Entenda a importância da área de refúgio na lavoura

Área de refúgio: saiba como adotar em sua fazenda e tire também suas dúvidas sobre a tecnologia Bt

As pragas agrícolas são um dos principais limitantes produtivos da lavoura, podendo causar perdas de até 40% na produtividade.

Nas últimas décadas, a tecnologia Bt deu uma grande reviravolta no combate “pragas x  culturas agrícolas”. Mas essa tecnologia corre risco.

Atualmente, 86% das áreas plantadas com grãos e cereais correspondem a culturas já comercializadas com a tecnologia Bt e requerem o plantio de áreas de refúgio por lei. E negligenciá-las pode custar caro no futuro.

Entenda neste artigo a importância da área de refúgio, a tecnologia Bt e como preservar essa importante “arma” no combate às pragas!

O que são áreas de refúgio?

A área de refúgio nada mais é que uma área do talhão, cultivado com culturas com tecnologia Bt, semeada com sementes convencionais. Elas devem ser localizadas a uma distância máxima de 800 metros da lavoura com tecnologia Bt.

Essas áreas garantem que as pragas resistentes que surjam na lavoura Bt possam cruzar com os insetos suscetíveis às proteínas, gerando uma nova geração sem indivíduos resistentes.

É importante ter em mente que, nos primeiros anos da adoção das plantas Bt, o controle das pragas é eficiente. 

Mas, conforme as safras passam, a eficiência do controle diminui exatamente pelo rápido aparecimento de insetos resistentes.

O uso de cultivares convencionais de ciclo parecido com as melhoradas geneticamente é importante também. Isso garante que as pragas estarão presentes nas duas áreas ao mesmo tempo.

O uso das áreas de refúgio é essencial para manter a eficiência e os benefícios da tecnologia Bt.

O importante é sempre distribuir as áreas de refúgio de maneira uniforme, sendo em faixas, bordaduras ou blocos, permitindo que as pragas das duas áreas se encontrem e cruzem entre si.

ilustração com diferentes modelos para adoção da área de refúgio na fazenda

Diferentes modelos para adoção da área de refúgio na fazenda
(Fonte: Corteva)

É importante saber que o percentual da área de refúgio muda entre as espécies. O indicado é manter em 10% para o milho e 20% para a soja, algodão e cana.

Quanto ao manejo da área de refúgio, deve ser realizado de forma semelhante ao restante da lavoura (exceto pelo uso das sementes Bt), evitando o uso excessivo de aplicações de inseticidas, a fim de garantir o cruzamento dos insetos resistentes com os vulneráveis.

A seguir, vou explicar a evolução das plantas com tecnologia Bt e a resistência das pragas agrícolas a ela.

O que é a tecnologia Bt?

O termo Bt se refere ao nome científico da bactéria Bacillus thuringiensis, que é um microrganismo encontrado naturalmente no solo. 

Essa bactéria produz cristais de proteína que apresentam propriedades tóxicas a muitos insetos agrícolas, principalmente a lagartas (lepidópteros), moscas (dípteros) e besouros (coleópteros).

São conhecidos cerca de 70 grupos dessas toxinas, que são classificadas como “Cry, Vip ou Cyt” e que, após serem isoladas e manipuladas geneticamente, são introduzidas ao DNA das plantas de interesse econômico (como a soja ou o milho).

tabela com proteínas Bt disponíveis no mercado para milho, algodão e soja.

(Fonte: Corteva)

Essas toxinas têm um alto grau de especificidade com as pragas alvo. Isso quer dizer que apresentam um baixo dano ambiental aos demais insetos benéficos à lavoura e ao ambiente.

As proteínas Bt que estão presentes nas plantas melhoradas geneticamente precisam ser ingeridas pelos insetos para que entrem em ação. 

Depois de ingerida, a proteína entra em contato com o sistema digestório do inseto (que apresenta pH alcalino) e são quebradas por enzimas. Só então as toxinas entram em ação, matando os insetos alvo.

Os benefícios dessa tecnologia são enormes, porém, para continuar ganhando a batalha contra as pragas, as plantas Bt precisam de um manejo cuidadoso e atento.

Quais os riscos de não se adotar a área de refúgio na fazenda?

Como eu disse, à medida em que as plantas foram sendo melhoradas geneticamente, as pragas também foram evoluindo para esse combate. E isso continua acontecendo.

As pragas podem se adaptar à tecnologia Bt, tornando-a ineficaz e neutralizando mais uma das “armas” nessa batalha.

Outro problema é que o ritmo de surgimento de novos eventos Bt é lento, demanda anos e anos de pesquisa. 

Por outro lado, a resistência das pragas pode ocorrer em algumas safras.

Então, como para desenvolver a tecnologia é trabalhoso e demorado (mas para as pragas acabarem com ela é rápido), é preciso ajudar a tecnologia Bt para que ela se preserve por mais tempo.

Deste modo, é importante focar em boas práticas como um bom programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, principalmente, no manejo de resistência de insetos.

Para isso, é necessário ficar atento ao mecanismo de ação dos inseticidas, não fazendo aplicação de inseticidas formulados à base de Bt. Também é preciso realizar a rotação ao longo das safras, impedindo que surjam insetos resistentes.

Outra prática importante do MIP é realizar um monitoramento rígido das pragas junto com a rotação de culturas.

Entre as práticas, é importante também:

O que é o refúgio no saco?

Além da área de refúgio tradicional, há o refúgio no saco. É uma técnica utilizada por empresas, em alguns estados dos EUA, para garantir a utilização do refúgio pelos produtores.

Essa técnica consiste basicamente em adicionar uma porcentagem de sementes convencionais no saco com sementes melhoradas geneticamente (tecnologia Bt).

Contudo, não foi adotada no Brasil e foi banida de algumas regiões dos EUA por motivos técnicos e burocráticos. 

Os motivos técnicos se referem principalmente à eficácia da técnica de refúgio no saco ou RIB em inglês (Refuge in a bag). 

As pesquisas ainda mostram resultados muito contrastantes sobre o refúgio no saco realmente precaver o surgimento de pragas resistentes em longo prazo.

Isso se deve principalmente pela mobilidade das pragas. Insetos que têm o hábito de se deslocar entre plantas apresentam um alto risco para o surgimento de indivíduos resistentes.

E esse tipo de praga é ainda mais comum entre as plantas de soja e algodão, o que inviabiliza, em longo prazo, o uso da técnica de refúgio no saco para essas culturas.

No caso do milho e do algodão, que apresentam em maior ou menor grau polinização cruzada, existe mais um problema. O material genético das plantas Bt podem “infectar” as plantas convencionais, o que pode acelerar o surgimento de pragas resistentes.

Já os problemas burocráticos se devem a como seria fixado um valor ao saco, já que uma quantidade de sementes ali não apresenta a tecnologia Bt, e como seria feita a diferenciação das sementes, já que é uma norma presente na legislação brasileira.

Resumindo, a técnica do refúgio no saco, apesar de ter potencial, ainda apresenta alguns entraves técnicos e burocráticos, que só devem ser solucionados pela ciência no futuro. 

Então a maneira legal e mais eficaz ainda é adotar uma área específica para o refúgio!

Conclusão

A tecnologia Bt é uma poderosa arma no combate às pragas, mas, sozinha, tem prazo de validade.

Principalmente na soja, o número de eventos Bt é limitado ainda, e um possível abandono das práticas de MIP e a não adoção da área de refúgio podem matar a tecnologia ainda no início.

Já vimos esse problema acontecer com as lavouras de milho. As sementes Bt foram ganhando cada vez mais pragas resistentes e perdendo sua eficácia. Por essa razão é que devemos adotar o plantio da área de refúgio.

A área de refúgio ajuda a garantir o futuro das nossas lavouras e as altas produtividades do agronegócio brasileiro! 

Restou alguma dúvida sobre a área de refúgio? Como você faz hoje em sua propriedade? Deixe seu comentário!

Como evitar e combater a mela do algodoeiro em sua lavoura

Mela do algodoeiro: principais sintomas da doença, manejos preventivos e outras recomendações de controle para sua lavoura.

A lavoura de algodão pode sofrer com diversas doenças fúngicas. Uma delas é a mela do algodoeiro que vem causando muita dor de cabeça e perdas de produtividade em todo o país.

Por ser uma doença relativamente nova no Brasil, não existem muitas informações sobre o manejo. Por isso, o mais importante é prevenir sua entrada na lavoura. 

Acompanhe neste artigo as recomendações mais atualizadas para evitar, identificar e, se necessário, controlar a doença na sua propriedade!

O que é a mela do algodoeiro?

A mela do algodoeiro é uma doença ocasionada pelo agente causal Rhizoctonia solani Kuhn, grupo de anastomose AG4 (teleomorfo: Thanatephorus cucumeris (A.B. Frank) Donk).

É um patógeno de solo capaz de infectar a cultura do algodão logo em sua fase inicial de desenvolvimento e apresenta difícil controle por produzir escleródios (estrutura de sobrevivência do fungo) no solo.

Na prática, a ocorrência da mela do algodoeiro representa menor rentabilidade ao produtor, pois reduz a população de plantas no campo, sendo necessária, muitas vezes, a ressemeadura.

A presença do fungo é favorecida principalmente pelo monocultivo do algodão, juntamente com o preparo intensivo do solo.

Casos de encharcamento e alagamento de solo podem contribuir fortemente para o aumento do patógeno, se você utilizar sementes com baixo vigor e realizar a semeadura do algodoeiro fora da época.

A dica é evitar épocas muito chuvosas para o plantio, pois esse patógeno se adapta bem a ambientes úmidos (em média 80% de Umidade Relativa) e temperatura entre 25℃ a 30℃.

O primeiro relato da doença foi na safra 2004/05 no Mato Grosso. Desde então, já foi detectada em diversos estados produtores de algodão como Mato Grosso do Sul e Bahia.

ciclo fisiológico das doenças do algodoeiro

Mela do algodoeiro é uma das doenças iniciais da cultura do algodão
(Fonte: Luiz Chitarra/Embrapa em Congresso do Algodão)

Sintomas da doença no algodoeiro

Para identificar a mela do algodoeiro na lavoura, fique atento aos sintomas iniciais: lesões, com aspecto oleoso, nas bordas dos cotilédones.

Conforme o desenvolvimento da doença, podem ser observados o encharcamento (anasarca) e a destruição total dos cotilédones, levando a plântula à morte.

Plântulas de algodoeiro com sintomas de mela

Plântulas de algodoeiro com sintomas de mela 
(Fonte: Goulart e colaboradores)

Atenção para não confundir os sintomas da mela do algodoeiro com outras doenças, como a causada pelo R. solani AG4, popularmente conhecida como “tombamento”. Seus sintomas, no caso, são formações de lesões no colo e nas raízes das plântulas de algodão, que podem ser confundidos com a mela.

Como evitar a mela do algodoeiro

A cultura do algodoeiro demanda muitos cuidados para alcançar altas produtividades. Um deles é o manejo preventivo de doenças fúngicas.

O primeiro passo é justamente evitar a entrada e a proliferação de fungos na lavoura. Para isso, realize um bom planejamento dos processos da fazenda e tome atitudes bastante simples, mas eficazes, como manejo preventivo.

Veja alguns cuidados que devem ser levados em consideração:

  • realize a limpeza frequente de máquinas e implementos agrícolas;
  • utilize sementes certificadas e de alto vigor;
  • realize teste de qualidade de água (caso utilize irrigação);
  • faça o tratamento de sementes;
  • realize a rotação de culturas (utilize gramíneas que reduzam a infestação de R. Solani);
  • mantenha o solo com adubação equilibrada;
  • escolha a época de plantio (evite períodos chuvosos);
  • realize o manejo integrado de doenças;
  • elimine plantas hospedeiras;
  • realize frequentemente análises de solo em sua lavoura.

Quando o assunto é fungos, é melhor pecar pelo excesso de manejos preventivos do que pela falta!

Situação ideal de desenvolvimento da mela do algodoeiro

Situação ideal de desenvolvimento da mela do algodoeiro; doença é altamente favorecida pelo clima chuvoso na fase inicial da cultura
(Fonte: Cultivar)

Mas, e quando a lavoura já está afetada pela doença, o que fazer? Vou explicar melhor a seguir:

Formas de controle

Para o controle da mela do algodoeiro, a utilização de tratamento de sementes com fungicidas vem como um forte aliado, principalmente pela doença se manifestar nas fases iniciais de desenvolvimento.

Estudos realizados pela Embrapa Algodão, indicam que o tratamento químico com Dynasty + Cruiser proporcionaram menor número de plântulas afetadas pelo fungo. Além disso, os resultados são potencializados com a aplicação de fungicidas preventivos nos estádios iniciais da cultura.  

Estudos também indicam ótimos resultados de emergência de plântulas para sementes tratadas com tolylfluanid + pencycuron + triadimenol.

Outra opção de manejo seria a adição de fungicida PCNB (pentachloronitrobenzene), na dose de 500g/100kg de sementes às misturas padrões (fludioxonil + mefenoxan + azoxistrobina, carbendazim + tirame + pencycuron + triadimenol e carboxina + thiram), que já eram utilizados no controle do tombamento.

Contudo, antes de escolher seu tratamento de sementes, observe quais os principais problemas da sua lavoura.

Caso sua área esteja infestada com o patógeno, opte pela combinação: tratamento de sementes+aplicação foliar logo após a emergência+rotação de cultura

Sobre qual produto utilizar para aplicação foliar no manejo da mela do algodoeiro, consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a)! Além disso, sempre realize o monitoramento em sua propriedade.

O manejo imediato da mela do algodoeiro irá evitar perdas consideráveis de produtividade e, principalmente, que o fungo se espalhe por todos os talhões da propriedade.

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Conclusão

A mela do algodoeiro é uma doença com relatos recentes e que vem causando problemas em diversas regiões do país.

Neste artigo, você viu como reconhecê-la no campo e os cuidados para evitar a contaminação de fungos na lavoura. Também conheceu as recomendações de manejos para controle da doença.

Espero que essas informações possam auxiliar seu dia a dia no campo e no planejamento preventivo da mela na sua propriedade!

>> Leia mais:

As 6 mais importantes dicas para a colheita do algodão

Como fazer o manejo integrado do bicudo-do-algodoeiro

Você tem problemas com a mela do algodoeiro em sua lavoura? Quais medidas de prevenção utiliza para evitar essa doença? Adoraria ver seu comentário abaixo! 

Herbicida para algodão: como fazer a melhor utilização para combate de plantas daninhas

Herbicida para algodão: Saiba quais produtos podem ser utilizados, posicionamento correto e como evitar fitotoxidade.

A cultura do algodão tem grande relevância no agronegócio brasileiro devido a seu valor agregado e potencial de exportação.

Na safra 2018/19, a cultura ocupou 1,62 milhões de hectares, com produção de 6,81 milhões de toneladas de caroço, movimentando mais de US$ 2 bilhões. E, para a safra que está maturando no campo, estima-se um aumento de 3,8% na produção de algodão

Para assegurar altas produtividades mantendo a boa qualidade final do produto, o manejo eficiente de plantas daninhas é essencial. Por isso trago agora tudo que você precisa saber sobre a aplicação de herbicida para algodão. Confira!

Manejo de plantas daninhas no algodão

Algumas características da cultura do algodão tornam o manejo de plantas daninhas um procedimento complexo e que exige muito planejamento. 

O primeiro desafio é o ciclo longo da cultura: são 170 a 200 dias. Além disso, o algodão tem um crescimento inicial lento, o que pode dar uma certa dianteira para plantas daninhas muito adaptadas. 

A cultura costuma ser cultivada com espaçamento maior que outras culturas anuais (70 a 90 cm), sendo mantida com porte baixo por meio de reguladores de crescimento

Somado a isso, o algodão possui baixa tolerância a herbicidas e precisa estar livre de plantas daninhas por ocasião da colheita (para que não haja perda na qualidade do produto).  

Devido a essas características, o cultivo possui um período crítico de prevenção a interferência de 55 dias em média, período mínimo que a cultura deve ser mantida no limpo para que não ocorram perdas no rendimento. 

Este período se inicia próximo aos 15 dias após a emergência (período anterior à interferência) e se estende até em média 70 dias após a emergência (período total de prevenção a interferência).

herbicida para algodão

Plantas de algodão sem interferência inicial de plantas daninhas
(Fonte: Notícias Agrícolas)

Principais plantas daninhas do algodão

Devido à baixa tolerância a herbicidas pelo algodão, as plantas daninhas mais problemáticas na cultura são as de folhas largas. Elas devem ser o foco do manejo entressafra. 

As plantas daninhas de maior ocorrência nas lavouras de algodão brasileira são:

Folhas largas:

Folhas estreitas:

Estas plantas daninhas são mais problemáticas, com a ocorrência de biótipos resistentes a herbicidas, como é o caso de leiteiro, picão-preto ou capim-amargoso. 

Outras são naturalmente tolerantes ao glifosato, como a trapoeraba e corda-de-viola. 

Desta forma, a primeira recomendação de manejo de plantas daninhas é realizar um bom manejo nutricional da cultura, mantendo-a com bom crescimento e competitividade. 

Além disso, o uso de rotação de culturas com cultivos que tenham alta produção de palha impede a emergência de muitas sementes de plantas infestantes, melhorando o perfil do solo. 

O milho com braquiária, por exemplo, é uma excelente opção para utilização na safrinha. 

Quanto às alternativas químicas de controle de plantas daninhas, vou falar mais a seguir!

Infestação de plantas daninhas no algodão

Infestação de plantas daninhas no algodão
(Fonte: Embrapa)

Herbicida para algodão: Manejo de plantas daninhas na entressafra

O período de entressafra, com certeza, é o período ideal para manejar plantas daninhas de difícil controle. Isso ocorre pois nessa época há mais mecanismos de ação herbicida que podem ser utilizados. 

Veja os principais herbicidas a seguir:

Glifosato

Quando aplicar: herbicida não seletivo de ação sistêmica, aplicado na entressafra ou em pós-emergência de variedades resistentes (RR). 

Espectro de controle: folhas largas e folhas estreitas.

Dosagem recomendada: 2,0 a 6,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com herbicidas sistêmicos e pré-emergentes (ex: Clethodim, flumioxazin e 2,4 D).

Cuidados: há muitas plantas daninhas com resistência, porém é uma excelente ferramenta de manejo para as demais plantas daninhas. 

Amônio-glufosinato

Quando aplicar: herbicida não seletivo de contato, aplicado na entressafra ou em pós-emergência de variedades resistentes (LL). 

Espectro de controle: folhas largas com 2 a 4 folhas e folhas estreitas provenientes de sementes de 1 a 3 perfilhos.

Dosagem recomendada: 2,5 a 3,5 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos e pré-emergentes (ex: Clethodim, flumioxazin e 2,4 D).

Cuidados: Para garantir a eficácia do produto, as plantas daninhas devem estar em estádio inicial. A aplicação deve ter uma boa cobertura do alvo e ser realizada com condições climáticas favoráveis.   

Carfentrazone

Quando aplicar: herbicida não seletivo de contato, utilizado em plantas pequenas ou na segunda aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: folhas largas com 2 a 4 folhas, ótimo controle de trapoeraba. 

Dosagem recomendada: 50 a 75 mL ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: glifosato.

Diquat

Quando aplicar: herbicida não seletivo de contato, utilizado em plantas pequenas ou na segunda aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: folhas largas com 2 a 4 folhas.

Dosagem recomendada: 1,0 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

2,4 D

Quando aplicar: herbicida de ação sistêmica, aplicado na entressafra ou em pós-emergência de variedades resistentes (Enlist). 

Espectro de controle: folhas largas.

Dosagem recomendada: 1,0 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e estádio de desenvolvimento. 

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (glifosato e clethodim) e pré-emergentes.;

Cuidados: Possui problemas de incompatibilidade de calda, por isso cuidado com baixo volume de calda. Se associado com graminicidas, deve-se aumentar 20% a dose do graminicida. Devido a efeitos residuais, deve-se deixar um período mínimo de 15 dias entre a aplicação e semeadura. 

Herbicida para algodão aplicado na pré-emergência da cultura

S-metolachlor 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de plante aplique do algodão.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada:1,25 a 1,5 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato).

Cuidados: não deve ser aplicado em solos arenosos. O solo deve estar úmido, com perspectivas de chuva. 

Trifluralina 

Quando aplicar: herbicida com ação residual utilizado no sistema de plante aplique do algodão.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso e capim-pé-de-galinha).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2,4 L ha-1 do percentual de argila do solo.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato  e graminicidas).

Cuidados: deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Formulações antigas têm problemas com fotodegradação (necessidade de incorporação). Eficiência muito reduzida em solo com grande quantidade de palha ou durante grande período de seca.  

Clomazone

Quando aplicar: herbicida com ação residual, no sistema de plante aplique, com uso de safeners.

Espectro de controle: gramíneas de semente pequena (ex: capim-colchão, capim-pé-de-galinha) e algumas folhas largas de sementes pequena.

Dosagem recomendada: 1,6 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada e nível de cobertura do solo.

Pode ser misturado com: diuron e glifosato.

Cuidados: Deve ser utilizado um safener (dietolathe, phorate e dissulfoton) no tratamento das sementes do algodão. Atenção com deriva em culturas suscetíveis vizinhas.

Prometryne

Quando aplicar: herbicida com ação residual, no sistema de plante aplique.

Espectro de controle: folhas largas e folhas estreitas. 

Dosagem recomendada: 1,6 a 2,0 L ha-1 dependendo da planta daninha e teor de argila do solo.

Cuidados: Usar menores doses em solo arenoso. 

Diuron

Quando aplicar: herbicida com ação residual, no sistema de plante aplique ou no sistema de jato dirigido às entrelinhas da cultura. .

Espectro de controle: folhas largas. 

Dosagem recomendada: 0,7 a 2,5 L ha-1 dependendo do sistema de aplicação. 

Cuidados: No sistema de jato dirigido, o caule do algodão deve estar lignificado e recomenda-se o uso da capota de proteção ou “casinha de cachorro”. Cuidado com residual de diuron na cultura consecutiva. 

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Herbicida para algodão aplicados na pós-emergência da cultura 

Pyrithiobac sodium

Quando aplicar: aplicação única feita entre uma e duas semanas após a emergência ou em aplicação sequencial, com 2 aplicações com intervalo de 5 a 15 dias entre aplicações. 

Espectro de controle: folhas largas (ex: caruru, picão-preto, trapoeraba e corda-de-viola) e plantas voluntárias de soja. 

Dosagem recomendada: 150 a 500 mL ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada.

Cuidados: Não misturar com graminicidas. 

Trifloxysulfuron sodium

Quando aplicar: aplicar após 2 a 3 semanas após emergência do cultivo, por ocasião da aplicação o algodão deve estar com no mínimo 4 folhas verdadeiras. 

Espectro de controle: folhas largas (ex: caruru, picão-preto, leiteiro, corda-de-viola) e plantas voluntárias de soja. 

Dosagem recomendada: 10 a 30 g ha-1 dependendo da planta daninha a ser controlada.

Cuidados: Não misturar com graminicidas. 

Outros herbicidas como prometryne, prometryne+MSMA, amônio-glufosinato (cultivo convencional), diuron+MSMA, atrazina, ametrina e flumioxazin. Aplicação de jato dirigido geralmente ocorre após a lignificação do caule, por volta de 45 a 50 dias após a emergência (caule marrom), usando capota de proteção ou “casinha de cachorro”. 

Cuidado com residual na cultura consecutiva!

Controle da soqueira do algodão 

Além do manejo de plantas daninhas, o produtor de algodão deve se assegurar da completa eliminação da soqueira do cultivo, respeitando a legislação e mantendo o vazio sanitário. Isso evita a disseminação de pragas como bicudo-do-algodoeiro e lagarta rosca.

Aqui no blog nós mostramos como evitar a rebrota planta de algodão com dois tipos de manejo. Confira!

herbicida para algodão

Aplicação de herbicidas para destruição de soqueira do algodão 
(Fonte: G1)

Conclusão

Neste artigo vimos a importância econômica do cultivo do algodão no Brasil e por que você precisa realizar o manejo eficiente de plantas daninhas. 

Mostramos quais ferramentas de controle químico podem ser utilizadas e o posicionamento correto para evitar causar perdas no cultivo.  

Além disso, citamos técnicas importantes que devem ser utilizadas no manejo integrado de plantas daninhas.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas para algodão!

>> Leia mais:

“5 dicas para o plantio de algodão de alta produtividade”

“Capim-rabo-de-raposa (Setaria Parviflora): guia de manejo”

Aproveite também nossa planilha de estimativa da produtividade do algodão aqui

Qual herbicida para algodão você costuma utilizar em sua lavoura? Já teve problemas de fitotoxidade? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o manejo integrado do bicudo-do-algodoeiro

Bicudo-do-algodoeiro: saiba como prevenir surtos, identificar os danos e fazer o manejo correto dessa praga. 

As infestações por bicudo-do-algodoeiro estão entre os pesadelos do cotonicultor. E não é para menos: essa praga, se não for controlada, tem capacidade de destruir de 70% a 100% da produção de algodão

Mesmo sendo tão voraz, é possível obter sucesso em seu controle. Mas é necessário saber identificar os danos e conhecer muito bem tudo que envolve o manejo do bicudo. 

Quer saber mais sobre essa praga? Vou explicar melhor! 

Características do bicudo-do-algodoeiro

O bicudo-do-algodoeiro, Anthonomus grandis, é um besouro da família Curculionidae, que está dentro da ordem Coleoptera.

A maior parte dos curculionídeos tem uma característica marcante que é o aparelho bucal em formato de rostro. Por isso, a atribuição a muitos de “bicudo”. 

Essa espécie não tinha ocorrência no Brasil até o início dos anos 80. Em 1983, foi encontrada no estado de São Paulo e se espalhou por outros estados ao longos dos anos. 

Atualmente, é a principal praga da cultura do algodão no país e pode causar danos severos se não for controlada. 

O adulto é um inseto pequeno, podendo medir cerca de 3 a 8 mm, de coloração variável (de castanho ao acinzentado) e alta capacidade de dispersão, embora não voe muito bem. 

É mais comum encontrar adultos em botões florais da porção mediana da planta, mas a alimentação ocorre tanto nas partes superiores como nas medianas. 

imagem do bicudo do algodoeiro
Adulto do bicudo-do-algodoeiro; praga é a principal da cotonicultura 
(Fonte: Boletim de P&D)

A larva do bicudo é ápoda, esbranquiçada e pode chegar a medir até 1 cm de comprimento. Causa sérios danos por se desenvolver no interior dos botões das flores e nas maçãs.

Larva do bicudo do algodoeiro
Larva do bicudo-do-algodoeiro 
(Fonte: Agro Bayer Brasil)

O ciclo de vida, de ovo a adulto, depende das condições climáticas. Em condições de altas temperaturas e alta umidade, o ciclo se completa em 20 dias

Assim, por ter alta capacidade reprodutiva e de destruição, ao longo de uma safra, podem ocorrer até 6 gerações da praga, causando danos irreversíveis. 

Danos causados pelo bicudo

É mais comum que os ataques do bicudo-do-algodoeiro comecem pela bordadura. E as estruturas reprodutivas são os principais alvos dessa praga.

É possível detectá-la quando ocorre separação das brácteas e dos botões florais. Em seguida, ocorre amarelecimento e queda. 

Queda e danos em botões florais de algodão
(Fonte: Agro Bayer Brasil)

Porém, antes mesmo de ocorrerem as quedas, você pode observar se há a presença do bicudo na área pelos orifícios causados tanto pela alimentação dos adultos quanto pela oviposição. 

Normalmente, eles preferem os botões florais de tamanho médios (entre 4 a 6 mm de diâmetro).

O orifício causado por oviposição fica coberto com uma camada de um tipo de cera. Já o orifício de alimentação não tem nenhuma proteção e, geralmente, são vários pontos próximos. 

Ataque do bicudo-do-algodoeiro no botão floral: orifícios de oviposição e alimentação
(Fonte: Boletim P&D)

As flores atacadas são comumente chamadas de “flor em balão”, por ficarem com aspecto de um balão. Não se abrem e apresentam pétalas perfuradas. 

Os capulhos ficam totalmente destruídos internamente, com baixa qualidade de fibras e sementes. 

Além disso, as plantas, quando muito atacadas, crescem e ficam com alto desenvolvimento vegetativo. 

Controle do bicudo-do-algodoeiro 

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é a melhor opção para controle de pragas, principalmente para pragas altamente severas. 

Como comentado anteriormente, o adulto do bicudo-do-algodoeiro fica, na maior parte do tempo, na região mediana da planta. E, além disso, após a oviposição, as larvas permanecem dentro das estruturas da planta. 

Esses fatores dificultam muito o controle. Por isso, existem várias táticas que vão contribuir para a prevenção de surtos e para o manejo correto desse coleóptero. Vou falar melhor sobre outras medidas de controle a seguir:

Monitoramento

Um passo muito importante – e muitas vezes deixado de lado pelos cotonicultores – é o monitoramento dessa praga.

Deve ser iniciado durante a entressafra, pois muitas vezes os insetos conseguem se manter em restos culturais que permanecem na área após a colheita. 

O período que antecede a fase de produção de botões florais é, sem dúvidas, a mais importante para monitorar. 

Uma boa opção são as armadilhas cônicas, de cor verde-limão, com dispersor de feromônio inserido em um compartimento superior, onde o inseto é atraído e aprisionado. 

Para o vistoriamento do talhão, vistoriam-se 250 botões e o nível de controle para tomada de decisão deve ser de até 5% dos botões atacados. 

Controle comportamental

No controle comportamental, pode-se utilizar a técnica atrai e mata por meio do tubo-mata-bicudo (TMB®).

O tubo é feito de papelão, com coloração verde-limão, e é revestido por um atraente alimentar mais a liberação lenta de um inseticida. Na parte superior é colocado um feromônio específico para Anthonomus grandis

Deve ser instalado na bordadura da lavoura nas fases de pré-plantio e após a colheita para atingir adultos do bicudo. 

Tubo mata bicudo
A – tubo-mata-bicudo (TMB®); B – adultos de bicudo capturados por TMB 
(Fonte: Embrapa)

Controle cultural

A época de plantio é algo importante a que o produtor deve se atentar. Em uma mesma região, o ideal é que todos os produtores plantem na mesma época. Isso encurta o período com estruturas reprodutivas viáveis à praga. 

Importante também fazer a destruição de soqueiras logo após a colheita para que não haja plantas de algodão ou rebrota na entressafra. 

Uma outra tática é a catação de botões caídos no solo e destruição dos mesmos de 5 em 5 dias. Isso vai evitar que os insetos continuem o desenvolvimento ao longo da safra seguinte. 

O preparo antecipado do solo e o uso de variedade precoces vão contribuir muito para que o bicudo não atinja níveis populacionais altos. 

Além dessas técnicas, é preciso fazer vazio sanitário de acordo com as recomendações da região produtora. 

Controle químico

O controle químico deve ser baseado nos dados de amostragens no monitoramento. Só é possível controlar a fase adulta, já que as demais fases (ovos, larvas e pupas) ficam dentro das estruturas reprodutivas. 

É muito importante seguir as recomendações do fabricante para não haver falha da tecnologia. 

Os grupos químicos utilizados devem ser rotacionados para evitar pressão de seleção. 

Prefira inseticidas seletivos aos inimigos naturais, pois estes irão permanecer na área e contribuirão para a redução da população de bicudo.

No Agrofit existem 107 produtos registrados.

Controle biológico

Embora muitos não acreditem nesse método para o controle do bicudo-do-algodoeiro, o controle biológico natural pode contribuir para a redução da população

Os parasitoides Catolaccus grandisBracon vulgaris são os que têm maior potencial de redução natural da praga.

Os entomopatógenos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae também têm grande potencial de controle do bicudo.

Entretanto, nenhum desses agentes têm registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para controle inundativo. Por isso, é importante manter o agroecossistema sustentável, com uso de pesticidas seletivos aos inimigos naturais. 

Software para manejo do bicudo

Uma das melhores maneiras de realizar o manejo integrado do bicudo-do-algodoeiro na sua plantação é utilizando softwares agrícolas especializados.

Com o Aegro, por exemplo, o controle desta praga se torna muito mais eficiente e organizado.

Você planeja as atividades de manejo para garantir que a sua equipe siga um cronograma preciso. Todos os funcionários da propriedade têm perfis de acesso ao software e conseguem utilizá-lo simultaneamente.

Acompanhe os resultados do armadilhamento do bicudo pelo Aegro
Acompanhe os resultados do armadilhamento do bicudo pelo Aegro

Os registros de armadilhamento e monitoramento são feitos diretamente pelo celular. Isso agiliza o trabalho no campo e evita anotações em cadernos que se perdem mais tarde.

Além de automatizar a rotina de manejo, o Aegro ainda facilita o acompanhamento dos resultados. A qualquer momento da safra, você pode checar os níveis de incidência do bicudo através dos mapas do software.

Peça uma demonstração gratuita do Aegro e veja de perto todas essas funcionalidades!

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão 

O bicudo-do-algodoeiro é um inseto pequeno, mas extremamente voraz e capaz de causar perdas significativas no algodão. 

Os ataques começam pela bordadura, onde é possível ver os danos causados nas plantas. 

As estruturas reprodutivas são os principais alvos desta praga, impossibilitando a formação dos capulhos. 

O manejo integrado do bicudo é a melhor maneira de controlar a população. 

>> Leia mais:

Principais pragas do algodão e as estratégias para seu controle

Evite a rebrota da planta de algodão com estes 2 tipos de manejo

Você tem problemas com o bicudo-do-algodoeiro em sua lavoura? Quais táticas tem usado para controle? Conte sua experiência nos comentários!

5 dicas para o plantio de algodão de alta produtividade

Plantio de algodão: Pré-plantio, manejo de solo, escolha da variedade e outros pontos importantes para alcançar altas produtividades.

O Brasil é o 5º maior produtor de algodão do mundo, com colheita estimada em 2,7 milhões de toneladas de pluma apenas nesta safra.

Nas últimas safras, também vimos um aumento de área bem significativo desta cultura.

Para alcançar altas produtividades e se manter entre os maiores produtores de algodão do mundo, o plantio requer uma atenção especial.

Confira as 5 dicas que separamos para te ajudar a ter mais sucesso em sua produção de algodão. 

1ª dica: Cuidados com a área e rotação de culturas no plantio de algodão

Para obter sucesso em sua lavoura, dê preferência por áreas planas, de fácil mecanização e com boa drenagem. 

A rotação de culturas em seu pré-plantio ajuda na melhor estruturação do solo e, consequentemente, melhor drenagem. Essa técnica também irá auxiliar a reduzir os custos com pragas e doenças da cultura.

Para fazer a rotação, opte por espécies de fácil condução e alta produção de matéria seca. Mas fique atento se a espécie escolhida não é hospedeira de pragas, doenças e nematoides.

Se você ainda não realiza a rotação, tente utilizar esse manejo em uma parte de sua área.

Tenho certeza que na safra seguinte você irá ampliar sua utilização, pois a rotação de culturas auxilia na “saúde” de sua área.

Temos algumas matérias que podem te ajudar nesta escolha de espécies para rotação:

2ª: Plante no limpo

As plântulas de algodão são muito sensíveis à competição. Por isso, o estabelecimento da cultura deve ocorrer no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas.

Nos primeiros 80 dias após a semeadura, até um pequeno número de plantas daninhas pode afetar o crescimento e consequentemente a produtividade.

plantio de algodão

(Fonte: Grupo Cultivar)

Entretanto, a cultura deve estar “no limpo” durante todo o ciclo, pois a qualidade do produto final é muito importante.

Mas, em quais momentos posso aplicar herbicidas sem ocasionar danos? Veja: 

  • Pré-plantio;
  • Pré-emergência da cultura;
  • Pós-emergência da cultura;
  • Dessecação de plantas.

Para saber qual o melhor herbicida, conheça as plantas daninhas presentes em sua lavoura e não deixe de realizar um planejamento com seu consultor!

3ª: Preparo do solo para plantio de algodão

Devido à maior permanência da umidade, normalmente os solos médios a argilosos permitem que a cultura mostre seus melhores resultados.

Contudo, as boas práticas são fundamentais para o sucesso de lavoura. Por isso, realize uma análise de seu solo.

Os solos escolhidos para implantação da cultura devem apresentar características físicas, químicas e biológicas favoráveis ao algodoeiro.

Caso seu solo apresente alguma limitação física, por exemplo, faça a correção prévia antes do plantio do algodão.

Não semeie em solos compactados e mal drenados: a cultura do algodão é altamente suscetível. A mesma dica vale para solos com limitações químicas ou biológicas.

Fique atento: o algodoeiro é muito sensível à acidez do solo. Realize o manejo conforme a necessidade de seu solo.

Caso seja necessário e possível, a correção do solo deve iniciar 3 meses antes do plantio.

manejo plantio de algodão

Manejo do solo para plantio de algodão
(Fonte: AMIPA)

>>Leia mais: “6 funcionalidades do Aegro que vão te ajudar durante o plantio

Adubação 

Para o algodão, a adubação pode ocorrer em diferentes momentos para suprir as necessidades da cultura. Na semeadura, ocorre normalmente no sulco.

A recomendação de macro e micronutrientes acontece em função da análise de solo.

Porém, a recomendação para nitrogênio é baseada na produtividade esperada e no histórico da área.

Caso seja necessário, pode ser realizada a adubação de cobertura de forma única ou parcelada.

Assim, as coberturas devem ser realizadas:

1ª – Entre 30 e 35 dias após a emergência;

2ª – Entre 20 e 30 dias após a primeira.

Alguns produtores ainda utilizam aplicações aos 80 dias após a emergência, mas fique atento, pois esta aplicação pode ocasionar danos à cultura.

Baixe a planilha gratuita de cálculo da produtividade de algodão!

4ª dica: Variedades, espaçamento e época de semeadura

Variedades do plantio de algodão

Opte por variedades tolerantes a pragas e doenças, nematoides e herbicidas, e, principalmente, com alto potencial produtivo.

A escolha da semente pode influenciar diretamente no estabelecimento da cultura. Escolha sementes que tenham boa adaptabilidade em sua região e opte pela diversificação de variedades em sua propriedade!

Antes de iniciar a semeadura, realize um teste de emergência em um canteiro da fazenda.

Algumas variedades de algodão disponíveis no mercado para sua safra são:

  • BRS 187 8H;
  • BRS 371 RF;
  • TMG 81 WS;
  • TMG 62 RF;
  • IAC 24;
  • IAC 25 RMD;
  • DP 1536 B2RF.

Para mais opções, confira o portfólio das empresas. 

Espaçamento

Quanto maior o número de plantas em uma mesma área, maior será a competição entre elas, tanto por água quanto por luz e nutrientes.

Mas como escolher o melhor espaçamento?

O melhor espaçamento é aquele em que a planta tem ótimo aproveitamento e pode expressar suas melhores características. Para o plantio de algodão, geralmente, são indicados:

  • Espaçamento entre fileiras de 0,76 m a 0,90 m; 
  • Optando pelo cultivo adensado, o espaçamento muda para 0,45-0,50 m;
  • Densidade de 8 m² a 10 plantas por m².

Caso você opte por variedades que apresentam porte mais elevado, a densidade não deve ser maior que 8 plantas por m².

Lembrando: maiores densidades são indicadas para variedades de menor porte e para solos arenosos.

Época de plantio

A época de plantio deve ser determinada, principalmente, pelo zoneamento e regime de chuvas regionais.

Quando escolhida sem planejamento, pode acarretar em perdas de produtividade.

produtividade algodoeiro Fundação MT

Produtividade do algodoeiro em função da localidade e época de semeadura
(Fonte: Fundação MT)

Pode-se realizar o plantio do algodão em “época normal” ou “safrinha”, dependendo do tipo de sistema realizado na propriedade.

Na chamada semeadura em época normal, é realizada apenas uma safra por ano. Neste sistema, a produção de algodão pode expressar sua máxima produtividade.

Já a semeadura safrinha, que ocorre após a colheita da soja, normalmente se inicia em fevereiro – ou assim que possível.

Na prática, para garantir um estabelecimento adequado do estande: 

  • Regule seu maquinário antes de iniciar a semeadura;
  • Utilize sementes de alta qualidade;
  • Semeie na época adequada: com temperatura e umidade ótimas;
  • Observe se a profundidade está uniforme no momento do plantio.

5ª: Custos e planejamento do plantio de algodão

O Imea aponta que o custo do algodão para o mês de outubro em Mato Grosso, para a safra 2019/20, aumentou em relação à safra 2018/19 para os custos variáveis e operacionais, os quais tiveram um crescimento de 5,80% e 5,70%, respectivamente. 

Os principais fatores do aumento dos custos se deram em virtude de:

  • Alta do dólar;
  • Despesas com macronutrientes e fungicidas, que tiveram um avanço anual de 12,00% e 9,70% respectivamente;
  • Mão de obra do trabalhador rural, pois boa parte da remuneração é paga em sacas de soja, oleaginosa que teve uma valorização nos preços.  

Para conseguir ter rentabilidade mesmo com esses custos, o planejamento é muito importante na empresa rural e deve ser realizado em todas as etapas, inclusive no plantio de algodão.

Planejando as suas atividades, você pode conhecer quais são seus principais custos. Isso auxilia sua tomada de decisão, do plantio à comercialização.

Por isso, é fundamental que você tenha todas as informações de sua lavoura registradas.

Como sabemos, o algodão é uma cultura que envolve muito investimento, sendo considerada uma das culturas mais “caras”. Assim, qualquer detalhe pode fazer muita diferença em sua rentabilidade!

Com o Aegro você consegue ter acesso a todos seus custos a qualquer momento e com segurança. Dados ilustrativos.

Conclusão

O plantio do algodão é de extrema importância para o sucesso dessa cultura de custo tão elevado.

Mostramos neste artigo algumas dicas para te auxiliar nessa etapa, desde o pré-plantio à emergência da cultura.

Espero que com essas informações, você consiga realizar o plantio de seu algodão e alcançar altas produtividades. Boa safra!

>> Leia mais:

“Como evitar e combater a mela do algodoeiro na sua lavoura”

Como você realiza o plantio de algodão em sua lavoura? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Produção de algodão: como está a produção global e como aumentá-la na sua propriedade

Produção de algodão no mundo: os principais desafios e o que você pode fazer para aumentar a produtividade na sua lavoura!

O algodão é uma das principais culturas do mundo, com crescimento médio anual de 2% e uma média de 35 milhões de hectares em área plantada.

Mas apesar do cenário promissor, há uma série de desafios em relação à produção da cultura.

Plantas daninhas, além de pragas como o bicudo-do-algodoeiro, e agora os preços baixos do algodão ameaçam sua rentabilidade.

Neste artigo, vamos falar sobre o cenário da produção de algodão no Brasil e no mundo e como enfrentar os principais desafios para aumentar a produtividade da sua lavoura! Confira!

Como está  mercado do algodão no Brasil

Na safra 2018/19, houve crescimento de 34,2% na produção. Isso equivale ao volume de 6,7 milhões de toneladas de algodão em caroço ou 2,7 milhões de toneladas de algodão em pluma, segundo a Conab.

O aumento da produção também é favorecido pelo aumento da demanda, principalmente na Ásia, além de uma busca maior por fibras naturais, substituindo as sintéticas. 
Entretanto, as previsões mostram que poderá haver queda no consumo de algodão em pluma, como mostra a figura abaixo.

produção de algodão

Produção, consumo e exportação de algodão em plumas (em mil toneladas)

(Fonte: Projeções do Agronegócio)

Além disso, os altos estoques de mundiais de algodão e a previsão de alto volume de colheita de algodão fizeram com que as comercializações fossem lentas nas últimas semanas, com quedas de preços.

Nos últimos dias os preços vêm oscilando, visto que ora compradores estão mais flexíveis em pagar preços maiores, ora vendedores cedem nos preços.

Hoje, no Brasil, o principal produtor de algodão em pluma é o Mato Grosso. É a quarta cultura de maior importância para o país, atrás da soja, cana-de-açúcar e milho.

Mato Grosso e Bahia concentram 89% da produção brasileira de algodão em pluma.

produção de algodão

(Fonte: Projeções do Agronegócio)

Produção de algodão: Cenário atual 

O algodão está entre as principais culturas do mundo, movimentando cerca de US$ 12 bilhões/ano, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Seu processo produtivo envolve em torno de 350 milhões de pessoas, sendo produzido por mais de 60 países, nos cinco continentes.

As cultivares de algodão podem ser divididas em três grupos de maturação, quando considerado o tempo para que 90% dos frutos estejam abertos:

  • Precoce: 120 a 130 dias;
  • Média: 140 a 160 dias;
  • Tardia: mais de 170 dias.

O Brasil é quinto maior produtor mundial de algodão e este ano conquistou o segundo lugar no ranking de maiores exportadores, com milhões de toneladas de pluma exportadas, atrás apenas dos Estados Unidos.

Mas, para chegarmos até aqui, os sistemas de produção passaram por evolução e mudanças.

Umas dessas mudanças foi a colheita mecânica do algodão. Essa inovação aconteceu junto com a migração da cultura para o cerrado, o que também permitiu melhorar a qualidade da fibra.

produção de algodão

Produtividade média das lavouras brasileiras vem melhorando nos últimos anos

(Fonte: Abrapa)

Produção de algodão: Principais desafios na cadeia produtiva

Controle de pragas

Entre os grandes desafios na produção de algodão hoje estão o manejo do bicudo do algodoeiro, a ramulária e os nematoides.

produção de algodão

Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis)

(Fonte: Inquima)

O monitoramento de pragas no algodão deve ser feito muito de perto pelo produtor, com controle quase diário. E a tecnologia pode ajudar muito nesta tarefa de campo.

Um exemplo é a ferramenta para monitoramento de pragas disponível no Aegro

O dispositivo permite controlar os insetos-pragas que estão atacando a plantação e indica quando há possibilidade de danos econômicos na sua lavoura. 

Você pode utilizar planos de monitoramento diversos (ponto a ponto, pano de batida, etc.) e níveis de controle diferenciados por praga.

Com base nas suas informações, o sistema indica quando fazer a aplicação de defensivos ao atingir o nível de controle, por exemplo.

producao de algodao

Com monitoramento é possível saber a média de infestação de pragas, nível de controle e severidade do ataque em pontos específicos da lavoura

Teste o Aegro e o monitoramento de pragas, gratuitamente, por 7 dias:

Plantas daninhas

Outro importante desafio dentro da produção de algodão são as plantas daninhas.

A cultura do algodoeiro é muito sensível à interferência de plantas daninhas. Isso acontece por que:

  • O algodão possui metabolismo C3, ou seja, de baixa eficiência transpiratória, reduzida taxa fotossintética líquida em alta luminosidade, baixa capacidade de translocação de assimilados;
  • Há crescimento inicial lento, com raízes superficiais;
  • Espaçamento de plantio largo, o que favorece a incidência de luz e consequentemente das plantas daninhas;
  • Ciclo longo.

As principais espécies de plantas daninhas que interferem no ciclo do algodão são:

  • Tiririca (Cyperus rotundus);
  • Cordas-de-viola (espécies dos gêneros Ipomoea e Merremia);
  • Capim-colonião (Panicum maximum);
  • Picão-preto (Bidens), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) e carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum);
  • Capim-colchão (Digitaria horizontalis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
  • Caruru (Amaranthus);
  • Trapoeraba (Commelina benghalensis);
  • Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla).

Agora que vimos como está a produção de algodão no Brasil e alguns dos desafios, vamos ver manejos que podem ser adotados para elevar a produtividade.

Manejos recomendados para elevar sua produção de algodão

Um dos manejos adotados pelos produtores é a rotação de culturas. Antes eram apenas soja e algodão, mas agora muitas espécies são utilizadas (como milheto; mamona; feijão; grão-de-bico; sorgo; gergelim; crotalária; estilosantes; e gramíneas forrageiras).

A rotação de cultura, além de trazer melhorias para o solo, permite reduzir a incidência de plantas daninhas, auxiliando na redução do banco de sementes. 

Este manejo também permite utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação.

Alguns fatores são essenciais em todas as culturas como:

  • Planejamento das atividades;
  • Gerenciamento do estoque;
  • Manejo correto do solo;
  • Escolha de variedades adaptadas à região;
  • Compra de sementes certificadas (assim você estará garantindo vigor, germinação, sanidade e pureza varietal);
  • Monitoramento de pragas, doenças, plantas daninhas e nematoides. Assim, você saberá, por exemplo, se uma aplicação deve ou não ser feita, economizando tempo e dinheiro.

Irrigação na cultura do algodão: É necessária?

A irrigação é um outro fator que pode contribuir para o aumento da produtividade da sua lavoura de algodão.

De acordo com Edegar Matter, do Senar-MT, o aumento de produtividade pode ser de até 40% quando utilizada irrigação. 

O algodão, durante o todo o ciclo, precisa de 600 mm a 700 mm de água, sendo de 2 mm a 4 mm por dia na fase inicial; e de 4 mm a 8 mm por dia na fase reprodutiva. 

Entretanto, segundo especialistas, a irrigação contribui para evitar riscos de déficit hídrico ou, ainda, para garantir com precisão a quantidade de água.

produção de algodão

Brasil tem cerca de 1,5 milhões de hectares de algodão plantados, sendo 40 mil hectares em área com irrigação sendo a Agência Nacional de Águas

(Fonte: Jornal advogado) 

Um importante ferramenta que podemos utilizar é o plantio de algodão após o cultivo de plantas de cobertura.

Plantas de cobertura

A cobertura contribui para manutenção dos teores de água do solo, o que ajuda a prevenir o déficit de água caso ocorra algum veranico no início do desenvolvimento da cultura.

Outro ponto importante da cobertura morta é a vantagem no controle de plantas daninhas, auxiliando na redução da infestação.

Este manejo também reduz a alternância de temperatura do solo; proporciona menor incidência de luz; e é considerado uma barreira física e química para as plantas daninhas, pois a cobertura de algumas plantas podem ter efeitos alelopáticos, liberando substâncias que inibem a germinação das sementes.

Além disso, muitas plantas de cobertura são extremamente eficientes no manejo de nematoides como: Meloidogyne incognita (nematoide das galhas), Pratylenchus brachyurus (nematoides das lesões radiculares) e Rotylenchulus reniformis (nematoide reniforme),contribuindo para redução no uso de produtos químicos.


produção de algodão

(Fonte: Embrapa)

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

O algodão está entre as principais culturas do Brasil e do mundo, com expectativa de aumento na produção mundial pelos próximos anos.

Neste artigo, vimos o cenário da cotonicultura no Brasil e no mundo e os principais desafios desse sistema produtivo.

Discutimos os desafios e alguns manejos que podem ser adotados para melhorar a produtividade da sua lavoura.

Com essas informações, espero que você melhore o manejo da sua produção, aplicando esses conhecimentos no campo!

>> Leia mais:

“Quais fatores impactam o preço do algodão para 2021?

Como evitar e combater a mela do algodoeiro na sua lavoura

“Logística da pluma do algodão: o que impacta o escoamento da produção?”

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a produção do algodão? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Mofo-branco: como identificar, controlar e prevenir na sua lavoura

Mofo-branco: características da doença e as principais formas de manejo para evitar prejuízos na sua lavoura.

As doenças estão, frequentemente, causando prejuízos na lavoura. O mofo-branco, por exemplo, tem uma ampla gama de plantas hospedeiras como soja, feijão, girassol, algodão e outras.

No caso da soja, a doença pode causar perdas de até 70% na produtividade.

Outro aspecto importante é que o fungo forma estruturas de resistência que podem permanecer viáveis no solo por vários anos. Então, é preciso evitar a entrada do patógeno na área e manejá-lo adequadamente quando já está presente para evitar perdas.

Confira a seguir as principais características da doença, ciclo de vida e formas de manejo para a sua lavoura!

O que causa o mofo-branco nas culturas agrícolas

O mofo-branco, ou podridão-de-Sclerotinia, é uma doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, principalmente, e pode causar altas perdas na produtividade de culturas como algodão, soja, feijão e muitas outras de grande importância econômica.

Estima-se que a doença pode afetar diferentes espécies de plantas, com registro de mais de 400 espécies hospedeiras (ampla gama de plantas hospedeiras, exceto as gramíneas). Além disso, está distribuída em muitas regiões do mundo. 

Alta umidade e temperaturas amenas são o ambiente favorável para desenvolvimento da doença. Dessa forma, áreas irrigadas podem favorecer o mofo-branco, por proporcionar ambientes com alta umidade.

Os sintomas da doença são bastante característicos. Normalmente, ocorrem lesões encharcadas nas partes aéreas da planta. E, após o progresso, há o crescimento de um micélio branco, com aspecto cotonoso (parecido com algodão) sobre essas lesões. Após um período, ocorre a formação de escleródios.

Os escleródios são enovelamento/agregado de hifas, que são estruturas de resistência do fungo. Assim, este fungo pode sobreviver no solo através dessas estruturas.

mofo-branco
Placa de Petri com crescimento em meio de cultura de Scletotinia sclerotiorum com micélio branco e escleródios
(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

A formação de escleródios ocorre em resposta às mudanças na disponibilidade de nutrientes no meio em que se encontra o fungo. Os escleródios tem formato irregular e tamanho pequeno (milímetros).

Inicialmente, essas estruturas apresentam coloração branca, que depois progride para uma cor escura e com aspecto duro.

Assim, os escleródios no final do processo da sua formação apresentam cor escura pelo depósito de melanina, que possivelmente confere proteção a essas estruturas.

Os escleródios podem sobreviver (ficarem viáveis) no solo por vários anos. Há trabalhos que apontam sobrevivência por até 10 anos, mas isso é variável conforme as condições a que essas estruturas estão expostas.

Isso é importante pois há a sobrevivência de S. sclerotiorum na área de cultivo mesmo no período de entressafra.

Disseminação S. sclerotiorum

Os escleródios podem ser disseminados por sementes, solo, máquinas agrícolas, água, entre outros.

Assim, se sua área de cultivo é livre do patógeno, este pode ser introduzido por sementes contaminadas internamente (micélio dormente) ou por escleródios que podem estar juntos com as sementes. 

Máquinas e implementos agrícolas sujos com solo contaminado também trazem problemas. 

Este conhecimento é muito importante para determinar as medidas de manejo para a doença. Vamos falar sobre isso mais a frente no texto!

E você sabe como a doença se desenvolve através dos escleródios? Vou explicar!

Ciclo de vida de S. sclerotiorum

Para entender como o patógeno se desenvolve para causar o mofo-branco, vamos discutir rapidamente o ciclo de vida de S. sclerotiorum.

Os escleródios presente no solo podem germinar de duas formas:

  • Carpogênica

Ocorre a formação de apotécios (que tem aparência de cogumelo). Esses produzem ascos que formam ascósporos (esporos do fungo), que são dispersos para o meio, disseminados pelo vento, podendo ocasionar infecções em outras plantas na área ou em regiões próximas.

Os ascósporos germinam para iniciar a infecção e causar a doença. Normalmente, a germinação carpogênica ocorre nas culturas de soja e feijão.

  • Micelogênica

Ocorre a formação de hifas e não formam esporos. Essas hifas geralmente iniciam a infecção na matéria orgânica do solo e depois penetram e colonizam a planta hospedeira (principalmente a parte das plantas em contato com o solo). Normalmente essa germinação ocorre na cultura do girassol.

É importante conhecer o ciclo de vida do patógeno para entender a importância das estruturas de sobrevivência do fungo e as medidas de manejo.

Observe no esquema abaixo como as germinações podem ocorrer e as etapas para o desenvolvimento do mofo-branco.

ciclo de vida de Sclerotinia sclerotiorum
Esquema do ciclo de vida de Sclerotinia sclerotiorum
(Fonte: Tese Roseli Muniz Giachini adaptado de Wharton e Kirk, 2007)

Agora que você sabe um pouco mais sobre o desenvolvimento do mofo-branco, vamos mostrar o desenvolvimento da doença em algumas culturas agrícolas.

Mofo-branco na cultura da soja

A doença foi uma das principais responsáveis pela redução da produtividade das lavouras de soja na região sul do país na safra 2017/18.

Nos últimos anos, o mofo-branco na cultura da soja ocasionou perdas de até 70% na produtividade. E estima-se que cerca de 10 milhões de hectares da área brasileira de cultivo de soja estejam infestados pelo patógeno.

O fungo pode atacar qualquer parte da planta, sendo mais frequente nas inflorescências, pecíolos e ramos.

Os sintomas inicialmente são manchas encharcadas, que progridem para uma coloração castanha, com um crescimento de micélio de coloração branca e aspecto cotonoso sobre essas manchas.

E, com o desenvolvimento da doença, ocorre a formação dos escleródios, que podem estar tanto na superfície como no interior de hastes e nas vagens infectadas da planta de soja.

A fase de maior vulnerabilidade é na floração e na formação de vagens.

As sementes infectadas são menores, enrugadas e com coloração não característica da semente.

mofo-branco na soja
Fungo na soja é capaz de infectar qualquer parte da planta
(Fonte: Maurício Meyer em Embrapa)

Controle de mofo-branco em soja

Para o controle químico, falaremos dos defensivos especificamente mais a frente. Mas o importante aqui é saber que  sua eficiência vai depender do momento da aplicação.

O intuito dessa aplicação deve ser atingir as partes inferiores das plantas e a superfície do solo. 

Por isso, a primeira aplicação deve ser na abertura das flores, ou seja, estádio R1 da soja. A segunda aplicação, já deve ocorrer no intervalo de aproximadamente 15 dias em relação a primeira.

Os principais fungicidas são o Fluazinam 500 g/l, Procimidona 500 g/kg, Carbendazin 500 g/l e Tiofanato Metílico 350 g/l + Fluazinam 52,5 g/l. 

Além do controle químico, há outras medidas de manejo que você pode utilizar na sua lavoura para controle do mofo-branco. Vamos falar sobre isso mais a frente no texto!

Mofo-branco na cultura do feijoeiro

O mofo-branco do feijoeiro é uma das doenças mais agressivas na cultura. As perdas podem ultrapassar 60% se o manejo não for realizado corretamente.

Normalmente a doença é mais problemática no florescimento.

Ascósporos (esporos) disseminados pelo vento caem em pétalas de flores senescentes do feijoeiro, germinam e infectam. As pétalas senescentes colonizadas caem sobre o solo ou hastes de vagens e iniciam o ciclo da doença.

Os sintomas são lesões encharcadas de coloração castanha, com micélio branco e cotonoso. Com o progresso da doença, ocorre a formação de escleródios.

mofo-branco no feijão
(Fonte: Revista Cultivar)

Mofo-branco na cultura do algodão

A doença na cultura do algodoeiro tem maior incidência em áreas irrigadas, principalmente após o cultivo de soja e feijoeiro. 

Além disso, também tem afetado a cultura em áreas com clima de temperatura amena e alta umidade, que propiciam o desenvolvimento do fungo.

Os sintomas no algodoeiro podem ocorrer nas folhas, hastes e nas maçãs.

Os sintomas normalmente são no baixeiro das plantas, tendo inicialmente a formação de lesões aquosas, que podem ter o crescimento do micélio cotono. Com o progresso da doença, há formação de escleródios.

Na fase de floração, o patógeno tem uma disseminação mais rápida, pois a flor é a fonte primária de energia para o fungo iniciar novas infecções.

Mofo-branco na cultura do girassol

Na cultura do girassol, a doença também recebe o nome de podridão branca. É considerada, mundialmente, a mais importante para a cultura.

Se o fungo ataca na fase de plântula, pode ocasionar a morte e, consequentemente, falhas no estande.

A podridão branca pode ocorrer na cultura desde o estádio de plântula até a maturação das plantas.

A doença pode apresentar 3 sintomas diferentes nas plantas:

  • Podridão basal (ocorre do estádio de plântula até a maturação): murcha da planta e lesão marrom, mole e com aspecto de encharcada. Se houver alta umidade, a lesão pode ficar coberta por um micélio branco. Além disso, pode encontrar escleródios nas áreas afetadas.
  • Podridão na porção mediana da planta (ocorre a partir do estádio vegetativo): os sintomas são parecidos com os da infecção basal. Escleródios podem ocorrer dentro e fora da haste.
  • Podridão do capítulo (ocorre a partir da floração): inicialmente observam-se lesões pardas e encharcadas no capítulo, tendo a presença do micélio cobrindo algumas de suas partes. Com o progresso da doença, pode-se encontrar muitos escleródios no interior do capítulo, além do fungo poder destruir esta estrutura floral.

Mofo-branco na cultura do amendoim

A doença é causada por S. sclerotiorum ou também pelo fungo Sclerotinia minor e pode causar perdas superiores a 50%.

Os sintomas iniciam com lesões encharcadas que, em períodos de alta umidade, ocorre crescimento de micélio branco sobre as lesões que, com o progresso da doença, pode formar os escleródios.

Mofo-branco na cultura da canola

Também chamado de podridão branca, é uma das doenças de grande importância para a cultura da canola no Brasil.

Os sintomas ocorrem no caule e na haste da planta, com a presença de apodrecimento seco. 

Com o progresso da doença, os tecidos atacados do caule ou das hastes se tornam marrons, que também ocorre o crescimento de micélio branco e cotonoso, e com a presença de escleródios.

As plantas atacadas pelo fungo normalmente apresentam desfolhamento, maturação precoce e podem ter sementes chochas.

Medidas de manejo do mofo-branco

O controle do mofo-branco é difícil. O fungo produz estruturas de resistência (escleródios) e uma ampla gama de plantas hospedeiras. Por isso, na sua área, deve-se evitar a entrada do fungo.

Além disso, não há variedades resistentes até o momento para este fungo. O que pode ocorrer são variedades com resistência parcial.

Listamos algumas medidas de manejo que podem ser utilizadas no controle do mofo-branco. Mas lembre-se que os fungicidas diferem quanto ao seu registro nas culturas.

  • Sementes sadias e certificadas para evitar a presença de escleródios misturados com a semente ou de micélio interno nas sementes;
sementes de soja com escleródio
Sementes de soja com escleródio
(Fonte: A Granja)
  • Rotação de culturas com espécies não hospedeiras do fungo;
  • População de plantas adequada, lembrando que espaçamentos pequenos são mais favoráveis ao mofo-branco;
  • Tratamento de sementes;
  • Cultivo sobre a palhada de gramíneas;
  • Eliminar plantas invasoras que são hospedeiras do fungo;
  • Utilizar variedades que possuem uma arquitetura que apresente boa aeração para não possibilitar um ambiente favorável para o patógeno (umidade);
  • Limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas;
  • Escolha da época de plantio (evitando períodos chuvosos nos estádios que são propensos para a doença);
  • Palhada, como de gramíneas, no solo pode reduzir a formação (desenvolvimento) do fungo. A palhada também pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos que controlam a S. sclerotiorum (antagonista).
  • Cultivo em sistema de plantio direto pode reduzir a incidência da doença em relação ao plantio convencional por dificultar o contato da planta com o solo contaminado e também o desenvolvimento do fungo. 
  • Controle biológico;
  • Tratamento químico (fungicidas);

Verifique quais produtos são registrados para o patógeno no Brasil e para a cultura que é afetada pela doença.

Para consultar os produtos registrados, não se esqueça de buscar no site do Agrofit.

E para a prescrição do produto e da dose a ser utilizada, procure um (a) eng. Agrônomo (a).

Eficiência de fungicidas para controle do mofo-branco

A Embrapa realizou uma pesquisa sobre a eficiência de fungicidas para o controle do mofo-branco na cultura da soja na safra 2017/18.

Essas pesquisas podem te auxiliar na escolha do fungicida de acordo com a incidência da doença e seu controle. 

Lembre-se de comparar os resultados com a testemunha, que são plantas que não foram aplicadas com fungicidas.

mofo-branco
Incidência, controle relativo, produtividade da soja, redução de produtividade, massa de escleródios produzidos e redução da produção de escleródios em função dos tratamentos fungicidas utilizados nos ensaios cooperativos de controle de mofo-branco em soja, na safra 2017/18.
(Fonte: Embrapa)

Lembre-se que a melhor medida de manejo é a prevenção da entrada do patógeno na sua área de cultivo.

Banner de chamada para o kit de sucesso da lavoura campeã de produtividade

E, por fim, para um manejo efetivo, você deve utilizar várias medidas de manejo, ou seja, integrando as práticas de manejo!

Conclusão

O mofo-branco é um problema em várias culturas agrícolas, trazendo grandes perdas de produtividade.

Neste artigo, abordamos os principais sintomas, ciclo de vida, condições favoráveis e disseminação da doença. Discutimos ainda várias estratégias de manejo, que devem ser realizadas de forma integrada.

Lembre-se que a prevenção da entrada do patógeno na área é a melhor estratégia!

Agora que você sabe dessas informações, não deixe que o mofo-branco cause perdas na sua produção agrícola. Bom manejo!

>> Leia mais:

“Identifique os sintomas da podridão parda da haste da soja e aprenda a evitar a doença”

Você tem problemas com mofo-branco na sua lavoura? Quais medidas de manejo utiliza para o controle da doença? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como tornar a colheita do algodão mais eficiente

Atualizado em 12 de setembro de 2022.

Colheita mecanizada do algodão: confira os erros mais frequentes e como corrigi-los para evitar perdas na lavoura

A colheita do algodão é uma fase crítica para assegurar boas rentabilidades na venda, pois fibras danificadas acarretam em perdas na qualidade.

Para evitar erros comuns nessa etapa da produção, há alguns pontos que merecem atenção. Estar por dentro das tecnologias aplicadas a essa cultura também é essencial.

Neste artigo, saiba quais fatores podem influenciar na colheita mecanizada do algodão e veja 5 dicas fundamentais para conseguir boas produtividades. Boa leitura!

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Como evitar perdas na colheita do algodão

As perdas na colheita podem ser quantitativas ou qualitativas. As perdas quantitativas são avaliadas em campo por meio de amostragens. 

Elas dizem respeito ao algodão que não foi devidamente colhido ou que foi perdido e se encontra sobre o solo. Essas perdas estão associadas à regulagem da colhedora de algodão e a velocidade de colheita.

Já as perdas qualitativas estão relacionadas às características das fibras do algodão. Esses tipos de perdas ocorrem em função de alguns fatores, como:

  • maturação inadequada das plantas;
  • excesso de umidade no momento da colheita;
  • presença de plantas daninhas no algodão;
  • variação no comprimento e elasticidade das fibras; 
  • coloração da fibra;
  • cultivar de algodão;
  • uso de reguladores de crescimento, desfolhantes e maturadores;
  • condições climáticas;
  • falhas no armazenamento do algodão

Colheita de algodão: manual ou mecanizada?

A colheita do algodão pode ser realizada de forma manual no caso de pequenas lavouras. Em grandes lavouras a colheita é feita de forma mecanizada.

A colheita mecanizada pode ser feita através de colhedora de algodão de fusos ou picker, ou através de colhedora de algodão de pente ou stripper. Confira a seguir um pouco sobre cada um desses sistemas de colheita.

Colhedora de algodão com sistema picker

As colhedoras de algodão com sistema picker possuem fusos cônicos. Quando em rotação, eles extraem o algodão em caroço dos capulhos abertos das plantas.

Quando comparadas às colhedoras do tipo stripper, as máquinas com sistema picker apresentam elevado custo de aquisição e manutenção. Apesar disso, elas garantem um produto com menos impurezas, o que confere mais qualidade ao algodão colhido.

No mercado já existem colhedoras do tipo picker para a colheita do algodão cultivado em espaçamento convencional e adensado.

Foto de colhedoras em lavoura, realizando a colheita mecanizada do algodão
Colhedora de algodão com fusos com doze linhas para colheita de algodão  
(Fonte: Instituto Mato-Grossense do Algodão)

Colhedora de algodão com sistema stripper 

As colhedoras de algodão do tipo stripper possuem um conjunto de dedos formando um pente, molinete, caracol e dutos com jatos de ar. Esses dutos transportam o produto colhido até o sistema de limpeza. 

Depois da etapa de limpeza, o algodão em caroço é depositado no cesto de armazenamento. Nesse sistema, a ação dos dentes e do molinete sob as plantas aumenta a quantidade de impurezas no produto colhido, reduzindo a qualidade da fibra.

No entanto, as colhedoras de algodão com sistema de pente ou stripper apresentam menores perdas em campo. Elas são as mais indicadas para a colheita do algodão cultivado em espaçamento adensado.

Foto de várias colhedoras de algodão, de diferentes modelos
Colhedoras do tipo stripper para colheita de algodão adensado
(Fonte: Instituto Mato-Grossense do Algodão)

Tecnologias aplicadas na fazenda de algodão

Atualmente, há muitas tecnologias que podem ser aplicadas na cultura do algodão e auxiliar no melhor manejo de colheita. 

No campo, é possível encontrar em uma mesma planta de algodão, flores, botões florais, capulhos e frutos. Afinal, o hábito de crescimento das plantas é indeterminado. 

Os sensores óticos podem ser utilizados para levantar informações para aplicações de insumos na lavoura

Os mapas NDVI e NDRE podem ser utilizados na cultura do algodão para orientar aplicações de nitrogênio ou de regulador de crescimento.

Os mapas são excelentes ferramentas para nortear as idas à campo e a aplicação de produtos em taxa variável. Essas aplicações são orientadas pela quantidade de biomassa presente em diferentes pontos da lavoura.

Em talhões com menor quantidade de biomassa, você pode ir a campo realizar um diagnóstico pontual e avaliar a presença de doenças. Já em áreas com mais biomassa, a alternativa é a aplicação de regulador de crescimento do algodão para assegurar maior produtividade.

Você também pode usar um software agrícola para realizar todos esses processos de forma integrada.

No Aegro, por exemplo, você obtém mapas NDVI e verifica a incidência de pragas do algodão na lavoura. Além disso, o software te ajuda a organizar as atividades de manejo e gerenciar o uso do maquinário no campo.

controle de atividades no Aegro
Cronograma de atividades de safra no software Aegro

Com esta tecnologia, fica mais fácil organizar e controlar o processo de colheita e garantir uma safra de algodão mais rentável.

5 dicas para uma melhor colheita

Agora que você sabe quais os tipos de colheita do algodão e como utilizar a tecnologia ao seu favor, veja 5 dicas para melhorar ainda mais essa etapa tão importante.

1. Saiba quando é feita a colheita do algodão 

A colheita do algodão deve ser realizada nas horas quentes do dia. No caso de lavouras onde há formação de orvalho, o ideal é que a colheita se inicie somente após o orvalho ter secado.

É importante que as plantas não estejam úmidas durante esse processo. Isso contribui para que os capulhos sejam removidos com facilidade pela colhedora.

A colheita deve ser realizada quando os frutos estiverem com 12% de umidade e 100% dos capulhos abertos.

2. Saiba quanto tempo dura o ciclo do algodão

A depender da cultivar, o ciclo do algodão dura entre 130 e 220 dias. Por isso, conhecer o ciclo e entender em qual momento a cultura está pronta é fundamental.

Plantas que apresentam maturação uniforme, ciclo precoce e estrutura compacta são características que facilitam a colheita da cultura do algodão. Além disso, conhecer o potencial produtivo e as características físicas é de extrema importância.

3. Faça manejo de plantas daninhas

A presença de plantas daninhas no momento da colheita pode comprometer o funcionamento das partes móveis da colhedora. Isso causa o mal funcionamento da máquina e prejudica o processo de colheita.

Além disso, a presença de espécies invasoras reduz a qualidade da fibra do algodão

É importante que essas plantas sejam controladas antes do início da colheita. 

4. Use reguladores de crescimento 

As cultivares de algodão de ciclo longo e porte alto são as mais exigentes quanto a utilização de reguladores de crescimento.

Plantas de algodão com altura entre 1 metro e 1,3 metro favorecem a colheita mecanizada. Se você for realizar a colheita de forma mecanizada, utilize reguladores de crescimento para atingir a altura  ideal. 

5. Utilize desfolhantes e maturadores

A presença de folhas no momento da colheita contribui para o aumento de impurezas. Além disso, eleva a umidade do produto colhido e influencia na cor por ação da clorofila.

A recomendação é que os desfolhantes sejam utilizados quando entre 60% e 70% dos capulhos estiverem abertos.

A aplicação dos maturadores deve ser realizada quando 100% dos frutos atingirem a maturidade fisiológica ou quando 90% dos capulhos estiverem abertos.

A necessidade da aplicação de reguladores de crescimento, desfolhantes e maturadores requer avaliação técnica e deve ser baseada em alguns critérios. Esses critérios são as condições climáticas, época de semeadura, a cultivar, o crescimento e a população de plantas.

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

A colheita mecanizada do algodão permite melhor rendimento operacional comparada com a colheita manual.

As perdas na colheita dessa cultura podem variar desde a correta identificação do ponto de maturação até as regulagens das máquinas utilizadas. Existem várias práticas de manejo que devem ser adotadas para facilitar esse processo. 

Em casos de dúvidas ou dificuldades no momento da colheita, não deixe de procurar um(a) engenheiro(a) agrônomo(a). Afinal, detalhes técnicos fazem toda a diferença e garantem ainda mais produtividade para seu algodoeiro.

Quais são os problemas que você enfrenta na colheita de algodão em sua propriedade? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Atualizado em 12 de setembro de 2022 por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.