientes ao solo. Essa prática permite maximizar e até mesmo economizar na utilização dos fertilizantes dentro do sistema produtivo. 

A melhor eficiência quanto à utilização dos fertilizantes se deve ao fato de ocorrer o fornecimento de nutrientes de forma gradual e na presença de água. Isso melhora a absorção pelas plantas e reduz as perdas (lixiviação/volatilização) que existem pelo método convencional.

Normalmente, essa prática é utilizada em sistemas de irrigação localizada e de alta frequência, como no gotejamento e no sistema de microaspersão

Existem relatos de utilização em sistema de irrigação convencional, mas a limitação é a não homogeneidade de aplicação dos fertilizantes. 

Vantagens da fertirrigação

A fertirrigação propicia uma melhora da eficiência na utilização de fertilizantes, mas também apresenta outra inúmeras vantagens como:

  1. maximização na utilização do sistema de irrigação;
  2. fertilizante aplicado na quantidade e momento exatos;
  3. redução da mão de obra para a aplicação da adubação;
  4. redução da compactação do solo (devido ao menor trânsito de veículos);
  5. uniformidade de distribuição de micronutrientes, o que é difícil no sistema convencional;
  6. tendência à produção de itens de melhor qualidade e com maior produtividade;
  7. redução de oscilações na concentração de nutriente (devido à sua distribuição gradual);
  8. possibilidade de aplicação de outros produtos como fungicidas e nematicidas;
  9. aplicação de fertilizantes e água em uma região onde está contida a maior quantidade de raízes, o que aumenta a eficiência do fertilizante e reduz os impactos ambientais.

Agora que você já conferiu as vantagens desse método, precisamos analisar os pontos negativos que ele pode trazer. Vamos falar melhor sobre isso a seguir.

Desvantagens de aplicar fertilizantes por irrigação

Uma característica importante – e que pesa muito no momento de decidir sobre a adoção ou não desse sistema, é o preço. É relativamente alto montar a infraestrutura inicial para a fertirrigação.

Além disso, destaco mais algumas “desvantagens” desse sistema e que requerem atenção, tais como:  

  • conhecimento técnico (pessoal treinado) para manejo, escolha dos adubos e dosagens; 
  • entupimento de gotejadores e/ou microaspersores;
  • pode provocar acidificação, lavagem de nutrientes e/ou salinização do solo, se mal planejado;
  • pode causar corrosão do sistema de irrigação.

Como você viu, existem algumas desvantagens dentro dessa prática, mas as vantagens são bastante expressivas.

Como implantar a fertirrigação na lavoura

Fertilizantes 

Os fertilizantes utilizados na técnica da fertirrigação devem ser bem estudados quanto à:

  • solubilidade
  • pureza
  • índice de salinidade
  • acidez
  • condutividade elétrica (CE)
  • concentração dos nutrientes
  • densidade
  • grau de compatibilidade entre fertilizantes

Na fertirrigação, é recomendada a utilização de fontes solúveis em água e que tenham resíduos insolúveis inferiores a 0,5%. 

Quanto à pureza, sempre é melhor optar por fontes puras, com a finalidade de redução das impurezas. 

A acidez da solução, assim como o do solo para a maioria das culturas, deve se situar entre 5,5 e 6. Acima disso, pode comprometer algumas misturas, como é o caso do cálcio e do fósforo em soluções com pH acima de 6,3. 

Assim, quando o pH da água for maior que 7,5, o cálcio e o magnésio podem-se acumular nos filtros, nas linhas laterais e nos emissores do sistema de irrigação

Quando estamos falando de CE da água de irrigação, após a adição da solução de fertilizantes, ela não deve apresentar valores superiores a 2,0 dS m-1. Sua pressão osmótica deve ficar entre 70 kPa e 100 kPa. 

Outro aspecto que requer importância é a compatibilidade das fontes entre si e entre os íons presentes na água. Algumas misturas podem resultar em precipitados que causam entupimento e diminuição das eficiência do sistema. 

Orientação para mistura de alguns fertilizantes com base na compatibilidade - fertirrigação

Orientação para mistura de alguns fertilizantes com base na compatibilidade
(Fonte: Embrapa)

Tipo de solo

Em geral, solo com a textura arenosa requer maior suplementação de nutrientes para o pleno desenvolvimento vegetal. 

Porém, ao adubar de forma convencional, há riscos de muitas perdas, principalmente, por lixiviação. 

Portanto, com a fertirrigação, esse cenário pode ser revertido, pois é uma técnica que visa suprir a planta de forma gradual e que ainda está associada à irrigação, duas estratégias que solucionam a problemática desse tipo de solo.

Qualidade da água 

Como dito anteriormente, a fertirrigação utiliza o sistema de irrigação, mais precisamente da água, para direcionar os nutrientes às plantas. 

E, dentro desse contexto, é preciso estar atento à qualidade da água, solvente carregador dos fertilizantes. 

A primeira atenção que se deve ter é quanto à presença de resíduos sólidos, pois eles podem causar entupimento de emissores. 

Em sistemas de irrigação tratados como localizados, outro grande problema é a presença de íons de ferro e manganês, além dos sólidos solúveis presentes na água

Além do entupimento dos emissores, pode haver também a obstrução da tubulação, causando perda de carga e de pressão. Essas condições reduzem a vazão das emissões, não disponibilizando a quantidade exata de água e nutriente que havia sido calculada. 

E como avaliar essa água

Bem, deve-se medir a condutividade elétrica (CE) da água com o intuito de saber a quantidade de sais totais presente no líquido. 

Além disso, é recomendada a realização da análise química e física da água, propiciando o conhecimento de quais são os sais presentes ali e de como está a sua água.

Características químicas e físicas que devem ser consideradas na água utilizada via fertirrização

Características químicas e físicas que devem ser consideradas na água utilizada via fertirrização
(Fonte: Embrapa)

planilha de controle dos custos com insumos Aegro, baixe grátis

Conclusão 

A fertirrigação é uma técnica que permite a otimização do recurso por meio do sistema de irrigação. 

Notamos que ela apresenta inúmeras vantagens quando adotada, mas que também apresenta pontos que devem ser bem refletidos para sua adoção, como é o caso do seu relativo investimento. 

Vimos que, para utilizar a fertirrigação, é preciso estar atento ao tipo de solo, condições da água e fertilizantes, tudo para propiciar o pleno desenvolvimento vegetal. 

>> Leia mais:

“Fertilização em excesso? Entenda os riscos da overfert e saiba como evitar que ela ocorra”

“Quando vale a pena investir em pivô central e quais os custos para sua fazenda? (+ planilha grátis)

Você utiliza a fertirrigação em sua propriedade? Consegue perceber diferença em sua lavoura? Divida sua experiência nos comentários!

Como é feita a fertirrigação?

A fertirrigação é uma técnica de adubação que consiste na aplicação conjunta do fertilizante com a água da irrigação, levando nutrientes ao solo. Essa prática permite maximizar e até mesmo economizar na utilização dos fertilizantes dentro do sistema produtivo.

Quais são os tipos de fertirrigação?

A prática da fertirrigação é utilizada em sistemas de irrigação localizada e de alta frequência, como gotejamento e no sistema de microaspersão. Existem relatos de utilização em sistema de irrigação convencional, mas a limitação é a não homogeneidade de aplicação dos fertilizantes. 

Quais as vantagens da fertirrigação?

A fertirrigação propicia uma melhora da eficiência na utilização de fertilizantes e também apresenta outra inúmeras vantagens como redução da compactação do solo, devido ao menor trânsito de máquinas na lavoura, e uniformidade na distribuição de micronutrientes.

7 fatores que influenciam o aumento da produtividade agrícola e como melhorá-los

Aumento da produtividade agrícola: o que você precisa saber para impulsionar os resultados da fazenda sem precisar de mais área cultivável

A produção agrícola é sempre um desafio. São muitos os aspectos e fenômenos incontroláveis, desde o clima que afeta diretamente a lavoura ao preço que o mercado oferece.

Aumentar a produtividade é fazer crescer a produção. Mas, por si só, ter uma produtividade elevada também não é sinônimo de eficiência.

Neste artigo, elenco 7 fatores que influenciam a produtividade agrícola e o que você pode fazer para melhorá-los em sua fazenda. Confira!

O que impacta o aumento da produtividade agrícola?

Pensar em produtividade é impossível sem falar em uma boa administração dos mais variados fatores que compõem o resultado da sua empresa rural

É preciso considerar não só a produtividade em si, mas o potencial de evolução da sua propriedade. 

Alguns pontos vão impactar bastante a produtividade a longo prazo como: solo, insumos, escolhas técnicas de manejo de plantas daninhas, escolha tecnológica, mão de obra e investimentos financeiros.

E na produção de commodities, na qual o mercado dita “o jogo”, você se torna um tomador de preço. Por isso, para ter lucratividade, é importante investir de forma assertiva e racionalizar os custos.

É preciso promover o máximo potencial da sua propriedade, tornando-a inteligente e o seu trabalho mais eficaz. 

A seguir, veja alguns fatores que impactam sua produtividade e o que fazer para que ela se torne maior em sua fazenda.

YouTube video player

1 – Manejo do solo

O objetivo com o manejo do solo é evitar que ele tenha compactação ou erosão e garantir que haja quantidades adequadas de matéria orgânica. 

Por isso, diagnosticá-lo faz toda a diferença! Fazer análises de solos periodicamente é essencial.

Com a análise em mãos, é possível identificar as correções necessárias de pH e fazer a melhor adubação de acordo com a cultura que será implantada e suas exigências. 

A prática de zonas de manejo, onde uma amostragem estratificada é tirada para diagnóstico das camadas do solo (0-10, 10-20 e 20-40 cm) é super importante também. Assim, você tem a possibilidade de analisar melhor o balanço nutricional da sua área.

As práticas conservacionistas são o melhor caminho para a qualidade do seu solo a longo prazo. O Sistema de Plantio Direto (SPD) é um investimento para que as melhores  características de um solo sejam mantidas. 

A compactação é um grande desafio nas lavouras. Utilizar arado ou subsoladores ajuda a resolver parte do problema, pois remove a compactação, mas também desfaz os agregados do solo. 

O melhor é investir em plantas de cobertura com sistema radicular mais agressivo, pois com isso você ainda adiciona matéria orgânica ao solo, favorecendo as ciclagens de nutrientes. 

Sem falar que estamos avançando muito nas análises biológicas do solo, como o exame de bioanálise desenvolvido pela Embrapa. 

Aqui também temos uma tabela para cálculo de calagem que pode te ajudar. Aproveite para baixar clicando na imagem abaixo!

2 – Qualidade da semente

O objetivo ao implantar uma lavoura é que, após o plantio, a germinação seja sempre bem estabelecida e uniforme, na qual possamos confiar no potencial produtivo. 

Uma semente de qualidade vai determinar seu potencial de desempenho a campo.

E o que é uma semente de qualidade? Uma das primeiras coisas que recomendo para avaliar a semente é considerar seus atributos físicos como danos mecânicos, de insetos e o tamanho da semente padrão para facilitar o plantio. 

Os atributos sanitários também são muito importantes, pois as sementes são um dos principais meios de disseminação de doenças, principalmente em novas áreas. 

É fundamental utilizar sementes certificadas, por isso, sempre confira o boletim da semente. 

Você pode salvar a sua própria semente para uso exclusivo na sua propriedade – mas também é super importante testá-la. 

Para ter uma ideia de como será o desempenho da semente a campo, sempre utilize canteiro de teste. Se possível, teste até o tratamento de semente que irá utilizar com essas sementes do canteiro.

Lembrando que somente com condições adequadas de solo, nutrição, bom tratamento da semente e sem competição com plantas daninhas, ela poderá expressar seu máximo potencial produtivo.

3 – MIP e controle biológico 

Falar de MIP (Manejo Integrado de Pragas) é falar de monitoramento constante das área, porque muitas populações de insetos só são percebidas no momento em que causam perdas. 

Fazer um bom levantamento da área e depois utilizar várias técnicas para manter as populações abaixo do nível de dano econômico é o objetivo do MIP. 

Dentre as diferentes práticas, o controle biológico pode ajudar muito no resultado produtivo da sua propriedade.

Alguns exemplos são o uso de insetos predadores vivos, nematoides entomopatogênicos, patógenos microbianos, controle comportamentais com o uso de substâncias hormonais ou armadilhas atraentes para suprimir populações de diferentes insetos-praga. Experimente alguma em sua propriedade!

Primeiro porque você vai notar diferença na forma como o sistema reage e, se bem feito, verá que ele contribui para o nível de equilíbrio (NE) da lavoura. 

Segundo porque começará a ver outras possibilidades de manejo, rotacionando e posicionando os produtos químicos de forma diferente na lavoura e, consequentemente, diminuindo seu uso.

4 – Manejo de plantas daninhas

As plantas daninhas são super adaptáveis às condições edafoclimáticas e têm muita facilidade na sobrevivência e dispersão. O segredo delas é que, dentro de uma mesma população, possuem variações genéticas. 

O objetivo é prevenir e controlar as plantas daninhas nas lavouras. Por isso, é preciso identificar quais as principais invasoras da área e conhecer suas características mínimas. 

E o mapeamento das plantas daninhas é uma ótima opção a ser realizada neste caso. Falamos aqui no blog sobre o assunto no artigo “Tudo o que você precisa saber sobre mapeamento de plantas daninhas”.

Mas o básico de monitoramento convencional já faz toda a diferença. Para ajudar neste trabalho, você pode contar com alguns aplicativos para identificação de invasoras, inclusive.

Para manejo, a melhor opção é fazê-lo de forma integrada. Rotacione herbicidas em conjunto com rotação de culturas, utilize sementes certificadas e efetue a limpeza dos equipamentos também. 

Outra opção recomendada é fazer o controle não químico das plantas daninhas.

5 – Mecanização da propriedade e Agricultura de Precisão 

A mecanização agrícola traz grandes contribuições para aumento da produtividade agrícola. Além disso, é uma importante aliada na eficiência de aplicação e economia de produtos, além da possibilidade de manejar áreas maiores. 

Uma das coisas que mais aprendi na fazenda é que tratores, implementos, colheitadeiras e semeadoras bem reguladas e limpas são um investimento de tempo super necessário e importante.

Se possível, padronize as marcas dos seus implementos também. Em médio e longo prazos, isso pode facilitar muito suas manutenções. 

Quanto à Agricultura de Precisão, ela é uma das ferramentas mais avançadas para ajudar a potencializar a sua produtividade. 

Se você ainda não tem um projeto implantado, comece a usar seu próprio GPS para marcar onde fez as coletas do solo, onde tirou uma amostra da lavoura, onde identificou plantas daninhas e população de insetos. Seu próprio celular te ajuda nisso.

Não tenho dúvidas de que, quanto mais informações coletar das áreas, maiores serão as implicações diretas no diagnóstico e desempenho da produção.

E já que estamos falando em mecanização da propriedade, separei aqui uma ferramenta que vai te ajudar a calcular o custo operacional da frota da sua fazenda. Clique na imagem abaixo para acessar!

6 – Gestão agrícola para aumento da produtividade

A produção elevada, por si só, não indica boa produtividade de uma fazenda. É preciso ter uma visão sistêmica e global da propriedade – o que é possível com gestão agrícola.

Um dos primeiros e fundamentais passos para isso é ter uma boa organização dos dados da fazenda. E isso se torna mais fácil e prático com ajuda de um software de gestão agrícola como o Aegro, por exemplo. 

Com a organização das informações, você consegue ter mais controle da sua produção, saber quais talhões foram mais produtivos e quais áreas trouxeram mais rentabilidade.

Isso te ajuda a tomar decisões certeiras, sabendo onde investir ou reorganizar seu planejamento financeiro e operacional.

Invista mais seu tempo em analisar informação e entender as causas do que acontece na fazenda, em vez de somente reagir aos problemas. E a entressafra é um bom momento para começar a fazer isso!

O importante é realizar de forma qualificada a coleta dos dados, para poder confiar nas informações e no que está planejando fazer. 

Não dá para fazer gestão da propriedade somente olhando o saldo na conta bancária. Você precisa entender se está tendo retorno do investimento. Organizar o gerenciamento das informações aumenta a precisão da suas decisões!

7 – Equipe e conhecimento

Não tem como falar em aumento da produtividade agrícola sem pensar na gestão das pessoas envolvidas nisso – seja você e sua família ou uma equipe de funcionários.

Serviço é algo que nunca falta em uma propriedade: sempre tem o que se fazer! Nesses últimos dois anos, tenho trabalhado com gestão de granjas e posso dizer, sem dúvidas, que garantir um tempo para investir na sua equipe faz toda diferença!

Insira no planejamento um tempo para alinhamento e formação do seu pessoal. Organize a “casa” de forma que as informações possam chegar às pessoas certas no momento certo para atuarem. Faça divisão do time, reuniões de alinhamento. 

Na fazenda onde trabalhei, a reunião no café da manhã com a equipe que entraria no turno fazia toda a diferença. Quando ela não ocorria por algum motivo, usávamos o rádio o dia todo para colocar as coisas no lugar. 

Você pode pensar: “nossa, como vou conseguir incentivar minha equipe se tenho tanta coisa para resolver na propriedade?”… Mas, aí é o ponto! Você pode e deve investir também em si mesmo para se desenvolver como líder e ajudar a equipe. 

Além disso, é preciso investir em conhecimento da agronomia em si. Conheça e garanta que sua equipe tenha entendimento da cultura que está sendo implantada, de plantas daninhas, realização de manejos, etc.

Coloque tudo isso dentro de um cronograma e orçamento. Recomendo filtrar e escolher iniciar com algumas ferramentas digitais que podem fazer toda diferença na sua rotina na propriedade.

Já falamos aqui no blog sobre a como a agricultura 4.0 pode ajudar na rotina da sua propriedade. Confira: é simples e, ao mesmo tempo, fantástico!

Conclusão

Aumentar a produtividade de forma eficiente é possível. 

Certifique-se de acertar o básico como ter uma boa gestão agrícola, fazer a análise de solo, utilizar semente de qualidade, fazer o manejo integrado e ter um time entusiasmado!

A tecnologia também pode contribuir muito com tudo isso e, futuramente, haverá ainda mais oportunidades de melhorias na produção, com manejos mais inteligentes, sustentáveis e eficazes.

Espero que, considerando bem esses pontos apresentados aqui, você consiga ter uma ótima safra. 

O que você tem feito para alcançar o aumento da produtividade agrícola? Restou alguma dúvida sobre os pontos tratados no artigo? Deixe seu comentário abaixo!

Tudo o que você precisa saber sobre lastragem de tratores agrícolas

Lastragem de tratores agrícolas: entenda os benefícios e as desvantagens desse tipo de procedimento e como fazer em sua frota

Os tratores agrícolas facilitam o trabalho e melhoram as condições do campo para os cultivos agrícolas.

Apesar de extremamente versáteis e robustos, os tratores são constituídos por diversos componentes e sistemas complexos que demandam muito cuidado e manutenção.

Para executar as tarefas com sucesso e com a maior eficiência possível, a regulagem e manutenção periódica dos tratores são essenciais.

Dentre os principais pontos de regulagem, podemos citar a lastragem, que garante a aderência dos rodados ao solo proporcionando uma tração eficiente.

Mas afinal, o que é a lastragem e como isso pode te ajudar? Se você ficou curioso, confira a seguir!

O que é a lastragem?

A lastragem, por definição, é um procedimento de adequação, cujo objetivo é aumentar equilibradamente a massa dos tratores agrícolas.

Você pode estar se perguntando: “Mas qual a vantagem de aumentar a massa dos meus tratores?” 

Bom, o aumento da massa dos tratores garante maior aderência dos rodados com o solo, dessa forma proporcionando aumento da capacidade de tração e estabilidade

Existem dois tipos de lastragem: a líquida e a sólida.

Lastragem líquida

A lastragem líquida consiste no uso de água, em alguns casos com aditivos, como lastro.

Para realizá-la, a água deve ser adicionada nos pneus dos tratores, de acordo com a recomendação dos fabricantes.

Recomenda-se que a lastragem com água nunca exceda 75% da capacidade do pneu, para pneus diagonais, e no máximo 40% para pneus radiais.

Colocar mais água do que o recomendado pode limitar demais o ar dentro do pneu, o que pode causar enrijecimento e outros danos ao mesmo.

A posição do bico indica a quantidade de água sendo introduzida nos pneus. Confira no esquema a seguir:

ilustração que representa a lastragem líquida em um pneu com porcentagens de 25 a 75%

A posição do bico (em vermelho) indica o volume do pneu ocupada pelo lastro (em porcentagem)
(Fonte: adaptado da aula do Prof. Dr. Carlos Furlani)

Lastragem sólida

A lastragem sólida utiliza discos ou placas metálicas como lastro. 

Esses discos ou placas metálicas são fixados, respectivamente, nas rodas ou montados na dianteira dos tratores agrícolas. Confira na imagem a seguir:

quatro fotos com diferentes tipos de lastragem sólida, com discos e placas metálicas em tratores agrícolas

Diferentes tipos de lastragem sólida, com discos e placas metálicas em tratores agrícolas
(Fonte: Leonardo de Almeida Monteiro, 2017)

A lastragem ajuda na correção de problemas de patinagem, que é o deslizamento decorrente da transmissão da força das rodas traseiras para o solo.

A patinagem zero ou em níveis acima de 20% são problemas comuns e recorrentes no campo.

A primeira pois indica que o trator está trabalhando com carga excessiva, podendo causar ou agravar problemas de compactação de solo.

Por outro lado, a patinagem excessiva, resulta em perda de velocidade e potência, bem como maior consumo de combustível e menor eficiência.

Portanto, podemos dizer que a lastragem traz melhorias em termos de rendimento operacional.

Como deve ser feita?

Na hora de fazer a lastragem é muito importante prestar atenção em todos os detalhes para que ela seja feita da forma correta.

Para isso, precisamos lembrar que ela deve ser realizada em função do tipo de tração (4×2, 4×2 TDA ou 4×4) e da velocidade de deslocamento que vamos utilizar na operação.

Com base nisso, obtemos a relação peso/potência e podemos realizar o cálculo da quantidade de lastro necessário.

tabela com relação peso/potência de acordo com a carga de trabalho e velocidade de avanço

Relação peso/potência de acordo com a carga de trabalho e velocidade de avanço
(Fonte: adaptado de Titan e Schlosser)

Uma vez determinado o peso necessário para realizar a lastragem, outro ponto essencial é trabalhar corretamente a distribuição dos pesos nos eixos traseiro e dianteiro.

Na tabela a seguir você pode ver como deve ser realizada a distribuição dos pesos nos tratores, com base no tipo do trator e do acoplamento.

tabela com distribuição do peso no trator com base no tipo do trator e implemento utilizado

Distribuição do peso no trator com base no tipo do trator e implemento utilizado
(Fonte: Hanna, Harmon e Petersen, 2010)

É importante lembrar que todos esses cálculos buscam manter a patinagem entre 6% e 15%, valores que garantem o equilíbrio operacional dos tratores.

Para verificar se está correta, você pode analisar as marcas deixadas pelos rodados dos tratores na terra.

Você pode se deparar com três situações:

  1. marcas dos rodados pouco definidas → Lastragem insuficiente;
  2. marcas dos rodados estão evidentes e bem definidas → Lastragem excessiva;
  3. marcas com deslizamento no centro e bordas externas definidas → Lastragem correta.

Confira na imagem a seguir!

fotos com diferentes marcas deixadas pelos rodados dos tratores, da esquerda para a direita, lastro insuficiente, excessivo e ideal

Diferentes marcas deixadas pelos rodados dos tratores, da esquerda para a direita, lastro insuficiente, excessivo e ideal
(Fonte: Leonardo de Almeida Monteiro, 2017)

Benefícios da lastragem

Quando realizada da forma correta, o cálculo e uso dos lastros nos tratores pode trazer inúmeros benefícios, como:

  • aumento da vida útil dos pneus;
  • redução da perda de tração e patinagem;
  • aumento do equilíbrio operacional;
  • redução do consumo de combustível.

Quais os prejuízos de uma lastragem mal feita?

Se feita da forma errada, a lastragem pode trazer prejuízos ao produtor e até mesmo para a lavoura.

Já se ela for insuficiente para a operação, haverá patinagem excessiva dos rodados, diminuindo a potência disponível para o tracionamento do implemento.

Se o erro não for identificado e corrigido, pode causar desgastes da banda de rodagem e, além disso, aumentará o consumo de combustível dos tratores.

Por outro lado, a lastragem excessiva pode aumentar a compactação do solo ou ainda sobrecarregar o eixo de tração, também causando desgastes nos pneus.

banner planilha combustíveis

Conclusão

Os tratores agrícolas são ferramentas essenciais para as lavouras brasileiras, são versáteis e robustos, auxiliando a produção rural.

A correta realização da lastragem nos tratores garante melhor equilíbrio operacional para as mais diversas operações.

Com bom equilíbrio operacional, garantimos sucesso das operações nas lavouras com economia e riscos de compactação reduzidos!

>> Leia mais:

Máquinas agrícolas: como gerenciá-las

Telemetria na agricultura: como ela melhora a gestão das máquinas na sua fazenda

Você já sabia tudo sobre como fazer a lastragem dos tratores? Conte nos comentários!

Como ter mais eficiência operacional na colheita mecanizada do arroz

Colheita mecanizada do arroz: veja os pontos que merecem atenção na regulagem e manutenção das máquinas para evitar perdas de grãos

A colheita é uma etapa fundamental para garantir a rentabilidade da lavoura de arroz.

Colheitas bem realizadas podem manter a integridade e qualidade dos grãos, agregando maior valor final recebido nessa cultura.

Existe uma infinidade de máquinas e tipos de colheita utilizados para a rizicultura. Neste artigo, falarei sobre as colheitas mecanizadas e semimecanizadas de arroz, regulagens e pontos de atenção que você deve ter antes de iniciar esse processo na lavoura. Acompanhe!

Métodos de colheita do arroz

Os métodos de colheita podem ser segmentados em manuais, semi mecanizados e mecanizados. Vou explicar melhor cada uma delas:

Manuais

As etapas de corte, recolhimento e trilha são realizados manualmente e, dependendo do números de funcionários envolvidos na colheita, o rendimento operacional pode ser baixo.

Em pequenas lavouras, o rendimento da colheita manual chega a 10 dias para colheita de 1 hectare por funcionário.

O corte é quase sempre realizado com cutelos e os feixes amontoados transversalmente para facilitar o recolhimento. 

Após coletar os feixes, são diferidos golpes nas panículas para que ocorra o desprendimento dos grãos.

Semimecanizados

As etapas de corte e recolhimento são geralmente realizados manualmente e a operação de trilha é realizada com o auxílio de máquinas.

O rendimento operacional é geralmente maior, uma vez que se utilizam trilhadoras estacionárias.

Mecanizados

Todas as etapas de corte, recolhimento e trilha são realizadas com o auxílio de uma colhedora.

No mercado existem máquinas denominadas ceifadoras, trilhadoras e as colhedoras. Sobre elas, vou falar a seguir.

Quais máquinas utilizar na colheita mecanizada de arroz

Ceifadoras

As ceifadoras são mais utilizadas em pequenas lavouras de arroz. São máquinas montadas sobre duas rodas, com a presença de um motor, barra de corte e molinete. 

Algumas ceifadoras presentes no mercado possuem depósitos para plantas colhidas, que são descarregadas em leira ou de maneira intermitente em campo.  

Trilhadoras

As trilhadoras são máquinas responsáveis por separar os grãos das panículas de arroz. 

Os modelos de trilhadoras no mercado podem apresentar: cilindro trilhador de dentes de impacto, barras de fricção ou de fluxo axial.

Essas máquinas podem ser acionadas pela TDP do trator ou por motores estacionários. Podem ser abastecidas de maneira contínua ou intermitente com fluxo de arroz colhido e, em casos mais simples, serem acionadas por pedal.

foto de agricultor em trilhadora de arroz

(Fonte: Ruraltins)

As trilhadoras são excelentes opções para fazendas menores. Se operadas corretamente, podem propiciar bons rendimentos operacionais e boa qualidade do produto final.

Os rendimentos operacionais variam de acordo com cada máquina e modelo de equipamento. 

Atualmente existem trilhadoras com rendimentos de mais de 2.400 kg/h de arroz em casca.

Colhedoras

As colhedoras possuem em uma mesma máquina os sistemas de corte, recolhimento, trilha, separação, limpeza e armazenamento.

Essas máquinas podem apresentar pneus arrozeiros, esteiras ou pneus duplados para facilitar o tráfego e reduzir a compactação em terrenos alagados, por exemplo.

As colhedoras podem ser automotrizes ou montadas e acionadas com o auxílio de um trator.

Partes constituintes de uma colhedora de arroz:

  • plataforma de corte
  • molinete
  • condutor helicoidal ou caracol
  • cilindro degranador
  • côncavo
  • batedores
  • saca palhas ou rotor
  • peneiras: superior e inferior
  • ventilador
  • condutores helicoidais
  • tanque graneleiro
foto de colheitadeira CR 7.90 arrozeira - colheita mecanizada do arroz

Colheitadeira CR 7.90 arrozeira
(Fonte: Cultivar)

As colhedoras realizam todas as operações na mesma máquina, iniciando no corte das plantas de arroz, mecanismos de trilha, cilindro degranador, côncavo e batedores, até chegar ao saca palhas, peneiras e ventilador, para retirar o resto de impurezas, e condutores para levar os grãos até o tanque graneleiro.

Perdas na cultura do arroz

As perdas na cultura do arroz podem acontecer antes e durante a colheita.

As perdas antes da colheita devem ser evitadas com o manejo adequado da cultura e são:

  • degrana natural
  • acamamento
  • ataques de pássaros
  • excesso de umidade
  • excesso de ventos
  • doenças e pragas

As perdas durante a colheita são:

  • impacto da plataforma nas panículas
  • velocidade inadequada do molinete
  • calibrações inadequadas no cilindro trilhador
  • erros de calibração do saca palhas
  • peneiras com espaçamentos inadequados
  • presença de plantas daninhas

O impacto da plataforma de corte e a velocidade inadequada do molinete provoca degrana da cultivar no momento da colheita e desprendimento prematuro dos grãos.

Calibrações inadequadas no espaçamento do cilindro e do côncavo também resultam em trilhas ineficientes, comprometendo a qualidade final dos grãos, com danos mecânicos ou grãos presos nas panículas.

Como evitar as perdas na colheita 

A colheita no tempo ideal é fundamental para assegurar maior produtividade.

Colheita com grãos muito úmidos pode acarretar grãos imaturos, gessados e mal formados, que irão se quebrar no beneficiamento, descasque e polimento do arroz.

Colheita com grãos muito secos também não é ideal, pois pode ocorrer maior perda natural por degrana e quebra dos grãos no beneficiamento, perdendo qualidade do produto.

É ideal evitar a colheita do arroz pela manhã ou com os grãos umedecidos pelo orvalho. Se ocorrer uma chuva, o ideal é esperar que o arroz seque para iniciar a colheita.

Na maioria das cultivares, a umidade ideal deve estar entre 18% e 23% para colheita.

Na falta de aparelhos para mensurar os teores de umidade, você pode olhar a cor da casca e considerar ideal quando dois terços dos grãos ainda estiverem maduros.

Outra opção é apertar os grãos: se amassar, ainda está imaturo. Se quebrar, já estão aptos para a colheita.

Como aumentar a eficiência operacional na colheita mecanizada do arroz

Para aumentar a eficiência operacional e evitar perdas, a regulagem da colhedora é um fator crucial no manejo em campo.

O arroz é uma cultura que apresenta grandes perdas quando comparado à soja, feijão ou milho. Parte destas perdas ocorrem na colheita, armazenamento e outras também no processamento.

A regulagem deve ser realizada principalmente nas partes internas e externas das máquinas, dando maior atenção às plataformas de corte das máquinas, velocidade do molinete, regulagem do cilindro batedor, saca palhas e peneiras.

Veja os pontos que merecem atenção na regulagem e manutenção das colhedoras:

  • navalhas quebradas da barra de corte
  • peças e rotação do molinete
  • velocidade do cilindro batedor
  • espaço do cilindro degranador
  • peneiras superior e inferior
  • velocidade e fluxo de ar
  • tubos e condutores helicoidais

Regulagem da velocidade

A velocidade do molinete deve ser ajustada de acordo com o porte da cultura a ser colhida, devendo ser suficiente para puxar as plantas para o interior da máquina, podendo ser até 25% superior à velocidade de deslocamento da máquina.

A relação da velocidade do molinete e de deslocamento da máquina não deve ser superior a 1,25, uma vez que cerca de 70% das perdas na cultura o arroz ocorrem devido à má regulagem na plataforma de corte e velocidade do molinete.

Operações realizadas com velocidades excessivas podem provocar desgaste prematuro de peças da colhedora e maior perda na colheita.

Quanto à velocidade do cilindro batedor, ela pode variar conforme a umidade dos grãos, mas deve ser entre 20 a 25 m/s e a velocidade rotacional de cerca de 500 a 700 rotações por minuto, com intuito de separar 90% dos grãos da palhada segundo a Embrapa.

Em lavouras acamadas, a velocidade de operação da colhedora deve ser reduzida. O molinete precisa ser regulado com menor altura e mais avançado em relação à barra de corte para melhor recolhimento das plantas em campo.

A colheita, nesses casos, deve seguir o sentido do acamamento. Mesmo que haja redução no rendimento operacional, será mais eficiente.

No mecanismo de trilha, o cilindro trilhador deve operar com velocidades entre 16 ms-1 e 25 ms-1. A abertura entre o cilindro e o côncavo deve ser ajustada com intuito de minimizar o descascamento dos grãos.

A regulagem correta nos sistemas de separação e limpeza é muito importante para garantir a qualidade do produto final e reduzir perdas na colheita e processamento.

Acompanhamento das atividades em campo

Atualmente existem softwares de gestão que permitem analisar os dados de campo e gerar relatórios personalizados para otimizar o manejo.

Com o Aegro, por exemplo, você planeja o uso das máquinas nas atividades agrícolas e tem um controle detalhado de eficiência operacional. Veja com clareza o total de horas trabalhadas pela máquina, a área percorrida durante a operação e o seu consumo. 

Você ainda pode definir alertas periódicos de manutenção para a regulagem ou troca de peças, a fim de garantir o máximo desempenho dos equipamentos na lavoura.

Na época da colheita, você registra a produtividade dos talhões pelo celular, mesmo sem internet. Também é possível registrar as cargas de colheita, direcionando os romaneios para as unidades de armazenamento.

A partir deste controle, o Aegro te entrega indicadores precisos sobre a rentabilidade da safra. Avalie quais áreas da plantação custaram mais e quais apresentaram os melhores resultados.

Assim, fica mais fácil de entender quais métodos e máquinas foram mais efetivos na sua colheita do arroz. 

O que acha de gerenciar a sua colheita com ajuda do Aegro? Peça aqui uma demonstração gratuita do software!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Conclusão

As colhedoras de arroz auxiliam os produtores a obter maior rendimento operacional.

Fazendas de menor porte podem optar por ceifadoras e trilhadoras estacionárias, que possuem ótimos custos-benefícios.

O acompanhamento dos dados das máquinas e das operações possibilita melhorias no manejo e otimização das atividades em campo.

A regulagem correta das colhedoras é fundamental para assegurar maior qualidade do grão e pode ser a diferença entre o sucesso ou fracasso da sua lavoura de arroz.