Como cobalto e molibdênio na soja podem elevar sua produtividade

Cobalto e molibdênio na soja: entenda as suas funções e como eles podem aumentar a produtividade da lavoura.

A soja é uma cultura de grande importância para o agronegócio brasileiro. A estimativa da  Conab para produção do grão na safra 2020/21 é de 133,7 milhões de toneladas, confirmando o país como terceiro maior produtor mundial da oleaginosa.

Para se alcançar elevadas produtividades, é necessário um manejo nutricional adequado. Nutrientes como o molibdênio e o elemento benéfico cobalto e participam de diversas reações importantes na cultura da soja

Entenda como o cobalto e molibdênio podem elevar a produtividade da sua lavoura!

Funções do cobalto e molibdênio na soja

Os micronutrientes são considerados essenciais para o crescimento das plantas e são requeridos em menores quantidades em comparação com os macronutrientes. 

O molibdênio (Mo) é considerado micronutriente e o cobalto (Co), um elemento benéfico. 

O Mo participa da fixação biológica do nitrogênio (FBN), pois está presente na enzima nitrogenase. 

Já o Co é um elemento benéfico para o crescimento de microrganismos, como as bactérias simbióticas do gênero Rhizobium. Também é componente da cobalamina (vitamina B12), precursora da leghemoglobina, que está relacionada à atividade dos nódulos na cultura da soja

A deficiência do Co pode interferir no atraso ou redução do processo de nodulação da soja. 

A deficiência do Mo pode interferir no metabolismo do Nitrogênio (N) e na FBN. Os sintomas de deficiência na soja geralmente são similares aos do N, como é o caso da clorose. 

Disponibilidade dos micronutrientes no solo 

A prática da calagem de forma adequada pode auxiliar na correção da deficiência e disponibilidade dos micronutrientes no solo.

A calagem é o primeiro passo para a construção da fertilidade do solo e para o aumento da eficiência no uso dos fertilizantes

Para a manutenção e o aumento da produtividade da soja é necessário o uso de fertilizantes. Estima-se que estes representem cerca de 25% dos custos totais da lavoura de soja. 

gráfico de representatividade nos custos da lavoura em porcentagem: fertilizantes representam cerca de 75%

(Fonte: Aprosoja)

Dessa forma, a busca por eficiência no uso de recursos é cada vez mais importante para aumento da produtividade e redução dos custos. 

A disponibilidade dos micronutrientes é reduzida com o aumento do pH do solo. Com o molibdênio ocorre uma exceção, pois a biodisponibilidade do Mo aumenta com o aumento do pH do solo, além deste nutriente ser absorvido pelas plantas na forma de molibdato (MoO42-).

A acidez do solo, comum em solos tropicais altamente intemperizados, promove a deficiência do Mo

O cobalto é absorvido pelas plantas na forma de Co2+ e o aumento excessivo do pH do solo pode ocasionar deficiência, já que para este elemento benéfico ocorre um comportamento inverso na sua disponibilidade em comparação ao Mo

gráfico sobre disponibilidade dos nutrientes de acordo com o pH do solo

Disponibilidade dos nutrientes de acordo com o pH do solo
(Fonte: Ipni)

A calagem pode corrigir a deficiência do Mo se os teores deste nutriente no solo forem adequados. 

A deficiência do Mo ocorre com mais frequência em solos arenosos, pois o molibdato é um ânion que apresenta alta mobilidade no solo, sendo facilmente lixiviado. 

Fases de desenvolvimento da soja

A cultura da soja apresenta diferentes estádios fenológicos (vegetativos e reprodutivos). 

O processo de nodulação da soja varia conforme o crescimento e desenvolvimento em função das fases fenológicas

estádios fenológicos da soja - Cobalto e molibdênio na soja

(Fonte: Compass minerals)

Estudos mostram que os primeiros nódulos radiculares na soja começam a partir das infecções da raiz principal e suas ramificações primárias (estádios V1 e V2), sendo dependente de fatores como cultivar, estirpe de bactéria, ambiente e manejo. 

Nos estádios V4 e V5, a nodulação aumenta em intensidade e o incremento na nodulação atinge um pico durante a fase de florescimento em (R1 e R2)

Com o aumento da frutificação, a atividade fotossintética é aumentada e um novo pico é atingido em R5.1 e R5.2

Outro pico de nodulação e fixação biológica de nitrogênio (FBN) também pode ser constatado entre os estádios R5.1 e R5.3

imagem de raíz de soja com fixação biológica de nitrogênio.

(Fonte: Embrapa Soja)

Como aplicar os micronutrientes? 

Pesquisas de longo prazo realizadas com soja no Brasil recomendam uma dosagem de 12 a 25 g ha-1 de Mo e 2 a 3 g ha-1 de Co aplicados na mistura com o inoculante  (Bradyrhizobium) nas sementes de soja na semeadura ou via foliar na mesma dosagem, em até 15 dias após a semeadura. 

Entre as fontes destes elementos podemos citar para o Mo (molibdato de sódio e molibdato de amônio) e para o Co (sulfato de cobalto).  

Vale destacar novamente que, caso existam teores suficientes de Mo no solo, a correção do pH com a calagem também promoverá a disponibilidade deste nutriente para a soja.  

A recomendação é que o processo de inoculação deve ser realizado considerando cuidados como: 

  • plantio das sementes logo após a inoculação
  • quantidade e qualidade do inoculante 
  • boas condições de umidade do solo

A aplicação de Mo via foliar, antes do início da floração e na mesma concentração recomendada para as sementes é uma alternativa para o manejo nutricional da soja. 

Para o Co, a aplicação via foliar pode apresentar menor eficiência em comparação ao Mo, devido à baixa translocação na planta

Uma pesquisa mostrou que a aplicação de Mo e Co via sementes e/ou adubação foliar no estádio V4 promoveu incrementos significativos no rendimento da cultura da soja

Conclusão

Nesse texto você conferiu alguns aspectos sobre o micronutriente molibdênio e o elemento benéfico cobalto.

Você viu como eles podem interferir na fixação biológica de nitrogênio e processos de nodulação

É importante conhecer as fases fenológicas da cultura da soja para tomada de decisão sobre práticas adequadas de fertilização.

Espero que este texto tenha ajudado você a pensar um pouco sobre a importância do cobalto e molibdênio na cultura da soja!

Qual é sua maior dificuldade no cultivo da soja para altas produtividades? Restou alguma dúvida sobre o cobalto e o molibdênio na soja? Adoraria ler seu comentário!

Vaquinha da soja: como fazer o controle eficiente dessa praga em sua lavoura

Vaquinha da soja: aprenda a identificá-la, saiba em quais estádios ela causa mais problemas e a melhor forma de controle.

A vaquinha da soja é uma praga agrícola que causa grandes danos à cultura tanto na fase de larva quanto adulta.

É considerada bastante problemáticas na lavoura, pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento e desenvolvimento da soja e também do milho.

Isso, claro, se reflete em perda de produtividade e de lucratividade. 

Mas como fazer o manejo eficiente da vaquinha da soja? A seguir, trago as principais recomendações para que você tenha sucesso no controle dessa praga agrícola.

Características da vaquinha da soja

Existe um complexo de besouros Crisomelídeos que tem por nome comum “vaquinha”. Dentre as várias espécies existentes, a Diabrotica speciosa é a de maior ocorrência no Brasil, sendo popularmente conhecida também como vaquinha-verde ou patriota.

Essa praga provoca grandes problemas tanto na fase de larva quanto adulta, principalmente na cultura do milho, soja e feijoeiro.

Para reconhecê-la no campo, é preciso atenção a alguns detalhes. A vaquinha possui três instares larvais: ovo, larva e pré-pupa e pupa. Os ovos da espécie são de coloração amarela e medem cerca de 0,5 mm de diâmetro.

A oviposição é realizada pelo adulto normalmente em solos mais úmidos e escuros e ao redor das plantas.

A larva possui 10 mm de comprimento, com coloração branca e partes (como cabeça, pernas e tórax) na cor preta. 

Fique atento, pois cerca de 90% das larvas costumam ficar ao redor das plantas!

A pré-pupa e pupa apresentam coloração branca e tamanho de aproximadamente 5 mm. 

Já o adulto é de fácil identificação, pois possui cor verde com três manchas amarelas em cada élitro, tíbias e tarsos negros e cabeça marrom, lembrando as cores do Brasil. Possuem cerca de 6 cm de comprimento.

O ciclo biológico dessa praga varia de 24 a 40 dias, dependendo das condições climáticas da região. 

Os períodos de cada fase de desenvolvimento variam de acordo com a temperatura. Geralmente, o período de incubação é de cerca de 7 dias. Passado esse período, temos a larva, de 14 a 26 dias e, em seguida, a pupa, com 6 dias em média.

 Ciclo biológico de Diabrotica speciosa vaquinha da soja

 Ciclo biológico de Diabrotica speciosa
(Fonte: Embrapa)

Danos causados às lavouras

Os ataques da vaquinha ocorrem em diferentes fases da cultura da soja e do milho.

Na fase larval, essa praga ataca raízes e sementes. Além disso, é possível observar perfurações nas folhas cotiledonares.

Na prática, as raízes não absorvem bem água e nutrientes, o que deixa a planta debilitada.

Na cultura do milho, por exemplo, o ataque da larva danifica consideravelmente as raízes, ocasionando sintomas que são confundidos com deficiência nutricional.

Podem ainda ocasionar sintomas na planta conhecidos como “pescoço de ganso”, em que a planta desenvolve o colmo em forma curvada.

Estudos realizados pela Embrapa Milho e Sorgo verificaram que a incidência de larvas da vaquinha por planta de milho podem reduzir consideravelmente o peso de grãos.

tabela com danos larval da Diabrotica speciosa em raízes de milho - vaquinha da soja

Danos larval da Diabrotica speciosa em raízes de milho
(Fonte: Embrapa)

Em soja, apesar dessa praga ser considerada secundária, também vem gerando muitos problemas, em especial em áreas de soja precedida por milho safrinha.

Ela reduzir o estande na área e consequentemente o potencial produtivo. Por isso, o monitoramento é fundamental!

Na fase adulta, a vaquinha é considerada uma das mais problemáticas, pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento e desenvolvimento de milho e soja.

Essa praga se alimenta de folhas, brotos, frutos e pólen de plantas, o que pode ocasionar inclusive falhas na formação de grãos.

Para evitar a presença dessas e outras pragas em sua lavoura, utilize sementes de qualidade! E não deixe de lado o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Como fazer o manejo da vaquinha no milho e na soja

O primeiro passo para o manejo de vaquinha é analisar o histórico de pragas em sua fazenda para, assim, iniciar o planejamento de manejo.

Realize o monitoramento de sua lavoura constantemente. Esse é o ponto decisivo para saber quando é necessário entrar com medidas de controle.

Para isso, você pode contar com um auxílio de um software agrícola como o Aegro.

Sabendo que há possibilidade de se deparar com a vaquinha, você pode se preparar com alguns métodos como:

Controle cultural

A presença da vaquinha na safra anterior, é motivo de alerta, principalmente se você utilizar o sistema soja-milho.

Para evitar problemas com essa praga, realize um bom preparo do solo e elimine possíveis plantas hospedeiras.

Controle químico

O controle químico é o principal método de controle da vaquinha. No momento da escolha do inseticida, opte por ingredientes ativos com alta persistência (6 a 10 semanas), para que a planta esteja protegida no estabelecimento do estande.

A pulverização no sulco de plantio e o uso de granulados são alternativas bastante eficientes para o controle da larva.

O registro dos inseticidas para controle da Diabrotica speciosa deve ser consultado no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Agrofit

Para a cultura do milho, por exemplo, você pode utilizar: fipronil (pirazol) ou bifentrina (piretroide).

Já para soja, você pode utilizar: fipronil (pirazol) ou  lambda-cialotrina (piretroide) + tiametoxam (neonicotinoide).

Contudo, é essencial que você consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para melhores detalhamentos de acordo com a sua realidade.

Controle biológico

O uso de controle biológico pode ser uma alternativa para minimizar os custos com inseticidas e evitar seleção de resistência.

Na literatura, encontramos vários estudos indicando um  possível controle biológico com: 

Celatoria bosqi (Dip., Tachinidae), Centistes gasseni (Hym., Braconidae), os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Paecilomyces lilacinus.

Contudo, estudos ainda estão sendo realizados para melhor evidenciar a eficiência do controle biológico.

Conclusão

Após todo o esforço com sua lavoura, você não pode perder produtividade por conta da presença de pragas na cultura.

A vaquinha tem causado danos nos últimos anos, principalmente no milho, soja e feijão.

Neste artigo, você pôde conferir como identificar a vaquinha no campo, seu principais danos e como realizar o manejo dessa praga agrícola. 

Espero que com essas dicas você consiga proteger sua lavoura e alcançar uma excelente produção!

Você tem problemas com vaquinha da soja na sua lavoura? Quais medidas de prevenção realiza? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como garantir uma boa negociação da venda da soja de forma antecipada

Venda da soja: diferentes opções de negócios e as dicas do que considerar antes de fechar o contrato de comercialização do grão

A incerteza da venda de um produto agrícola, principalmente do preço de venda, pode ser uma dor de cabeça. E a dúvida, independente do ano, é sempre a mesma: “será que vou conseguir vender por um bom preço?”.

A venda antecipada é muito comum para commodities, principalmente os grãos. Mas afinal, o como garantir uma boa negociação antecipada para a venda da soja? Quer saber mais sobre esse assunto? Confira!

Venda da soja antecipada: modalidades de comercialização

A atual redução nos estoques brasileiros de soja, acompanhados da alta do dólar, manteve os preços domésticos firmes para a venda da soja em grão.

Isso garantiu avanços surpreendentes na venda antecipada da safra 2020/2021, que está 3 vezes maior que o habitual e pode chegar a até 50% da produção esperada!

A fim de garantir sempre maior rentabilidade na venda da soja, é muito importante ter cautela, e, além disso, sempre negociar com empresas e pessoas idôneas

As negociações da soja podem ocorrer em 4 diferentes mercados:

  • mercado físico (spot, cash ou à vista);
  • mercado a termo;
  • mercado futuro;
  • mercado de opções.

Esses quatro mercados são praticados no mundo todo, inclusive no mercado interno brasileiro. Conhecê-los pode trazer um diferencial na busca pelo melhor preço. É claro que cada mercado apresenta vantagens e desvantagens e abordaremos isso a seguir.

Mercado físico

No mercado físico – spot, cash ou à vista – os negócios são imediatos, ou seja, a compra e a entrega do produto ocorrem no mesmo momento

Vantagens: possibilita aproveitamento de oportunidades pontuais do mercado e garante disponibilidade financeira imediata.

Desvantagens: sujeito às oscilações no preço.

Para realizar a venda da soja no mercado físico, os negócios devem ser feitos com as tradings ou outros compradores.

Mercado a termo

No mercado a termo, também conhecido como hedge, as transações ocorrem em dois ou mais momentos no tempo.

Nos contratos a termo, tudo é acordado de forma antecipada, desde a mercadoria, entrega, local, meio de transporte, forma de pagamento e qualquer outro ponto necessário.

Vantagens: garantia de preços sem necessidade de gastos e grande flexibilidade de modelos de transação.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar oportunidades do mercado; risco de não cumprimento do contrato.

Para a venda no mercado a termo, os produtores devem combinar o contrato com empresas compradoras.

Mercado futuro

O mercado futuro da soja, assim como outras commodities, é negociado na Bolsa BM&FBovespa ou ainda CBOT (Bolsa de Chicago).

O produtor pode fixar o preço de venda na Bolsa com a garantia de que receberá o valor esperado no futuro.

Vantagens: proteção a variações negativas do mercado, garantia do recebimento (não há possibilidade de calote) e a bolsa oferece liquidez nas negociações.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar variações positivas do mercado, necessidade de capital para composição de margem de garantia, ajustes e taxas de corretagem e influência das oscilações de câmbio (operações em dólares).

Para realizar negociações nessa modalidade, o produtor deve trabalhar com uma corretora cadastrada na bolsa, fazendo as negociações através dela.

Mercado de opções

O mercado de opções está intimamente ligado ao mercado futuro e também ao hedge, do mercado a termo.

Neste caso, são contratos que asseguram o direito de compra e venda de algum ativo, que pode ser físico ou futuro.

O direito de compra, também chamado Call, o comprador pode comprar um contrato futuro com base num preço pré-estabelecido.

Já a obrigação de venda, ou Put, o vendedor tem a obrigação de vender caso seja desejo do comprador adquiri-lo.

Vantagens: proteção de baixa dos preços, sem ficar atrelado a preços pré-estabelecidos. 

Desvantagens: necessita desembolso financeiro, vulnerável às oscilações do câmbio, risco de precisar aplicar mais recursos financeiros, principalmente, caso não haja variação positiva.

Para adquirir direitos de compra ou venda, os produtores devem contatar corretoras cadastradas na Bolsa – e assim a corretora cuidará dos trâmites.

Outras opções

É claro que existem diversas modalidades para a venda da soja e outros grãos, como o barter, que podem ser alternativas interessantes e que valem a pena ser conhecidas.

4 dicas do que considerar antes de fazer a venda da soja

Mas, afinal, agora que já conhecemos as opções de mercado para venda da soja, a pergunta que todo mundo quer saber: qual delas é a melhor?

E os únicos que podem responder a essa questão são os próprios produtores.

Veja bem, cada caso é único, cada fazenda tem suas dificuldades e objetivos a serem superados e alcançados. Mas com algumas das dicas que separei para vocês, isso pode ficar mais fácil:

Dica 1 – Planejamento

Essa é sempre a dica número 1, com um planejamento bem feito, todas as etapas do processo produtivo fluem com facilidade, principalmente na hora da comercialização.

checklist planejamento agrícola Aegro

Dica 2 – Conheça suas necessidades

Como já diz o ditado, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabem para onde ir”. 

Portanto, conhecer a sua fazenda, os custos, a rentabilidade e a produtividade são essenciais para definir o melhor caminho.

“Quanto eu posso negociar? Quanto eu já negociei? Esse preço cobre meus gastos? Qual meu histórico de produtividade?”

São todas perguntas que devemos saber a resposta antes de fechar negócio!

E nessa horas, precisão é tudo. Usar um software para produtor rural pode ser a diferença entre o acerto e o erro!

painel de controle Aegro
Softwares como o Aegro podem fazer a diferença na precisão da gestão da sua fazenda

Dica 3 – Diversificação

Lembre-se que, na hora da venda da soja, diversificar as vendas é uma excelente alternativa para garantir flexibilidade e maximizar a rentabilidade.

Dica 4 – De olho no mercado

O agronegócio é mundial e tudo o que acontece no setor pode impactar positiva ou negativamente os preços de venda da soja.

Portanto, estar atento às perspectivas do mercado dos países produtores e compradores é essencial.
Assim, você tem embasamento na hora de tomar as decisões.

Para garantir os melhores preços, é importante estar antenado no mercado internacional e nas condições climáticas.

Banner de chamada para portal de consultores agrícolas

Conclusão

Atualmente, temos diversas operações financeiras que podem ser realizadas para a venda da soja, sempre buscando os melhores preços para o produtor.

A escolha de como realizar a venda da soja cabe a cada produtor, com base em planejamento e gestão atrelado sempre às mudanças do mercado nacional e internacional.

Trabalhar com a diversificação da venda da soja, optando por mais de uma modalidade evita prejuízos e garante lucratividade.

Agora você conhece quatro formas para negociar a venda da sua soja, escolha aquela que melhor reflete e satisfaz suas preocupações.

Você fez a venda da soja antecipada nesta safra? O que considerou na negociação? Aproveite e compartilhe este artigo com outros produtores em suas redes sociais!

Entenda a importância da área de refúgio na lavoura

Área de refúgio: saiba como adotar em sua fazenda e tire também suas dúvidas sobre a tecnologia Bt

As pragas agrícolas são um dos principais limitantes produtivos da lavoura, podendo causar perdas de até 40% na produtividade.

Nas últimas décadas, a tecnologia Bt deu uma grande reviravolta no combate “pragas x  culturas agrícolas”. Mas essa tecnologia corre risco.

Atualmente, 86% das áreas plantadas com grãos e cereais correspondem a culturas já comercializadas com a tecnologia Bt e requerem o plantio de áreas de refúgio por lei. E negligenciá-las pode custar caro no futuro.

Entenda neste artigo a importância da área de refúgio, a tecnologia Bt e como preservar essa importante “arma” no combate às pragas!

O que são áreas de refúgio?

A área de refúgio nada mais é que uma área do talhão, cultivado com culturas com tecnologia Bt, semeada com sementes convencionais. Elas devem ser localizadas a uma distância máxima de 800 metros da lavoura com tecnologia Bt.

Essas áreas garantem que as pragas resistentes que surjam na lavoura Bt possam cruzar com os insetos suscetíveis às proteínas, gerando uma nova geração sem indivíduos resistentes.

É importante ter em mente que, nos primeiros anos da adoção das plantas Bt, o controle das pragas é eficiente. 

Mas, conforme as safras passam, a eficiência do controle diminui exatamente pelo rápido aparecimento de insetos resistentes.

O uso de cultivares convencionais de ciclo parecido com as melhoradas geneticamente é importante também. Isso garante que as pragas estarão presentes nas duas áreas ao mesmo tempo.

O uso das áreas de refúgio é essencial para manter a eficiência e os benefícios da tecnologia Bt.

O importante é sempre distribuir as áreas de refúgio de maneira uniforme, sendo em faixas, bordaduras ou blocos, permitindo que as pragas das duas áreas se encontrem e cruzem entre si.

ilustração com diferentes modelos para adoção da área de refúgio na fazenda

Diferentes modelos para adoção da área de refúgio na fazenda
(Fonte: Corteva)

É importante saber que o percentual da área de refúgio muda entre as espécies. O indicado é manter em 10% para o milho e 20% para a soja, algodão e cana.

Quanto ao manejo da área de refúgio, deve ser realizado de forma semelhante ao restante da lavoura (exceto pelo uso das sementes Bt), evitando o uso excessivo de aplicações de inseticidas, a fim de garantir o cruzamento dos insetos resistentes com os vulneráveis.

A seguir, vou explicar a evolução das plantas com tecnologia Bt e a resistência das pragas agrícolas a ela.

O que é a tecnologia Bt?

O termo Bt se refere ao nome científico da bactéria Bacillus thuringiensis, que é um microrganismo encontrado naturalmente no solo. 

Essa bactéria produz cristais de proteína que apresentam propriedades tóxicas a muitos insetos agrícolas, principalmente a lagartas (lepidópteros), moscas (dípteros) e besouros (coleópteros).

São conhecidos cerca de 70 grupos dessas toxinas, que são classificadas como “Cry, Vip ou Cyt” e que, após serem isoladas e manipuladas geneticamente, são introduzidas ao DNA das plantas de interesse econômico (como a soja ou o milho).

tabela com proteínas Bt disponíveis no mercado para milho, algodão e soja.

(Fonte: Corteva)

Essas toxinas têm um alto grau de especificidade com as pragas alvo. Isso quer dizer que apresentam um baixo dano ambiental aos demais insetos benéficos à lavoura e ao ambiente.

As proteínas Bt que estão presentes nas plantas melhoradas geneticamente precisam ser ingeridas pelos insetos para que entrem em ação. 

Depois de ingerida, a proteína entra em contato com o sistema digestório do inseto (que apresenta pH alcalino) e são quebradas por enzimas. Só então as toxinas entram em ação, matando os insetos alvo.

Os benefícios dessa tecnologia são enormes, porém, para continuar ganhando a batalha contra as pragas, as plantas Bt precisam de um manejo cuidadoso e atento.

Quais os riscos de não se adotar a área de refúgio na fazenda?

Como eu disse, à medida em que as plantas foram sendo melhoradas geneticamente, as pragas também foram evoluindo para esse combate. E isso continua acontecendo.

As pragas podem se adaptar à tecnologia Bt, tornando-a ineficaz e neutralizando mais uma das “armas” nessa batalha.

Outro problema é que o ritmo de surgimento de novos eventos Bt é lento, demanda anos e anos de pesquisa. 

Por outro lado, a resistência das pragas pode ocorrer em algumas safras.

Então, como para desenvolver a tecnologia é trabalhoso e demorado (mas para as pragas acabarem com ela é rápido), é preciso ajudar a tecnologia Bt para que ela se preserve por mais tempo.

Deste modo, é importante focar em boas práticas como um bom programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) e, principalmente, no manejo de resistência de insetos.

Para isso, é necessário ficar atento ao mecanismo de ação dos inseticidas, não fazendo aplicação de inseticidas formulados à base de Bt. Também é preciso realizar a rotação ao longo das safras, impedindo que surjam insetos resistentes.

Outra prática importante do MIP é realizar um monitoramento rígido das pragas junto com a rotação de culturas.

Entre as práticas, é importante também:

O que é o refúgio no saco?

Além da área de refúgio tradicional, há o refúgio no saco. É uma técnica utilizada por empresas, em alguns estados dos EUA, para garantir a utilização do refúgio pelos produtores.

Essa técnica consiste basicamente em adicionar uma porcentagem de sementes convencionais no saco com sementes melhoradas geneticamente (tecnologia Bt).

Contudo, não foi adotada no Brasil e foi banida de algumas regiões dos EUA por motivos técnicos e burocráticos. 

Os motivos técnicos se referem principalmente à eficácia da técnica de refúgio no saco ou RIB em inglês (Refuge in a bag). 

As pesquisas ainda mostram resultados muito contrastantes sobre o refúgio no saco realmente precaver o surgimento de pragas resistentes em longo prazo.

Isso se deve principalmente pela mobilidade das pragas. Insetos que têm o hábito de se deslocar entre plantas apresentam um alto risco para o surgimento de indivíduos resistentes.

E esse tipo de praga é ainda mais comum entre as plantas de soja e algodão, o que inviabiliza, em longo prazo, o uso da técnica de refúgio no saco para essas culturas.

No caso do milho e do algodão, que apresentam em maior ou menor grau polinização cruzada, existe mais um problema. O material genético das plantas Bt podem “infectar” as plantas convencionais, o que pode acelerar o surgimento de pragas resistentes.

Já os problemas burocráticos se devem a como seria fixado um valor ao saco, já que uma quantidade de sementes ali não apresenta a tecnologia Bt, e como seria feita a diferenciação das sementes, já que é uma norma presente na legislação brasileira.

Resumindo, a técnica do refúgio no saco, apesar de ter potencial, ainda apresenta alguns entraves técnicos e burocráticos, que só devem ser solucionados pela ciência no futuro. 

Então a maneira legal e mais eficaz ainda é adotar uma área específica para o refúgio!

Conclusão

A tecnologia Bt é uma poderosa arma no combate às pragas, mas, sozinha, tem prazo de validade.

Principalmente na soja, o número de eventos Bt é limitado ainda, e um possível abandono das práticas de MIP e a não adoção da área de refúgio podem matar a tecnologia ainda no início.

Já vimos esse problema acontecer com as lavouras de milho. As sementes Bt foram ganhando cada vez mais pragas resistentes e perdendo sua eficácia. Por essa razão é que devemos adotar o plantio da área de refúgio.

A área de refúgio ajuda a garantir o futuro das nossas lavouras e as altas produtividades do agronegócio brasileiro! 

Restou alguma dúvida sobre a área de refúgio? Como você faz hoje em sua propriedade? Deixe seu comentário!

Como funciona o novo Intacta 2 Xtend para a cultura da soja

Intacta 2 Xtend: conheça essa tecnologia, saiba o que ela traz de novidades e quando estará disponível no Brasil.

Alcançar altas produtividades na lavoura é sempre uma meta!

E um dos passos para isso é manejar bem as pragas e plantas daninhas na plantação. Sem um controle eficiente, toda a produção pode ser posta a perder.

Ao longo dos anos, algumas tecnologias surgiram para auxiliar nesse manejo. No caso da cultura da soja, há uma novidade no mercado: a plataforma Intacta 2 Xtend, que traz proteção contra mais lagartas e tolerância ao dicamba.

Ficou curioso sobre essa nova tecnologia? Confira mais informações sobre a Intacta 2 Xtend a seguir!

Afinal, o que é essa tecnologia para soja Intacta 2 Xtend?

A Intacta 2 Xtend é uma nova biotecnologia desenvolvida pela Bayer para a cultura da soja. O produto tem como escopo a proteção de lagartas dos gêneros Helicoverpa e Spodoptera, além de ser tolerante aos herbicidas dicamba e glifosato.

Com o uso dessas moléculas de herbicidas, pode ser facilitado o manejo de plantas daninhas como buva, caruru, corda-de-viola e picão-preto, que são importantes para a cultura da soja. Além, é claro, do aumento de produtividade das lavouras.

Fernando Adegas - Buva é uma das plantas daninhas que apresenta resistência a herbicidas

(Fonte: Fernando Adegas em Embrapa)

A Intacta 2 Xtend é a terceira geração em soja, o que promete uma alta eficiência no controle das pragas e daninhas, como já explicamos.

A primeira geração, a RR (Roundup Ready), foi lançada em 1998 e trouxe como tecnologia a tolerância ao herbicida glifosato

Já a segunda geração, a Intacta RR2 Pro, em 2013, teve como nova tecnologia a proteção contra algumas lagartas. 

Mas, quando a tecnologia Intacta 2 Xtend chega ao país?

Lançamento da plataforma no Brasil

O lançamento comercial da plataforma Intacta 2 Xtend no mercado brasileiro está previsto para a safra 2021/22.

Essa plataforma deve proporcionar ao produtor uma série de ferramentas de forma integrada, tendo um manejo inteligente com uma variedade de germoplasmas, variedades específicas para refúgio e novas formulações químicas para manejo de plantas daninhas. Ou seja, combina a utilização de sementes com alta tecnologia, produtos químicos eficientes e equipamentos adequados.

intacta 2 xtend

(Fonte: Plataforma Intacta 2 Xtend)

Essa tecnologia já foi aprovada no Brasil pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em março de 2018. Desde então, vários testes vêm sendo realizados por produtores de diversas regiões do país. 

Recentemente, o ministério da agricultura da China liberou o certificado de importação dessa tecnologia para uso de alimentos e ração, em que realizou o processo de revisão e aprovação da tecnologia. Ou seja, o Brasil vai poder produzir e vender soja com essa tecnologia para a China após seu lançamento. 

Essa aprovação é importante, pois um dos maiores consumidores de soja do mundo é o mercado chinês. Sem a aprovação desse país, a soja plantada com essa nova tecnologia teria sua comercialização prejudicada. Agora a tecnologia aguarda a aprovação da União Europeia.

E quais são as novas tecnologias da Intacta 2 Xtend?

Novidades trazidas pela Intacta 2 Xtend

Proteção contra lagartas:

Essa biotecnologia expandiu sua proteção para soja em relação às lagartas Helicoverpa armigera e Spodoptera cosmioides. Isso se soma às outras quatro que já estavam no escopo da tecnologia Intacta RR2 PRO. A Intacta 2 Xtend protegerá contra: 

  • Helicoverpa armigera;
  • lagarta da vagem (Spodoptera cosmioides);
  • falsa-medideira (Chrysodeixis includens);
  • lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis);
  • lagarta-da-maçã (Chloridea virescens);
  • broca-das-axilas (Crocidosema aporema).

A Helicoverpa armigera é uma lagarta que pode atacar muitas culturas e foi identificada pela primeira vez no país em 2013.

Sebastião José de Araújo/Embrapa - Helicoverpa armigera

(Fonte: Sebastião José de Araújo em Embrapa)

A Spodoptera cosmioides, que também é conhecida como lagarta da vagem, pode atacar a soja no estabelecimento da cultura e também na fase reprodutiva, danificando as vagens. Essa lagarta também é considerada polífaga, se alimentando de várias culturas e de plantas daninhas.

Spodoptera cosmioides

(Fonte: Irac)

Tolerância a alguns herbicidas

Além da resistência a lagartas e ao glifosato, a Intacta 2 Xtend tem tolerância a mais uma molécula de herbicida: o dicamba.

Dicamba é um herbicida pós-emergente com alvo de controle para daninhas de folhas largas que pertence ao mecanismo de ação das auxinas sintéticas.  

Este herbicida tem baixa absorção pelas folhas de gramíneas e a translocação é limitada pelo floema. Assim, é seletivo a essas plantas. Mas seu uso era complicado em culturas como a soja.

Por isso, é muito importante essa nova tecnologia que foi preparada para soja.

As plantas daninhas comprometem a produtividade da soja porque competem por espaço, água, nutrientes e luz. Além disso, ainda podem dificultar a colheita e servir de hospedeiras para algumas pragas e doenças da cultura.

Há relatos que as plantas daninhas podem causar perdas de até 70% quando não controladas adequadamente. A buva, por exemplo, pode reduzir a produtividade em até 12%.

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná

Infestação de buva em plantação de soja na região do oeste do Paraná
(Fonte: Andherson Matuczak em UFRRJ)

Quer saber como identificar e controlar melhor as principais plantas invasoras da soja? Baixe gratuitamente aqui o Guia para manejo de plantas daninhas!

Conclusão

Plantas daninhas e lagartas podem impactar muito a produtividade da soja. Por isso, novas tecnologias são desenvolvidas para realizar o manejo mais eficiente.

Neste artigo comentamos as novidades que chegarão com a Intacta 2 Xtend e a previsão de seu lançamento no Brasil.

Conhecer as tecnologias disponíveis é muito importante para pensar o melhor manejo de pragas e plantas daninhas visando aumento da produtividade e rentabilidade da lavoura de soja.

>> Leia mais:

“Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva”

Lagartas na soja: como identificar e controlar

Calcule sua produtividade de soja antes da colheita

Você já conhecia a tecnologia Intacta 2 Xtend? Ficou com alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Entenda como fazer o manejo de Amaranthus hybridus (Caruru)

Manejo de Amaranthus hybridus: Como usar os herbicidas em soja e milho para controlar essa planta daninha.

As espécies de carurus estão presentes em diversas culturas, causando prejuízos quantitativos e qualitativos.

Sempre escutamos que o ideal é realizar o manejo integrado de plantas daninhas e, principalmente, rotacionar os mecanismos de ação dos herbicidas.

Mas essa tarefa nem sempre é das mais fáceis, não é mesmo?

Por isso, no texto de hoje vou mostrar as opções de herbicidas que temos para o manejo de umas das principais espécies de carurus: o Amaranthus hybridus.

Herbicidas registrados para o manejo de Amaranthus hybridus

Temos vários produtos registrados para controlar o A. hybridus. Na tabela abaixo eu os separei para você de acordo com o mecanismo de ação. Veja:

Herbicidas registrados para o manejo de Amaranthus hybridus

Como você pôde observar pela tabela, temos várias opções para manejo do Amaranthus hybridus, com 9 diferentes tipos de mecanismos de ação.

A escolha do herbicida vai depender, primeiramente, de qual cultura você vai semear.

Assim, vamos ver o posicionamento dos herbicidas de acordo com as culturas da soja e do milho.

manejo de Amaranthus hybridus

Caruru (Amaranthus hybridus var. patulus) e caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus)
(Fonte: Arquivo da autora)

Manejo de Amaranthus hybridus em soja

Para a soja, os herbicidas registrados são: 

  • 2,4-D
  • clomazone
  • clorimurom
  • dicamba
  • fomesafen
  • glifosato
  • lactofen
  • fomesafen
  • trifluralina
  • sulfentrazone
  • s-metolachlor
  • metribuzin
  • imazamox
  • glufosinato
  • imazetapir

Alguns herbicidas não são seletivos para a soja, por isso, são muito utilizados na dessecação pré-plantio e no manejo das plantas daninhas durante a entressafra

Antes do plantio, os herbicidas utilizados na dessecação incluem o glifosato, o 2,4-D e o glufosinato. 

Fazendo a dessecação e plantando no “limpo”, você já estará dando vantagem competitiva para a soja e desfavorecendo as plantas daninhas.

Vamos entender agora como posicionar alguns herbicidas em pré-emergência.

caruru-roxo

Caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus)
(Fonte: Arquivo da autora)

Herbicidas pré-emergentes para manejo de Amaranthus hybridus em soja

Sulfentrazone

Quando aplicar: em soja, o sulfentrazone é aplicado em pós-plantio (antes da emergência da soja), em pré-emergência das plantas daninhas. 

Dose: para solos médios e leves a recomendação é de 0,8 L/ha para o controle de A. hybridus.

S-metolachlor 

Quando aplicar: pré-emergência das plantas daninhas, podendo ser aplicado até o estádio de palito de fósforo (com cotilédones fechados).

Dose: 1,5 a 2,0 L/ha.

Trifluralina 

Quando aplicar: pré-emergência ou pré-plantio incorporado.

Dose: em pré-emergência usar de 3,0 a 4,0 L/ha em solo médio e pesado. A maior dose é utilizada em solos com teor de matéria orgânica acima de 5% (Premerlin 600 CE).

Em pré-plantio incorporado, quando a incorporação for normal (10 a 12 cm), usar de 0,9 a 1,2 L/ha em solo leve; 1,2 a 1,5 L/ha em solo médio e 1,5 a 1,8 L/ha em solo pesado  (Premerlin 600 CE).

Já em incorporação superficial (2,0 cm), usar 1,5 a 2,0 L/ha em solo médio e pesado  (Premerlin 600 CE).

Clomazone

Quando aplicar: pode ser usado no sistema plante-aplique. 

Dose: 1,6 L/ha para o manejo de A. hybridus (Gamit).

Lembrando que não é recomendado aplicar clomazone a menos de 800 metros de lavouras de milho, girassol, hortas, pomares, viveiros, casa de vegetação, videiras, jardins e arvoredos.

manejo de Amaranthus hybridus

Caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus)

Manejo de Amaranthus hybridus em milho

Para o milho, os herbicidas registrados são: 

  • 2,4-D
  • atrazina
  • mesotrione
  • nicosulfuron
  • glifosato
  • glufosinato
  • s-metolachlor
  • trifluralina

Controle de Amaranthus hybridus em milho com herbicidas em pré-emergência

Atrazina

Quando aplicar: pré-emergência ou pós-emergência precoce. 

Dose: em pós-semeadura usar 3,0 L/ha em solo leve, 5,0 L/ha em solo médio e 6,5 L/ha em solo pesado (Atrazina Nortox 500 SC).

Temos vários produtos registrados, consulte a bula para ver a dose recomendada.

Em geral, pode ser aplicado no sistema 3 em 1, no qual em uma operação se aduba, planta e aplica o herbicida.

S-metolachlor

Quando aplicar: aplicar em pré-emergência da cultura e das plantas daninhas. 

Dose: 1,5 a 1,75 L/ha. 

Pode ser aplicado até na fase de charuto do milho, mas sempre em pré-emergência das plantas daninhas.

Trifluralina

Quando aplicar: pré-emergência.

Dose: para os Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná, usar 3 L/ha em solo leve, 3,5 a 4,0 L/ha em solo médio e 4 L/ha em solo pesado. Semear o milho na profundidade mínima de 5 cm e aplicar em pós-plantio (Premerlin 600 CE).

lavoura de milho com pulverizador

(Fonte: Christoffoleti et al., 2015)

Controle de Amaranthus hybridus em milho com herbicidas em pós-emergência

Nicosulfuron

Já foi muito utilizado no manejo de plantas daninhas no milho, mas o produtor deve possuir alguns conhecimentos prévios para não prejudicar o cultivo.

Quando aplicar: deve ser aplicado na pós-emergência do milho, quando as plantas estiverem com 2 a 6 folhas.

Dose: 1,25 a 1,5 L/ha. A menor dose para plantas daninhas com 2 a 4 folhas e a maior dose para plantas daninhas com 4 a 6 folhas.

No momento da aplicação o milho deverá estar com 2 a 6 folhas (10 cm a 25 cm de altura).

Os híbridos de milho apresentam diferentes padrões de sensibilidade ao nicosulfuron. Assim, é necessário pesquisar sobre a suscetibilidade do híbrido escolhido antes de aplicá-lo.

Além disso, este herbicida não deve ser misturado com inseticidas organo fosforados ou ao 2,4-D. 

Caso ocorra aplicação destes produtos na área ou adubação nitrogenada em cobertura, deve-se respeitar um período mínimo de 7 dias para aplicar o nicosulfuron.

Mesotrione

Alternativa para controle de folhas largas no milho.

Quando aplicar: aplicar de 2 a 3 semanas após semeadura do milho, sobre plantas daninhas em pós-emergência precoce (2 a 4 folhas).

Dose: 0,3 a 0,4 L/ha para o controle de A. hybridus com 2 a 4 folhas.

Lembrando que herbicidas utilizados em pós-emergência geralmente necessitam a adição de adjuvante. Por isso sempre leia a bula com cuidado para verificar qual adjuvante e dose são necessários.

Casos de resistência no Brasil e no mundo

Hoje no Brasil temos casos de Amaranthus hybridus, Amaranthus palmeri, Amaranthus retroflexus e Amaranthus viridis resistentes a herbicidas.

No caso do A. hybridus, o caso de resistência foi relatado no ano de 2018 aos herbicidas chlorimuron e glifosato.

É um caso de resistência múltipla, pois o biótipo de planta daninha é resistente a dois herbicidas de diferentes mecanismos de ação.

No mundo, são 32 relatos de biótipos A. hybridus resistente a herbicidas. 

Entre os países com casos relatados estão: Argentina, Bolívia, Brasil, EUA, Canadá, França, Israel, Itália, Espanha, África do Sul e Suíça.

Na Argentina, por exemplo, são 5 casos relatados de biótipos de A. hybridus resistentes a herbicidas, dos quais temos:

  • chlorimuron e imazethapyr (1996);
  • glifosato (2013);
  • glifosato e imazethapyr (2014);
  • 2,4-D, dicamba e glifosato (2016);
  • 2,4-D e dicamba (2016).

Conclusão

Temos muitas opções para fazer o manejo de Amaranthus hybridus, seja em pré ou pós-emergência.

Neste texto, você pôde ver o posicionamento de alguns herbicidas para manejar essa planta daninha na cultura da soja e do milho. 

Lembrando que o uso de herbicida é uma ferramenta complementar aos outros manejos que devemos praticar em nossas lavouras.

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Entendendo o herbicida sistêmico e dicas para a eficiência máxima na lavoura

Os 5 melhores aplicativos de identificação de plantas daninhas

Ainda tem dúvidas sobre o manejo de Amaranthus hybridus? Tem outras plantas daninhas causando problemas em sua lavoura? Baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas!

Como evitar o embuchamento em plantio direto de soja

Embuchamento em plantio direto de soja: Veja as dicas para a regulagem certeira das máquinas e minimize esse problema em suas operações agrícolas.

O embuchamento, literalmente, significa ficar completamente cheio. No caso das máquinas agrícolas, o embuchamento está relacionado à queda de rendimentos operacionais.

Diversas condições da lavoura, associadas às regulagens incorretas nas máquinas agrícolas, podem causar embuchamentos.

Em plantio direto, solos com muita palhada e discos montados muito próximos podem provocar essa situação.

Acompanhe neste artigo como reduzir o embuchamento das máquinas em plantio direto de soja e também em outras culturas!

Sistema de Plantio Direto

O sistema de plantio direto (SPD) vem sendo muito utilizado no Brasil para melhorias nas condições dos solos e aumento das produtividades da lavoura.

Porém, a adoção desse sistema exige um manejo do solo diferente da qual os produtores estavam acostumados a realizar.

Dentro do sistema de plantio direto, três fatores devem ser considerados: rotação de culturas, manutenção da palhada e o não revolvimento do solo. 

A rotação de culturas e uso da adubação verde podem ser utilizados dentro do SPD inclusive para reduzir problemas de compactação ocasionados pelo tráfego das máquinas dentro das lavouras.

Essa condução diferenciada no manejo requer mais cuidado quanto ao maquinário empregado e suas regulagens para obter melhor retorno operacional e financeiro.

Nos sistemas de plantio direto, é preciso se atentar a:

  • problemas de compactação do solo;
  • presença de água no solo;
  • infiltração de água no perfil;
  • manutenção de matéria orgânica com a utilização de cobertura vegetal;
  • estruturação do solo.

A semeadura na palha deve ser realizada com máquinas com discos para cortar essa cobertura superior do solo e depositar as sementes logo abaixo dessa camada.

Altos volumes de palhada na superfície e espaçamentos menores entre as linhas de plantio de soja, por exemplo, podem afetar o rendimento operacional de campo devido às paradas acarretadas pelo embuchamento das máquinas.

embuchamento em plantio direto de soja

(Fonte: Cotrijuc)

Máquinas utilizadas no Plantio Direto

As máquinas utilizadas no plantio direto possuem, geralmente, discos de corte para cortar a cobertura de palhada nas camadas superficiais do solo. Também têm sulcadores para abertura do sulco e deposição das sementes.

Essas peças encontradas nas semeadoras podem gerar mais ou menos embuchamentos durante o plantio.

Solos mais argilosos e com umidades mais elevada podem aderir e grudar mais nos discos de corte das semeadoras. Tal condição dificulta o corte da palha, resultando em mais embuchamentos e perdas na qualidade na operação.

Outro local propício para causar embuchamento são as hastes sulcadoras e os discos duplos. 

Em solos de mesmo padrão, argilosos e com maior umidade, eles podem acumular agregados de solo e palhada, o que dificulta a operação correta dos equipamentos.

Uma vez que estes discos corta-palha e as hastes sulcadoras estão incrustadas de solo e palhada, a mobilização do solo aumenta, reduzindo a eficácia do SPD.

Frente a isso, erosões e maior incidência de plantas daninhas podem ser observadas nas áreas. Tudo isso compromete a otimização dos processos, reduzindo a produtividade.

embuchamento em plantio direto de soja

(Fonte: Coagril)

As sementes também podem ser depositadas de forma desigual nos solos. Quando isso acontece, pode haver problemas de emergência, falhas no estande desejado e desuniformidade nas linhas de semeadura.

6 dicas para regular máquinas e evitar embuchamento em plantio direto de soja

Com intuito de evitar embuchamentos em plantio direto de soja, milho e outras culturas, algumas ações de manejo podem ser utilizadas. Confira algumas dicas:

1 – Observe a umidade do solo e tente adequar o melhor momento de semeadura na curta janela de plantio. Sei que isso às vezes pode ser um desafio muito grande.

2 – Se a janela de plantio for muito curta e a palhada na superfície não for muito espessa, alguns dizem cerca de 4 a 6 ton/ha (porém, dependendo do tipo da palhada, esses valores podem ser modificados), uma dica é retirar os discos de corte da máquina para minimizar o acúmulo de solo grudado nestas partes.

3 – Se não há muita palhada na cobertura dos talhões e a máquina for semeadora-adubadora, opere somente com os discos duplos na semente e fertilizante.

4 – Espaçamentos maiores entre linhas das semeadoras também ajudam na redução dos embuchamentos no momento do plantio.

5 – Espaçamentos de 45 cm ou 50 cm, no caso da soja, embora apresentem maior retorno em produtividade, podem representar mais embuchamentos na hora do plantio. Isso vai depender da umidade e textura dos solos.

6 – Com semeadoras múltiplas, sem a possibilidade de ajustar as linhas de semeadura para espaçamentos maiores, é preciso checar sempre o melhor arranjo destas máquinas. Assim é possível semear melhor as culturas e evitar paradas desnecessárias acarretadas por embuchamento. 

As multissemeadoras auxiliam no sistema de rotação de culturas dentro do plantio direto e estão ganhando mercado nas fazendas que praticam esse sistema!

custo operacional de máquinas

Embuchamento na colheita

O embuchamento não acontece apenas na semeadura das culturas em plantio direto – pode ocorrer também na hora da colheita.

A secagem natural da soja em campo, por exemplo, pode diminuir custos com a secagem artificial em silos. Porém, à medida em que estas plantas permanecem no campo, há possibilidade da invasão de plantas daninhas na lavoura.

embuchamento em plantio direto de soja

Fonte: (Up. Herb)

A dessecação mal feita pode trazer o mesmo problema, prejudicando o momento da colheita.

Assim, colheitas mecânicas podem perder rendimento operacional quando atingem estas massas de plantas invasoras verdes no meio do talhão. Tal condição representa possíveis embuchamentos das máquinas e perdas na eficiência.

Perdas causadas pelo embuchamento

Conforme comentei, inúmeras podem ser as perdas causadas pelo embuchamento das máquinas.

No momento do plantio, embuchamentos podem acarretar em maior presença de plantas daninhas e emergência desuniforme do estande de plantas.

Com maior incidência de daninhas e estande desuniforme das plantas, a produtividade fica comprometida.

Embuchamentos no plantio e na colheita podem propiciar maior desgaste e quebra das peças das máquinas agrícolas, o que aumentará os custos de produção.

Para evitar essas situações, é importante que sejam feitas manutenções preventivas no maquinário ao longo de toda a safra.

Você pode usar um software agrícola como o Aegro para gerenciar seus equipamentos e programar revisões periódicas, checando a necessidade de trocar peças ou realizar novas regulagens.

Utilizando-se de estratégias assertivas como essa, certamente você otimizará os rendimentos operacionais, o que fará toda a diferença na lucratividade da sua fazenda.

Conclusão

Diversas estratégias podem ser utilizadas para aumentar produtividade e reduzir o embuchamento em plantio direto de soja. 

Aqui mostramos a importância de checar a textura dos solos e a umidade na hora da semeadura. Dessa forma, você evita que os agregados do solo fiquem aderidos aos discos de corte, hastes sulcadoras e discos duplos das máquinas.

Você também viu que aumentar o espaçamento e retirar discos de corte também podem ser opções de arranjo nas semeadoras para otimizar rendimentos e evitar embuchamentos. 

A compra de equipamentos autolimpantes ou confeccionados com materiais menos abrasivos também é uma excelente opção. 

E, lembre-se: o embuchamento também pode ocorrer na colheita se a dessecação for mal realizada ou se a lavoura estiver com muitas plantas daninhas.

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Máquinas para culturas de inverno: diferentes tipos e particularidades

Você utiliza outras estratégias de manejo para evitar o embuchamento em plantio direto de soja ou outras culturas? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como identificar e combater as 6 principais plantas daninhas da soja

Plantas daninhas da soja como o caruru, leiteiro, capim-pé-de-galinha, capim-amargoso e trapoeraba podem dificultar e encarecer o controle na lavoura. 

Dentre os diversos problemas que temos que lidar no campo, as plantas daninhas são um daqueles desafios que sempre tiram o nosso sono, não é mesmo?

Isso porque sabemos que os gastos com as práticas de manejo, principalmente com os herbicidas, podem ser de alto custo.

É por isso que separei para você cinco espécies de plantas daninhas da soja e algumas dicas para auxiliar no controle. 

E, já falando da primeira dica, um dos principais manejos é fazer uma boa dessecação antes do plantio, pois isso vai ajudar a reduzir a competição inicial entre plantas daninhas e cultivadas. Veja mais a seguir!

As 6 principais plantas daninhas da soja

A cultura da soja pode ser afetada por diversas daninhas. A seguir, listaremos as 6 principais e as formas de controle mais recomendadas:

  • Capim-amargoso
  • Capim-pé-de-galinha
  • Amendoim-bravo ou leiteira
  • Buva
  • Trapoeraba
  • Caruru

1. Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Logo que falamos em soja, já pensamos em uma das principais espécies que vêm causando problemas no campo: o capim-amargoso.

Também conhecido por capim-flecha, capim-açu e capim-pororó, é uma planta de ciclo perene, herbácea, ereta e que forma touceiras. 

Sua reprodução ocorre via sementes e por meio de curtos rizomas, tendo seu controle dificultado. 

Na cultura da soja, as perdas de produtividade podem chegar a 20% na presença de apenas uma planta de capim-amargoso/m².

Entre os herbicidas registrados para o controle de Digitaria insularis em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim;
  • diclosulam, imazapir, imazetapir;
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • flumioxazin + imazetapir.

Na 37ª Reunião de Pesquisa de Soja (RPS 2019) foi estudado o controle de capim-amargoso em soja e os pesquisados obtiveram bons controles com os herbicidas em pré-emergência:

  • diclosulam (29,4 g i.a. ha-1);
  • trifluralina (1.200 g i.a. ha-1);
  • trifluralina + imazetapir (1.200 + 160 g i.a. ha-1);
  • s-metolacloro (1.440 g i.a. ha-1).

Para plantas perenizadas ou em áreas de elevada infestação de amargoso, serão necessárias três aplicações sequenciais de herbicidas ou uma roçada e duas aplicações.

Na hora da escolha dos produtos, o ideal é usar o glifosato junto com outros herbicidas. Por exemplo:

1° aplicação: glifosato + graminicida;

2° aplicação (rebrota): produto com ação de contato;

3° aplicação: não usar o mesmo graminicida da primeira aplicação.

2. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha, também conhecido por capim-do-pomar ou pé-de-galinha, é uma planta anual ou perene, que forma touceiras e tem reprodução por sementes.

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

Entre os herbicidas registrados para o controle de capim-pé-de-galinha em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim, fluazifop, propaquizafop, tepraloxidim;
  • metribuzin;
  • sulfentrazone
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • carfentrazone + clomazone;
  • clomazone;
  • glifosato + imazethapyr;
  • glifosato + s-metolachlor.

Agora sobre as folhas largas, podemos citar as espécies de plantas daninhas da soja: carurus, o leiteiro e a buva que veremos a seguir.

3. Amendoim-bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)

Também conhecida por flor-dos-poetas e café-do-diabo, o amendoim-bravo pertence à família Euphorbiaceae. É uma planta de ciclo anual, ereta, pouco ramificada, lactescente e com reprodução por sementes.

plantas daninhas da soja
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)

O leiteiro possui algumas características que lhe garantem sucesso como: 

  • viabilidade longa das sementes, permanecendo mais tempo viáveis no solo;
  • germinação em maiores profundidades;
  • rápido crescimento vegetativo.

Antes da soja tolerante ao glifosato, o leiteiro era uma das principais plantas daninhas na cultura da soja.

Os principais herbicidas utilizados para o controle eram os inibidores da ALS. Mas, em 1993, o primeiro caso de resistência foi relatado com os herbicidas chlorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin e imazethapyr.

Isso dificultou o manejo que, após a aprovação da soja tolerante a glifosato, foi facilitado novamente, até que na safra 2018/19 foi verificado biótipos de leiteiro resistentes ao glifosato

Por isso, dentre os herbicidas registrados hoje para o controle de leiteiro em soja temos:

  • 2,4-D;
  • acifluorfen + bentazon;
  • chlorimuron;
  • dicamba;
  • diclosulam;
  • diquat;
  • fluazifop + fomesafen;
  • sulfentrazone;
  • saflufenacil;
  • lactofen;
  • imazethapyr;
  • imazaquin;
  • imazamox;
  • glufosinato;
  • glifosato + imazethapyr.

Estudos realizados por Ramires et al. (2010) demonstram a associação de herbicidas no controle de leiteiro com uma a três folhas, obtendo controle acima de 90% quando associado glifosato com cloransulam, flumiclorac, chlorimuron, imazethapyr, bentazon, fomesafen ou lactofen.

4. Buva (Conyza sumatrensis, C. bonariensis e C. canadensis)

A buva, também conhecida por voadeira, pertence à família Asteraceae

São espécies anuais, herbáceas, eretas, com reprodução por sementes, que se não controladas até o final de seu desenvolvimento podem produzir até 350 mil sementes.

Por conta das sementes de buva serem leves, sua dispersão ocorre principalmente pelo vento, além de permanecerem viáveis por longos períodos no solo.

Além disso, plantas de buva no final do ciclo da cultura podem servir de hospedeiras de doenças e pragas.

Plantas de buva (Conyza spp.)
Plantas de buva (Conyza spp.)

Entre os herbicidas registrados para o controle de buva temos:

  • C. sumatrensis: 2,4-D, chlorimuron e diclosulam;
  • Imazethapyr, glifosato e saflufenacil: C. canadensis;
  • C. bonariensis: 2,4-D, sulfentrazone, saflufenacil, diclosulam, dicamba, diquat, chlorimuron, flumioxazin, imazapyr, glufosinato e glifosato.

5. Trapoeraba (Commelina benghalensis)

A trapoeraba tem maior incidência na soja no período final do ciclo da cultura. Embora pareça uma folha larga, ela é classificada como folha estreita devido às suas características morfológicas e fisiológicas.

Assim, a falta de controle durante o ciclo da soja pode prejudicar a próxima cultura. 

Esta espécie é uma planta complexa, pois possui produção de sementes aéreas e subterrâneas, além de ser tolerante ao herbicida glifosato.

Entre os herbicidas utilizados para o manejo da trapoeraba estão: 2,4-D, glufosinato, chlorimuron, sulfentrazone, glifosato + imazethapyr, dicamba, clomazone, carfentrazone, lactofen, imazethapyr, s-metolachlor, fomesafen e flumioxazin.

Lembrando que a seletividade à cultura da soja deve ser consultada na bula de cada produto.

6. Caruru

Diversas espécies de caruru podem infestar as lavouras de soja, entre elas temos:

  • caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus);
  • caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus);
  • caruru (Amaranthus hybridus var. patulus);
  • caruru-gigante (Amaranthus retroflexus);
  • caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus);
  • caruru-de-mancha (Amaranthus viridis).
plantas daninhas da soja caruru
Caruru (Amaranthus hybridus var. patulus), caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus) e caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)

Hoje, o uso dos herbicidas em pré-emergência é uma ferramenta fundamental no manejo de plantas daninhas.

Por que usar herbicidas em pré-emergência da soja

Podemos citar diversas vantagens no uso de herbicidas em pré-emergência como: 

  • aumento do período anterior à interferência (PAI);
  • redução do banco de sementes (propágulos) do solo;
  • rotação dos mecanismos de ação dos herbicidas, pois muitos possuem mecanismo de ação diferente dos herbicidas utilizados em pós-emergência;
  • vantagem competitiva para as plantas cultivadas.

Como vimos ao longo do texto, sempre há um herbicida recomendado em pré-emergência para o controle de plantas daninhas.

Em resumo, para a soja temos registrados os herbicidas: 

  • Diclosulam: possui ação residual, ótimo controle de folhas largas, como a buva, e também algumas gramíneas como o capim-amargoso;
  • Clomazone: possui ação residual, utilizado no sistema de aplique-plante, além de bom controle de gramíneas de sementes pequenas como capim-colchão e capim-pé-de-galinha;
  • Flumioxazin: possui ação residual, pode ser usado no sistema aplique-plante da soja e também é utilizado no controle de plantas daninhas de folhas largas e algumas gramíneas;
  • S-metolachlor: possui ação residual, usado para o controle de plantas daninhas gramíneas de sementes pequenas como capim-pé-de-galinha e capim-amargoso;
  • Sulfentrazone: possui ação residual sobre plantas daninhas de folhas largas, algumas gramíneas e tiririca;
  • Trifluralin: possui ação residual com controle de plantas daninhas de semente pequena, como o capim-amargoso e o capim-pé-de-galinha.
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Conclusão

Neste texto, vimos algumas espécies de plantas daninhas que podem prejudicar a lavoura de soja como caruru, trapoeraba, capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e buva.

Vimos também os herbicidas registrados para o controle e a importância do uso dos pré-emergentes.

Lembre-se que os herbicidas registrados podem ou não ser seletivos para a soja. Assim, é necessário buscar sempre a bula para posicionar corretamente os produtos.

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