Passo a passo para emitir nota fiscal de produtor no PR

Nota fiscal de produtor rural no PR: saiba qual é o modelo exigido, como cancelar a nota e muito mais!

Se você é produtor ou produtora no Paraná, precisa ficar de olho nas exigências de nota fiscal eletrônica no seu estado.

A NFP-e (nota fiscal de produtor eletrônica) é emitida pela Sefaz/PR (Secretaria da Fazenda do Paraná), no Portal da Receita/PR. 

A nota fiscal eletrônica possui as mesmas atribuições da Nota Fiscal de Produtor, em papel, modelo 4. Neste artigo, você vai conhecer o que é preciso fazer para começar a emitir NFP-e.

Como emitir a nota fiscal de produtor rural no PR?

A Nota Fiscal de Produtor Eletrônica (NFP-e), modelo 55, é um documento que armazenado digitalmente.  Ela documenta operações de circulação de mercadorias feitas por produtores rurais.

No estado do Paraná, a obrigatoriedade da emissão da NFP-e, em operações interestaduais e de exportação, entrou em vigor em 2021. A regra é válida para produtores com faturamento anual superior a R$ 200 mil. 

A partir de 2022, a medida será válida para todos os produtores, independente do faturamento.

Nas operações internas, isto é, dentro do estado, o produtor pode emitir tanto a NFP-e quanto a NF modelo 4, em papel. Agora, veja o passo a passo para emitir a sua NFP-e.

1º passo: Cadastro no Cad/Pro 

Antes de solicitar acesso ao portal Receita/PR para emitir a NFP-e, você deve ter cadastro no Cad/Pro (Cadastro de Produtores Rurais do Paraná). 

Devem ter inscrição no Cad/Pro produtores pessoa física ou jurídica que pretendam realizar operações de circulação de mercadorias

Ao realizar a inscrição, cada propriedade rural recebe um Número de Inscrição Estadual.

A inscrição no Cad/Pro deve ser solicitada na prefeitura do município em que você exerce sua atividade. 

Se você já tem cadastro, é importante mantê-lo atualizado. Afinal, só será possível emitir a NFP-e com cadastro ativo e atualizado.

2º passo: Cadastro na Receita/PR

Para emitir a NFP-e, é preciso ter cadastro no Receita/PR. Para solicitar, é preciso preencher o Formulário de Cadastro. Após preencher as informações, você receberá um e-mail com a confirmação dos dados.

Em seguida, será gerado o Termo de Adesão. Este termo deve ser assinado com assinatura digital (e-CPF) ou com assinatura com firma reconhecida em cartório.

Com o e-CPF, a homologação do Termo é automática. Depois disso, será possível acessar o sistema da Receita imediatamente. 

Com a assinatura com firma reconhecida, o documento deve ser enviado digitalizado (e-Protocolo) ou pelos Correios. 

O prazo para a homologação é de 5 dias úteis, quando será enviado e-mail de confirmação com a senha inicial de utilização do sistema.

Todo esse processo é realizado de forma gratuita.

O não envio do Termo de Adesão no prazo de 30 dias implica em rejeição automática da solicitação de cadastro.

3º passo: Acessar portal Receita/PR

Após realizar o cadastro, você poderá entrar no site da Secretaria da Fazenda. Em seguida, clique na área restrita e em selecionar Receita/PR.

Print da tela do site Portal Receita/PR. Duas setas indicam a área de acesso restrito e de receitas.

Acesso ao Portal Receita/PR

(Fonte: Secretaria da Fazenda PR)

Depois disso, você entrará no portal da Receita/PR, onde será solicitado o usuário (CPF) e a senha

Nesta página, ainda tem a opção de acessar com Certificado Digital, como e-CPF e e-CNPJ.

Tela do site da receita. Na tela, há campos para preencher com usuário (cpf) e senha.

Área de Acesso ao Portal Receita/PR

(Fonte: Receita Estadual)

Ao entrar no sistema, ele verificará se você está com inscrição ativa de produtor rural no Cad/Pro. 

Não será possível emitir a NFP-e se:

  • você não tiver cadastro;
  • existirem pendências de pagamento de guias de recolhimento;
  • cadastro irregular.

O portal também possibilita simular a emissão da NFP-e com a função NFP-e Testes

Essa função te ajuda a se adaptar ao sistema, pois faz todo o processo sem gerar documento fiscal. 

4º passo: Emissão da NFP-e

No Sistema de Emissão da NFP-e, você deverá preencher dados sobre seu estabelecimento, do destinatário, de seu produto e de transporte

São 7 abas até obter o preenchimento total na NFP-e.

Tela com as abas para preencher: emitente, destinatário, identificação da nota, produtos, transporte, resumo e processamento

Etapas de preenchimento da NFP-e

(Fonte: Sped Paraná)

Na etapa de identificação da nota, informe a natureza da operação, tipo de nota, data e hora de entrada ou saída. 

Tenha muito cuidado no preenchimento dessa aba, pois as informações influenciarão diretamente no valor do ICMS que será pago.  

Na aba resumo, aparecerão todos os dados que foram informados. 

Verifique se as informações estão corretas. Se algum dado estiver incorreto, é possível corrigir.

Após confirmar os dados, clique em emitir. O sistema mostrará uma caixa de confirmação. Assim, se você desejar emitir a NFP-e, aperte sim para a nota ser autorizada.

Foto da notificação de confirmação de nota fiscal eletrônica

Confirmação de Emissão da NFP-e

(Fonte: Sped Paraná)

Após confirmar, a nota pode ser:

  • Autorizada: o processo de emissão ocorreu corretamente;
  • Não autorizada: quando todos os dados foram preenchidos mas você clicou em “Não”. Nesse caso, a nota ser autorizada depois;
  • Rejeitada: o problema pode ser causado por dados da NFP-e que devem ser corrigidos. A numeração dessa NFP-e ainda poderá ser utilizada;
  • Denegada: acontece se você estiver em situação cadastral como cancelado ou paralisado. O número dessa NFP-e não poderá mais ser utilizado.

Com a NFP-e autorizada, na aba processamento, você terá acesso às informações da chave de acesso, protocolo e data de autorização. 

Nesse momento, será possível imprimir a NFP-e ou a Danfe.

Aba de processamento no site da receita, com opções de imprimir o Danfe e nova NFP-e

NFP-e autorizada

(Fonte: Sped Paraná)

Como o Aegro pode facilitar a emissão da NFP-e

No PR, você pode emitir a NFP-e pelo próprio sistema da Secretaria da Fazenda, o Receita/PR. 

Entretanto, obter um software de gestão rural como o Aegro, pode facilitar e agilizar o processo de emissão e transmissão da NFP-e.

Com o sistema agrícola, você pode emitir notas fiscais eletrônicas de saída de modo simples e intuitivo a partir do certificado do tipo A-1, inclusive com múltiplas inscrições estaduais e e-CPFs.

Após ser gerado o arquivo XML, o Aegro também enviará a nota para o destinatário, já facilitando e automatizando esta etapa.

Além disso, você vai poder integrar as informações das notas com o controle de vendas e do financeiro.

Isso evita o retrabalho de digitar novamente as informações de venda e também manterá os dados corretos de quantidades, produção agrícola em estoque, preços, taxas e outros.

emissão de nota fiscal eletrônica pelo Aegro

Exemplo de emissão de nota fiscal pelo Aegro: simples e seguro

Cancelamento da NFP-e

Você poderá solicitar o cancelamento da NFP-e no portal Receita/PR. A NFP-e poderá ser cancelada em até 168 horas a partir do momento em que foi autorizada.

Uma vez que a NFP-e for cancelada, ela não poderá mais ser reativada.

Conclusão

Agora você já sabe quais são os procedimentos necessários para emitir a NFP-e no estado do Paraná.

A emissão é obrigatória nas operações de mercadorias dos produtores rurais. O processo de emissão pode ser feito todo pela internet de forma gratuita.

Fique de olho nas operações no portal da Receita, e tome cuidado para não inserir informações erradas. Assim, você garantirá que a emissão da nota aconteça sem problemas!

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Imposto de renda para produtor rural: Leis e normas para ficar atento

Livro Caixa Digital do Produtor Rural LCDPR: Saiba tudo agora!

Nota fiscal de produtor rural no MS: guia rápido para emitir a sua

E você, já emite nota fiscal de produtor no PR? Já teve ou tem alguma dificuldade no processo de emissão? Adoraria ler seu comentário!

Nota fiscal produtor rural MG: passo a passo de como emitir

Nota fiscal produtor rural MG: conheça os requisitos da emissão e veja orientações para não errar nesse processo

Em Minas Gerais, os produtores rurais não precisam mais utilizar o talão de nota fiscal de produtor rural, no modelo 4. O Governo Estadual de MG disponibilizou, desde abril de 2020, a emissão de notas fiscais para produtores rurais mineiros. 

Isso é feito através do Siare (Sistema Integrado de Administração da Receita Estadual), facilitando a comercialização agrícola e transporte de produtos. Ainda, é possível fazer a emissão das notas através de softwares, como você verá ao longo do texto.

Embora a NF-e tenha vindo para facilitar a vida do produtor rural, é necessário seguir um roteiro para emiti-la corretamente. Neste artigo, veja onde emitir a nota fiscal de produtor rural em MG e veja outras recomendações. Boa leitura!

Requisitos para emitir Nota Fiscal Avulsa (MG)

É importantíssimo lembrar quem pode emitir nota fiscal avulsa MG. Estão aptos a emitir essa nota produtores rurais pessoa física diretamente através do Siare. 

Sindicatos, cooperativas e associações também podem emitir nota fiscal avulsa eletrônica. Porém, desde que tenham prévia autorização do produtor rural para aquela entidade.

Saiba emitir sua nota fiscal produtor rural MG e evitar recusas e problemas
Confira abaixo como emitir nota fiscal produtor rural MG para evitar recusas e problemas

Passo a passo para emitir nota fiscal produtor rural MG

Você sabe que erros na emissão podem causar recusa da nota fiscal ou gerar outros erros, causando problemas com o fisco. Para evitá-los, veja o passo a passo de como emitir NFa MG através do Siare.

Entretanto, é importante lembrar que você também pode utilizar softwares de emissão de nota, como o Aegro. Para fazer isso, é necessário antes cadastrar o produtor rural no portal da Sefaz do Estado. Com esse cadastro em mãos, emitir notas pelos softwares é simples.

Para fazer a emissão pelo Siare, você deve seguir os seguintes procedimentos:

1º passo: inscrição produtor rural Minas Gerais

A solicitação de cadastro deve ser feita através do Portal do Siare. Na tela principal, você deverá selecionar à sua esquerda o menu “Produtor Rural/Solicitação de Inscrição de produtor rural – primeiro estabelecimento”.

Ao clicar nesta opção, o sistema exibirá a tela “Solicitar Inscrição Estadual de Produtor Rural-Pessoa Física“. Nela, informe o número do Cadastro da Pessoa Física do titular responsável pela referida inscrição.

Depois de inserir o número do CPF e clicar na opção “confirmar“, será exibida uma nova tela composta de diversas abas para a continuidade da inscrição. Ela segue a seguinte ordem: 

  • Atividade Rural;
  • Estabelecimento/Propriedade Rural;
  • Endereço/Contato;
  • Sociedade Rural.

Os campos de cor vermelha e em negrito são de preenchimento obrigatório. A próxima tela somente será exibida após o preenchimento correto de todas as informações obrigatórias.

As telas seguintes são todas auto-explicativas. Caso o solicitante precise, o Sefaz/MG nota fiscal tem o passo a passo para a inscrição de produtor rural.

Finalizado o procedimento de inscrição e não contendo nenhuma inconsistência ou pendência de cadastro, pronto. O Siare enviará através do e-mail informado no cadastro da solicitação o login e senha de acesso no portal.

2º passo: solicitar a liberação do uso do aplicativo

O aplicativo está disponível para instalação no site da Sefaz MG (Secretaria Estadual de Fazenda). Para obter a liberação do uso do aplicativo, deve ser enviada uma solicitação pelo próprio Siare.

A autorização será concedida pela Unidade Fazendária da circunscrição do requerente, após verificados os pré-requisitos. Alguns desses pré-requisitos são a quantidade de notas fiscais emitidas pelo produtor rural.

Após a autorização, solicite a sequência numérica das Notas Fiscais Avulsas que serão emitidas off-line no computador pessoal do produtor com a utilização do aplicativo instalado. Isso também é feito pelo Siare.

3º passo: preenchimento do tipo de requerente da NF

Liberado o uso do aplicativo, o solicitante deverá ingressar no site do Siare/SEF e no menu Produtor Rural/Autorizar emissão de NFA-e. Para ativar esta funcionalidade, o solicitante deverá acessar as seguintes páginas:

  • Home;
  • Nota Fiscal Avulsa;
  • Emissão especial de Nota Fiscal Avulsa. 

É importante ressaltar que todas informações referentes à tributação do produtor rural e ao preenchimento do requerimento são de inteira responsabilidade do solicitante.

Ao ingressar na tela “Requerimento de NF: Informações Básicas”, serão exibidos os campos do tipo de requerente: 

  • Pessoa Física;
  • Pessoa Jurídica Não Inscrita;
  • Produtor Rural Pessoa Física;
  • Microempreendedor Individual (MEI).

Diante dessas opções, basta inserir a informação pertinente ao caso do produtor rural que você está atendendo.

4º passo: preenchimento do tipo de nota fiscal no estado de MG

O último passo é preencher o tipo da nota fiscal. Nessa tela, aparecerão as seguintes opções, e você deve escolher aquela que se aplica.

  • Tipo de NFA: opções para nota de entrada e nota de saída;
  • Tipo de Circulação: já vem com as opções a preencher;
  • Natureza da Operação: também contém as opções;
  • Finalidade da Operação: contém três opções (NF-e normal, NF-e de ajustes e NF de devolução);
  • Regime Tributário: onde cabem duas opções (Simples Nacional ou Regime Normal);
  • Suframa: nesta opção, basta responder sim ou não. Este campo refere-se a mercadorias que têm incentivo da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

No final da tela aparecem as opções “confirmar” e “desistir“. Se tudo estiver preenchido de acordo, aperte para confirmar.

Orientações sobre a emissão de NFE avulsa MG

Mesmo que exista a tributação de ICMS sobre a mercadoria ou transporte, a NFA-e será gerada da mesma forma. O DAE (Documento de Arrecadação Estadual) também será emitido com prazo de pagamento posterior

O pagamento do DAE deverá ser obrigatoriamente dentro do prazo estipulado. Isso sob pena do produtor rural ou seu representante ficarem impedidos de realizar novas emissões de NFA-e por esta funcionalidade até a regularização do débito.

Vale salientar que o controle do pagamento do DAE é feito automaticamente pelo sistema de emissão. Constatada a inadimplência do referido documento, quando houver nova emissão de NFA-e, ela será bloqueada.

Neste caso, o produtor rural poderá efetuar a emissão da NF por outros meios existentes.

Quando emitidas para ou pelo produtor rural, o cancelamento das notas fiscais somente poderá ser feito pelo próprio produtor. O DAE e a nota fiscal estarão disponíveis na tela de conclusão, através dos links. Também é possível imprimi-las nesse momento.

Para a geração do DAE serão utilizados os códigos de receita utilizados na Nota Fiscal Avulsa. É permitida a emissão da NFA-e para operações internas e Interestaduais.

Emita gratuitamente suas notas fiscais com o Aegro

A partir de maio de 2024, será obrigatória a emissão de notas fiscais para produtores rurais de todo o Brasil.

Para simplificar a emissão de notas fiscais, o Aegro lançou um emissor de notas gratuito. Basta se cadastrar e emitir até 30 notas fiscais por mês sem assinatura do sistema.

Tela de emissão de notas do Aegro.
Tela para emissão de notas do Aegro

Conclusão

A possibilidade de emissão de nota fiscal eletrônica de uma forma mais ágil viabilizou muito as operações comerciais dos produtores rurais. Isso deu a eles uma nova dinâmica à venda e transporte de mercadorias

Contudo, é bom ficar de olho. Segundo ajuste do Sistema Nacional de Informações Econômicas e Fiscais, a Nota Fiscal Eletrônica deverá entrar em vigor em todo o território nacional até julho de 2023.

Além disso, por ser em caráter nacional, poderá haver modificações nos modelos existentes. Por isso, fique sempre por dentro das mudanças na legislação.

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CCIR: o que é e como funciona o Cadastro de Certificado de Imóvel Rural

CCIR: saiba quem deve emitir, como fazer, possíveis problemas na emissão e muito mais!

Para regularizar um imóvel rural, a emissão do CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural) é obrigatória.

Além disso, não possuir o cadastro pode impedir diversas ações de quem é proprietário ou posseiro de terra, como tomar crédito rural, por exemplo.

Neste artigo, entenda qual a finalidade do certificado, quem deve emitir, como emitir, entre outras informações. Tenha uma boa leitura!

O que é o CCIR?

O CCIR (Certificado de Cadastro de Imóvel Rural) é um documento expedido pelo Incra e serve para comprovar a regularidade de um imóvel

O documento comprova que o imóvel rural está inscrito no SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural) e contém informações sobre o titular, a área, localização, exploração e classificação fundiária do imóvel rural

Os dados presentes no CCIR são cadastrais e de uso governamental na elaboração de políticas públicas. Isso não legitima o direito de posse da terra.

O CCIR é fundamental para uma série de atividades que o proprietário queira realizar com o imóvel. O Art. 22 da Lei nº 4.947/1966 dispõe sobre as finalidades do certificado.

Proprietários de terra devem apresentar o documento sempre que desejarem desmembrar, arrendar, hipotecar ou vender o imóvel rural. Para homologar a partilha amigável ou judicial em caso de falecimento do proprietário também é necessário. 

O CCIR é fundamental para uma série de atividades. Por exemplo, para registro da propriedade em cartório, inventários, acesso a financiamentos rurais, crédito rural e para a aposentadoria rural. 

A alteração em qualquer um desses itens deve ser comunicada ao Incra, através da Declaração para Cadastro Rural. O certificado de imóvel rural deve ser emitido anualmente pelos proprietários e posseiros de imóveis rurais cadastrados.

Como emitir CCIR?

Para emitir o certificado, é preciso acessar o site do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural). Na tela inicial é preciso informar alguns dados como: 

  • o código de 13 dígitos do imóvel rural;
  • município e estado sede do imóvel;
  • informar se é pessoa física ou jurídica;
  • CPF do titular declarante.

Se você não sabe o código do imóvel rural, pode buscar a sede mais próxima do Incra para solicitar.

Página do SNCR para emissão do CCIR
Página do SNCR para emissão do CCIR
(Fonte: Sistema Nacional de Cadastro Rural)

Se o imóvel não tiver nenhum tipo de impedimento, o certificado será emitido em um arquivo PDF. 

O certificado de imóvel rural  também pode ser emitido por aplicativo para smartphones, disponível para Android ou iOS.

Quem não tem acesso aos meios digitais pode se dirigir até as unidades municipais do Incra mais próximo. Após a emissão do CCIR é preciso pagar a Taxa de Serviço Cadastral para que o certificado seja válido. Essa taxa varia de acordo com o tamanho do imóvel rural.

Quem deve emitir o CCIR?

O CCIR deve ser emitido por proprietários ou posseiros de imóveis rurais que sejam cadastrados no Incra. A emissão deve ser feita anualmente.

Esses proprietários precisam fazer o Cafir (Cadastro de Imóvel Rural) e pagar o ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural). Com o imóvel cadastrado e com o imposto pago, os proprietários podem emitir o CCIR. 

Importante lembrar que não são todos os proprietários de terra que são obrigados a pagar o ITR, como por exemplo:

  • Propriedades que não excedam o tamanho de uma pequena gleba rural
    • 30 ha para imóveis situados em qualquer localidade;
    • 50 ha para imóveis localizados no Polígono das Secas ou Amazônia Oriental;
    • 100 ha para imóveis na Amazônia Ocidental ou Pantanal.
  • Áreas que pertencem ao governo federal;
  • ONGs, cultos e partidos políticos;
  • Assentamentos da reforma agrária;
  • Áreas pertencentes a comunidades quilombolas.

Entretanto, todos eles são obrigados a emitir o CCIR

Como fazer o Cadastro de Imóveis Rurais?

A inscrição ou alteração cadastral do imóvel rural é feita eletronicamente por meio do CNIR (Cadastro de Imóveis Rurais). Esse cadastro reúne dados estruturais sobre os imóveis rurais.  

O acesso ao sistema do CNIR é feito através de login e senha da conta gov.br com a obtenção de selo de confiabilidade de, no mínimo, Nível Prata.

Após fazer as solicitações, pode ser que seja necessário o envio de documentação comprobatória para a análise da Receita Federal. Neste caso, a documentação deverá ser enviada junto a um processo digital aberto no e-CAC.

A Receita Federal tem um documento com o passo a passo para abrir o processo no e-CAC e como anexar a documentação. Após aberto o processo, você deverá anexar os seguintes documentos:

  • Recibo de solicitação de serviço emitido pelo CNIR – quando utilizado o serviço do CNIR;
  • Decir (Documento de Entrada de Dados Cadastrais do Imóvel Rural) – no caso de utilização do serviço disponibilizado pelo Coletor Web;
  • Diac (Documento de Informação e atualização do ITR): exclusivamente quando não for possível utilizar o CNIR ou Coletor Web.

Além dos documentos citados acima, o recibo do envio da solicitação emitido pelo CNIR traz outros documentos que devem ser enviados no processo. 

Regras do Cadastro de Imóveis Rurais

A inscrição de imóveis rurais deve ser feita pelo portal do CNIR (Cadastro Nacional de Imóveis Rurais). Em 2015, o Incra e a Receita Federal iniciaram a integração entre o SNCR e o Cafir (Cadastro de Imóveis Rurais), criando assim, o CNIR. 

Portanto, todos os proprietários de imóveis rurais devem fazer o cadastro para o obter o Cafir e, posteriormente, emitir o CCIR.

A inscrição do imóvel rural no CNIR deve ser feita nas situações em que:

  • Imóvel rural não seja cadastrado no Cafir;
  • Aquisição de área parcial de um imóvel rural, que resulte em um novo imóvel rural;
  • Aquisição de área total ou parcial de imóvel rural pelo Poder Público e suas autarquias, pelas entidades privadas imunes ou decorrente de arrematação em leilão público;
  • Desapropriação de área total ou parcial de imóvel rural por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, promovida pelo Poder Público ou por pessoa jurídica de direito privado delegatária ou concessionária de serviço público.

Qual o valor do CCIR?

Em 2021, o valor mínimo da taxa foi de R$ 4,40 para propriedades de até 25 hectares. Ao imprimir sua GRU (Guia de Recolhimento da União), basta pagar em qualquer rede de atendimento do Banco do Brasil ou pelo aplicativo do banco.

Quitada a taxa, é possível emitir outras vias do certificado sem a necessidade de novo pagamento. O CCIR é válido por um ano, a contar da data de pagamento da taxa de serviço cadastral. 

O site do Incra também informa quando deve ser feita a nova emissão do certificado. 

Vale lembrar que o comprovante de pagamento da taxa é a garantia de validade do CCIR. Por isso, é importante guardá-lo. 

Instituições financeiras, cartórios de registro de imóveis e outros órgãos públicos podem consultar a autenticidade do CCIR e a quitação da taxa de serviços. Isso pode acontecer em caso de transações financeiras e imobiliárias.

Página do SNCR para consultar autenticidade do CCIR
Página do SNCR para consultar autenticidade do CCIR
(Fonte: Sistema Nacional de Cadastro Rural)

Problemas na emissão do CCIR

Se existir alguma pendência com o imóvel, não será possível emitir o CCIR e uma mensagem aparecerá na tela do seu computador ou celular.

Se o sistema informar a mensagem “Dados informados divergentes com o cadastro. Procure o posto do Incra mais próximo”, é necessário atualizar os dados do imóvel rural para emitir novo CCIR. 

Neste caso, você pode acessar a Declaração para Cadastro Rural e atualizar os dados da propriedade ou posse cadastrada no Incra.

O sistema também pode informar a mensagem de “Imóvel não possui declaração processada”. Neste caso, o imóvel não está cadastrado no sistema ou está com cadastro omisso. 

Assim, procure atendimento nas salas de cidadania da superintendência do Incra mais próxima da sua região ou acesse a Declaração para Cadastro Rural para realizar a inclusão cadastral.

Planilha Aegro de planejamento tributário para diferentes fazendas

Conclusão

O Certificado de CCIR (Cadastro de Imóvel Rural) deve ser emitido todo ano pelos proprietários de imóveis rurais.

Este certificado comprova que o imóvel rural está inscrito no Sistema Nacional de Cadastro Rural. Ele é uma condição essencial para a contratação de crédito agrícola e transações imobiliárias.

Dessa forma é preciso ter muita atenção no momento de preencher os dados do certificado corretamente. Dados incorretos podem gerar problemas nas operações de financiamento ou de venda da terra, por exemplo. Fique de olho!

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“Pronaf: como funciona o programa de crédito rural”

“Conheça os diferentes tipos de crédito rural e saiba como eles funcionam”

“Como vai funcionar o bureau verde do crédito rural e como ele pode impactar os financiamentos”

“Elaboração de projetos de crédito rural: entenda pra que serve e como fazer”

Você tem alguma dúvida no processo de emissão do CCIR? Adoraria ler seu comentário abaixo!

Brusone no trigo: o que é e como controlar

Brusone no trigo: entenda como o fungo se comporta e quais estratégias de manejo são recomendadas para evitar perdas, principalmente em anos de El Niño.

A brusone é uma doença que geralmente afeta cereais de inverno, como trigo, cevada, centeio e triticale, cultivados em regiões consideradas de temperaturas mais elevadas durante o inverno (quando comparadas ao Rio Grande do Sul, por exemplo).

Essa doença pode reduzir significativamente o peso da espiga. Dados apontam que a redução pode ser de até 74%, refletindo em baixa produtividade do trigo. 

Além disso, a brusone pode reduzir a qualidade do cereal colhido (grãos chochos, deformados e de baixo peso), impactando diretamente o preço de comercialização pago aos produtores (em função da redução do peso do hectolitro, conhecido como PH).

Sendo uma doença que causa maiores danos no período reprodutivo, e podendo ser facilmente confundida com a giberela, é fundamental que produtores e técnicos tenham pleno conhecimento sobre as especificidades de cada doença.

Um fator adicional é que, em anos com maior volume de chuvas, como aqueles com ocorrência do fenômeno El Niño, a ocorrência da doença é mais intensa, exigindo atenção redobrada.

Por isso, este artigo sobre brusone do trigo vai abordar o que é essa doença, qual é o seu agente causal, a diferença entre brusone e giberela na cultura do trigo quanto aos sintomas e condições favoráveis, além de quais são as boas práticas de controle da doença. Boa leitura!

O que é brusone do trigo?

A brusone no trigo é uma doença causada pelo fungo Pyricularia oryzae, o qual também pode ser encontrado na literatura e no campo como Magnaporthe oryzae, quando em estádio perfeito, fruto da reprodução sexuada do patógeno.

O primeiro relato mundial da doença foi realizado no Brasil, na década de 1980, em campos de produção de trigo, localizados na região Norte do Estado do Paraná. A partir de então, foi se espalhando nas diferentes regiões produtoras do país e do mundo.

Atualmente, a doença já foi relatada em campos de produção de trigo nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e em países da América do Sul, próximos ao Brasil.

O que causa a brusone no trigo?

Como vimos, o que causa a brusone no trigo é um fungo, que pode ser encontrado sob duas formas, a depender de como a sua reprodução ocorreu. Vale ressaltar que a fase sexuada, ou perfeita é a que possui maior variabilidade genética (maior troca de material genético entre populações do fungo).

Embora a brusone seja uma doença que afeta diversas partes da planta, incluindo órgãos aéreos como folhas, colmos e espigas, ela é considerada uma doença de espiga, ou seja, os danos mais significativos ocorrem no estádio reprodutivo da cultura do trigo. 

É uma doença comum de regiões que cultivam cereais de inverno, no entanto, que não possuem a ocorrência de temperaturas tão amenas, como é o caso do norte do Paraná, São Paulo e regiões de cultivo localizadas no Centro-Oeste do Brasil.

Dessa forma, a ocorrência é mais comum em regiões com temperaturas acima de 20ºC, associada a alta umidade relativa do ar. Para o sucesso da infecção fúngica nas lavouras, é necessário pelo menos 10 horas de molhamento foliar.

Sintomas da brusone do trigo

Os sintomas podem ocorrer em todas as partes aéreas da planta e incluem:

  • descoloração das espigas, caracterizado pelo seu branqueamento em função da penetração do fungo. A descoloração ocorre a partir do ponto de infeção, dessa maneira, pode afetar toda a espigueta;
  • podem surgir lesões em plântulas, folhas, folhas bandeira e em espigas, geralmente entre cinco e sete dias após a inoculação do patógeno, de formato ovalado a elípticas, podendo apresentar bordas escurecidas e centro cinza;
  • pequenas lesões sem centro definido, de coloração marrom a marrom-escura também podem ser visualizadas, especialmente no início do desenvolvimento dos sintomas, ou a depender do nível de suscetibilidade da cultivar utilizada;

No entanto, é importante manter-se atento, uma vez que os sintomas observados podem ser confundidos com os provocados pelo fungo causador da giberela. 

A importância da distinção entre as duas doenças se dá pelo fato que o controle recomendado pode ser diferente, requerendo fungicidas específicos para cada uma das delas. 

Qual a diferença entre giberela e brusone?

Essa pergunta é frequente entre produtores de trigo e técnicos. A diferença principal entre as doenças está para além das condições climáticas necessárias. 

Os sintomas, embora possam parecer semelhantes, são diferentes.

Para a brusone, como vimos, a descoloração da espigueta ocorre a partir do ponto de infecção. Logo, poderemos visualizar o branqueamento parcial (de metade da espigueta), ou total, sem que haja pontos verdes entre as porções esbranquiçadas.

Já para a giberela, além dos sintomas iniciais caracterizados pelo desvio das aristas do sentido (artistas “descabeladas”), as lesões esbranquiçadas podem ser visualizadas em diferentes pontos da espigueta, podendo portanto, haver transição entre tecido descolorado e tecido verde.

O que é giberela do trigo?

A giberela do trigo é uma doença causada por outro fungo conhecido da cultura e considerado, de forma conjunta a brusone, como as principais doenças do cereal de inverno.

Também conhecida como fusariose, é causada pelo fungo denominado Gibberella zeae, que possui como fase anamorfa ou decorrente da reprodução assexuada como Fusarium graminearum.

Diferenças entre as condições climáticas favoráveis para a ocorrência da brusone e da giberela do trigo

Enquanto para a ocorrência da brusone, são necessárias temperatura e umidade elevada, sendo a faixa entre 24ºC e 27ºC altamente favorável para a ocorrência da doença. 

Para a giberela, as condições favoráveis incluem temperaturas que variam entre 20 e 25ºC, acompanhadas de molhamento foliar de pelo menos 48 horas. É importante salientar que o molhamento foliar pode ser causado pela deposição de gotas de orvalho, por exemplo.

Dessa maneira, mesmo que ocorra apenas um dia de chuva, a umidade relativa do ar se mantendo alta, há ainda a possibilidade da doença se manifestar.

Para ambas as doenças, os períodos de maior atenção aos produtores compreendem a fase em que a cultura dá início ao período reprodutivo. Estádio esse em que aplicações de fungicidas são altamente recomendadas.

Isso ocorre pois o estádio e local em que a doença ocorre, na espigueta, dificulta o seu controle, por isso, esse deve ser baseado no controle preventivo.

Em anos com condições climáticas favoráveis, como em anos de El Niño, a atenção acaba tendo de ser redobrada, em função do fenômeno resultar em maior volume de chuvas nas principais regiões produtoras, especialmente no sul do país, combinando ainda, temperaturas mais elevadas durante o inverno.

Como controlar a brusone?

O controle da brusone pode ser realizado de diferentes formas, no entanto, é importante lembrar que deve ser baseado em estratégias de manejo integrado de doenças (MID) , que incluem:

  • rotação de culturas não hospedeiras do fungo (como vimos os cereais de inverno, bem como gramíneas como o arroz, são hospedeiras do fungo);
  • semeadura mais tardia, evitando assim que o florescimento ocorra em períodos favoráveis à doença (sempre respeitando o Zoneamento de Risco Agroclimático – ZARC);
  • utilização de cultivares tolerantes, uma vez que cultivares resistentes ao fungo ainda não estão disponíveis no mercado;
  • utilização de fungicidas de forma preventiva, especialmente quando as previsões climáticas para as semanas seguintes à aplicação, forem favoráveis. Por isso, o controle deve se basear na prevenção à doença, com uso de fungicidas registrados e recomendados por um profissional.
    • as primeiras aplicações (controle preventivo) devem ocorrer ainda no período de emborrachamento, seguida de uma aplicação subsequente no florescimento e se necessária, uma terceira aplicação após 12 dias (o período pode ser menor, a depender das condições favoráveis e do fungicida utilizado, sendo imprescindível seguir as recomendações da bula do fungicida utilizado).

Assim, a importância do conhecimento das informações vistas neste artigo estão relacionadas ao fato da brusone, junto da giberela serem as duas doenças mais importantes do trigo. Sendo portanto, fundamental o conhecimento sobre o comportamento e distinção de ambas. 

Além disso, as condições favoráveis para a ocorrência são semelhantes, e dessa forma, é necessário que o manejo seja pensado estrategicamente, para que contemple o controle de ambas, caso seja possível, otimizando assim os recursos e a lucratividade do cultivo.

Conclusão

A brusone é uma doença com grande potencial de perdas nas lavouras tritícolas do Brasil e apresenta sintomas bastante característicos, os quais devem ser conhecidos por técnicos e produtores, para que não sejam confundidos com a giberela, por exemplo.

A giberela e a brusone, embora frequentemente confundidas, são doenças diferentes e portanto, podem exigir táticas distintas de controle. Enquanto para o controle da giberela indica-se como uma das estratégias a semeadura antecipada, para a brusone, a semeadura tardia é indicada.

Outro ponto de atenção é a performance das moléculas fungicidas. Por isso, é primordial que ambas sejam devidamente distinguidas.

Para um manejo assertivo é fundamental que produtores monitorem constantemente as condições climáticas previstas, para a tomada de decisão sobre a aplicação de fungicidas, que deve ser iniciada preventivamente quando chuvas e temperaturas favoráveis estão previstas.

É fundamental que em um manejo com controle químico, caracterizado pela aplicação de fungicidas, que os ingredientes ativos e consequentemente grupos químicos, sejam rotacionados (alternância de fungicidas), para um manejo antirresistência.

>> Leia mais:

“8 doenças do trigo e como fazer o manejo ideal”

“Principais sintomas da brusone no arroz e como controlá-la na lavoura”

“Veja como escolher o melhor fungicida para trigo”

“Como o Manejo Integrado de Doenças pode reduzir custos e aplicações no seu cultivo”

Assine nossa newsletter para receber mais textos em primeira mão e envie este artigo para sua equipe saber como controlar a brusone no trigo.

Tendências do agronegócio para 2023: o que esperar dos preços e custos?

Tendências do agronegócio: veja as principais projeções técnicas, econômicas e de mercado no agronegócio brasileiro para o ano de 2023

O agronegócio é a atividade que mais gera riqueza ao Brasil. Sua participação é vital na geração de empregos e de riqueza interna, além de liderar as exportações brasileiras.

O agro é o responsável por manter a balança comercial brasileira no verde desde 2010. 

Porém, o agronegócio é uma atividade que depende de diversos fatores para o seu bom andamento e para a definição de suas tendências

Nesse artigo, veja as principais projeções para o agronegócio nos próximos anos em termos de produção, preços e custos e participação na economia nacional. Boa leitura!

Definição de agronegócio e sua reputação

O agronegócio é definido como o negócio que engloba as atividades econômicas ligadas à:

  • agropecuária;
  • manejo florestal;
  • extrativismo vegetal;
  • indústrias de beneficiamento de produtos vindos das atividades acima citadas. 

Além da incerteza do clima, muitos fatores afetam os mercadores do agro. Por exemplo, a dependência de matéria-prima estrangeira, a variação constante dos mercados e bolsas ao redor do mundo são pontos de atenção.

Ainda, vale lembrar que o índice de Confiança no Agronegócio, conhecido como ICAgro, apresentou crescimento contínuo no final de 2022. O ICAgro é calculado trimestralmente pela Fiesp e mostra a confiança do setor.

Tendências e perspectivas do agronegócio brasileiro

As projeções para o agronegócio foram bastante afetadas nos últimos anos pela pandemia mundial, os conflitos no leste europeu e condições climáticas severas. Isso gerou diversos problemas, como:

  • oscilações bruscas nos preços das moedas estrangeiras;
  • limitações nas ofertas de matérias-primas para o agro brasileiro;
  • alteração da oferta mundial de grãos;
  • redução do poder de compra internacional;
  • interferências nos preços, custos e na margem de lucro de quem produz no Brasil.

Dentre as tendências mais recentes do agronegócio, o momento se destaca pela possibilidade de recuperação dos efeitos negativos dos últimos anos, como grande potencial de crescimento e investimentos em tecnologia.

Tendências econômicas: O PIB do agro em 2023

Em 2022, o agronegócio sofreu com aumento de custos, questões climáticas e com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Até agora, as projeções para o agronegócio mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) desse setor irá recuar um pouco, mas crescer ao longo de 2023.

O agronegócio tem sido o grande impulsionador do PIB brasileiro na última década. Porém, toda a incerteza que tem circundado essa atividade tem causado alterações também nos marcadores econômicos do agro.

Em termos do PIB do agro, espera-se uma tendência de alta para 2023. A previsão é de aumento entre 8% e 10% se comparado ao PIB de 2022. Isso se deve à recuperação do setor e aos resultados negativos de 2022.

O PIB do agro vinha em um crescente nos últimos anos, mas em 2022 sofreu influência do mercado e as altas de custos e juros. Confira um breve panorama dos últimos anos:

  • 2019 (2,89%);
  • 2020 (22,28%);
  • 2021 (8,51%);
  • 2022 (- 4,22%).

Espera-se que o PIB do agro aumente sua porcentagem no PIB total brasileiro. A previsão é de participação similar ao ano de 2021 (26,6% de participação), e acima dos indicadores do ano de 2022 (24,8%).

Custos e preços

A previsão para os custos dos produtos relacionados ao agronegócio não parece muito exata. Ainda há grandes incertezas sobre custos de matérias primas, bens industrializados (como máquinas agrícolas) e novas tecnologias. 

O cenário mundial segue muito volátil e espera-se que os custos de produção se mantenham em alta, além da margem de lucro seguir apertada. Em termos de preços de vendas, as tendências dos mercados internacionais são muito heterogêneas e incertas

Uma simples busca por preços de mercado futuro mostra desacordo em indicadores e flutuações diárias de preços. As informações abaixo são do fechamento das bolsas de Chicago e Nova Iorque em 23/03/2023 para previsão de preços futuros.

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Produção e clima

Em termos produtivos, a safra que está sendo colhida em 2023 será recorde. Ela será puxada pelo carro-chefe da agricultura brasileira, os grãos. A previsão é de uma supersafra de grãos, com total de 310,3 milhões de toneladas.

As estimativas por cultura são apresentadas abaixo, baseadas em dados da Conab:

  • Soja: 152,9 milhões de toneladas;
  • Milho: 95  milhões de toneladas;
  • Feijão: 1 milhão de toneladas;
  • Arroz: 10,2 milhões de toneladas;
  • Algodão: 3 milhões de toneladas;
  • Trigo: 10,6 milhões de toneladas;
  • Cana: 598,3 milhões de toneladas;
  • Café: 54,9 milhões de sacas de 60 kg.

O clima, por sua vez, pode influenciar muito as previsões acima. Por exemplo, houve quebra de safra da soja por seca e dificuldades na colheita por excesso de chuva no norte do Paraná e estados centrais.

Muitas dessas características destoantes são efeitos do La Niña, que têm causado bastante influência no clima brasileiro nos últimos 3 anos. Porém, a estimativa é de que os efeitos sejam apenas sentidos até abril, quando o El Niño passa a ser mais preponderante.

Apesar dos períodos de transição entre os dois fenômenos tenderem a ser mais amenos, pode-se esperar um outono com temperaturas mais altas. Ainda, possivelmente haverá maior pluviosidade adentrando o inverno.

Agronegócio e tecnologia

Hoje, o agronegócio é composto por empresas a céu aberto que necessitam de um processo de gestão agrícola muito bem coordenado. Afinal, os riscos da atividade são cada vez mais altos e a margem de lucro, cada vez menor.

O futuro do agronegócio inclui a popularização de muitas tecnologias que possibilitarão a execução do conceito de fazenda digital. Algumas dessas tecnologias são:

Além dessas novas ferramentas, será necessário também o treinamento e formação de mão de obra especializada em maquinários tecnológicos. Além disso, será necessário investir em pessoas especializadas em sistemas de análise de dados e gestão.

Sustentabilidade

Atualmente, o rápido acesso às informações ao redor do mundo tem gerado um apelo e uma pressão mundial por atividades que sigam esses preceitos:

  • reduzido impacto ambiental;
  • sem exploração social;
  • economicamente justas

Os produtores são os maiores interessados na preservação do meio ambiente. Esse cenário de monitoramento intenso por parte da população gera oportunidades, como:

  • Mercado de crédito de carbono;
  • Manutenção de áreas de preservação;
  • Recuperação de áreas degradadas;
  • Integração de atividades como agricultura, pecuária, silvicultura e extrativismo;
  • Diminuição de uso de produtos químicos na lavoura;
  • Uso de bioinsumos e soluções biológicas;
  • Agricultura circular e reciclagem de resíduos;
  • Uso racional de água, solo e outros recursos;
  • Troca do uso de combustíveis não-renováveis;
  • Cogeração de energia na fazenda.

Muitas delas já são executadas pelos agricultores. Porém, agora elas surgem como oportunidades de remuneração extra ou de aumento da eficiência da atividade agrícola, minimizando gastos e maximizando o lucro. 

Foto de pilhas de papeis, com chamada para baixar o guia de software

Melhore a Rentabilidade do seu negócio com o Aegro

O monitoramento da fazenda garante que você controle seus custos e ganhos, encontrando oportunidades para maximizar o lucro e reduzir seus gastos.

Investindo no Aegro, você ganha acesso às informações das diversas áreas do seu negócio. Com esse software de gestão agrícola, você consegue:

  • fazer gestão do financeiro;
  • acompanhar o estoque e suas movimentações;
  • acessar relatórios de evolução da safra e produtividade;
  • monitorar o custo de abastecimento;
  • monitorar horas trabalhadas, manutenção e outras ações do seu maquinário.
Alguns dos indicadores e relatórios disponíveis para gestão no Aegro

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Aproveite funções como a análise de custo orçado x custo realizado para identificar despesas desnecessárias em sua fazenda. Assim, você reduz o consumo desenfreado de materiais.

Com o controle do seu negócio, fica mais fácil analisar seus resultados e entender onde pode melhorar para reduzir desperdício e custos desnecessários. Ainda, você consegue aumentar seus ganhos e se adaptar às novas tecnologias.  

Conclusão

É cada vez mais necessário que quem produz baseie seu empreendimento em 3 conceitos: a transparência, a qualidade e a segurança.

E é com a ajuda da tecnologia e o embasamento nestes 3 pilares que você irá alcançar seus objetivos individuais e auxiliar o Brasil a bater ainda mais recordes no campo

O Aegro faz parte dessa equipe e traz soluções inovadoras para o produtor brasileiro, auxiliando no seu dia a dia e permitindo uma maior profissionalização e rentabilidade de seu negócio.

O que você acha das tendências do agronegócio para os próximos anos? Se quiser receber mais artigos como esse, não deixe de assinar nossa newsletter.

Safra de milho no Brasil: veja as previsões para 2022/23

Safra de milho: saiba quando começa, quanto tempo dura, preços previstos para a próxima safra, estimativa de produtividade e mais!

Com cenário de oferta mundial limitada para 2023, a safra de milho brasileira pode alcançar preços melhores que em 2022, segundo a Conab.

A previsão de mais um recorde na safra do milho no Brasil e a menor oferta global do grão deverão ser muito benéficos para os produtores em 2023.  

Segundo a Conab, na safra 2022/23 serão colhidas 126,9 milhões de toneladas. Isso representa um aumento de 12,5% em relação à safra anterior. A projeção é de aumento de 3,8% na área plantada e de 8,4% na produtividade.

Com menor produção nos Estados Unidos e Ucrânia, devido à guerra da Rússia, o Brasil deve exportar milho a preços mais compensadores em 2023. 

Neste artigo, saiba quando começa a safra do milho e veja mais detalhes sobre previsão de preços e produtividade agrícola. Aproveite a leitura!

Época de colheita do milho na safra de milho 2022

Saber a época da safra desse cereal é fundamental. A plantação de milho começa em setembro e segue até dezembro. Essa é a safra de verão, conhecida também como 1ª safra.

Um boletim recente da Conab aponta que 27% da área de milho já tenha sido plantada. A previsão é a de que na safra 2022/23 sejam plantados 22,4 milhões de hectares no total.

As condições climáticas são mais favoráveis neste ano, ao contrário do ano passado. Em 2021, a produção foi prejudicada nas regiões Sul e Centro-Oeste devido à seca.

Por isso, é estimada recuperação da produtividade da 1ª safra e ampliação de área da 2ª safra de milho (plantio de janeiro a abril).   

No país, além da 1ª e 2ª safra, há ainda a 3ª safra de milho (ou safra de inverno), cujo plantio vai de abril a junho. Isso faz do Brasil o único entre os grandes produtores mundiais a colher três safras durante um ano – ou seja, o Brasil produz milho o ano todo

Até pouco tempo, o país tinha duas safras de milho. Com os avanços tecnológicos e investimentos em sistemas de irrigação, a 3ª safra tornou-se viável.

Por conta disso, os termos para se referir às safras estão mudando. A 2ª safra, conhecida como safrinha de milho, já se tornou a mais importante da produção do grão.

Na temporada 2021/22, a estimativa de produção é de 87,4 milhões de toneladas colhidas na 2ª safra. A terceira safra, por conta da seca no inverno, passou a ser chamada também de safrinha. Ela é cultivada nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Roraima.

Quantos dias dura a safra do cereal?

A duração de uma safra de milho varia entre 85 e 120 dias. Esse é o tempo do ciclo completo da cultura, da semeadura à colheita do milho.

Esse tempo varia de acordo com o tipo de grão de milho, bem como a sua finalidade. Afinal, o milho pode ser plantado para produção de silagem, grãos para ração, pipoca, farinha, para subprodutos industrializados, etc.   

O plantio do milho no Brasil não é somente para finalidades comerciais. O milho é uma das culturas utilizadas no sistema de plantio direto, que conserva mais o solo. Isso acontece devido à formação da palhada que sobra após a colheita.

banner para baixar a planilha de cálculo de fertilizantes para milho e soja

Boa parte dos plantios de soja, cultivados na safra de verão no Brasil, são feitos no sistema plantio direto, com a semeadura em cima da palha do milho. Essa palha ajuda a conservar mais a umidade do solo e favorece à sustentabilidade ambiental.

É em boa parte dessas áreas de soja que é plantado o milho 2ª safra.

Preço do milho para a safra 2022/23  

O preço do milho para a safra 2022/23 deve alcançar bons níveis de rentabilidade para o produtor brasileiro, que, ao mesmo tempo, estará tendo boa produção.

De acordo com analistas de mercado, mesmo com maior oferta, o cenário de demanda interna e externa é favorável para a cultura. Afinal, há expectativa de aumento da produção de carnes nacionais para 2023, favorecendo o aumento da demanda por milho.

No início de outubro, a cotação do milho na Bolsa de Chicago, para contratos com vencimento em setembro de 2022, foi valorizada 2% em relação a setembro, com USD 6,83/bu.

O mercado, segundo avaliação do Itaú BBA Agro, foi influenciado pela intensificação das tensões entre Rússia e Ucrânia. Houve vazamentos em dois gasodutos no Mar Báltico e a ameaça de armas nucleares, o que coloca em risco as rotas de exportações da Ucrânia.

No Brasil, o indicador Cepea/Esalq para Sorriso aumentou, no início de outubro, também em 2%. A saca de 60 kg foi negociada a R$ 67. Na B3, também houve aumento de 2%, com negociações de R$ 87/sc.

Os analistas sugerem que, no curto prazo, como já ainda 37% do milho safrinha para ser comercializado, os preços devem descolar das cotações internacionais. Isso vai liberar os armazéns, que serão utilizados para a produção de soja da safra de verão.

Evolução dos preços do milho de setembro de 2019 a setembro de 2022
(Fonte: Itaú BBA Agro)

Produção para a safra de milho em 2023

No mundo, as condições climáticas dos Estados Unidos reduziram as estimativas para a produção do grão para 2022/23 em 353 milhões de toneladas. Conforme relatório do USDA, o volume é 7,5% menor ao da safra passada.

Com isso, os estoques finais devem ficar reduzidos, mesmo com o recuo do consumo interno e das exportações, que vão aumentar no Brasil.

Produção mundial de milho 
(Fonte: Itaú BBA Agro)

Haverá redução de produção de milho na Europa também por conta da guerra da Rússia na Ucrânia, além das adversidades climáticas, com a seca impactando a produção.

A safra europeia de milho está estimada em 56 milhões de toneladas pelo USDA, redução de 21%. Mas é preciso ficar atento ainda para a possível crise global da economia, especialmente em relação à China, que pode reduzir o consumo e as importações.

Conclusão

A produção da safra do milho 2022/23 tende a ser muito favorável aos produtores brasileiros, por conta da redução da produção nos EUA e Europa.

A demanda, mesmo com perspectiva de pequena redução, ainda deve permanecer alta. A  produção da safra 2022/23 será recorde, e são esperados bons rendimentos com a cultura.

Mas é preciso estar atento ao cenário global da economia. Afinal, há o risco de uma recessão, o que pode afetar o consumo e reduzir as exportações.

>> Leia mais:

“Previsão do preço do milho: o que esperar para 2023”

Banner de chamada para baixar o kit safrinha

 O que você acha sobre as perspectivas e estimativas para a safra de milho em 2022/23? Você tem boas expectativas? Adoraria ler seu comentário!

O que é o Plano ABC e como ele impacta na sua produção agrícola

Plano ABC: entenda a importância dessa política pública para o agronegócio e saiba como se beneficiar do programa e sua nova versão, o ABC+

O Plano ABC (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), lançado em 2012, é uma das principais políticas públicas voltadas para o agronegócio no Brasil.

Ele possui uma linha de crédito, o Programa ABC. Através dela, você consegue financiamento para a adoção de tecnologias sustentáveis na fazenda.

Até o final de 2021, o Plano ABC será atualizado com o ABC+. A atualização trará novas tecnologias e orientações para o avanço da agricultura de baixa emissão de carbono no país.

Saiba neste artigo o que é o Plano ABC, como ele impacta na sua produção agrícola e o que fazer para ter acesso ao crédito do programa. Boa leitura!

O que é o Plano ABC e qual sua importância para o agronegócio

No Brasil, a principal política pública voltada ao agronegócio para reduzir as emissões de gás carbônico é o Plano ABC. 

Ele foi criado em 2009, após o país assumir o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O relatório mais recente sobre o tema (de 2019) aponta que o Brasil lança na atmosfera 2,17 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Deste total, 72% dessas toneladas vêm de atividades agrícolas.

Somente entre julho e dezembro de 2020, o programa financiou R$ 1,958 bilhão. Isso elevou para mais de 750 mil hectares as áreas rurais do país com tecnologias sustentáveis.

É grande a pressão internacional sobre o Brasil para a redução de emissão de carbono. O Plano ABC é o principal aliado do agro neste sentido.

O Plano ABC já fez com que mais de 50 milhões de hectares em todo o país adotassem as tecnologias propostas por ele.

Em comparação com o mesmo período de 2019, o aumento é de 47%

Destaque no Plano Safra 2021/2022

Os financiamentos se dão por meio do Programa ABC, linha de crédito do Plano ABC aprovada pela Resolução Bacen nº 3.896 de 17/08/10.

O programa teve aumento de 101% no volume de recursos do Plano Safra 2021/2022, em relação ao Plano Safra anterior.

São R$ 5,05 bilhões em recursos, com taxa de juros de 5,5% e 7% ao ano. A carência é de até 8 anos e o prazo máximo de pagamento é de 12 anos.

Além do Programa ABC, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) fortaleceu o Proirriga (projetos de irrigação) e o Inovagro (de inovação e tecnologia).

Infográfico que mostra que dados demonstram que governo deu prioridade ao programa ABC no Plano Safra.

Dados mostram que governo deu prioridade ao Programa ABC no Plano Safra
(Fonte: Mapa)

>> Leia mais: “Saiba como será o Plano Safra 2022/23”

Como se beneficiar do Programa ABC

O Programa ABC está disponível para produtores rurais (pessoa física e jurídica) e cooperativas. No total, são nove projetos dentro do Programa ABC: 

  1. ABC Recuperação (recuperação de pastagens degradadas);
  2. ABC Orgânico (para sistemas orgânicos de produção agropecuária);
  3. ABC Plantio Direto (de sistemas de plantio direto na palha);
  4. ABC Integração (sobre sistemas de integração lavoura-pecuária, lavoura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta e de sistemas agroflorestais);
  5. ABC Florestas (implantação, manutenção e melhoramento do manejo de florestas comerciais);
  6. ABC Ambiental (adequação ou regularização das propriedades rurais frente à legislação ambiental);
  7. ABC Tratamento de dejetos (implantação, melhoramento e manutenção de sistemas de tratamento de dejetos e resíduos da produção animal, para geração de energia e compostagem);
  8. ABC Dendê (implantação, melhoramento e manutenção de áreas de dendezais degradadas);
  9. e ABC Fixação (para fixação biológica do nitrogênio).

Segundo o Mapa, a quantidade de recursos para financiar a agricultura sustentável no país é de mais de R$ 20,8 bilhões.

Parte desses recursos possibilitaram que 26,8 milhões de hectares de pastagens degradadas fossem recuperadas.

Integração lavoura-pecuária-floresta, um dos programas do Plano ABC. Imagem mostra seis bois no meio do pasto, com uma floresta atrás.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), um dos programas do Plano ABC 
(Fonte: Embrapa/Divulgação)

Financiamentos e prazos

Pelas regras do Banco Central, o Programa ABC financia até R$ 5 milhões por pessoa, por ano agrícola. Também financia R$ 150 milhões de forma coletiva, observando o limite individual. 

O limite individual também é considerado no caso de financiamentos a cooperativas que farão repasse aos cooperados.

O limite poderá ser excedido somente quando a atividade em questão necessitar. Além disso, deve ficar comprovada a capacidade de pagamento da pessoa que acessou o crédito.

Prazos

Os prazos do Programa ABC variam de acordo com o projeto. São 8 anos de carência e até 12 anos para concluir o pagamento dos seguintes projetos:

  • Implantação e manutenção de florestas comerciais e para produção de carvão vegetal;
  • Implantação e manutenção de florestas de dendezeiro, açaí, cacau, oliveiras e nogueiras;
  • Recomposição e manutenção de áreas de preservação permanente ou de reserva legal.

Os demais projetos têm carência de até 5 anos e prazo máximo de pagamento de 10 anos.

O seguro é obrigatório para bens oferecidos em garantia da operação.

ABC+: renovação para reduzir a emissão de carbono

Até o final de 2021, o Mapa pretende lançar o ABC+. O objetivo é fortalecer a política de redução de carbono.

O ABC+ deve ser executado até 2030. Também até o final do ano, o Mapa deve lançar o Plano Operativo do ABC+. 

O plano contém informações detalhadas e complementares, relacionadas às ações e metas quantitativas necessárias à operacionalização do ABC+.

No novo ciclo (2020-2030), o Mapa pretende fortalecer a governança institucional com monitoramento e avaliação da gestão integrada de dados e acesso às ações adotadas. Isso  favorece a transparência.

“Ao promover conjuntamente ações miradas à adaptação e mitigação no setor, o ABC+ mantém-se como uma das mais importantes políticas públicas para o enfrentamento da mudança do clima, dentro do contexto de desenvolvimento sustentável”, afirma o Mapa.

banner que convida o leitor para baixar um informativo, de diagnóstico de gestão 360º da propriedade rural

Conclusão

O Plano ABC deve servir como instrumento de ações integradas dos governos federal, estadual e municipal, setor produtivo e sociedade civil.

Só assim, será possível promover a redução das emissões dos gases de efeito estufa provenientes das atividades agropecuárias.

Ao mesmo tempo, ele é uma ótima oportunidade para, por meio do Programa ABC, você modernizar sua fazenda e torná-la mais tecnológica, sustentável e lucrativa.

>> Leia mais:

“Agricultura de baixo carbono: o que é e como fazer?”

“Como vai funcionar o bureau verde do crédito rural e como ele pode impactar os financiamentos”

“Saiba o que é sequestro de carbono na agricultura e como se beneficiar dele”

Você já conhecia o Plano ABC? Já fez algum financiamento com ele? Adoraria ler o seu comentário!

Entenda os impactos da reforma tributária no agronegócio e nas contas da sua fazenda

Reforma tributária no agronegócio: conheça as possíveis mudanças e saiba quais setores do agro serão afetados

Os impactos da reforma tributária no agronegócio estão entre os principais assuntos do momento. Na reforma, há possíveis alterações nas contas das propriedades.

São três propostas ainda em andamento e discussão no Congresso.

Elas geram impactos negativos em diversas cadeias produtivas, e informar-se sobre essas mudanças é essencial.

Neste artigo, você conhecerá as propostas e como elas podem afetar os custos de produção. Aproveite a leitura!

Quais são as propostas da reforma tributária 

As propostas com alterações no sistema tributário estão em discussão no Congresso Nacional, com relativo avanço.

São elas:

O que muda na reforma?

As PECs 45 e 110 unificam a incidência de impostos, em todos os níveis da federação, no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O IBS será criado com as alterações.

O PL 3.887 substitui Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e PIS (Programa de Integração Social) pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).

As propostas geram impactos negativos em diversas cadeias produtivas. Por isso, especialistas já sugeriram mudanças.

Caso as alterações sejam aprovadas, haverá aumento da carga tributária para o agro. Como consequência, haverá elevação dos custos de produção agrícola

Importância da reforma tributária no agronegócio

As discussões sobre a necessidade de uma reforma tributária no Brasil vêm há muito tempo.

Várias propostas de mudança nos impostos já foram levadas ao Congresso Nacional. Mas, por razões de interesse político ou do momento vivido pelo país, elas não andaram.

Agora, as atenções se concentram nas três propostas. Elas já passaram por diversas comissões no Congresso, e em breve devem ser postas em votação no plenário.

A reforma tributária é importante porque reduz a carga tributária no país, simplifica e unifica a cobrança de impostos.

Seria, assim, um estímulo ao desenvolvimento econômico como um todo. E a proposta de criação do IBS, contida nas PECs 45 e 110, surge neste sentido.

Na PEC 45, o IBS será a fusão do:

  • PIS;
  • Cofins;
  • IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados);
  • ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços);
  • ISS (Imposto Sobre Serviços).

A PEC 110  cria o IBS e o Imposto Seletivo. Além disso, extingue 9 impostos, incluindo os que deixam de existir pela PEC 45, mais os seguintes: 

  • IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras);
  • Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público);
  • Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre combustíveis;
  • e Salário-Educação.

O IBS das PECs e o CBS do PL seriam tributos sobre o valor agregado, semelhante à legislação internacional. Por isso, eles são compatíveis.

Competência, base de incidência e alíquota

Dentre os pontos que devem ser discutidos no Congresso, a competência tributária e a base de incidência estão entre os principais.

Veja como eles estão sendo propostos: 

Imposto sobre Bens e Serviços na PEC 45

O IBS, pela PEC 45, é um imposto instituído por meio de lei complementar federal

Há exceção às parcelas fixas de alíquotas da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Elas serão definidas por meio de lei ordinária de cada ente federativo.    

Imposto sobre Bens e Serviços na PEC 110

O IBS seria instituído, na PEC 110, pelo Congresso por meio de lei complementar. Teria poder de iniciativa reservado a representantes de Estados e Municípios.

A exceção é para as comissões mistas de senadores e deputados, criadas para este fim ou por bancada.

Substitutivo à PEC 110

Aqui, a proposta é que o IBS federal seja instituído por lei complementar.

Já o IBS estadual/municipal, pelo Congresso, também por meio de lei complementar, mas específica. Ele teria o poder de iniciativa reservado a representantes de Estados e Municípios.

A exceção ficaria para uma comissão mista de senadores e deputados federais, criada especificamente para esse fim ou por bancada estadual.

Contribuição sobre Bens e Serviços no PL 3887

Pela proposta, é uma contribuição social federal.

infográfico sobre a proposta do governo PL-3887 de 2020

(Fonte: CNA Brasil)

Como será a base de incidência

O IBS, conforme as propostas das PECs 45 e 110, incidirá sobre todos os bens e serviços, e terá alíquota de 25%.

Estão incluídos a exploração de bens e direitos, tangíveis e intangíveis, e a locação de bens nas operações no mercado interno e na importação. A incidência não ocorre na exportação.

O CBS, no PL 3.887, também é amplo na incidência sobre as operações no mercado interno e na importação.

Também não incide na exportação, apesar de a lei ter adotado formulação diversa das PECs na definição do fato gerador. A alíquota é de 12%.

Impactos da reforma tributária no agronegócio

Perda de incentivos fiscais e aumento dos custos de produção

O setor tem sido beneficiado com incentivos fiscais dos impostos. Conforme as PECs, eles deixarão de existir.

Caso isso ocorra, o setor teria de arcar com os 25% de alíquota. Isso aumentaria os custos de produção.

Redução do ICMS

O ICMS é um imposto reduzido para o setor. Em alguns casos, é até isento de pagamento.

Recentemente, na Bahia, o Governo do Estado reduziu de 12% para 2% o ICMS incidente sobre o milho comprado em outros estados.  

A medida visa a beneficiar a cadeia produtiva do grão. Houve queda de produção no país devido à seca e geada, que afetam, sobretudo, o sul e centro-sul do país.

Essa redução do ICMS do milho é uma situação pontual. Mas, o exemplo serve para mostrar um dos impactos que teria a criação de um imposto que unificaria outros cinco.

Taxação de 25% e novas exigências para quem produz

Pela proposta, o IBS teria taxação de 25% também para diversas outras atividades da economia no país. O IBS só não incidiria na exportação.

Outra  proposta preocupante é a de o IBS atingir produtores rurais pessoas físicas. Além do tributo, será exigido também a gestão da contabilidade da fazenda.

Aumento dos custos de insumos

Outro impacto seria no aumento dos custos de insumos para as culturas da soja e milho.

No Paraná, por exemplo, os custos devem saltar de 15% para 17% no caso dos fertilizantes. Para os fungicidas, o salto é de 14% para 16%.

Em Sorriso, no Mato Grosso, o custo de produção deve chegar a 19%.

De acordo com o IPA (Instituto Pensar Agropecuária), várias cadeias agropecuárias serão inviabilizadas pela reforma tributária proposta.

As que sofrerão maior impacto são o café, arroz, milho e soja, hortaliças e flores, pecuária de leite e cana-de-açúcar.

Planilha de cálculo do funrural ao fundo uma foto com uma mão segurando moedas

Conclusão 

A reforma chama a atenção para uma constatação que não é de agora: é preciso fazer uma gestão eficiente da fazenda

Conforme você observou neste artigo, são vários os setores que serão impactados.

Café, milho, arroz, soja e cana-de-açúcar são apenas algumas cadeias em potencial prejuízo.

Se você produz alguma dessas culturas, não deixe de atualizar-se sempre sobre todas as mudanças.

>> Leia mais:

“Imposto de renda para produtor rural: leis e normas para ficar atento”

Você já sabia dos impactos da reforma tributária no agronegócio? Como tem se preparado para as possíveis mudanças? Deixe seu comentário abaixo!