Saiba as consequências das queimadas no solo e os impactos para a agricultura

Consequências das queimadas no solo: os impactos do fogo no meio ambiente, o que diz a legislação, como evitar e o que deve ser feito após as queimadas.

Épocas com tempo seco e ventos são propícias para ocorrência das queimadas.

Elas podem ser prejudiciais tanto para o meio ambiente (solo, água e ar), quanto para sua lavoura, podendo ocasionar multa de até R$ 50 milhões.

Saber dos problemas que as queimadas podem ocasionar para o meio ambiente e sua área é fundamental para conscientização da adoção dessa prática. 

Pensando nisso, separei algumas informações importantes sobre o impacto das queimadas. Confira!

Consequências das queimadas no solo: ocorrência 

As queimadas no meio ambiente podem ocorrer em decorrência de causas naturais ou pela ação humana.

Por causas naturais, geralmente ocorrem em regiões do Cerrado, em que o fogo favorece algumas espécies de plantas e suas sementes só germinam devido ao calor produzido.

Nesses casos, a recuperação desse bioma é rápida, atraindo diversos animais em busca da rebrota das plantas. 

Entretanto, atualmente a maioria das queimadas se deve à ação do homem que, por acidente ou não, ocasiona sérios prejuízos ao meio ambiente.

Geralmente as queimadas são realizadas em áreas agrícolas, de pecuária e silvicultura. 

Muitas vezes são realizadas por produtores, sem acompanhamento técnico, por acreditarem que essa queimada aumentaria a fertilidade do solo, assim como para limpeza de pastos e eliminação de restos vegetais.

As queimadas, na maioria das vezes, ocorrem em grandes áreas e sem um sistema de  controle de fogo, em diversas épocas do ano. E, o principal, sem licença concedida pelo órgão responsável.

Legislação sobre queimadas

A Lei n.º 12.651, de 25 de maio de 2012, sobre a proteção da vegetação nativa e Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, sobre as penalidades, são algumas leis brasileiras que falam sobre a utilização de fogo em áreas rurais.

Segundo a Legislação, o uso de fogo é proibido, exceto em três situações:

  • em locais ou regiões que justifiquem o uso do fogo em práticas agropastoris ou florestais, desde que com autorização do órgão ambiental
  • em unidades de conservação para conservar a vegetação nativa (quando as características dela se associarem evolutivamente à ocorrência de fogo);
  • atividade de pesquisa científica.

Para solicitar a autorização é necessário apresentar um estudo detalhado da atividade rural, que deve conter o planejamento específico sobre o emprego do fogo e o controle dos incêndios.

Além disso, algumas regras devem ser seguidas como: respeitar as metragens em relação às linhas de transmissão elétrica, distância dos aceiros e unidades de conservação.

Os procedimentos, regras de execução e medidas de precaução a serem obedecidas quanto ao uso do fogo em práticas agrícolas, pastoris e florestais, também sofrem alterações conforme a legislação de cada Estado.

Então, é importante você saber quais leis regulamentam o uso de queimadas no seu estado, evitando possíveis problemas. 

De acordo com a legislação brasileira, a multa para quem realiza queimas sem licença vai de R$ 1.000 por hectare até R$ 50 milhões.

ilustração de queima controlada com realização de aceiros em volta da área

Queimada controlada com realização de aceiros em volta da área
(Fonte: Defesa do Meio Ambiente)

Os impactos da ocorrência das queimadas no solo 

As queimadas são prejudiciais não apenas para o local em que ocorrem: seus danos podem chegar a quilômetros.

Dependendo do tamanho da área atingida pelo fogo não controlado, a fumaça e calor podem afetar a composição atmosférica, chegando a grandes centros.  

Além disso, as queimadas são uma fonte global de gases do “efeito estufa” como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, e emissões de monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio.

A fumaça proveniente das queimadas afetam o homem, ocorrendo e agravando problemas respiratórios como rinite, asma e bronquite, principalmente em idosos e crianças.

A ocorrência das queimadas traz consequências também para o solo

Apesar de alguns agricultores utilizarem queimadas por acreditarem na melhoraria da fertilidade do solo, como citei acima, isso não traz benefícios a longo prazo.

A passagem do fogo sobre o solo acarreta danos químicos, físicos e biológicos.

Impactos nos atributos químicos do solo 

A queimada do material seco sobre o solo influencia a fertilidade do solo pela presença das cinzas, que são compostas dos nutrientes mineralizados da parte vegetal queimada.

As cinzas, por serem ricas em nutrientes como cálcio, fósforo, magnésio, nitrogênio, entre outros, dão a impressão de aumentar a fertilidade do solo. Entretanto, esse aumento é por pouco tempo

Com a chegada das chuvas, as cinzas são lixiviadas, ocorrendo diminuição dos nutrientes na camadas superiores do solo.

Além disso, com lixiviação dos nutrientes, principalmente compostos nitrogenados e o potássio, a qualidade da água superficial e subterrânea é afetada.

Impactos nos atributos físicos do solo

Com a retirada do material vegetal, seja palhada ou matéria verde, o solo fica desprotegido, sofrendo mais com a ação do sol e chuva.

Em solos desprotegidos, a ocorrência de chuvas fortes ou com alta frequência, favorece o processo de erosão, que leva a camada superficial do solo e seus nutrientes com a água das chuvas.

Com o calor ocasionado pelo fogo, ocorre perda de água pela evaporação na camada superficial do solo. Desse modo, pode ocorrer uma camada compactada.

Propriedades físicas do solo como macroporos, tamanho de agregados e taxa de infiltração, são afetados com o calor do fogo.

Após a queimada, ocorrem ainda mudanças nestas propriedades, podendo levar ao aumento da densidade do solo na camada superficial.

O aumento da densidade dificulta a infiltração da água e penetração das raízes, afetando a umidade e a vida dos microrganismos do solo.

Impactos nos atributos biológicos do solo 

Com a redução do ar e água presentes no solo, os organismos do solos são diretamente afetados.

Os microrganismos são importantes na decomposição da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, além de aumentarem a porosidade, aeração, infiltração e drenagem do solo, devido à movimentação desses organismos no perfil do solo.

E, como consequências das queimadas no solo, a macrofauna e microfauna do solos são reduzidas, principalmente nas camadas superficiais.

Como recuperar áreas afetadas pelo fogo?

Em áreas de florestas, escolher espécies nativas de fácil propagação e de crescimento rápido para cobrir o solo e fornecer matéria orgânica ao ambiente pode ser uma ótima alternativa para recuperar áreas.

Já em áreas agrícolas, após a queimada, é recomendável realizar o preparo do solo, a fim de romper a camada compactada formada, aumentando a aeração do solo e infiltração da água.

Realizar uma adubação verde e rotação de culturas, também podem auxiliar na recuperação de sua lavoura. Deixar a palhada sobre o solo tem a finalidade de melhorar seus atributos físicos, químicos e biológicos.

Fazer análise do solo para saber os níveis de nutrientes, realizar calagem e usar adequadamente fertilizantes também é muito importante!

Mas fique atento! Para fazer análise do solo, espere as chuvas após a ocorrência da queimada, pois as cinzas interferem nos resultados

foto mostrando solo em recuperação pós-queimada

Recuperação de áreas com solo degradado
(Fonte: Ciclo Vivo)

O que pode ser feito para evitar as queimadas? 

Com a falta de chuvas e o clima seco, a ocorrência de queimadas, naturais ou não, são elevadas. Então, é necessário ficar atento e tomar medidas de precaução:

  • não jogue cigarros nas áreas;
  • não queime lixo, folhagens, galhadas e entulhos;
  • fique atento ao surgimento de queimada em sua área ou na vizinhança;
  • esteja preparado para situações como essa – informe-se e solicite em locais como o sindicato rural um treinamento para combate à incêndio.

Caso veja um incêndio, entre em contato imediato com o Corpo de Bombeiros pelo número 193 ou Defesa Civil no número 199.

É recomendável que você não realize queimadas em suas áreas. Opte por outros manejos, assim você não prejudica seu solo e o meio ambiente.

foto de aceiros entre áreas para evitar propagação do fogo

Aceiros entre áreas para evitar propagação do fogo
(Fonte: Compre Rural)

Conclusão

Neste artigo você viu as consequências das queimadas no solo, afetando os atributos físico, químicos e biológicos.

Viu que as queimadas sem autorização são ilegais e que cada Estado possui procedimentos para realização de queimadas autorizadas.

Você também pôde conferir sobre o que deve ser feito para evitar queimadas em sua área e o que fazer caso ocorra. 

Você conhecia as consequências das queimadas no solo? Sabe quais as leis do seu Estado a respeito de queimadas? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Sensores no manejo integrado de pragas: por que você deve começar a usar!

Sensores no manejo integrado de pragas: entenda como essa tecnologia pode otimizar suas operações e reduzir seus custos com defensivos

A tecnologia se faz cada vez mais presente na agricultura brasileira. 

No monitoramento de pragas, que é uma das bases para o sucesso do controle efetivo, o uso de sensores tem mudado muito a forma como essa tática é implementada no campo. 

As ferramentas digitais prometem melhorar a amostragem no campo, tornar o manejo mais eficaz e fazer um controle mais eficiente!

Quer entender melhor tudo isso? Confira a seguir:

MIP e agricultura digital

Como sempre falamos aqui, o MIP (Manejo Integrado de Pragas) preconiza o uso de vários métodos de controle de pragas visando uma produção mais sustentável. 

Isso inclui uso dos controles químico, biológico, comportamental, genético, além de diversas outras maneiras de reduzir as pragas de forma integrada.  

Mas, antes mesmo de entrar com os controles, é muito importante que você faça o monitoramento das pragas. Essa é uma das principais bases para que o MIP realmente aconteça. 

bases do MIP Monitoramento Integrado de Pragas

“Casa do MIP”, com destaque para o monitoramento

Entretanto, muitas vezes, o monitoramento se torna bastante custoso ao produtor e acaba sendo deixado de lado por inúmeras dificuldades que são encontradas no caminho. 

Com isso, o risco de haver gastos desnecessários com defensivos químicos e tomadas de decisão equivocadas é grande. Então, como fazer? Qual a solução? 

A resposta não é tão simples e imediata, mas podemos dizer que a agricultura digital tem colaborado muito para que essa etapa seja um pouco mais facilitada no campo.

Com a evolução tecnológica, a coleta de dados automatizados tem sido uma realidade e pode ser aplicada no MIP para monitorar as pragas em uma velocidade que, antes, não seria possível. 

O uso de sensores promete melhorar a relação do produtor com a amostragem no campo, principalmente com o sensoriamento remoto.

O sensoriamento remoto faz aquisição das informações sem entrar em contato direto com o objeto a ser monitorado – nesse caso, as pragas.

E para que as informações cheguem nas mãos do produtor, a Internet das Coisas – IoT, em inglês Internet of Things – possibilita a conexão desses sensores à aparelhos com acesso à internet, como um tablet ou um smartphone.

Sensores no Manejo Integrado de Pragas

O sensores têm diversas aplicações que vão desde avaliação do estado nutricional da planta até a detecção de insetos-praga na lavoura. 

Os sensores mais comumente utilizados na agricultura são os térmicos, ópticos e elétricos

Para monitoramentos de pragas, os sensores podem ser acoplados a drones, fixados em implementos ou em locais específicos da lavoura para detecção das pragas.

As chamadas armadilhas inteligentes têm sensores que detectam os insetos capturados, possibilitando um acompanhamento muito preciso das pragas em tempo real. 

foto de armadilha inteligente na soja - sensores no manejo integrado de pragas

Armadilha inteligente na soja
(Fonte: Divulgação IAgro)

De forma geral, os sensores são essenciais para que a Agricultura de Precisão (AP) contribua com o MIP, principalmente em extensas áreas de produção. 

Com a AP, o manejo se torna mais eficaz por considerar pequenas áreas de forma simultânea e, na maior parte do tempo, não costumam ter um manejo homogêneo. 

Dessa forma, é possível fazer as correções necessárias em uma determinada propriedade de acordo com as necessidades de cada talhão, por exemplo. 

Assim, a tomada de decisão estará de acordo com cada área amostrada e não com a propriedade inteira – o que, em um monitoramento convencional, é algo realmente difícil de ser feito. 

Quando o controle for requisitado, será feito somente naqueles pontos específicos em que os sensores detectaram. Isso vai evitar desperdício de defensivos, desequilíbrio do agroecossistema e ainda promove economia do tempo para o manejo. 

Além de ter um controle mais efetivo e assertivo, o produtor ainda consegue realizar procedimentos agrícolas de forma otimizada, reduzir a mão de obra e se manter mais fiel aos preceitos do MIP.

Benefícios x gargalos no uso de sensores para o MIP

Existem muitos benefícios com o uso de sensores para o MIP. Podemos elencar:

  • redução de uso de defensivos;
  • controle somente onde há necessidade;
  • redução de mão de obra;
  • manejo mais sustentável;
  • preservação do agroecossistema
  • economia de tempo. 

Entretanto, existem alguns gargalos que impedem que a tecnologia esteja mais difundida, que seriam: 

  • qualidade de conexão na áreas rurais;
  • falta de capacitação dos usuários;
  • dificuldades com mão de obra;
  • maior investimento financeiro. 

Apesar de haver algumas falhas para que o uso de sensores seja mais difundido, o setor vem crescendo cada vez mais.

Diversas pesquisas em startups, universidades e grandes empresas estão voltadas para um manejo de pragas mais digitalizado com o intuito de facilitar ainda mais a vida do produtor. 

O que parecia muito distante, já está se tornando realidade e, muito brevemente, a tendência é a melhora do setor para a detecção de pragas com ainda mais precisão. 

Segundo a pesquisadora do Inpe, Ieda Sanches, as aplicações do sensoriamento remoto para o monitoramento de pragas com uso de satélites e drones é uma forte demanda tanto dos produtores quanto dos prestadores de serviço. E, futuramente, deve ser concretizado e já estará bastante acessível!

Aplicativo para o manejo integrado de pragas

Para tornar o seu manejo de pragas ainda mais eficiente, você também pode apostar em um software para o monitoramento da lavoura.

O Aegro, por exemplo, facilita as rotinas de monitoramento a partir de um aplicativo para celular que funciona mesmo sem internet. Com ele, você registra com precisão a incidência de pragas, doenças e plantas daninhas, diretamente do campo. 

Depois é só conferir, através de um mapa de calor, onde estão os focos de infestações. Assim, você consegue planejar atividades de controle somente quando for necessário.

Além disso, o Aegro oferece imagens de satélite com índice NDVI. Através desse índice, você acompanha a saúde da vegetação a distância e identifica com agilidade os talhões que estão sofrendo ataques de pragas.

Clique aqui para saber mais sobre o MIP no Aegro!

Conclusão 

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) usa de várias táticas, principalmente o monitoramento de pragas.

O uso de sensores tem contribuído para melhorar as amostragens de pragas no campo e facilitar a tomada de decisão do produtor. 

Apesar de ser uma área nova, existem diversos sensores para essa finalidade. 

Além de obter dados com maior confiabilidade, o produtor ainda pode usar da Agricultura de Precisão para fazer o controle somente onde é realmente necessário.

Você já pensou em usar sensores no manejo integrado de pragas da sua lavoura? Restou alguma dúvida sobre o assunto? Deixe seu comentário! 

O que você precisa saber para fazer a melhor aplicação de 2,4 D em trigo

2,4 D em trigo: por que utilizar, momento ideal de aplicação e principais cuidados para um manejo eficiente. 

Com o surgimento de plantas daninhas resistentes, é importante que você realize o planejamento para a utilização de herbicidas alternativos em sua área. 

Na cultura do trigo, uma importante alternativa para o manejo em pós-emergência de plantas daninhas de folhas largas é o herbicida 2,4 D

Porém, ainda há um grande receio quanto a seu uso, principalmente por parte de quem já teve problemas ao utilizá-lo na lavoura.

Por isso, separei aqui o que você deve considerar para fazer um manejo eficiente de plantas daninhas com 2,4 D, mantendo alta produtividade. Confira!

Por que utilizar 2,4 D em trigo?

Antigamente, o controle de plantas daninhas em pós-emergência na cultura do trigo era realizado prioritariamente com herbicidas do grupo ALS. 

E apesar desses herbicidas serem extremamente eficientes, seu uso indiscriminado selecionou populações resistentes de várias espécies de plantas daninhas. Por isso, foi necessária a utilização de outras opções para controle de folhas largas na pós-emergência do trigo.  

Assim, os herbicidas hormonais ou auxinas sintéticas começaram a ser utilizados com maior frequência no trigo (ex: 2,4 D e MCPA).  

Embora muito eficientes no controle de plantas daninhas, eles demandam uma série de cuidados quanto ao momento de aplicação, dosagem e tecnologia de aplicação, para que não ocorram prejuízos em sua lavoura de trigo ou em áreas vizinhas. 

Vou explicar melhor como o trigo suporta a aplicação de 2,4 D e quais cuidados você deve tomar para um manejo eficiente. 

Mecanismo de seletividade do 2,4 D no trigo

Mecanismo de ação em plantas sensíveis 

Os herbicidas mimetizadores de auxinas têm uma atuação muito semelhante aos hormônios nas plantas.

Entretanto, por serem moléculas exógenas, não possuem um sistema que regula sua atuação como os hormônios endógenos. Assim, provocam mudanças metabólicas e bioquímicas que levam plantas sensíveis à morte. 

Dentre essas mudanças, as principais estão relacionadas ao metabolismo de ácidos nucleicos e a plasticidade da parede celular. 

Essas auxinas sintéticas (ex: 2,4 D) induzem uma intensa proliferação celular em tecidos, ocasionando epinastia de folhas e caule (crescimento anormal), além de interrupção do floema, impedindo o movimento de fotoassimilados das folhas para as raízes.  

Além disso, há um grande aumento na produção de enzimas celulase, principalmente nas raízes. Por isso, o sistema radicular é muito afetado em plantas sensíveis. 

De modo geral, o mecanismo de ação dos herbicidas auxínicos, por atuar em diversos locais da planta, ainda não foi completamente explicado. 

Mecanismo de seletividade em gramíneas

Uma das principais características que possibilita a utilização de 2,4 D em cultura de folha estreita (gramíneas) é que essas espécies possuem seu tecido vascular arranjados em feixes dispersos, que são protegidos pelo esclerênquima. Tal condição previne a destruição do floema pelo crescimento desorganizado das células. 

Além dessa proteção dos feixes vasculares, as gramíneas podem possuir outro mecanismo de seletividade como menor absorção e translocação ou metabolização do herbicida. 

Contudo, no trigo, esses mecanismo de tolerância somente serão efetivados se o estádio e dose recomendados forem respeitados.

Momento ideal para aplicação e principais cuidados

Na cultura do trigo, existe uma janela de aplicação do 2,4 D para que não ocorram injúrias significativas na cultura. 

O melhor momento é durante a fase de perfilhamento até o início da fase elongação, com doses que variam de 806 g e.a. ha-1 a 1200 g e.a. ha-1

Também é importante se informar sobre a resposta da variedade de trigo escolhida ao uso do herbicida. 

infográfico de estádio ideal de aplicação de 2,4 D em trigo

Estádio ideal de aplicação de 2,4 D na cultura do trigo
(Fonte: adaptado de Mais soja)

Caso você realize aplicações antes do período ideal, podem ocorrer danos ao meristema apical da planta (principal zona de crescimento), deformações morfológicas (folhas e espigas) e nanismo (redução do porte do cultivo).

três fotos que mostram sintomas de fitointoxicação de 2,4 D no trigo

Sintomas de fitointoxicação de 2,4 D no trigo 
(Fonte: ORSementes)

Já se a aplicação ocorrer após o período recomendado, podem prejudicar a diferenciação floral do trigo. Isso pode ocasionar perdas de até 60% no rendimento da cultura.   

Além de se preocupar com o momento ideal de aplicação, é importante utilizar um boa tecnologia visando evitar deriva em culturas suscetíveis.

Esses herbicidas apresentam efeitos muito prejudiciais em algumas culturas (como uva, tomate e girassol), mesmo em doses muito reduzidas. 

Ainda que o 2,4 D seja muito efetivo no controle de muitas plantas daninhas de folha larga, não se esqueça que é importante sempre realizar um bom manejo integrado de plantas daninhas!

Utilize rotação dos mecanismo de ação herbicidas e herbicidas aplicados em pré-emergência, pois, infelizmente, já se relatou um caso de buva resistente ao 2,4 D no Brasil. 

Caso você aplique-o em sua propriedade e observe, logo após aplicação, as plantas de buva com uma rápida necrose em suas folhas (sintoma anormal para este herbicida), fique atento, pois sua buva pode ser resistente ao 2,4 D!

Conclusão

Neste artigo, você conferiu a importância da utilização de 2,4 D no trigo para manejo de plantas daninhas resistentes. Também entendeu como esse herbicida atua em plantas sensíveis e por que o trigo o tolera. 

Você agora sabe o momento ideal para aplicação sem prejudicar a produtividade do cultivo. Entendeu ainda quais os principais cuidados para evitar danos em área vizinhas e a seleção de novos casos de resistência. 

Espero que, com essas dicas, você consiga realizar o manejo efetivo de plantas daninhas em sua lavoura.

Você utiliza o herbicida 2,4 D em trigo? Já observou alguma injúria devido a essa aplicação? Aproveite e baixe gratuitamente aqui o Guia do Manejo de Plantas Daninhas!

Ramulária no algodão: entenda mais sobre essa doença

Ramulária no algodão: entenda os principais sintomas, as perdas causadas e como controlar essa doença do algodoeiro.  

A ramulária ou mancha de ramulária tem sido um dos principais problemas fitossanitários da cultura do algodão.

Essa doença tem causado grandes problemas no Cerrado e ataca folhas e até maçãs do algodão, reduzindo a sua produção e também a qualidade da fibra.

Mas em um passado não tão distante assim, a ramularia não era tão problemática. O que aconteceu?

Para te ajudar a entender, separamos algumas informações sobre como a ramulária se desenvolve, como identificá-la e controlá-la. Confira!

O que é a ramulária no algodão e qual sua importância

Ramulária, também chamada de falso-oídio, é uma doença causada pelo fungo Ramularia gossypii – conhecido antigamente como R. aureola – e está presente em todas as regiões produtoras do país desde seu primeiro relato no Brasil, em 1890.

Essa doença era característica de final de ciclo e considerada secundária nas principais regiões produtoras de algodão do passado – Sudeste e Nordeste. 

Contudo, com a migração das lavouras de algodão para o Centro-Oeste, que hoje detém 74% da produção nacional, a ramulária passou a ocorrer durante todo o ciclo e tornou-se a principal doença do algodoeiro.

E por que isso ocorreu?

Bem, de lá para cá, muita coisa mudou. Como veremos a seguir, as mudanças no sistema de produção e a mudança de região produtora favoreceram a ocorrência da ramulária.

gráfico com volume de produção de algodão pelas regiões brasileiras

Volume de produção de algodão pelas regiões brasileiras
(Fonte: Conab)

Condições favoráveis e sintomas da ramulária no algodão

Primeiramente, vamos relembrar alguns conceitos sobre o ataque de doenças nas plantas. A doença ocorre devido à interação de três fatores: o ambiente, o patógeno e o hospedeiro. Para isso, dá-se o nome de triângulo da doença.

Triângulo da doença, mostrando ambiente, patógeno e hospedeiro - ramulária no algodão

Triângulo da doença

O fungo da ramulária (patógeno) necessita de hospedeiros para sobreviver nos sistema e se desenvolver, nesse caso, o próprio algodão e seus restos culturais. Além disso, ele necessita de condições ambientais favoráveis para se disseminar e se desenvolver. A interação desses fatores determinará a intensidade do ataque da doença. 

Portanto, além da grande capacidade do patógeno se desenvolver, o ambiente do Centro-Oeste favoreceu o aumento da doença, além do uso de plantas suscetíveis e mal controle do algodão tiguera (hospedeiro).

Condições favoráveis

O fungo da mancha de ramulária do algodão é favorecido por condições de alta umidade, temperaturas entre 25℃ e 30℃ e alta pluviosidade.

Isso quer dizer que na época chuvosa é que os problemas são mais recorrentes. Além disso, em plantios com maior densidade, onde o microclima favorece a ocorrência dessas condições, os problemas serão maiores

Da mesma forma, o baixeiro da planta será mais atacado.

Sintomas e danos

A ramulária do algodão é disseminada principalmente pelo vento e se manifesta em ambas as faces das folhas da planta de algodão. Inicialmente, têm-se lesões anguladas de 1 mm a 3 mm, delimitadas pelas nervuras das folhas.

Essas lesões têm coloração branca e, conforme a infecção avança, tornam-se amarelas e com aspecto pulverulento, principalmente na face inferior das folhas.

foto de detalhe dos sintomas de ramulária no algodão

Detalhe dos sintomas de ramulária no algodão
(Fonte: Embrapa)

Sintomas de ramulária nas folhas de algodão

Sintomas de ramulária nas folhas de algodão
(Fonte: Embrapa)

Ataques mais severos levam à desfolha e podem causar apodrecimento das maçãs do baixeiro da planta. 

Nas cultivares mais suscetíveis à doença, as perdas em produtividade podem chegar a 70%. Plantas sem controle de ramulária tiveram produtividade 45% menor em relação às que receberam controle químico.

Então, como podemos manejar a mancha de ramulária no algodão?

Manejo da ramulária no algodão

O manejo de qualquer doença deve ser integrado, ou seja, usar de diversas técnicas de controle – cultural e químico, por exemplo – quando os níveis de dano forem economicamente viáveis para realização do controle. 

Vamos lembrar do triângulo da doença: podemos atuar no ambiente, no hospedeiro ou controlando o patógeno! 

Para isso, é necessário monitoramento diário da lavoura e a correta identificação do patógeno da ramulária, observando a ocorrência de seus sintomas característicos.

Controle químico

Constatado o ataque do fungo nas folhas mais velhas (baixeiro), as aplicações podem ser iniciadas. Um critério que otimiza as aplicações é realizá-las quando as lesões atingem 5% da área foliar sem atingir o terço médio da planta.

Utilizando esse critério, recomenda-se três aplicações espaçadas em 15 dias, com produtos eficientes. Isso evita que o problema se intensifique e otimiza as aplicações. 

Vale lembrar que é ideal alternar o uso de fungicidas com diferentes modos de ação para evitar a resistência do patógeno. No Agrofit, existem 136 produtos registrados para combater a mancha de ramulária no algodão.

Além disso, existem outros métodos de controle para serem usados em conjunto.  

Controle cultural

O uso de cultivares suscetíveis à ramulária do algodão é um dos principais responsável pelos grandes danos causados por essa doença. Prefira as cultivares tolerantes/resistentes disponíveis.

Essa informação você pode encontrar no site da Embrapa, que disponibiliza um catálogo das cultivares de algodão disponíveis. Além desses, as empresas de sementes também disponibilizam seus catálogos. 

Exemplo de catálogo de cultivares de algodão mostrando as recomendações e características de cada cultivar
(Fonte: Embrapa)

Lembre-se que espaçamentos mais abertos propiciam um microclima que desfavorece a doença, pois reduz a umidade do sistema. 

Um bom manejo da soqueira, evitando algodão tiguera, propicia que não haja hospedeiro para a sobrevivência do fungo para a próxima safra. Por isso, capriche no manejo! 

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

Como você pôde acompanhar ao longo do texto, a ramulária ganhou importância nos últimos anos devido à migração do algodão para outra região produtora. 

Nessas novas condições, a ramulária encontrou um ambiente favorável para se desenvolver. Além disso, deficiências de manejo, como o uso de cultivares suscetíveis e mal manejo de soqueira possibilitaram maiores danos dessa doença.

O manejo depende de monitoramento e de medidas integradas, como o uso de cultivares resistentes, manejo da soqueira e espaçamentos maiores. 

Como alternativas de controle químico, pode-se  aplicar fungicidas no momento e frequência correta, alterando modos de ação para evitar resistência. 

>> Leia mais:

Como evitar e combater a mela do algodoeiro em sua lavoura

“6 principais doenças do algodão e como controlá-las na lavoura”

Como ter um algodoeiro resistente a doenças e mais econômico com nova cultivar transgênica

Você já teve problemas com a ramulária no algodão? Quais os principais problemas que enfrenta? Conte para gente nos comentários Grande abraço e até a próxima!

Vaquinha da soja: como fazer o controle eficiente dessa praga em sua lavoura

Vaquinha da soja: aprenda a identificá-la, saiba em quais estádios ela causa mais problemas e a melhor forma de controle.

A vaquinha da soja é uma praga agrícola que causa grandes danos à cultura tanto na fase de larva quanto adulta.

É considerada bastante problemáticas na lavoura, pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento e desenvolvimento da soja e também do milho.

Isso, claro, se reflete em perda de produtividade e de lucratividade. 

Mas como fazer o manejo eficiente da vaquinha da soja? A seguir, trago as principais recomendações para que você tenha sucesso no controle dessa praga agrícola.

Características da vaquinha da soja

Existe um complexo de besouros Crisomelídeos que tem por nome comum “vaquinha”. Dentre as várias espécies existentes, a Diabrotica speciosa é a de maior ocorrência no Brasil, sendo popularmente conhecida também como vaquinha-verde ou patriota.

Essa praga provoca grandes problemas tanto na fase de larva quanto adulta, principalmente na cultura do milho, soja e feijoeiro.

Para reconhecê-la no campo, é preciso atenção a alguns detalhes. A vaquinha possui três instares larvais: ovo, larva e pré-pupa e pupa. Os ovos da espécie são de coloração amarela e medem cerca de 0,5 mm de diâmetro.

A oviposição é realizada pelo adulto normalmente em solos mais úmidos e escuros e ao redor das plantas.

A larva possui 10 mm de comprimento, com coloração branca e partes (como cabeça, pernas e tórax) na cor preta. 

Fique atento, pois cerca de 90% das larvas costumam ficar ao redor das plantas!

A pré-pupa e pupa apresentam coloração branca e tamanho de aproximadamente 5 mm. 

Já o adulto é de fácil identificação, pois possui cor verde com três manchas amarelas em cada élitro, tíbias e tarsos negros e cabeça marrom, lembrando as cores do Brasil. Possuem cerca de 6 cm de comprimento.

O ciclo biológico dessa praga varia de 24 a 40 dias, dependendo das condições climáticas da região. 

Os períodos de cada fase de desenvolvimento variam de acordo com a temperatura. Geralmente, o período de incubação é de cerca de 7 dias. Passado esse período, temos a larva, de 14 a 26 dias e, em seguida, a pupa, com 6 dias em média.

 Ciclo biológico de Diabrotica speciosa vaquinha da soja

 Ciclo biológico de Diabrotica speciosa
(Fonte: Embrapa)

Danos causados às lavouras

Os ataques da vaquinha ocorrem em diferentes fases da cultura da soja e do milho.

Na fase larval, essa praga ataca raízes e sementes. Além disso, é possível observar perfurações nas folhas cotiledonares.

Na prática, as raízes não absorvem bem água e nutrientes, o que deixa a planta debilitada.

Na cultura do milho, por exemplo, o ataque da larva danifica consideravelmente as raízes, ocasionando sintomas que são confundidos com deficiência nutricional.

Podem ainda ocasionar sintomas na planta conhecidos como “pescoço de ganso”, em que a planta desenvolve o colmo em forma curvada.

Estudos realizados pela Embrapa Milho e Sorgo verificaram que a incidência de larvas da vaquinha por planta de milho podem reduzir consideravelmente o peso de grãos.

tabela com danos larval da Diabrotica speciosa em raízes de milho - vaquinha da soja

Danos larval da Diabrotica speciosa em raízes de milho
(Fonte: Embrapa)

Em soja, apesar dessa praga ser considerada secundária, também vem gerando muitos problemas, em especial em áreas de soja precedida por milho safrinha.

Ela reduzir o estande na área e consequentemente o potencial produtivo. Por isso, o monitoramento é fundamental!

Na fase adulta, a vaquinha é considerada uma das mais problemáticas, pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento e desenvolvimento de milho e soja.

Essa praga se alimenta de folhas, brotos, frutos e pólen de plantas, o que pode ocasionar inclusive falhas na formação de grãos.

Para evitar a presença dessas e outras pragas em sua lavoura, utilize sementes de qualidade! E não deixe de lado o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Como fazer o manejo da vaquinha no milho e na soja

O primeiro passo para o manejo de vaquinha é analisar o histórico de pragas em sua fazenda para, assim, iniciar o planejamento de manejo.

Realize o monitoramento de sua lavoura constantemente. Esse é o ponto decisivo para saber quando é necessário entrar com medidas de controle.

Para isso, você pode contar com um auxílio de um software agrícola como o Aegro.

Sabendo que há possibilidade de se deparar com a vaquinha, você pode se preparar com alguns métodos como:

Controle cultural

A presença da vaquinha na safra anterior, é motivo de alerta, principalmente se você utilizar o sistema soja-milho.

Para evitar problemas com essa praga, realize um bom preparo do solo e elimine possíveis plantas hospedeiras.

Controle químico

O controle químico é o principal método de controle da vaquinha. No momento da escolha do inseticida, opte por ingredientes ativos com alta persistência (6 a 10 semanas), para que a planta esteja protegida no estabelecimento do estande.

A pulverização no sulco de plantio e o uso de granulados são alternativas bastante eficientes para o controle da larva.

O registro dos inseticidas para controle da Diabrotica speciosa deve ser consultado no site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Agrofit

Para a cultura do milho, por exemplo, você pode utilizar: fipronil (pirazol) ou bifentrina (piretroide).

Já para soja, você pode utilizar: fipronil (pirazol) ou  lambda-cialotrina (piretroide) + tiametoxam (neonicotinoide).

Contudo, é essencial que você consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) para melhores detalhamentos de acordo com a sua realidade.

Controle biológico

O uso de controle biológico pode ser uma alternativa para minimizar os custos com inseticidas e evitar seleção de resistência.

Na literatura, encontramos vários estudos indicando um  possível controle biológico com: 

Celatoria bosqi (Dip., Tachinidae), Centistes gasseni (Hym., Braconidae), os fungos Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e Paecilomyces lilacinus.

Contudo, estudos ainda estão sendo realizados para melhor evidenciar a eficiência do controle biológico.

Conclusão

Após todo o esforço com sua lavoura, você não pode perder produtividade por conta da presença de pragas na cultura.

A vaquinha tem causado danos nos últimos anos, principalmente no milho, soja e feijão.

Neste artigo, você pôde conferir como identificar a vaquinha no campo, seu principais danos e como realizar o manejo dessa praga agrícola. 

Espero que com essas dicas você consiga proteger sua lavoura e alcançar uma excelente produção!

Você tem problemas com vaquinha da soja na sua lavoura? Quais medidas de prevenção realiza? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Guia rápido da adubação nitrogenada para altas produtividades

Adubação nitrogenada: confira as recomendações para potencializar a produção da sua lavoura de milho, arroz, feijão e trigo.

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O nitrogênio é um dos nutrientes mais demandados para o desenvolvimento das plantas.

E, com índices de produtividades cada vez mais altos, estratégias de manejo que permitam explorar o total potencial das plantas são sempre bem-vindas! Neste cenário, podemos destacar a adubação nitrogenada.

A seguir, explicarei melhor a importância dessa adubação e algumas estratégias que auxiliam no sucesso produtivos de algumas culturas. 

Importância da adubação nitrogenada nas culturas

O pleno desenvolvimento vegetal é pautado na disponibilidade de todos os nutrientes tratados como essenciais. 

Dentro desse grupo podemos destacar o nitrogênio (N), elemento essencial e ainda caracterizado como macronutriente. Isto é, um nutriente requerido pelas plantas em maior quantidade

Essa maior demanda é justificado pelo fato do N ser utilizado para a síntese de proteínas e outros compostos orgânicos.

Sua baixa disposição pode acarretar diminuição drástica da produção, pois limita o crescimento vegetal, reduz a expansão e divisão celular, além de comprometer a área foliar e diminuir a taxa fotossintética. 

Desta forma, os fertilizantes nitrogenados têm sido usados para o suprimento adequado desse nutriente, sustentando os altos índices de produtividade. 

Demanda da adubação nitrogenada nas culturas 

Devido ao uso intensivo dos solos, é preciso fazer a reposição dos nutrientes, incluindo o N. 

A seguir mostro a adubação nitrogenada das culturas do milho, arroz, feijão e trigo

Adubação nitrogenada do milho 

O milho, uma gramínea, pode apresentar variação quanto à absorção de N devido à quantidade de raízes, condições ambientais e, logicamente, a seu estágio fenológico. 

O manejo do nitrogênio para a produção de grãos de milho deve ser feito considerando aspectos como:

Em geral, a absorção de N nessa gramínea é mais acentuada no começo do crescimento vegetativo, chegando ao maior valor no início da fase reprodutiva, decaindo em seguida. 

A dosagem depende de muitos fatores como: estado de fertilidade do solo, cultivar utilizada, expectativa de produção e condições climáticas, dentre outras. 

tabela com expectativa de produtividade do milho de acordo com os nutrientes - adubação nitrogenada
(Fonte: Pionner Sementes)

A adubação nitrogenada para milho é recomendada tanto na semeadura como na cobertura.

Na semeadura, é recomendável utilizar até 30 kg/ha de nitrogênio. Estudos relatam que dosagens superiores a isso podem apresentar efeito tóxico para as plantas devido ao nitrato. 

Quanto à aplicação na cobertura, como já dito, deve ser aplicado no momento de maior absorção desse nutriente. Dependendo da dosagem, pode-se aplicar em dose única quando as plantas encontram-se em V3 e V4

Porém, se há uma expectativa de produção alta e é preciso fazer uma alta reposição de N, é aconselhável fazer o parcelamento com objetivo de reduzir as perdas e aumentar a eficiência na utilização dos fertilizantes

A época recomenda para a aplicação da segunda cobertura gira em torno de V7 e V8, fase essa que as plantas ainda estão exigindo e absorvendo bastante N. 

Adubação nitrogenada do arroz

A adubação nitrogenada no arroz requer alguns cuidados, pois sua falta pode acarretar redução direta na produtividade por afetar o desenvolvimento vegetal

O excesso de N também é prejudicial nessa cultura, pois causa problemas de acamamento e esterilidade das espiguetas, além de favorecer o aparecimento de doenças

Segundo o  Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz), é recomendável a aplicação de 10 kg/ha a 20 kg/ha de N no momento do plantio. 

Já na adubação nitrogenada de cobertura, recomenda-se que o restante da dosagem seja parcelada, sendo ⅔ quando a planta estiver com três a quatro folhas e ⅓ com oito a nove folhas expandidas.

ilustração de aplicação de nitrogênio no arroz
(Fonte: Unifértil)

Adubação nitrogenada do feijão

O feijoeiro é considerado uma planta exigente em nutrientes em função do ciclo curto e do pequeno e pouco profundo sistema radicular.

A absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo da cultura, mas a época de maior exigência e absorção ocorre dos 35 aos 50 dias após a emergência (DAE) da planta (florescimento). Neste período, relata-se que a planta absorve de 2 kg a 2,5 kg N/ha por dia.

No feijoeiro é comum ocorrer a associação simbiótica, porém a quantidade de N fixado só é considerável a partir de 35 DAE, requerendo um suprimento antecipado de N visto que as plantas irão demandar antes deste período. 

Desta maneira, depois de analisar os parâmetros de solo, de cultivar, de condições climáticas, da extração/exportação, da expectativa de produção da lavoura, tem-se a dosagem. 

É recomendável a aplicação de ⅓ da dose no sulco de plantio. O restante (⅔) deve ser aplicado até os 20 dias de emergência. 

Em solos arenosos, pode-se parcelar essa dose da cobertura em até duas vezes, aplicando a primeira até os 20 DAE e o restante até uns 35 dias.

Adubação nitrogenada do trigo

No trigo, a maior parte da absorção do nitrogênio acontece entre as fases de alongamento do caule e de espigamento, chegando ao máximo na antese. 

A dose de adubo a aplicar na planta de trigo varia de 60 kg a 120 kg/ha de N em função do teor de matéria orgânica do solo, cultura anterior, condições climáticas e expectativa de produção.

É bastante usual aplicar de 15 kg a 20 kg/ha de N na semeadura, com o intuito de estimular o vigor inicial. 

O restante deve ser aplicado nos estádios de perfilhamento e alongação do colmo da cultura 

A aplicação nessa fase é crucial por ser o momento em que a planta de trigo está definindo os componentes de produção como, por exemplo, o número de espiguetas por espiga e número de afilhos. 

Inoculação da soja supre a demanda da planta?

De acordo com estudo da Embrapa, a adubação nitrogenada da soja é desnecessária, seja na semeadura como em qualquer fase do desenvolvimento.

A inoculação bem feita garante o suprimento da demanda de N da planta de soja. 

As bactérias Bradyrhizobium que são utilizadas para a produção dos inoculantes conseguem captar o N atmosférico e deixá-lo de uma forma assimilável para as plantas. 

No caso dessas bactérias, é possível notar a sua presença por meio da formação de nódulos nos sistema radicular das plantas. 

Ainda segundo a Embrapa, o inoculante pode aportar mais de 300 quilos de nitrogênio por hectare (kg de N/ha) para a soja, com um custo até 95% menor em comparação ao fertilizante nitrogenado.

Existe inoculante em outras culturas?

Sim, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) permite a utilização de bactérias Azospirillum brasiliense para a formulação de inoculantes para milho e trigo (gramíneas). 

O nitrogênio por elas fixado ocorre em menor quantidade que o fixado pelas bactérias do gênero Bradyrizobuim. Assim, não são capazes de fixar grande quantidade do nutriente requerido para o alcance de elevadas produtividades.

Portanto, nesse caso, faz-se a inoculação com o objetivo de reduzir os gastos com fertilizantes nitrogenados, mas não dispensa sua utilização. 

planilha para adubação de milho

Conclusão 

O nitrogênio assume papel fundamental quando estamos nos referindo à produtividade de diversas culturas, principalmente por ser bastante requerido para o desenvolvimento vegetal. 

Por isso, a adubação nitrogenada deve ser planejada de acordo com as peculiaridades da fazenda, sempre buscando a maior eficiência dos recursos. 

Vimos que a inoculação com microrganismos fixadores de N é uma boa estratégia, garantindo maior rentabilidade devido à redução dos gastos com adubos nitrogenados. 

>> Leia mais:

“Por que a adubação com silício pode ser sua aliada na produtividade”

Como você planeja sua adubação nitrogenada? Vem tendo resultados produtivos? Deixe seu comentário!

Tudo o que você precisa saber sobre qualidade da fibra do algodão

Qualidade da fibra do algodão: entenda quais são as características desejadas e quais as práticas de manejo podem influenciar.

Na cadeia produtiva do algodão, uma das exigências do mercado é a boa qualidade da fibra buscada pelas indústrias têxteis.

E o custo dessa fibra pode representar entre 40% e 60% do custo do fio. Por isso, entender mais sobre essas características e como elas estão ligadas à qualidade é essencial para você tomar algumas decisões importantes na sua lavoura.

Neste artigo, você vai entender quais fatores podem impactar na qualidade da fibra e os manejos mais recomendados para ter uma produção mais rentável na hora da venda. Confira!

Características intrínsecas e extrínsecas da fibra de algodão

A qualidade da fibra do algodão é determinada por um conjunto de características, divididas em intrínsecas e extrínsecas.

As características intrínsecas da fibra estão relacionadas a alguns parâmetros como:

  • comprimento (comprimento comercial, uniformidade e fibras curtas);
  • resistência;
  • índice micronaire (componentes de finura e maturidade);
  • cor (com brilho ou amarelo). 

Já as características extrínsecas da fibra fazem referências a:

  • regularidade da massa de fibra (preparação);
  • teor de neps (presença ou não de nós de fibra imatura e fragmentos de casca dos caroços);
  • presença ou não de contaminantes vegetais. 
tabela com as características intrínsecas e extrínsecas da fibra de algodão

(Fonte: Esalq/USP)

Qualidade exigida pelo mercado da fibra do algodão

No Brasil, as empresas de fiação demandam principalmente os tipos de fibras médios 5/6, 6/0 e 6/7. 

As principais características tecnológicas da fibra de algodão avaliadas para determinar a qualidade do produto e seu valor econômico no mercado são:

  • índice de fibras curtas;
  • comprimento;
  • uniformidade do comprimento;
  • resistência;
  • micronaire.

Para empresas que utilizam o fio de alta qualidade, o primeiro critério na hora da compra é a qualidade das características intrínsecas

Já para as empresas que utilizam o fio médio ou grosso, o principal critério é o preço. 

Para o mercado externo a busca é por:

  • abundante oferta de algodão;
  • tipos superiores;
  • características intrínsecas de alto nível.

Em relação a essas características desejáveis pelo mercado externo, o algodão brasileiro possui boas características intrínsecas.

Porém, em relação ao tipo, ainda há limitações devido à presença de contaminação de matérias estranhas como folhas, fragmentos de cascas e fibras de madeira.

Portanto, é preciso aliar as práticas culturais e industriais, aprimorando os componentes que formam o tipo da fibra e preservando as qualidades intrínsecas. 

Por isso, vamos ver agora um pouco mais sobre essas características e manejos que podem ser realizados.

Comprimento da fibra (POL ou UHML)

O comprimento da fibra é umas das características que mais interferem na qualidade. O valor mínimo de comprimento de fibra exigido pela indústria é de 28 mm. 

Esse valor pode ser menor dependendo da cultivar e das condições adversas como a falta de água durante o período de 25 a 30 dias após a fecundação das flores, pois reduz o crescimento da fibra.

Índice micronaire (MIC)

Este índice mede o diâmetro da fibra e deve estar com valores entre 3,8 e 4,5.

Ele também serve como medição indireta da combinação da maturidade da fibra (espessura) e a finura (diâmetro externo). 

A variedade determina o diâmetro externo da fibra, sendo definido de 3 a 5 dias após a floração. 

Algumas condições adversas no final do ciclo do algodão podem influenciar negativamente o índice MIC, como ataque de doenças e pragas, temperaturas baixas e falta de água.

tabela com classificação da fibra do algodão

Classificação da fibra do algodão
(Fonte: Geagra)

Maturidade da fibra (MAT)

A maturidade da fibra é a porcentagem de desenvolvimento da parede secundária da fibra. O valor deste índice deve ser superior a 0,86.

Como é um índice que mede o desenvolvimento da parede secundária, qualquer fator que interfira na celulose afetará a espessura da fibra.

A ocorrência de pragas e doenças, além de temperaturas baixas, afeta o transporte de carboidratos para conversão à celulose e, portanto, reduz a espessura da fibra. 

Resistência da fibra (STR)

A resistência da fibra do algodão é a capacidade que a fibra tem de suportar uma carga até se romper.  É uma característica que depende, em parte, da resistência do fio. Este índice deve ser maior que 28 g/tex.

Alguns fatores influenciam neste índice como:

  • cultivar;
  • seca;
  • encharcamento;
  • baixas temperaturas;
  • falta de luminosidade;
  • época de semeadura;
  • nutrição mineral;
  • população de plantas.

Uniformidade de comprimento (UI)

A uniformidade de comprimento é a relação entre o comprimento médio das fibras totais, expresso em %. Este índice representa a homogeneidade do comprimento das fibras do fardo.

A UI é uma consequência da qualidade.

Índice de fibras curtas (SF)

O índice de fibras curtas expressa a porcentagem de fibras curtas, sendo que este valor deve ser inferior a 10%. 

tabela com Índice de fibras curtas (SF) por parâmetro, instrumento, unidade e título do fio

(Fonte: Esalq/USP)

Fatores que impactam na qualidade da fibra do algodão

As cultivares de algodão possuem uma qualidade de fibra que é específica da cultivar. 

Quando a colocamos no campo, as características da qualidade da fibra vão depender dos manejos adotados.

Dentre os fatores determinantes para a qualidade da fibra (pluma) estão:

Controle de plantas daninhas e a qualidade da fibra do algodão

Entre os exemplos acima citados, a presença de plantas daninhas no final do ciclo do algodão pode causar a depreciação da matéria-prima.

Isso porque, diretamente, as plantas daninhas competem com o algodão pelos recursos do meio como água, luz e nutrientes, o que, consequentemente, leva à redução na produtividade.

Já indiretamente, as plantas daninhas no final do ciclo do algodão causam a contaminação por impurezas, pois algumas sementes podem ficar aderidas à pluma, além de atrapalhar a colheita.

Planilha algodão Aegro

Assim, dentre alguns manejos adotados no algodão para reduzir o efeito negativo das plantas daninhas sobre a qualidade da fibra são as aplicações tardias de herbicidas feitas em pós-emergência dirigida às entrelinhas da cultura (jato dirigido).

Algumas plantas daninhas que são prejudiciais no final do ciclo do algodão porque são facilmente aderidas à pluma são:

Beneficiamento do algodão e a qualidade da fibra

Durante o beneficiamento, alguns parâmetros podem ser afetados pelo descaroçamento como: comprimento, resistência e contaminantes.

O objetivo do descaroçamento é a separação entre fibra e caroço do algodão, sendo a primeira etapa do processamento.

Portanto, é uma etapa que precisa ser adaptada de acordo com as características do algodão que será tratado, dos mercados, das características do lote (matéria estranha e umidade) e das condições ambientais.

Por exemplo, a umidade do algodão em caroço é o principal fator no armazenamento, e tem grande influência sobre a qualidade da fibra e do caroço.

Uma secagem muito elevada leva à perda de tenacidade, redução do comprimento e amarelamento da fibra. 

Como durante a colheita a umidade é baixa, a técnica de umedecer o algodão em caroço é importante para a preservação da fibra. Isso também acontece depois de uma secagem excessiva.

O umedecimento restitui a umidade da fibra, assim, ela consegue suportar melhor as agressões mecânicas do descaroçador e limpador. 

Quando o algodão chega no descaroçador, o intervalo de umidade na fibra deve ser entre 6,5% e 8%, pois isso ajudará a garantir a qualidade. 

Como a genética interfere na qualidade?

A interação entre a genética e o ambiente vai influenciar na produtividade e na qualidade do algodão.

Alguns manejos podem ser adotados com o foco em produtividade e qualidade de fibra, dentre eles estão:

  • escolha de cultivar adequada para a região;
  • época de plantio adequada;
  • manejo de fertilidade do solo;
  • uso de regulador de crescimento;
  • aplicar desfolhante antes do início da colheita (evita que restos culturais fiquem presos à fibra).

Como você pode ver, algumas decisões são muito importantes e vão influenciar na qualidade da fibra.

Conclusão

Neste texto você viu quais são os índices utilizados para medir a qualidade da fibra do algodão.

Também aprendeu que alguns manejos podem interferir nestas características e reduzir a qualidade da fibra, o que reduz o preço pago pelo produto.

Agora que você já entendeu melhor sobre este assunto, que tal colocar em prática na sua lavoura?

>> Leia mais:

“Entenda como a biotecnologia no algodão pode melhorar o controle de Spodoptera e Helicoverpa na sua lavoura

“Logística da pluma do algodão: o que impacta o escoamento da produção?”

Como ter um algodoeiro resistente a doenças e mais econômico com nova cultivar transgênica

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a qualidade da fibra do algodão? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Segurança de dados no Aegro: como protegemos as informações da sua fazenda

Segurança de dados no Aegro: entenda como funciona o armazenamento das suas informações no nosso software para gestão de fazendas.

Dados são a base de uma gestão agrícola eficiente. Quando você alimenta o Aegro com informações de qualidade, nosso software gera análises importantes sobre a saúde do seu negócio.

As entradas e saídas de dinheiro que você registra ao longo da safra, por exemplo, ajudam a calcular o lucro ou prejuízo da sua produção.

Mas, pode ser que você tenha algumas dúvidas sobre colocar as suas anotações de campo e o seu controle financeiro em um sistema.

Afinal, onde ficam salvos os seus dados e como eles são protegidos?

Neste texto, vamos te mostrar de forma bem direta por que o nosso software é o melhor local para guardar e administrar as informações da sua fazenda. Você nunca mais vai pensar em usar uma folha de papel! Leia a seguir um artigo completo sobre a segurança de dados no Aegro.

A segurança de dados no Aegro: um software na nuvem

Sem dúvida, trocar cadernos e planilhas por um software na nuvem é o primeiro passo para garantir a segurança dos seus dados.

Você não será o primeiro e nem o último agricultor a perder um bloco de notas para a chuva, o vento ou a terra.

Além disso, a planilha nada mais é do que um arquivo no seu computador. Esse arquivo pode ser corrompido e até mesmo perdido, caso o seu aparelho sofra um acidente ou furto.

Vale lembrar, também, que o seu computador está sujeito a milhares de vírus que atacam os usuários de internet todos os dias.

A segurança de dados no Aegro é maior por se tratar de um software na nuvem. Você sabe o que isso significa na prática?

Seus dados sempre disponíveis

A computação na nuvem traz muito mais praticidade para o cotidiano de uma fazenda.

Isso porque os dados da sua produção não ficam armazenados em um computador, sujeito a tantos problemas, mas sim em um centro de dados online, muito protegido e equipado com tecnologia de ponta.

Quer dizer que você acessa o software pela internet, a partir de diferentes tipos de dispositivos: computador, celular, tablet. Não importa se você está no Pará ou em Santa Catarina, seu dados permanecem à sua disposição.

É assim que funciona no Aegro. Mediante um usuário e senha, você entra na sua conta e gerencia as suas informações a qualquer momento.

Caso o seu computador estrague, você não perderá o histórico da atividade rural e nem ficará empenhado no dia a dia. Basta logar no sistema a partir de outro equipamento e continuar administrando a propriedade.

Tecnologia de ponta

Como comentamos no tópico anterior, todos os dados registrados no Aegro ficam salvos na nuvem. E você vai gostar de saber que nós operamos com uma das nuvens mais seguras do mercado: a Amazon Web Services.

É a mesma infraestrutura que diversas empresas multinacionais usam, como Philips, Netflix, GE, Siemens, entre outras.

Com a Amazon, as barreiras de proteção do nosso software são monitoradas de forma automática e praticamente em tempo real para identificar possíveis ameaças.

Atualizações e correções de segurança de dados no Aegro são lançadas constantemente a fim de garantir que não haja nenhuma brecha no sistema.

Além do mais, os dados da sua fazenda são criptografados. Em outras palavras, aplicamos uma série de códigos para assegurar que ninguém, além de você, consiga ler as suas informações.

Garantimos a privacidade dos seus dados

Mais do que usar alta tecnologia para garantir a segurança de dados no Aegro, nós firmamos um compromisso com a sua privacidade desde os primeiros contatos.

Se você já deixou um e-mail, telefone ou qualquer dado sobre a sua atividade rural em formulários da Aegro, tenha certeza de que estes dados são coletados apenas para entregar a você os produtos e serviços que lhe interessam.

Fique à vontade para ler a nossa política de privacidade aqui.

E nós continuamos tratando a sua informação com total confidencialidade durante toda a sua jornada conosco.

A Aegro é uma empresa independente, que não faz parte de grandes grupos do setor agrícola. Nós não respondemos a interesses externos e não repassamos os seus dados a terceiros.

Outro ponto importante é que nós construímos o nosso software de gestão pensando em preservar as informações sensíveis da sua fazenda. É você quem define o que cada funcionário enxerga.

Defina permissões de acesso

Você pode adicionar a equipe da fazenda no Aegro para que todos trabalhem de forma mais integrada, sem se preocupar com a exposição indevida dos seus dados.

Cada colaborador é adicionado ao software com um perfil de acesso, que determina quais informações ele pode acessar.

Os perfis estão relacionados a uma função dentro da fazenda: proprietário, gerente, agrônomo, financeiro, operador, estoquista, monitor.

Permissões de acesso por funcionário no software — ou como mantemos a segurança de dados no Aegro

Exemplo de permissões de acesso por funcionário possível dentro do software — ou como mantemos a segurança de dados no Aegro

Um operador visualiza informações relevantes para a realização da sua atividade, como safras, mapa da propriedade e máquinas. Ele também consegue registrar no sistema as suas operações de campo.

Já os dados bancários e transações, só poderão ser vistos e editados pelo proprietário, pelo gerente e contador/consultor financeiro da fazenda.

Você pode extrair informações do Aegro

Nos próximos anos, vamos continuar evoluindo para nunca deixar de entregar a você um sistema seguro e eficiente.

A Aegro vem crescendo desde a sua fundação e tem como investidora a SP Ventures, uma das gestoras de capital mais tradicionais do país. Este cenário garante que a nossa empresa tenha estabilidade para fornecer o seu software de gestão.

Ou seja, você pode confiar no Aegro para armazenar os seus dados pelo tempo determinado em contrato.

Porém, esteja ciente de que você pode exportar os seus registros do Aegro sempre que quiser ou precisar. Todas as áreas do software possuem a opção de gerar relatórios em PDF e Excel.

Os relatórios são úteis para a checagem de dados e inclusive para passar determinadas informações a pessoas que não possuem acesso ao software.

Mesmo que a sua fazenda decida interromper o uso do Aegro em algum momento, você terá até 60 dias para exportar os seus dados do sistema.

Confira essas e outras condições nos nossos termos de uso.

Ficou com alguma dúvida? Então veja esta conversa com nosso gestor de engenharia, na qual respondemos as principais questões que recebemos no dia a dia sobre a segurança de dados no Aegro.

Segurança no Aegro: como protegemos os dados da sua fazenda

Conclusão

Como gestor da fazenda, você pode encontrar diversos meios para registrar os dados da sua atividade rural. 

Existem controles por cadernos e planilhas. Entretanto, essas ferramentas não oferecem qualquer tipo de proteção contra a perda ou o roubo de informações.

Há também a opção de baixar e instalar um software no seu computador. Mas, neste caso, você também precisa lidar com os riscos e inconvenientes de armazenar seus dados “em casa”.

Já o Aegro, como um software na nuvem, faz todo o trabalho de proteger os seus dados. Nós entregamos à sua fazenda uma infraestrutura de segurança de alto nível e políticas transparentes de privacidade.

Portanto, sua segurança de dados no Aegro está garantida. Dessa maneira, você pode dormir com tranquilidade e focar a sua atenção no que mais importa: a gestão da sua propriedade.

>> Leia mais:

6 recursos do Aegro que vão te ajudar durante o plantio

“Saiba aproveitar ao máximo os programas de pontos do produtor rural”

“Crédito rural e tecnologia para o agro: fique por dentro de tudo o que aconteceu no 2º Aegro Conecta”