About Rayssa Fernanda dos Santos

Sou Engenheira Agrônoma pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestre em Fitotecnia pela ESALQ/USP. Atualmente, sou doutoranda em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), com ênfase em produção vegetal e realizo MBA em Marketing (Pegece/ ESALQ/USP).

Armazenamento de grãos: cuidados e estratégia para comercialização

Armazenamento de grãos: quais os cuidados para armazenar e quais estratégias adotar para a melhor comercialização de grãos

Entra safra e sai safra, mas a dúvida continua: devo armazenar meus grãos?

Afinal de contas, em média  15% da produção acaba sendo perdida devido ao armazenamento inadequado.

Devo correr esse risco ou vender meus grãos após a colheita? Qual a melhor estratégia de comercialização?

Nesse artigo, vamos mostrar a resposta dessas e de outras perguntas sobre o armazenamento. Não deixe de conferir!

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Armazenamento de grãos de forma descomplicada

No Brasil, o armazenamento de grãos, apesar de muito benéfico, acaba se tornando uma dor de cabeça para boa parte dos produtores.

Esse fato ocorre pela falta de estrutura para o armazenamento dos grãos produzidos no país. Isso muitas vezes obriga o produtor a vender sua produção rapidamente por um preço pouco competitivo.

Contudo, esse problema pode ser resolvido com um bom planejamento!

O armazenamento dos grãos deve ser planejado muito cedo, desde o momento da semeadura. Isso te ajudará a não ter problemas na pós-colheita e sucesso em sua comercialização.

Para isso vou mostrar alguns cuidados que você deve ter durante o planejamento de sua safra!

Armazenamento de grãos: 4 dicas para o sucesso

Quando pensamos em armazenamento, inúmeros empecilhos nos vem à mente… Então, veja algumas dicas para descomplicar o armazenamento de seus grãos! Vamos lá:

1º Dica: Parcele sua semeadura

Isso irá facilitar alguns processos como a colheita, secagem e armazenamento dos grãos em sua unidade de armazenamento. Além disso, sua comercialização poderá ser realizada com mais calma.

Parcelando sua semeadura, você não irá colher toda sua lavoura no mesmo momento e poderá pensar com mais calma se irá armazenar ou comercializar seu grão.

2º Dica: Previsão de produtividade

Assim, você poderá planejar com antecedência processos como transporte e armazenamento, pensando principalmente em custos e espaço para armazenar seus grãos.

3º Dica: Previsão de demanda do mercado

Procure adequar sua produção à demanda do mercado. Planeje a venda de seus grão.

4º dica: Parcerias

Caso você não possua uma unidade de armazenamento em sua propriedade, não deixe de fazer parcerias com vizinhos ou cooperativas. Reserve, com antecedência, o espaço para sua produção.

Armazenamento de grãos: Cuidados para evitar perdas

Além do espaço para armazenamento de grãos, muitas vezes há problemas como pragas e fungos que atacam a produção armazenada.

Alguns cuidados básicos podem reduzir suas perdas e garantir a qualidade de seus grãos.

Lembre-se: O cuidado com o armazenamento faz toda a diferença na rentabilidade de sua propriedade.

1 º Cuidado: Limpeza da unidade de armazenamento é essencial

Realize a desinfecção das unidades: baixo custo e alta eficiência

armazenamento de grãos

(Fonte:Coolchip)

2º Cuidado: Verifique a umidade dos grãos

A umidade da massa de grãos deve ser realizada no momento da entrada dos grãos na unidade de armazenamento e, periodicamente, durante o armazenamento.

Verifique se os grãos passaram pelo processo de secagem natural ou secagem artificial e se estão com a umidade ideal para entrar em seu silo, por exemplo.

Fique atento, pois a umidade aliada à temperatura intensifica a perda de qualidade dos grãos!

>> Leia mais: “Saiba como identificar e evitar os danos em grãos de milho”

3º Cuidado: Monitoramento de temperatura e aeração

Esses dois fatores são essenciais para a manutenção da qualidade dos grãos. Tanto a temperatura quando a aeração podem variar de acordo com a região em que seus grãos estão armazenados. Mas não podemos esquecer de uma regra básica:

UMIDADE RELATIVA DO AR (%) + TEMPERATURA (Co) < 55,5                  =ARMAZENAMENTO SEGURO

4º Cuidado: Monitoramento de pragas e roedores

O monitoramento constante da unidade armazenadora é fundamental, pois permite a verificação de infestações por insetos; pragas; roedores; e até mesmo pássaros, no momento inicial, impedindo grandes perdas.

armazenamento de grãos

(Fonte: Uniprag)

5º Cuidado: Tratamento da unidade

Realize o tratamento preventivo com a aplicação de inseticidas e até mesmo eliminação de pragas presentes nos grãos e muitas vezes invisíveis a olho nu! Opte por inseticidas residuais de contato ou pelo expurgo.

armazenamento de grãos

(Fonte: Bequisa)

Armazenar ou vender os grãos?

Essa pergunta é muito comum e a resposta irá depender da sua situação atual.

Bom, se você possui silo próprio e não tem dívidas que necessitam ser quitadas no final da safra, talvez a melhor opção para você seja o armazenamento.

Alguns estudos indicam que o armazenamento dos grãos em silo próprio, realizando a comercialização na entressafra, pode refletir em ganhos de até 55%.

Porém, antes de tudo, é momento de contabilizar todos os gastos!

Você precisa analisar se os gastos com armazenagem compensam uma possível alta dos preços e, principalmente, se você não tem contas a pagar.

Aqui no blog nós já falamos sobre “Secagem e armazenamento de grãos: Diferentes tipos e seus custos”.

Após considerar tudo isso, você deve pensar na situação atual de sua propriedade e do mercado interno e externo.

A nossa dica é que você faça o uso de planilhas ou de software de gestão, Assim, será possível visualizar todos os custos na palma da mão, sem inúmeras folhas e tabelas.

Nesse momento a gestão de sua propriedade irá fazer toda diferença!

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Estratégias no momento da comercialização

Como citamos acima, o momento ideal para comercialização irá depender muito do perfil de sua propriedade.

Vou citar aqui algumas estratégias para você utilizar no momento de vender seu grão!

  • Planeje com antecedência sua venda;
  • Diversifique as modalidades de comercialização;
  • Espalhe o risco, não deixe para vender seu grão de uma só vez;
  • Venda uma porcentagem antecipada, desde que consiga assegurar a margem de lucro almejada;
  • Armazene ao menos um pouco de seus grãos para vender na entressafra;
  • Fique de olho no mercado externo e interno.

Com essas estratégias, um planejamento adequado e o auxílio de um gestor, tenho certeza que será muito mais fácil traçar caminhos para uma boa comercialização!

armazenamento de grãos

(Fonte: Jornal O Celeiro)

Relação entre armazenamento de grãos e a gestão

Você parou para pensar o quanto o armazenamento está ligado a uma boa gestão em sua propriedade?!

Pois quando você realiza a gestão de sua propriedade, consegue ter em mãos informações de todas as etapas da produção de grãos, inclusive de safra anteriores!

Com isso, o gestor consegue realizar o planejamento voltado para a realidade de sua fazenda, observando os pontos fortes e fracos. E isso será fundamental na tomada de decisão.

Com gestão da fazenda, você planejar com antecedência possíveis gastos de armazenagem de grãos, seja para o silo em sua propriedade ou para armazenamento fora dela.

Você pode observar e analisar com calma quais as perspectivas do agronegócio no Brasil e no mundo e como vão as vendas. Tudo isso irá lhe auxiliar na tomada de decisão sobre o momento ideal para a comercialização dos grãos.

O segredo é usar a gestão a seu favor e estudar o mercado!

Enquanto você estuda o mercado, seus grãos devem estar armazenados em condições ideias para se manter dentro dos padrões de comercialização, conforme indica a Instrução Normativa nº 15, do MAPA, de 09 de junho de 2004.

Utilize a tecnologia a seu favor e mantenha-se atualizado sobre o mercado agrícola!

>>Leia mais: “Entenda melhor a classificação da soja e saiba usá-la para aumentar sua lucratividade

Use um software de gestão

Uma ótima opção para você conhecer seus gastos durante a safra é a utilização de um software agrícola!

Por ser um sistema desenvolvido especialmente para o agro, essa ferramenta irá auxiliar tanto na previsão de demandas da fazenda quanto no controle da produção e armazenagem.

Com a utilização de softwares, você consegue ter os dados da sua fazenda na palma da mão! Assim, pode analisar quais são seus maiores custos e como aumentar a rentabilidade.

armazenamento de grãos

Com Aegro é possível fazer o planejamento de safra, controle de estoque e visualizar a rentabilidade por talhão 

Conclusão

Após todo o esforço para garantir uma boa safra, não podemos perder tudo no armazenamento.

Neste artigo, você viu algumas dicas de como realizar o armazenamento com sucesso.

Falamos sobre os principais cuidados durante o armazenamento, qual o momento ideal para a comercialização de seus grãos e as principais estratégias.

Vimos ainda a importância da gestão no armazenamento de grãos!

Espero que com essas informações você consiga realizar o armazenamento de seus grãos e traçar estratégias para uma comercialização mais rentável.

>> Leia mais:

Vender ou guardar a produção em silos para grãos

Qual o teor de umidade de armazenamento da soja?

“Estratégias para o manejo de grãos ardidos de milho e soja”

Entenda como a umidade do grão de café pode impactar a qualidade do produto final

Você realiza o armazenamento de grãos? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Todas as dicas para fazer a contabilidade de custos da fazenda sem mistérios!

Contabilidade de custos no agronegócio: como chegar aos valores envolvidos na produção e fazer uma gestão mais eficiente da fazenda.Você realiza a contabilidade de custos em sua fazenda? Conhece a contabilidade financeira e gerencial? Deixe seu comentário!

Quando o assunto envolve números, você corre longe?

Mas ter um controle de gastos é fundamental para maior lucratividade.

Ter à mão os valores envolvidos na produção te ajuda na gestão e, principalmente, na tomada de decisões.

Neste artigo, vamos mostrar algumas dicas para realizar a contabilidade de custos da sua empresa rural e como ela pode ser essencial para garantir mais lucro!

Qual é o objetivo da contabilidade de custos? 

A contabilidade de custos é uma divisão da contabilidade que tem objetivo de gerar informações fundamentais para o planejamento estratégico, determinando custos de produção e auxiliando, consequentemente, a tomada de decisões.

No caso da produção rural, é a parte da contabilidade que trata dos custos para a produção de um item. Por exemplo, ela vai identificar todos os valores ligados à produção de milho naquela safra.

De maneira mais técnica, essa área da contabilidade é definida como responsável pelo registro contábil das operações de produção da empresa através das contas de custeio.

Essa técnica tem objetivo de fazer com que o gestor da empresa rural conheça e entenda todos os custos envolvidos em cada etapa da produção.

Realizar a contabilidade de custos é uma ótima estratégia para conhecer seus gastos e aumentar sua lucratividade. Com todos os números na mão, você pode realizar um planejamento adequado e decidir qual é o melhor caminho seguir.

A contabilidade de custos irá te manter atualizado e por dentro da gestão financeira de seu negócio rural!

Entender sobre a contabilidade facilitará sua tomada de decisão! E você poderá responder com precisão quando questionado sobre suas despesas durante a produção de grãos ou seus custos com defensivos.

foto de um agricultor, com camisa xadrez larga, no meio de uma plantação segurando um celular
Contabilidade de custos pode nortear tomada de decisões na fazenda
(Fonte: Prosa)

Contabilidade de custos no agronegócio: 5 dicas sobre como fazer a apuração de custos 

Vamos explicar agora como realizar a apuração dos custos na contabilidade do seu negócio rural.

1ª dica: liste custos e despesas 

Nessa etapa você precisa incluir todos os gastos, desde a compra da semente e salários de funcionários até manutenção de maquinário e transporte do grão. Organização é a palavra-chave.

Você pode fazer isso com uso de planilhas ou com um software de gestão agrícola. Assim, é possível visualizar todos os custos na palma da mão, sem inúmeras folhas e tabelas!

2ª dica: separe os custos diretos

Aqui você deve listar aquelas despesas diretamente ligadas à produção. Isso será fundamental para o próximo passo.

Mas dividir o que é custo direto e indireto parece meio confuso, não é mesmo? Vou exemplificar pensando no seu dia a dia.

Pense no milho que você acabou de colher. A semente, o defensivo utilizado, a colheita… Todos são custos de produção, ou seja, gastos diretos que sua empresa rural teve para produzir os grãos de milho.

Aqui, você terá uma visão geral de seus custos em sua atividade agrícola.

3ª dica: compare o custo direto com o preço de venda

Nessa fase você irá visualizar se o que está gastando para produzir o grão é compatível com o que está planejando receber pela venda.

Com essa análise de custos, você irá compreender se seu retorno financeiro é suficiente para arcar com seus custos diretos. Depois, você deve confrontá-los com os custos indiretos, como veremos a seguir.

4ª dica: rateio de custos indiretos

Aqui vamos levar em consideração apenas os custos que não estão ligados diretamente à produção. Como exemplo, podemos citar as despesas com contador e gestores da fazenda. 

Para você entender melhor, veja a figura abaixo:

tabela para diferenciar custos fixos, variáveis, diretos e indiretos

(Fonte: Nomus)

5ª dica: encontre seu ponto de equilíbrio

Após realizar o passo anterior, será possível compreender nessa etapa quantas sacas de milho/produto devem ser vendidas para empatar com as despesas de produção.

ilustração indicando lucro, ponto de equilíbrio e prejuízo da contabilidade de custos em balanças

(Fonte: Soften)

Como fazer o cálculo de rateio de custos?

Quando se fala em realizar cálculo de custos, inúmeras dúvidas vão surgindo. Vou mostrar então como fazê-lo de uma forma mais descomplicada.

Vale lembrar que existe mais de um método para realizar o rateio de custo. Aqui, vamos citar apenas alguns! Você pode escolher o método que melhor se adeque à sua empresa.

Cálculo de Rateio por Absorção: 

Esse é um dos métodos de custeio mais utilizados. Neste método simplesmente vamos dividir os custos pelos itens analisados.

Exemplo: Você gasta R$ 15 para produzir 1 saca de milho em sua propriedade. Seu custo fixo é de R$ 12 mil entre mão de obra, energia elétrica e outros. Com isso, você consegue produzir 10 mil sacas.

Gasto por saca: R$ 15

Rateio do custo fixo: R$ 12.000 ÷ 10.000 = R$ 1,20

Custo unitário: R$ 15 + R$ 1,20 = R$ 16,20

Esse é um cálculo simples, mas que já ajuda muito a saber o quanto realmente você está gastando por saca. Esses valores são apenas ilustrativos, mas que tal aplicar esse cálculo com os valores reais de sua propriedade?

Cálculo do Rateio por Atividade (ABC – Activity Based Cost)

Esse método é um pouco mais complexo e usa o critério de atividades realizadas para o rateio. São pelas atividades que você vai verificar os custos gerados, alocando esses gastos e produtos despendidos.

contabilidade de custos

(Fonte: Blog Luz)

Mas, qual método de rateio utilizar?

No final das contas, você deve utilizar aquele mais sentido para a seu negócio rural. Aliás,  dependendo do como está seu negócio e suas finanças, pode nem fazer sentido usar um método específico e sim começar, aos poucos, a registrar todos os custos.

O que é MOD na contabilidade de custos?

Quando começamos a lidar com contabilidade geral, vários termos e siglas começam a aparecer. Na parte de identificação de custos nas atividades rurais, isso não é diferente.  

A sigla MOD é bastante utilizada na contabilidade rural e significa mão de obra direta.

A mão de obra direta está relacionada às atividades realizadas diretamente na produção. Ou seja, dependemos dela para que os cultivos de grãos sejam semeados ou para determinada atividade agropecuária ocorra.

Além disso, a mão de obra direta permite a verificação, do ponto de vista contábil, de quantas pessoas serão necessárias para se produzir determinado produto.

Na prática, para produzir 100 kg de feijão, preciso de uma pessoa auxiliando no processo de produção (semeadura, manejo e colheita).

Fique atento, pois os custos com MOD englobam os custos gerais com encargos sociais, salários, além dos benefícios pessoais do empregado.

Banner para baixar o kit de planejamento tributário rural

Contabilidade financeira e gerencial

Além da contabilidade de custos, outras duas áreas da contabilidade também são bastante importante para o setor agrícola. Vamos entender um pouquinho mais sobre elas?

A contabilidade financeira mostra a saúde financeira de uma empresa rural às partes interessadas externas, ou seja, aos irmãos que têm uma parte da fazenda ou a um sócio, por exemplo.

Essa área da contabilidade apresentará como a fazenda se saiu na última safra, tudo por meio de relatórios contábeis financeiros.

É essencial que a empresa rural possua uma escrituração contábil, que consiste no registro regular de todos os eventos administrativos.

Já a contabilidade gerencial é bastante utilizada pelos gerentes ou gestores das fazendas para embasar as tomadas de decisões. É uma estratégia interna da empresa rural!

A utilização das diferentes áreas da contabilidade pode ser uma ótima ferramenta de gestão, com informações consistentes capazes de transformar as empresas rurais e propiciar maior crescimento.

Software para a contabilidade de custos do agronegócio

Como você viu ao longo deste artigo, a contabilidade rural envolve: planejamento financeiro, controle de despesas e rateio de custos.

Pode parecer difícil de colocar tudo isso em prática, mas um bom software de gestão agrícola te ajuda a gerenciar todas essas atividades no dia a dia da fazenda.

No Aegro, por exemplo, você pode montar um orçamento para a sua safra e estabelecer metas de produtividade. Assim, fica mais fácil de calcular por quanto você precisa vender a sua produção para ter lucro.

captura de tela da meta de produtividade no Aegro

Além disso, você consegue fazer todo o seu fluxo de caixa no sistema. Basta vincular suas contas bancárias para ficar em dia com parcelas a pagar e a receber.

Cada despesa pode ser atribuída como um custo da fazenda, de estoque ou de safra. De maneira rápida, você rateia o gasto proporcionalmente entre diferentes safras e talhões.

É possível extrair do Aegro relatórios completos para analisar a rentabilidade do seu negócio e desenvolver estratégias financeiras mais eficazes.

captura de tela da aba de resultados do sistema de gestão rural Aegro

Quer começar a coletar esses indicadores na sua fazenda? Clique aqui e teste o Aegro gratuitamente por 7 dias.

Conclusão

A contabilidade de custos é uma ferramenta voltada para o estudo de gastos em sua lavoura e pode te ajudar na gestão da propriedade em vários momentos, principalmente na tomada de decisão!

Neste artigo, você conferiu como calcular o rateio de custos de maneira descomplicada!

Falamos também sobre a mão de obra direta em custos e a contabilidade financeira e gerencial.

Espero que com essas dicas você consiga realizar a contabilidade de custos em sua fazenda!

Você realiza a contabilidade de custos em sua fazenda? Conhece a contabilidade financeira e gerencial? Deixe seu comentário!


Planejamento rural: veja como se preparar para o cenário rural no próximo ano

Planejamento rural: Como ele pode te ajudar na tomada de decisões e na preparação da sua fazenda para o futuro, além do passo a passo de como iniciá-lo.

Aumentar a produtividade e lucratividade da fazenda faz parte das estratégias de crescimento dxe um negócio rural.

Mas diante de um cenário de instabilidade e incertezas da economia, como o atual, é comum ter dúvidas se a empresa está mesmo no caminho certo.

Com certeza, a melhor alternativa para se preparar para o futuro e tomar as decisões certas é ter um planejamento rural eficiente.

Então, saiba como se programar e estabelecer suas metas com oito passos para um bom planejamento rural!

O que é planejamento rural e qual sua importância

O planejamento rural é uma etapa de organização e determinação de tarefas para atingir metas como aumento da produtividade e lucros da fazenda. É um processo que envolve estratégia e eficiência para alcançar os resultados!

Planejar todas as atividades nem sempre é fácil, mas é um trabalho essencial para sua empresa rural. E dá para ser feito de maneira mais simples e descomplicada.

Para iniciar esse trabalho, temos de ter em mente quais são os objetivos e quais as perspectivas para a fazenda. Na sequência, definimos as estratégias para alcançar essas metas em curto, médio e longo prazos.

Para isso, é fundamental que seja realizada uma boa gestão de sua propriedade.

Separei então algumas dicas para você iniciar seu planejamento rural!

8 etapas para um bom planejamento rural

Para iniciar o planejamento rural da sua empresa, há algumas etapas que você pode seguir. Confira!

1ª Etapa: Defina objetivos

A primeira etapa para o planejamento, como mencionei, é traçar seus objetivos. Tenha suas metas bem definidas!

Por exemplo, “quero diminuir meus custos de produção em curto prazo”. Ou, então, “quero aumentar minha produtividade em longo prazo”.

Assim, todas as estratégias estarão voltadas aos objetivos propostos.

planejamento rural
Objetivos do negócio rural deverão estar bem definidos
(Fonte: Jornal O Sul)

2ª: Saiba a situação atual da empresa rural

Para isso, você pode responder algumas questões como:

  • Como está a situação financeira da fazenda hoje?
  • A empresa possui clientes fixos?
  • Qual a cadeia produtiva na qual a empresa está inserida?
  • Quais fatores influenciam na lucratividade da empresa rural atualmente?

Ao fazer essas perguntas, você consegue identificar as forças, oportunidades, fraquezas e ameaças da propriedade rural, como mostra a matriz SWOT ou FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas, Ameaças). 

A finalidade da matriz é detectar pontos fortes e fracos da empresa, com o objetivo de torná-la mais eficiente e competitiva.

Matriz SWOT ou FOFA
Matriz SWOT ou FOFA
(Fonte: SEBRAE)

>> Leia mais: “6 passos para o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

3ª: Faça seu diagnóstico

Nessa etapa, você deve indicar todas as informações possíveis sobre sua fazenda!

  • Quais as necessidades?
  • Qual o tamanho de sua propriedade?
  • Quais atividades são realizadas em sua empresa rural?
  • Qual sua infraestrutura?

Não se esqueça de detalhar tudo. Todas as informações são muito importantes!

atividades-realizadas
Exemplo de atividades realizadas com uso do software agrícola Aegro (dados ilustrativos)

4ª: Defina o orçamento

Defina qual o orçamento atual de sua empresa rural. Quanto você tem e quanto pode gastar?

Não se esqueça de indicar quais são seus custos fixos!

5ª: Defina estratégias

Como você já traçou seus objetivos, o que tem e quanto pode gastar, nessa etapa vamos definir qual o melhor caminho para atingir esses objetivos!

Nessa fase, o gestor é fundamental. Ele irá discutir e definir ações que te levam a seu objetivo e indicar quais possíveis problemas durante o percurso.

6ª: Planeje o calendário agrícola

Programe-se descrevendo todas as atividades a serem realizadas detalhadamente. Isso inclui desde a compra dos insumos até local de compra e valor.

Não se esqueça de planejar a data de semeadura e, principalmente, da colheita.O planejamento de cada etapa do calendário agrícola é fundamental para o sucesso da lavoura!

Programe-se descrevendo todas as atividades a serem realizadas detalhadamente. Isso inclui desde a compra dos insumos até local de compra e valor.

Não se esqueça de planejar a data de semeadura e, principalmente, da colheita.

O planejamento de cada etapa do calendário agrícola é fundamental para o sucesso da lavoura!

planejamento rural
(Fonte: Sebrae)

7ª: Colete dados

Possuir um controle dos dados de sua propriedade pode lhe auxiliar no planejamento para alcançar os objetivos que foram traçados.

Você precisa ter em mãos informações como:

Com esses dados, é possível realizar projeções para o sucesso da empresa rural.

Além disso, evitam-se desperdícios de produtos e prepara o empreendimento para

eventuais períodos de crise.

8ª: Coloque seu plano em prática e monitore!

Após estabelecer seu plano, coloque-o em prática e monitore sempre.

Um bom planejamento em empresas rurais é atualizado constantemente.

Assim, você continua no mercado de maneira competitiva, com alta produtividade e melhorando a lucratividade sempre!  

Apesar de parecer que há muitas etapas para a realização do planejamento rural, não se preocupe.Para auxiliar em todas as etapas desse planejamento e facilitar a gestão rural, existem ferramentas digitais disponíveis. Isso permitirá que você possua todas as informações da lavoura na palma da mão!

planejamento rural
Com o Aegro fica fácil colocar todos os seus planos de negócio em prática e monitorá-los

A realização do planejamento da empresa envolve também obter conhecimento dos planos e programas disponibilizados pelo governo.

Esses planos e programas podem auxiliar no levantamento de recursos para o custeio da produção e também a fazer novos investimentos.

Plano Safra 2024: o que devemos esperar

O Plano Safra é um programa do Governo Federal de apoio ao setor agropecuário, que oferece linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas, desde os agricultores familiares até os mega produtores. 

No Plano Safra 2023/2024, foram disponibilizados R$ 364,22 bilhões em crédito rural, um crescimento de 26,8% em relação ao ano anterior. Este plano teve início em julho de 2023 e tem vigência até junho de 2024.

As taxas de juros para custeio e comercialização são de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp e de 12% a.a. para os demais produtores.

Para os investimentos, as taxas de juros variam de 7% a.a a 12,5% a.a., de acordo com cada programa

Esta edição do plano incentiva o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis. Os produtores rurais que adotam práticas agrícolas consideradas mais sustentáveis serão reconhecidos por meio de uma premiação.

Produtores inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR) que atendam a certas condições, terão direito a uma redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros de custeio.

  • Programa de Regularização Ambiental (PRA);
  • Sem Passivo Ambiental;
  • Passível de emissão de cota reserva ambiental.

Os produtores que tenham práticas de produção agropecuária mais sustentável, também terão direito à redução de 0,5 ponto percentual nas taxas de custeio. Como:

  • Produção orgânica;
  • Agroecológica;
  • Bioinsumos;
  • Tratamento de dejetos na suinocultura;
  • Pós de rocha;
  • Calcário;
  • Energia renovável na avicultura;
  • Rebanho bovino rastreado;
  • Certificação de sustentabilidade.

Caso o produtor preencha os dois requisitos, ele poderá ter uma redução de até 1 ponto percentual na sua taxa de juros de custeio.

De acordo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o volume de recursos do Plano Safra vai continuar crescendo em 2024 e que, no pior cenário, o montante deste ano será o piso para a temporada 2024/25.

Garantia-Safra 2024

O Garantia-Safra é uma ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que tem como objetivo garantir condições mínimas de sobrevivência aos agricultores familiares de municípios sistematicamente sujeitos a perda severa de safra por razão de estiagem ou excesso hídrico.

Podem participar os agricultores com renda mensal de até um salário mínimo e meio, quando tiverem prejuízos superiores a 50% na produção de algodão, mandioca, milho, feijão e arroz.

O agricultor apto ao programa recebe um benefício no valor de R$ 1.200,00, dividido em cinco parcelas.

O calendário de cadastramento dos agricultores é diferente para cada estado, que define cronograma para o cadastro dos agricultores nos municípios. 

Como o planejamento rural pode ser utilizado no meu dia a dia?

O planejamento é peça-chave na tomada de decisão do gestor, acelerando diversos processos na empresa rural, tanto burocráticos como operacionais.

Na prática, o planejamento rural permite ter uma visão de quando você deve ou não semear, evitando problemas na colheita.

Quais produtos podem ser utilizados no manejo de doenças e plantas daninhas com o que se possui em estoque.

Planejando o calendário agrícola, fica mais fácil evitar desperdícios. E consequentemente ocorrem menores gastos e maior lucratividade.

Além disso, conhecendo quanto tempo demora cada atividade, você consegue otimizar seu dia e organizar melhor os colaboradores.

Vamos conferir agora, algumas ferramentas que podem auxiliar no planejamento rural de sua propriedade!

Ferramentas para seu planejamento rural

Como eu mencionei, existem inúmeras ferramentas que você pode aproveitar. Use a tecnologia a seu favor!

Consultoria e planejamento rural são alternativas se você não entende muito de planejamento e pode investir um pouco mais! Algumas empresas fornecem esse serviço.

Aqui no blog nós já mostramos alguns aplicativos para planejamento agrícola que você pode utilizar em sua propriedade!

Os softwares na agricultura também são ferramentas super importantes porque podem reunir, em um só ambiente, todas as informações da sua empresa rural.

Na prática, a utilização de sistemas que possibilitem a gestão da propriedade, reflete em menores custos para inúmeras operações!

Muitas vezes aumentam a produtividade por permitir ao produtor entender onde estão os erros do processo.

planejamento rural
Com Aegro, você consegue visualizar rentabilidade por talhão da fazenda
de forma segura e rápida

Você pode começar esse controle na sua fazenda agora mesmo. O Aegro tem opções gratuitas e versão completa com teste grátis!

Kit de gestão do maquinário da fazenda

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do planejamento rural e como ele é fundamental para diminuir custos, aumentar sua produtividade e lucratividade.

Mostramos quais as possíveis etapas de um planejamento rural e como pode ser utilizado no dia a dia da empresa rural.

Você conferiu ainda algumas opções de ferramentas disponíveis para um bom planejamento rural!

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso em sua fazenda!

>> Leia mais:

“Big Data no agronegócio: a revolução dos dados”

“Elaboração de projetos de crédito rural: entenda pra que serve e como fazer”

“Como uma boa gestão de máquinas agrícolas pode diminuir seus custos de safra”

Você realiza o planejamento rural em sua propriedade? Quer saber mais sobre o assunto? Assine a nossa newsletter e receba todas as novidades diretamente no seu e-mail!

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 21 de novembro por Mariana Rezende.

Sou formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente sou doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

Planejamento tributário no agronegócio em 5 passos

Planejamento tributário no agronegócio: como é possível otimizar e até reduzir os pagamentos de impostos e as dicas para facilitar esse processo na sua fazenda!

Lidar com as taxas e impostos cobrados no Brasil não é muito fácil!

São muitos os tributos que incidem sobre lucro, produção, atividade comercial, patrimônio, renda e por aí vai.

Se você anda pagando muito imposto e no final das contas sempre acaba se esquecendo de um tributo, confira como o planejamento tributário pode te auxiliar!

O que é planejamento tributário e qual sua finalidade?

O planejamento tributário é uma ferramenta que auxilia o produtor a reduzir e otimizar a carga tributária sobre a propriedade rural, aplicando medidas legais.

Mas, para boa parte dos empresários rurais, esse tipo de planejamento ainda é desconhecido.

Pensando nisso, vou mostrar aqui as principais informações que você deve saber.

Então, por que realizar o planejamento tributário (elisão fiscal)?

Quando se fala em planejamento tributário, estamos falando em economia e segurança!

Com a realização desse planejamento, você evita o pagamento de impostos indevidos e mantém sua propriedade regularizada. Ou seja, corre menos risco de perder datas vencimento, acompanhando o pagamento dos tributos com maior eficiência.

O principal benefício do planejamento tributário na empresa rural é a organização da propriedade. E isso irá refletir em maior lucratividade.

planejamento tributário
(Fonte: Fenacon)

Tipos de planejamento tributário no agronegócio

Para a realização de um planejamento tributário de maneira eficaz é necessário que se saiba quais são as contribuições, impostos e taxas são obrigatórios para o funcionamento de sua empresa rural.

Além disso, você também vai precisar ter conhecimento do faturamento da propriedade.

É preciso verificar ainda qual modalidade de planejamento tributário sua empresa rural, melhor se enquadra!

Vou indicar aqui os dois mais utilizados: planejamento tributário estratégico e operacional.

>> Leia mais: “Conheça os 4 principais impostos obrigatórios na tributação do produtor rural”

Planejamento tributário estratégico

Essa modalidade visa os benefícios futuros da empresa rural em longo prazo.

Esse tipo de planejamento é atualizado com frequência e leva de 5 a 10 anos até a adequação da gestão da propriedade à legislação brasileira.

planejamento tributário
(Fonte: NFe)

Planejamento tributário operacional

Essa modalidade visa a observação dos benefícios em curto prazo.

Serão realizados o planejamento e organização de todas as obrigações fiscais da propriedade de 3 a 6 meses.

A escolha de qual tipo de planejamento é mais adequado para sua

propriedade rural deve ser realizado com calma. Lembre-se que isso pode variar de acordo com o seu objetivo!

>>Leia mais: “7 dicas para começar sua contabilidade rural

Modalidades de regime tributário

Regime tributário: tenho certeza que você já ouvir falar sobre suas modalidades e nem sabia do que se tratava!

Quando ouvimos falar em Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido, estamos no referindo às modalidades de regime tributário.

Você pode optar pela base de cálculo que se enquadre melhor à sua situação, desde que atenda todas as exigências impostas em lei.

Mas qual a diferença de cada regime? Vou explicar melhor:

planejamento tributário
(Fonte: Sindifisco)

Simples Nacional

É um regime simplificado, como o próprio nome sugere. Neste caso o produtor deve possuir um CNPJ.

Serão recolhidos, de forma unificada, 8 impostos como: Imposto de Renda, CSLL, IPI, Pasep ou PIS, COFINS, ICMS, ISSQN e CPP.

As condições de enquadramento constam na Lei Complementar 123/2006.

Mas, atenção! Os valores do Simples Nacional podem variar de acordo com o faturamento dos últimos 12 meses.

Lucro Real

Esse regime já é um pouco mais complicado. Os tributos serão calculados com base no faturamento mensal de sua propriedade.

Quer saber se você se enquadra nesse regime? Confira a Lei 10.637 /2002.

Lucro Presumido

Nesse regime os tributos são fixados a partir de percentuais aplicados a receita operacional.

Empresas rurais que faturam até R$ 78 milhões se enquadram nesse regime. Para mais informações acesse a Lei  nº 12.814/2013.

Vou mostrar agora 5 passos para colocar o planejamento tributário em prática sem complicação!

5 passos para realizar o planejamento tributário da fazenda

1º Passo

Tenha um contador para a propriedade.

Costumamos lembrar que precisamos de um contador no momento de declarar o imposto de renda ou quando as coisas apertam, não é mesmo?

Mas você sabia que esse profissional é fundamental para o sucesso de sua empresa rural?

Um profissional competente pode lhe auxiliar em diversos aspectos, inclusive no seu planejamento tributário!

Explique para seu contador quais são seus objetivos e a situação econômica da propriedade. Tenho certeza que esse investimento evitará muitos problemas futuros!

>>Leia mais: “Livro Caixa do Produtor Rural (LCDPR): Tudo o que você deve saber

2º Passo

Realize uma boa gestão de sua propriedade.

Conheça sua empresa rural! Saiba a fundo são seus custos, gastos, modelos de contratos e qual é seu faturamento.

Saiba como está seu fluxo de caixa, quais produtos e serviços a empresa rural fornece.

Para ter todas essas informações na palma da mão, utilize a tecnologia a seu favor. Softwares agrícolas podem lhe auxiliar!

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Com Aegro você consegue fazer seu fluxo de caixa de forma automatizada e segura

3º Passo

Observe qual regime tributário você se encaixa.

Leia sobre cada um deles, quais as principais vantagens e desvantagens e qual se enquadra à sua propriedade.

4º Passo

Mantenha uma boa comunicação!

Adote um sistema de comunicação interna em sua propriedade rural. Isso facilita a gestão de pessoas e o diálogo entre todos os seus funcionários.

Além disso, todas as informações estarão unificadas em apenas uma plataforma. Mais uma vez, aproveite a tecnologia disponível!

5º Passo

Cronograma de etapas.

Defina um cronograma com o passo a passo para a realização do planejamento. Não se esqueça de designar responsabilidades.

Se você for o proprietário da empresa, pode envolver seu sucessor em todos os passos do planejamento. Assim, ele deverá lhe auxiliar e isso facilitará muito no futuro.

Com todos esses passos você vai não vai ter problemas com imposto de renda atrasado, correria para juntar todas as informações e documentos e toda a dor de cabeça que isso envolve.

>> Leia mais: “Entenda como a consultoria contábil e financeira impacta na gestão da fazenda

Conclusão

Neste artigo vimos o que é planejamento tributário e como ele é benéfico para sua propriedade rural.

Mostramos como o planejamento tributário funciona e quais são os principais tipos. Além disso, podemos entender um pouquinho sobre regimes tributários.

Você conferiu ainda o passo a passo para a realizá-lo sem complicação.

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso em sua empresa rural!

>>Leia mais: 

“Governança corporativa: saiba como colocar a fazenda em ordem”

“Como fazer o ITR 2021: quem precisa declarar e o passo a passo da documentação + Nirf”

Entenda as vantagens dos benefícios fiscais para quem produz”

Secagem de grãos de milho: entenda quando vale a pena e como aprimorá-la

Secagem de grãos de milho: Veja qual a melhor alternativa e confira algumas dicas para não perder a qualidade dos seus grãos.

Vai chegando próximo à colheita e a principal dúvida é se realmente é necessário realizar a secagem dos grãos.

Até porque muitos deixam o milho um pouco mais no campo para diminuir os custos com a secagem… Mas, afinal de contas, o que vale mais a pena?

Vou mostrar aqui as principais vantagens e desvantagens da manutenção das plantas de milho no campo e da secagem artificial.

Veja também as principais dicas para realizar a secagem de grãos de milho mais adequada à sua propriedade. Confira!

Secagem de grãos de milho no campo

A secagem das plantas de milho no campo ainda é uma prática muito comum entre os produtores de milho.

Mas inúmeras pesquisas indicam perda da qualidade dos grãos com a manutenção da cultura do campo.

Na prática, a cultura fica exposta um maior período de tempo ao ataque de pragas, doenças e intempéries climáticas. Isso pode resultar na incidência de grãos ardidos, por exemplo.

secagem de grãos de milho
Incidência de grãos ardidos em milho. (a): grãos sadios; (b) grãos ardidos
(Fonte:cRibeiro e Colaboradores, 2016)

Mas, se você seguir alguns cuidados, poderá retardar sua colheita e colher seu milho com menor umidade, sem muitas perdas na qualidade do grão.

E melhor: diminuindo seus custos. Vou explicar melhor. Vamos lá!

O que considerar para a secagem do milho no campo

O primeiro passo é conhecer o histórico de sua área e de sua região!

Quais as pragas e doenças de final de ciclo são mais comuns? E quais os problemas mais corriqueiros durante a fase de colheita?

Após conhecer os possíveis problemas, você deve ir para a fase de planejamento!

Nesta fase, você irá planejar todas as etapas de sua lavoura, da semeadura à colheita.

A escolha da semente ideal é fundamental. Você pode optar por cultivares/híbridos que possuam resistência ou tolerância às principais pragas e doenças da cultura, principalmente as de final de ciclo.

Assim, você irá fazer uma escolha inteligente de seu híbrido/cultivar. E isso será fundamental para manutenção da cultura no campo até atingir baixa umidade.

O sucesso de sua colheita será reflexo de seu manejo durante todo ciclo da cultura, então capriche!

Outro fator bastante importante é conhecer o clima de sua região no final do ciclo.

Uma chuva no período em que seu grão está secando no campo, por exemplo, pode ser extremamente prejudicial para sua qualidade.

Caso o ano seja extremamente seco, a secagem no campo pode ser uma alternativa. Caso contrário, opte pela a secagem artificial.

Vamos citar aqui as principais vantagens e desvantagens na utilização da secagem natural no campo.

Secagem de grão de milho no campo: Vantagens e desvantagens

A principal vantagem da manutenção das plantas no campo até atingir umidade próxima à 14% é a diminuição dos custos de produção.

Assim, você não terá gastos com a secagem!

secagem de grãos de milho
Após o ponto de maturidade fisiológica, umidade do milho para colheita permanece alta
(Fonte: Luiz Carlos)

Se você não sabe quanto gasta com a secagem, aqui no blog nós já explicamos como fazer esse cálculo. Confira: “Secagem e armazenamento de grãos: diferentes tipos e seus custos

Já como desvantagens, observamos:

  • Risco de queda de plantas devido à presença de patógenos ou ventos fortes;
  • Dependência das condições climáticas;
  • Altos riscos de danos mecânicos na colheita;
  • Falta de padronização do teor de umidade para armazenagem;
  • Aumento na porcentagem de perdas na colheita;
  • Perdas na qualidade dos grãos.

Caso não tenha orçamento para realizar a secagem, você pode colher seu grão com umidade mais elevada e optar pela técnica de secagem natural. É um método utilizado por vários produtores.

guia de manejo do milho

Secagem de grãos de milho artificialmente

Se você quer investir um pouco mais na sua pós-colheita e manter uma padronização na umidade de seus grãos, realize a secagem!

A secagem artificial é a mais utilizada no setor produtivo hoje pela praticidade e, principalmente, pela qualidade final do grão, permitindo um armazenamento mais seguro.

Contudo, quando se fala em secagem artificial, algumas perguntas vêm à mente.

Afinal de contas, vale a pena o investimento? Quando devo secar? Quais as melhores condições para secagem de grãos de milho na prática?

Vou responder a essas perguntas e indicar as vantagens e desvantagens desse processo!

secagem de grãos de milho
(Fonte: Geagra)

O que considerar para a secagem artificial

O primeiro passo para a tomada de decisão é conhecer a cultura do milho e a região na qual você está inserido.

Conhecer a cultura irá auxiliá-lo no processo decisório de qual o melhor momento para a colheita.

Caso opte por colher com a umidade mais elevada, o processo de secagem será essencial para a manutenção da qualidade do grão.

Contudo, é recomendável se atentar à umidade inicial dos grãos para a escolha correta de qual sistema de secagem utilizar.

Além disso, outro cuidado a ser tomado é a temperatura de secagem do ar forçado aquecido (fluxo contínuo ou intermitente). Altas temperaturas podem ocasionar danos nos grãos, o que irá prejudicar a qualidade.

Então, não acelere o tempo de secagem utilizando altas temperaturas!

Quando você colher seus grãos com umidade elevada, opte pela secagem lenta. Assim você irá evitar danos físicos.

O tempo de secagem pode variar de acordo com a umidade inicial, tamanho do grão e umidade relativa do ar, até o grão atingir o equilíbrio higroscópico.

Investir em secagem é importante para a manutenção da qualidade de seus grãos. E isso irá se refletir em alta rentabilidade.

Na prática, você deve secar sempre que colher com umidade acima de 14%. E a secagem deve ser realizada logo após a colheita.

Durante o processo de secagem, fique atento à temperatura da sua massa de grãos. Ela não deve ultrapassar 60°C.

Desta forma, você evita danos e mantém a qualidade de seu produto.

secagem de grãos de milho
(Fonte: Mayra Rodrigues)

Vantagens e desvantagens da secagem artificial

Ainda está em dúvida sobre quais as vantagens e desvantagens dos secadores artificiais?

A principal vantagem é que você não depende das condições climáticas para realizar esse processo.

Em seguida, podemos citar praticidade, rapidez e padronização da umidade de seus grãos.

Quando realizada de maneira adequada, a secagem artificial mantém a qualidade dos grãos.

Já como desvantagens dessa técnica podemos citar: o custo e os riscos de danos. Quando não é feita/monitorada por uma pessoa capacitada, ela pode prejudicar a qualidade dos grãos.

Conclusão

Entender sobre a secagem de grãos de milho é fundamental para a manutenção da qualidade de seus grãos.

Neste artigo vimos como a secagem pode ser realizada na prática.

Mostramos também as principais vantagens e desvantagem da secagem de grãos de milho no campo e artificialmente.

Você pôde conferir ainda algumas dicas para uma secagem de sucesso.

Espero que essas informações te ajudem a decidir qual procedimento de secagem adotar e como melhorá-la para evitar problemas na qualidade final de seus grãos!

>>Leia mais: “Colheita de soja: 7 dicas para torná-la ainda melhor”

>> Leia mais: “Vender ou guardar a produção em silos de grãos

E você, como realiza sua secagem? Tem alguma dúvida sobre a secagem de grãos de milho? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Umidade do milho para colheita: todas as dicas para não perder seus grãos

Umidade do milho para colheita: como determinar o ponto ideal de colheita para diferentes situações e outras dicas para não perder seus grãos.

A colheita é umas das etapas mais importantes durante a produção de milho.

Estima-se que uma colheita bem planejada pode diminuir aproximadamente 6% das perdas da produção total de milho no Brasil.

A umidade do grão para colheita é ponto essencial de atenção, pois caso esteja inadequada, pode causar prejuízos ainda maiores.

Até por isso surgem tantas dúvidas: como determinar a umidade, qual o ponto ideal para venda do grão ou silagem, etc.

Confira agora todas essas respostas e as principais dicas para realizar uma colheita eficiente no momento adequado!

Cuidado com a umidade do milho para colheita!

Durante todo o ciclo da cultura, inúmeros cuidados são essenciais para alcançar altas produtividades.

Contudo, o momento mais delicado é a colheita! Se não realizada no momento adequado, pode acarretar perdas dos grãos.

A colheita deve ser planejada com antecedência, evitando que os grãos fiquem secando no campo e sejam expostos a condições climáticas indesejáveis.

Veremos aqui quais cuidados devem ser tomados no momento da colheita. Mas antes vamos mostrar o que é maturidade fisiológica e como reconhecê-la!

Ponto de maturidade fisiológica do milho

O ponto de maturidade fisiológica refere-se ao momento em que o grão atingiu a máxima matéria seca. Contudo, nesse momento, a umidade ainda é elevada: cerca de 50%.

Após atingir o ponto de maturidade fisiológica, o milho está pronto para ser colhido. Mas, com a umidade elevada, fica impossibilitada a colheita.

Desse modo, alguns cuidados devem ser levados em consideração para a manutenção da qualidade dos grãos.

O primeiro deles é não realizar a colheita com umidade elevada! Isso pode acarretar em perda de grãos.

Em geral, a colheita do milho deve ser feita assim que possível, pois manter a planta no campo a deixa vulnerável ao ataque de insetos e patógenos.

Além disso, o prolongamento deste período pode favorecer o crescimento e desenvolvimento de plantas daninhas, o que pode dificultar a colheita e diminuir a qualidade dos grãos.

Mas, na prática, além da umidade, como reconhecer o ponto de maturidade fisiológica?

Tratando-se de milho, o produtor pode se atentar a dois aspectos visuais nos grãos: a linha de leite e a camada negra.

Na figura abaixo podemos observar o avanço da linha de leite durante o processo de maturação. Veja:

umidade do milho para colheita
(Fonte: Steve Butzen)

A formação de uma camada negra na região de inserção do grão no sabugo é considerada um indicador de maturidade.

umidade do milho para colheita
(Fonte: José Carlos Madalóz)

Além disso, o produtor pode observar a coloração amarelada/marrom das plantas:

Umidade do milho: ponto ideal de colheita

A colheita dos grãos deve ser realizada assim que possível, após os grãos atingirem a maturação fisiológica!

Na prática, a colheita deve ocorrer quando os grãos atingem teor de água que possibilitem a colheita mecânica.

A colheita realizada quando os grãos possuem alto teor de umidade, pode provocar danos mecânicos. Além disso, a alta umidade dos grãos dificulta a debulha.

De acordo com estudos da Embrapa, a porcentagem de danos é menor quando os grãos são colhidos com teor de água inferior a 16%.

Atualmente, a umidade recomendada para colheita do milho pode variar de acordo com o objetivo e a tecnificação do produtor!

Se seu objetivo é o armazenamento do milho e você não possui tecnologia para o processo de secagem, indica-se colher seus grãos com umidade em torno de 14%.

Contudo, se você possui essa técnica em sua propriedade, é possível realizar a colheita com até 25% de umidade.

Não se esqueça: o milho deve ser colhido assim que possível, logo após o ponto de maturidade!

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Como determinar a umidade do milho para colheita

Além do conhecido aparelho eletrônico utilizado para determinar a umidade, vou indicar alguns métodos práticos que podem te ajudar no campo!

1º. Teste de resistência do grão ao risco, sob pressão da unha

Risque o grão de milho com a unha. Se o grão ficar com alguma marca, isso indica que a umidade está acima de 18%.

umidade do milho para colheita
Teste de resistência do grão ao risco ajuda a verificar umidade do milho para colheita
(Fonte: Embrapa)

2º. Teste de resistência da espiga à torção

Submeta a espiga despalhada a uma torção no sentido do seu eixo. Se a espiga torcer facilmente, a umidade dos grãos pode estar em torno de 18% a 20%.

3º. Teste de resistência à pressão do dente

Caso o grão “quebre” no dente, é possível verificar que a umidade está acima da ideal para a colheita.

Se você tiver dúvidas sobre a umidade dos grãos, retire amostras e leve-as a um laboratório para determinação da umidade.

Como a umidade pode prejudicar o ciclo do milho

A alta umidade pode ser extremamente prejudicial para a cultura do milho em todo ciclo.

Durante o período de desenvolvimento, a umidade pode influenciar negativamente a formação do grão.

Além disso, pode ocasionar um microclima favorável ao aparecimento de doenças tanto nas plantas quanto nos grãos. De modo geral, isso prejudicará sua comercialização.

A alta umidade favorece a ocorrência de danos mecânicos durante a colheita, afetando a qualidade dos grãos.

Por isso, são necessários cuidados especiais quanto à umidade. Saber determiná-la e acompanhar todo o ciclo da cultura é essencial!

>>Leia mais: “Plantio de milho: Como garantir a alta produção”

Umidade do milho para colheita: 6 dicas fundamentais para uma boa safra

1. Determine a umidade de seus grãos

Para melhor planejamento da colheita, retire amostras representativas em diferentes pontos da propriedade e realize a determinação de umidade.

2. Planeje sua colheita

O planejamento da colheita é essencial, evitando que as plantas fiquem no campo por um longo período.

Isso inclui determinar a frota de máquinas e tempo de trabalho para que os grãos de todos os talhões sejam colhidos na época certa.

colheita de milho com Aegro

Exemplo da gestão da colheita pelo Aegro: dados seguros e acompanhamento da operação em alguns cliques

3. Acompanhe o processo de maturação

É importante fazer o monitoramento da lavoura. Assim, você poderá reconhecer quando os grãos atingirem o ponto de maturidade. Isso irá evitar perdas no campo.

4. Regule seu maquinário

Acerte seu maquinário de acordo com a umidade de seus grãos! Como já mencionei, a umidade pode variar durante a colheita!

5. Velocidade de colheita

Altas velocidade e alta umidade resultam em prejuízo na qualidade final de seus grãos e perdas na produtividade.

6. Secagem e armazenamento

Quando o grão é colhido com umidade acima da ideal, é necessário realizar a secagem. A técnica mais utilizada é a secagem artificial.

Aqui no blog nós já falamos sobre Secagem e armazenamento de grãos: Diferentes tipos e seus custos”. Confira!

As dicas que mostramos até aqui se aplicam se seu objetivo for produzir grãos. Agora se pretende produzir silagem, veja quais dicas seguir para fazer a colheita no momento certo!

Umidade no campo para colheita: o que muda para produção de silagem?

A principal diferença é o momento da retirada do milho do campo. O momento ideal caso seu foco seja silagem, é o ponto farináceo!

Na prática: quando mais da metade do grão está com consistência dura.

Veja o passo a passo para reconhecer o momento ideal no campo:

  • Retire o grão da espiga
  • Aperte-o com o dedo para verificar a umidade
  • Se escorrer leite do grão, não está no ponto ideal
  • Se o grão apenas umedecer os dedos está no ponto ideal, conforme a foto.

umidade do milho para colheita
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

Entender sobre a umidade do milho para colheita é fundamental para a qualidade do grão.

E neste artigo vimos os principais cuidados durante o ciclo da cultura.

Mostramos como reconhecer o ponto de maturidade fisiológica e como a umidade pode ser prejudicial se não houver planejamento para o momento da colheita.

Você pôde conferir ainda algumas dicas para uma boa colheita. E viu o que muda caso resolva produzir silagem!

Espero que essas informações te ajudem a melhorar o manejo e evitar problemas com a umidade na hora da colheita!

>> Leia mais:

“Safrinha do milho: como garantir boa produtividade sem gastar muito”
“Plantio de milho irrigado: quando compensa?”

“O que você precisa saber sobre os principais indicadores de desempenho para colheita de grãos”

Gostou deste texto sobre umidade do milho para colheita? Assine nossa newsletter para receber nossos artigos direto em seu e-mail!

Sementes piratas: porque elas são um problema para sua lavoura

Sementes piratas: entenda o que são, como identificá-las e os 6 principais fatores de risco que elas podem trazer para a produtividade da sua lavoura.

As sementes piratas vêm ganhando um espaço preocupante no setor agrícola.

Estima-se que, atualmente, mais de 30% das sementes de soja utilizadas no país sejam piratas.

Esse uso ilegal de sementes provocou, somente em 2018, prejuízos de mais de R$ 2 bilhões ao agronegócio brasileiro.

Mas você sabe o que são e como identificar  sementes piratas?

Neste artigo, vamos mostrar os 7 principais riscos do uso dessa semente ilegal e como ela diminui a produtividade da sua lavoura. Confira a seguir!

Sementes piratas: Problemas e riscos da utilização

Sementes piratas são aquelas sementes vendidas no mercado informal, ou seja, que não possuem qualquer garantia de procedência ou certificação.

Justamente por isso, elas podem ocasionar sérios problemas para sua lavoura.

Lembrando que você pode salvar suas sementes! Entretanto, é necessário seguir uma legislação específica que mostra o passo a passo de como fazer para estar dentro da lei! 

Ao optar por uma semente não certificada, o produtor acaba expondo sua produção à disseminação de pragas, doenças e plantas daninhas.

Além disso, as sementes comercializadas ilegalmente não possuem qualquer tipo de controle de qualidade.

Isso significa que, muitas vezes, elas não atendem atributos básicos para comercialização, conforme estabelecido pela lei.

Ao comprar uma semente pirata, quem mais perde é você.

Além dos problemas fitossanitários, você pode comprar uma cultivar diferente da escolhida.

Essas  podem também apresentar baixa germinação, comprometendo o estabelecimento da cultura.

sementes piratas
Análise de semente de soja em laboratório da Embrapa
(Fonte: Embrapa)

A maior parte das sementes piratas é proveniente das sementes salvas, que os produtores multiplicam para uso próprio e acabam comercializando o excedente de maneira ilegal.

A compra dessas sementes ilegais normalmente ocorre pela facilidade de acesso, falta de conhecimento do produtor e até mesmo para reduzir os custos de produção.

As culturas mais afetadas pelas sementes piratas são soja, milho, trigo e aveia.

Apesar de parecer uma boa alternativa, utilizar sementes piratas não é solução!

Perde-se em qualidade e, consequentemente, em produtividade!

Para realmente reduzir custos com eficiência o que você precisa é conhecer sua propriedade e ter um bom planejamento agrícola.

Aqui no blog nós já mostramos sobre como uso de planilhas e softwares de gestão agrícola podem te ajudar!

Agora, vou mostrar as principais diferenças entre as sementes certificadas e as piratas.

Sementes piratas x certificadas: Diferenças

A principal diferença entre as sementes certificadas e as não certificadas são os cuidados antes, durante e após sua produção.

A produção certificada é feita por produtores de sementes idôneos, devidamente autorizados e cadastrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem).

Seus campos de produção devem seguir as normas e os padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura (MAPA) para a espécie cultivada.

sementes piratas
(Fonte: Fundação Pró-Sementes)

Toda etapa de produção das sementes é realizada mediante controle de qualidade, que ocorre desde a escolha do local até o beneficiamento e comercialização.

Além disso, também é investido em pesquisas e tecnologia para desenvolvimento de novas variedades.

Isso está previsto na Lei Nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e Normativa Nº 9, de junho de 2005.

A utilização de sementes certificadas é estimulada por várias entidades, como a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja, pois possibilita ao produtor maior segurança.

Se você adquiriu sementes certificadas, pode ter certeza que elas estão dentro dos padrões de controle estabelecidos em nosso país!

Fique sempre atento à embalagem em que recebe sua semente e se a indicação de certificação está presente.

Mas e as sementes piratas?

Bom, elas não passam por todos esses cuidados durante a produção e não seguem as normas estabelecidas .

Deste modo, o produtor que adquire sementes piratas não possui amparo legal.

E não é só isso. Vou falar sobre os riscos que você corre se adquirir uma semente proveniente desse comércio ilegal.

Sementes piratas: 6 fatores de risco para sua lavoura

Quando o produtor adquire sementes piratas, não imagina quanto prejuízo ela pode trazer.

Vou listar aqui os 6 principais fatores pelos quais a utilização de sementes ilegais pode prejudicar sua lavoura e ainda diminuir sua produtividade.

1. Misturas de cultivares

Isso prejudica o manejo, causa diferença de ciclos e impacta na diminuição da produtividade.

2. Plantas daninhas entre as sementes

Essa disseminação de sementes de plantas daninhas entre as lavouras dificulta o controle e aumenta a utilização de defensivos. Isso interfere indiretamente na produtividade.

sementes piratas
(Fonte: Cotrisoja)

3. Presença de partículas de solo

Situação que causa disseminação de patógenos de solo, podendo resultar em condenação do campo, falhas no estabelecimento da cultura e perdas na produtividade.

Sem contar a necessidade de mais aplicações de defensivos.

4. Presença de sementes contaminadas

Mais um problema, dessa vez relacionado à disseminação de patógenos transmitidos por sementes. Isso resulta em epidemias do campo e, consequentemente, em perdas na produtividade.

Também impacta em custo, pois representa maior gasto com manejos.

5. Presença de Pragas

Disseminação de pragas, que podem comprometer a produtividade e o estabelecimento da cultura. Custo elevado de manejo.

sementes piratas
(Fonte: Revista Globo Rural)

6. Sementes com baixa germinação e vigor

Primeiramente, a semente pode não emergir no campo. Quando isso ocorre, o produtor pode se deparar ainda com falha no estabelecimento da cultura, resultando em perdas na produtividade.

Além disso, sementes piratas não contém tecnologia nos mesmos padrões fornecidos pela empresa. Pode ocorrer inclusive mutação, o que compromete ainda mais a produtividade.

>> “Entenda a biotecnologia na agricultura e confira as novidades que vêm por aí

planilha de planejamento para milho e soja

Como identificar as sementes piratas

Na prática, nossas dicas são as seguintes:

  • Fique atento à embalagem! Observe as informações apresentadas: sementes certificadas trazem essa informação na embalagem
  • Desconfie de embalagens violadas: Observe se existe a presença de materiais inertes, sementes de plantas daninhas ou sementes nocivas e partículas de solo. Sementes certificadas apresentam valores muito baixos de impurezas
  • Observe se não há mistura de cultivares pela coloração das sementes e de seus hilos. Sementes de um mesmo cultivar costumam possuir uma mesma tendência de coloração
  • Não compre sementes de conhecidos ou vizinhos. Procure sempre uma revenda ou seu engenheiro agrônomo.

Não economize com sementes, compre sementes certificadas. O barato pode sair caro!

Vender e comprar sementes piratas pode gerar multa, conforme a lei de proteção de cultivares Lei Nº9.456.

Embora o uso de sementes piratas seja cada vez mais comum no Brasil, não se esqueça que, além de prejudicar a sua lavoura, a utilização de sementes piratas também é crime!

sementes piratas
Campanha desenvolvida pela Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem) para alertar sobre o problema da pirataria
(Fonte: Adaptado de Abrasem)

Conclusão

Neste artigo vimos o que são sementes piratas e como elas podem influenciar na sua lavoura e na sua produtividade.

Mostramos também o que caracteriza uma semente pirata e como reconhecê-la.

Você conferiu ainda quais os principais fatores negativos da utilização de sementes piratas.

Espero que com esse texto você entenda a importância de usar somente sementes certificadas!

>>Leia Mais:

Como fazer o armazenamento de sementes de soja e assegurar a germinação

Inoculação: Todos os tipos e + 7 dicas par tirar o máximo proveito dela

Tratamento de sementes na fazenda ou industrial? Faça a melhor escolha!

Você conhecia os riscos que as sementes piratas trazem para a lavoura? Quer saber mais sobre esse assunto? Deixe seu comentário!

O que é gestão de pessoas e como isso beneficia sua fazenda

O que é gestão de pessoas: Entenda por que ela é importante e veja as dicas para ter mais sucesso com sua equipe!

Para obter alta produtividade, uma lavoura precisa de diversos cuidados.

E, tão importante quanto clima, solo e tecnologia, está o trabalho dos colaboradores da fazenda.

Afinal, a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Mas como montar e motivar a equipe de trabalho?

Diversos estudos apontam aumento da rentabilidade de negócios quando utilizadas essas técnicas gerenciais.

Neste artigo, vamos mostrar como fazer uma boa gestão de pessoas e obter mais sucesso com sua equipe. Confira a seguir!

O que é gestão de pessoas nas empresas rurais?

A gestão de pessoas nada mais é que a aplicação de várias estratégias para atrair e manter bons profissionais.

Em empresas rurais, sua aplicação deve ir muito além da básica rotina de pagamentos, faltas e normatizações.

Uma boa gestão de pessoas envolve seleção de funcionários, programas de treinamento e desenvolvimento do capital humano.

Como já dizia o professor Dirceu Gassen e como já citei: a lavoura responde ao manejo, e quem faz todos os manejos são pessoas. No final das contas são as pessoas que importam.

Compreende também avaliação de desempenho (feedback), segurança no trabalho, plano de carreira e programas de participação nos resultados.

A gestão de pessoas nas organizações consiste no trabalho em equipe, que irá trazer benefícios para todos dentro da propriedade, independente do nível hierárquico.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Soften)

Um funcionário que trabalha feliz, motivado, e que se sente bem no ambiente de trabalho, produz mais.

Quando o produtor possui uma boa gestão rural, o trabalhador “veste a camisa” e possui interesse em ver a propriedade crescer.

Deste modo, a gestão de pessoas dentro da fazenda deve possuir estratégias que visem estimular o desenvolvimento profissional.

Isso é possível, por exemplo, incentivando os colaboradores a desenvolverem novas habilidades, de modo que se mantenham na propriedade.

Um trabalhador hábil, eficaz e satisfeito é uma das chaves para a rentabilidade e sucesso da empresa rural!

Além disso, a motivação dos funcionários dentro da propriedade deve ocorrer diariamente, de modo que se sintam reconhecidos e valorizados.

Quando as pessoas se sentem valorizadas, dão o melhor de si, atingindo o objetivo da gestão de pessoas.

Mas como realizar a gestão de pessoas na propriedade? Vou explicar melhor!

Como realizar a gestão de pessoas na sua fazenda

A gestão de pessoas deve ser realizada nos diferentes setores da propriedade, dos funcionários mais antigos aos temporários, independente do nível hierárquico.

planejamento da propriedade é essencial para iniciar a gestão.

Primeiramente, deve-se fazer um levantamento da atual situação da empresa rural, seus pontos positivos, negativos e qual o seu principal objetivo.

Feito isso, o próximo passo é aprofundar o conhecimento da equipe de trabalho. Quais são os pontos fortes e fracos de cada funcionário?

Sabendo isso, o gestor poderá destinar as melhores funções de acordo com o perfil do colaborador.

Deste modo, a execução do trabalho fica mais fácil, pois o trabalhador se sente mais à vontade e pode dar o seu melhor.

Consequentemente, o desempenho do grupo vai melhorar!

Porém, é necessário definir o que é esperado de cada cargo, evitando que um funcionário acabe realizando a função de dois cargos.

Além disso, o gestor precisa saber delegar atividades. Assim, a dinâmica da empresa rural irá fluir e melhores resultados serão alcançados.

Valorize a sua equipe e dê sempre feedback aos colaboradores!

Mostre os pontos positivos e onde cada pessoa pode melhorar.

É preciso também dar espaço para que eles sugiram melhorias na empresa.

Vamos mostrar a seguir as principais dicas para ter uma boa gestão de pessoas na sua empresa rural.

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Adaptado de IMC Brasil)

O que é gestão de pessoas: 4 dicas para o sucesso da sua equipe

1º Dica: Comunicação

Uma propriedade que possui boa comunicação evita muitos desencontros de informações.

A adoção de um sistema de comunicação interno na sua empresa rural pode facilitar o diálogo entre todos os cargos.

Além disso, essa prática permite unificar as informações da empresa.

Aproveite a tecnologia disponível para isso! Alguns programas e softwares podem te ajudar nessa comunicação interna.

2º Dica: Motivação

A motivação é o combustível para a realização das atividades. Pessoas motivadas se esforçam mais e trabalham melhor!

Na sua empresa, qual é hoje a maior motivação para um colaborador querer ser selecionado e permanecer no cargo? Pense nisso!

Reconheça o bom trabalho, seja por meio de promoções, treinamentos diferenciados ou aumentos de salários e/ou benefícios.

3º Dica: Treinamento e desenvolvimento

Independente do tamanho da propriedade, invista em cursos de capacitação, treinamentos técnicos e comportamentais para seus colaboradores.

Note quais os cursos seus funcionários gostariam de ter e quais os auxiliariam no dia a dia da sua fazenda.

Elabore um calendário, de modo que esses treinamentos e cursos sejam constantes! O funcionário se sentirá cada vez mais motivado!

Lembre-se que o desenvolvimento e crescimento do colaborador refletem também no crescimento da empresa rural!

O que é gestão de pessoas
Capacitação e aperfeiçoamento: bom para o trabalhador e para a fazenda
(Foto: Marco Ankosqui em Dinheiro Rural)

4º Dica: Trabalho em equipe

O trabalho em equipe é fundamental para o bom funcionamento da fazenda.

Os objetivos de todos os setores deve ser o mesmo, evitando assim as competições entre times, por exemplo.

A atenção com a integração e o trabalho em equipe fazem parte do que é uma boa gestão de pessoas!

Para auxiliar na área de gestão da empresa rural e possibilitar a integração de todos os funcionários, o uso de software novamente entra como uma alternativa!

Agora que já te dei algumas dicas, vamos falar mais sobre o papel do gestor?

O que é gestão de pessoas: como ser um bom gestor

Para aplicar todas as dicas que citei neste artigo, é essencial ser um bom gestor!

Seja o proprietário ou gerente da fazenda, o gestor tem um papel essencial no desenvolvimento de uma equipe de sucesso!

O gestor deve se posicionar como um líder da equipe, não apenas como um chefe.

Um líder ensina, elogia e dá exemplo praticando o que fala.  Ele é um “espelho” para os demais colaboradores da fazenda.

Um líder que inspira irá motivar os funcionários a darem seu melhor sempre!

Escolha ou seja um bom gestor: essa é a chave para o sucesso da gestão!

O que é gestão de pessoas
(Fonte: Universia)

>>Leia mais: “Além da produção agrícola: Liderança e gestão de pessoas na fazenda”

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Conclusão

Neste texto vimoso que é gestão de pessoas, como ela é benéfica para sua propriedade e como ela pode ser realizada em uma empresa rural.

Mostramos também a importância de ter uma equipe motivada e de que forma os colaboradores podem ser mais valorizados.

Você conferiu ainda algumas dicas para o sucesso do seu time e como ser um gestor melhor para a equipe!

Espero que com essas dicas você alcance ainda mais sucesso no gerenciamento de pessoas e na gestão agrícola da sua fazenda!

>>Leia mais:

Quem trabalha no campo, trabalha para todos: Celebre o Dia do Agricultor

Entenda as regras da Norma Regulamentadora 31 para trabalhadores do agro

Como você trabalha a integração da sua equipe hoje? Quer saber mais sobre o que é gestão de pessoas? Deixe seu comentário!