Tudo o que você precisa saber sobre qualidade de sementes

Qualidade de sementes: atributos, importância, como verificar a qualidade e outras dicas de manejo!

Observar uma lavoura bem estabelecida, uniforme e sem falhas é gratificante! O principal fator que determina o sucesso da lavoura é o uso de sementes com alta qualidade.

A semente é um insumo que carrega consigo toda pesquisa e desenvolvimento do melhoramento genético. Sem ela, não se tem lavoura!

Mas o que é considerado semente alta qualidade? Que parâmetros ou atributos são necessários para determinar a qualidade? Como saber a qualidade da minha semente? Confira a seguir!

Produção de sementes com alta qualidade

A produção de sementes é uma atividade bastante criteriosa. A Lei n° 10.711, de 05/08/2003, é a que regulamenta o setor e que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas.

Para produção de sementes de alta qualidade é necessário realizar vistorias em diversos momentos da produção, colheita, beneficiamento e comercialização.

Algumas práticas importantes para a produção de sementes são:

  •  Roguing: consiste na vistoria cuidadosa do campo de produção, com o objetivo de remover as plantas indesejáveis para preservar a pureza genética, varietal e sanitária
  •  Momento de colheita: tem que ser o mais próximo do ponto de maturação das sementes, pois possuem a máxima germinação e vigor. Realizar assim que possível. 

Após a colheita, uma amostra do lote de sementes passa por testes em laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), nos quais tem que atingir padrões mínimos.

Veja os valores mínimos de qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura para culturas como soja, milho, arroz e feijão.

tabela com padrões mínimos para a produção e a comercialização de sementes

Padrões mínimos para a produção e a comercialização de sementes 
(Fonte: adaptado de Mapa)

Sementes produzidas dentro das normativas possuem uma garantia de alta qualidade, apresentando desempenho superior se comparado às sementes de baixa qualidade.

Por isso, opte por sementes certificadas para que tenha garantia do material genético que está levando para seu campo! 

Atributos da qualidade de sementes

A qualidade das sementes é um conjunto de atributos que determinam o desempenho em campo. São atributos genéticos, físicos, sanitários e fisiológicos.

Qualidade genética

Esse atributo diz respeito à pureza varietal, homogeneidade, potencial de rendimento, resistência a doenças e insetos, porte, entre outros.

Lotes com sementes de alta qualidade irão originar plantas com porte, ciclo e potencial produtivos iguais. Terão a mesma resistência a doenças, pragas e herbicidas. 

Essas características são intrínsecas à genética das sementes, a qual confere uma lavoura com plantas homogêneas.

Qualidade física

Considera-se nesse atributo a pureza física, teor de água, tamanho, danos mecânicos e causados por insetos.

A pureza física é constituída de três componentes: sementes puras, outras sementes e material inerte (torrões, pedras, restos de plantas, insetos).

O dano mecânico nas sementes é um fator agravante na qualidade, podendo ser classificados como de efeito imediato ou latente.

Imediato é visível a olho nu e identificado logo após a semente ter sido danificada. O latente não é aparente, sendo mais acentuado do que o imediato.

A redução do vigor em sementes com dano latente ocorre durante o armazenamento, havendo redução do vigor da semente danificada.

Semente de milho com dano mecânico resultando em semente morta

Semente de milho com dano mecânico resultando em semente morta
(Fonte: Cicero e Banzatto-Junior)

Qualidade sanitária

Refere-se à presença de patógenos, como fungos, vírus, nematoides e bactérias presentes nas sementes ou no lote.

A presença de patógenos junto a sementes é um dos principais métodos de entrada e disseminação de doenças em novas áreas. Além disso, afeta a viabilidade e o vigor de sementes e tem impacto direto na produtividade.

foto de um laboratório - Avaliação da sanidade em sementes de arroz

Avaliação da sanidade em sementes de arroz
(Fonte: Agronatura)

Qualidade fisiológica

Os atributos fisiológicos estão ligados às características metabólicas da semente.

Dentro dessas características os destaques são: germinação e vigor, que, se altos, provocam melhor desempenho das plantas em campo, como maior velocidade de germinação e emergência de plântulas, uniformidade da lavoura, entre outros.

A germinação expressa a capacidade da semente de formar uma plântula normal em condições normais.

O vigor expressa a capacidade das sementes gerarem plantas de alto desempenho, em condições desfavoráveis.

Use sementes de alto vigor, pois apresentam desempenho superior quando comparadas às sementes de baixo vigor.

Foto com estabelecimento de plantas provenientes de sementes com vigor diferente

Estabelecimento de plantas provenientes de sementes com vigor diferente
(Fonte: Embrapa Soja)

Como saber a qualidade de sua semente

Ao adquirir suas sementes, verifique o boletim de análises de sementes, atestado de origem genética, certificado de sementes ou termo de conformidade das sementes. Esses documentos apresentam os resultados oficiais de análises de sementes.

Fique atento principalmente para informações de germinação (%), pureza (%), material inerte (%), outras sementes (%).

Observe também a etiqueta presente na embalagem de suas sementes!

Dados e garantias do lote de sementes em etiqueta

Dados e garantias do lote de sementes em etiqueta 
(Fonte: Abrasem)

Caso você compre suas sementes antecipadamente, é necessário armazenar em local adequado para manter a sanidade e o vigor.

É importante lembrar que é permitido ao produtor salvar a própria semente, desde que para uso exclusivo na próxima safra.

Para tal atividade, é preciso seguir os critérios presentes na legislação para que sua produção fique dentro da lei!

4 passos para verificar a qualidade das sementes

Para verificar a qualidade das sementes que irão formar sua lavoura veja alguns passos:

1º passo: amostragem do lote

A amostra deve ser representativa do lote. Desse modo, é necessário coletar amostras do lote para serem enviadas ao Laboratório de Análise de Sementes. 

Nas regras para análises de sementes estão descritos os procedimentos em relação à quantidade amostrada, representatividade e maneira de se realizar a amostragem.

Veja no quadro abaixo a quantidade de amostras simples por tamanho do lote.

tabela com regras para análises de sementes - qualidade de sementes

(Fonte: Regras para Análises de Sementes)

2º passo: escolha da embalagem após amostragem

As sementes devem ser colocadas em caixas de papelão ou sacos de papel reforçado e encaminhadas para laboratório de confiança.

Na embalagem deve conter informações como: 

  • nome do produtor; 
  • espécie; 
  • variedade; 
  • peso da amostra encaminhada; 
  • avaliações a serem realizadas.

3º passo: testes

Os testes básicos a serem realizados são de germinação, pureza, grau de umidade, verificação de outras sementes e cultivares.

É possível solicitar testes de vigor como, por exemplo: 

  • envelhecimento acelerado: realizado em sementes de soja, milho e trigo;
  • teste a frio: realizado em arroz, milho e trigo;
  • teste de tetrazólio: soja, milho, trigo, arroz e feijão.

Teste de germinação (direita) e teste de tetrazólio (esquerda) 
(Fonte: ADV Semente)

4º passo: faça um canteiro teste

Antes de realizar a semeadura, retire uma amostra de sementes dos seus lotes e semeie em canteiros em sua propriedade.

Para fazer os canteiros utilize terra coletada da área de sua lavoura, na camada superficial de 0-20 cm de profundidade. 

Faça uma camada de 10 cm a 15 cm de terra nos canteiros e abra os sulcos com 3 cm de profundidade onde serão colocadas as sementes para o teste.

Manejo das sementes de alta qualidade 

Como visto, a qualidade da semente influencia no desempenho de sua lavoura, seja através do atributo fisiológico como germinação e vigor, sanitário, genético ou físico.

É evidente que o investimento em sementes com boa qualidade é recompensado. 

Mas somente a utilização de sementes de alta qualidade não é suficiente para garantir o sucesso de sua lavoura.

Realizar o manejo adequado de pragas e doenças, controle de plantas daninhas, preparo do solo, adubação, garantem que sua semente expresse seu potencial produtivo.

Fazer um bom planejamento é fundamental!

Para isso:

checklist planejamento agrícola Aegro

Conclusão

A qualidade da semente é fundamental para uma boa produção.

Neste artigo, vimos a importância de sementes de alta qualidade para alcançar altas produtividades.

Você pôde conferir ainda como verificar a qualidade de suas sementes e como um bom planejamento do manejo é importante.

Espero que, com essas informações, você consiga realizar uma ótima safra!

>> Leia mais:

“Como o tratamento de plasma em sementes pode impulsionar a germinação”

“Tudo o que você precisa saber sobre dormência em sementes”

“3 causas mais comuns das sementes esverdeadas em soja e o que fazer para evitá-las

Como você escolhe suas sementes hoje? Restou alguma dúvida sobre o uso de sementes de alta qualidade? Deixe seu comentário abaixo!

11 principais doenças do feijão e como controlá-las na lavoura

Atualizado em 13 de junho de 2022.

Doenças do feijão: entenda os sintomas, o que causa cada uma delas, condições favoráveis para a ocorrência e como controlá-las

O plantio do feijão no Brasil pode ocorrer em três safras. Mas, por conta das condições climáticas, algumas doenças podem ocorrer de forma mais intensa em uma safra que na outra.

Conhecer as doenças mais frequentes e saber como manejá-las é essencial para garantir uma boa produção e, consequentemente, mais rentabilidade com a lavoura.

Neste artigo, veja quais são os sintomas mais recorrentes das doenças do feijão e como fazer o controle em sua propriedade. Confira!

Doenças do feijão: incidência nas diferentes safras

As doenças do feijoeiro podem ocorrer de forma mais ou menos acentuada conforme a safra (primeira, segunda ou terceira).

De forma geral, as principais doenças do feijão são:

  1. Mosaico-dourado;
  2. Crestamento bacteriano comum;
  3. Antracnose;
  4. Mancha-angular;
  5. Mofo-branco;
  6. Podridão radicular seca;
  7. Podridão de raízes;
  8. Ferrugem;
  9. Murcha ou amarelecimento de Fusarium;
  10. Nematoides;
  11. Oídio.

Na primeira safra, também chamada de safra das águas, a semeadura do feijão acontece entre setembro e dezembro. Nela, há maior ocorrência de doenças como antracnose, mofo-branco e crestamento bacteriano.

Na segunda (janeiro a maio) e terceira safras (abril a julho), algumas doenças como mancha-angular e mosaico-dourado são as de maior ocorrência e dano.

Doenças de solo estão associadas à presença do patógeno no solo, e não dependem necessariamente da safra. Agora, veja mais detalhes sobre cada uma das principais doenças do feijão.

1. Mosaico dourado do feijoeiro

O mosaico-dourado, causado pelo vírus BGMV (Bean Golden Mosaic Virus), é a principal virose do feijoeiro, podendo causar grandes perdas na produção. A mosca-branca é vetora dessa doença.

Os principais sintomas causados pelo vírus do mosaico dourado do feijoeiro são:

  • mosaico amarelo intenso em todo limbo foliar
  • redução do crescimento das plantas;
  • superbrotamento;
  • má formação de vagens e grãos;
  • encarquilhamento das folhas e mosaico.

O mosaico dá um aspecto mosqueado amarelo às folhas. Com a evolução da doença, toda superfície foliar se torna amarelada. Já as vagens e os grãos ficam deformados e mal formados, o que prejudica a qualidade do produto.

Foto de folha de feijão amarelada

Sintoma de mosaico em folha de feijão

(Fonte: Howard F. Schwartz)

Algumas medidas de manejo para esta doença são: 

  • vazio sanitário para feijoeiro;
  • uso de inseticidas com objetivo de controlar o vetor;
  • variedades tolerantes ou resistentes.

2. Crestamento bacteriano comum no feijoeiro

É considerada a principal doença bacteriana de algumas regiões produtoras de feijão do Brasil. O crestamento bacteriano comum é causado pelas bactérias Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli e X. fuscans sus. Fuscans.

Elas penetram na parte aérea da planta por aberturas naturais ou por ferimentos. A doença pode provocar até 70% de redução na produção do feijoeiro.  

A doença prevalece na safra das águas devido às altas temperaturas e ocorrências de chuvas. Esses são fatores que favorecem as bactérias.

Como sintomas, você pode observar inicialmente lesões com aspecto encharcado de coloração verde-escura nas folhas.  Com o progresso da doença, esses sintomas evoluem e aumentam de tamanho. As folhas ficam necrosadas. 

Nas extremidades das lesões surgem halos amarelos.  Os sintomas típicos da doença ocorrem quando as lesões são mais velhas, tendo o centro necrótico e com halo amarelo. Isso pode ocasionar a queda prematura das folhas.

Folhas de feijão com manchas

(Fonte: Agrolink)

Nas vagens, podem ocorrer lesões de aspecto encharcado, que depois progridem para lesões escuras e um pouco deprimidas

Medidas de manejo do crestamento bacteriano em feijoeiro são:

  • variedades resistentes;
  • aplicação de cúpricos na lavoura, que pode retardar o aparecimento dos sintomas.

3. Antracnose no feijão

A antracnose no feijão é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum. Ela é considerada uma das doenças mais importantes da cultura, e ocorre mais em regiões de temperaturas moderadas e alta umidade

Pode causar até 100% de danos em variedades suscetíveis, além de causar manchas nos grãos. A necrose nas nervuras é um sintoma bastante característico da doença. 

Além disso, há presença de lesões principalmente na parte de baixo das folhas. Essas lesões são alongadas, de coloração avermelhada a marrom.

Nas vagens, os sintomas típicos são lesões circulares, deprimidas e com a borda da lesão mais escura. Quando atinge os grãos, pode depreciar a comercialização agrícola.

Doenças do feijão: sintomas de antracnose em folhas, grãos e vagens

Lesões de antracnose no feijão nas folhas, grãos e vagens

(Fonte: Adama)

Esse fungo pode sobreviver em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos. 

Algumas medidas de manejo da antracnose do feijoeiro são:

  • sementes sadias e certificadas;
  • rotação de culturas (uso de gramíneas não hospedeiras);
  • eliminação de restos culturais;
  • variedades resistentes;
  • controle químico com fungicidas para feijão.

4. Mancha angular do feijoeiro

A mancha angular do feijoeiro é causada pelo fungo Pseudocercospora griseola, que pode sobreviver em sementes, restos de culturas e outros hospedeiros. Pode causar até 80% de perdas em produtividade.

Os sintomas típicos são lesões de coloração cinza a marrom, de formato angular (delimitadas pelas nervuras), e com halo amarelo. No campo, os sintomas ficam mais evidentes na fase final da cultura. 

Com o progresso da doença, pode ocorrer a desfolha prematura da planta.

Doenças do feijão: folha com sintomas de mancha angular

(Fonte: Taurino Alexandrino Loiola em Embrapa)

Medidas de manejo da mancha angular do feijoeiro:

  • variedades resistentes;
  • uso de sementes sadias e certificadas;
  • eliminação de restos culturais;
  • aplicação de fungicidas.

5. Mofo-branco

O mofo-branco é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, que pode afetar várias culturas. Em feijoeiro, é considerada uma das doenças mais agressivas da cultura, sendo mais problemática no florescimento.

A doença é favorecida pela alta umidade e temperaturas amenas. Como sintomas, ocorrem lesões encharcadas na parte aérea da planta. E, com o progresso da doença, há o crescimento de um micélio branco, com aspecto de algodão, sobre essas lesões. 

Há ainda a formação de escleródios. Os escleródios são um enovelamento/agregado de hifas, que são estruturas de resistência do fungo. Assim, este fungo pode sobreviver no solo através dessas estruturas por vários anos.

Caule de feijão com mofo-branco.

(Fonte: Nédio Rodrigo Tormen em Cultivar)

Os escleródios podem ser propagados por sementes ou máquinas agrícolas

Medidas de manejo do mofo-branco do feijoeiro são:

  • sementes sadias e tratamento de sementes;
  • limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas;
  • evitar alta densidade de plantio que favorece a formação da doença;
  • uso de fungicidas para proteção da cultura.

6. Podridão radicular seca no feijoeiro

Essa doença é causada pelo fungo Fusarium solani e está presente em todas as regiões produtoras de feijão do Brasil.  O patógeno sobrevive no solo por vários anos e raramente mata a planta, mas pode causar até 50% de perdas na cultura.

Como sintoma, você pode observar coloração avermelhada nas raízes jovens das plantas. Essa coloração progride para lesões marrons por toda superfície da raiz. A doença resulta em plantas pouco desenvolvidas, causando um estande irregular.

Doenças de feijão: raízes de feijão com sintomas de podridão radicular.

(Fonte: Murillo Lôbo Júnior em Embrapa)

A doença é favorecida por condições de solos compactados, encharcados, temperaturas baixas e pelo cultivo intenso de feijão. 

Medidas de manejo da podridão radicular seca do feijoeiro são:

  • tratamento de sementes com fungicida para feijão;
  • evitar plantar em solos compactados e encharcados.

7. Podridão de raízes do feijoeiro

A podridão radicular ou podridão de raízes do feijoeiro é uma doença fúngica causada por Rhizoctonia solani. Esse patógeno está presente na maioria dos solos cultivados.

O fungo pode atacar as sementes, que apodrecem antes de iniciar ou durante sua germinação. Se a plântula de feijão é infectada, ocorre lesão na base do caule, de coloração avermelhada.

Saber o que é a podridão radicular e como identificá-la na lavoura é fundamental. Afinal, a doença pode resultar em morte do sistema radicular e tombamento das plântulas.

Medidas de manejo da podridão das raízes do feijoeiro são:

  • sementes sadias;
  • tratamento de sementes com fungicidas;
  • evitar plantar em solos compactados e encharcados.

8. Ferrugem

A ferrugem do feijoeiro é uma doença causada pelo fungo Uromyces appendiculatus.  Essa doença está presente em todas as áreas produtoras do grão e responde por expressivas perdas na produção. 

Sua ocorrência é maior em áreas tropicais e subtropicais úmidas. Os estádios de pré-floração e floração da cultura são as fases mais críticas para o aparecimento da ferrugem.

O sintoma inicial dessa doença é o aparecimento de pequenas lesões esbranquiçadas na parte inferior das folhas. 

Com o tempo, essas lesões evoluem para pústulas de cor ferrugem. As pústulas podem se desenvolver dos dois lados da folha. É comum que elas estejam rodeadas por um anel de coloração amarelada. 

Folha de feijão com sinais de ferrugem

Sintomas de ferrugem em folha de feijoeiro

(Fonte: Dr Parthasarathy Seethapathy e colaboradores)

Dependendo do grau de infestação da lavoura, esse sintoma também pode ser observado nas vagens e nas hastes das plantas de feijão. 

9. Murcha ou amarelecimento de Fusarium

A murcha de Fusarium é uma doença causada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum  f. sp. phaseoli. Essa doença se desenvolve melhor sob condições de temperaturas amenas, solo úmido e compactado. 

Ela se manifesta na fase vegetativa e reprodutiva do feijoeiro. Os sintomas dessa doença são a murcha das plantas nas horas mais quentes do dia, amarelecimento das folhas e o desfolhamento precoce. 

As folhas do feijão amarelas e murchas são sinais de que o fungo impediu a água e os sais minerais de serem transportados para a parte aérea das plantas. 

No entanto, o amarelecimento das folhas também pode estar associado a presença de outras pragas e doenças do feijão. Problemas nutricionais, compactação do solo e deriva de produtos químicos também podem causar esses sintomas. 

Por isso, é de extrema importância realizar monitoramentos periódicos na área para avaliar a presença de pragas e doenças do feijão. Conhecer o histórico da área e analisar a distribuição dos sintomas na lavoura também contribuem com o diagnóstico.

No caso da murcha de Fusarium, os sintomas podem ser observados em reboleiras. Quando infectadas, as plantas jovens de feijoeiro apresentam redução do crescimento da parte aérea e do sistema radicular.

Em condições severas de infecção, as plantas podem morrer.

Doenças do feijão: plantas murchas na lavoura

Sintomas de murcha de Fusarium em plantas de feijão

(Fonte: Howard F. Schwartz)

Por se tratar de um fungo habitante do solo, a murcha de Fusarium é favorecida pela presença de nematoides na área. O ataque de nematoides ao sistema radicular do feijoeiro contribui para a entrada do fungo na planta.

10. Nematoides

O nematoide-das-galhas (Meloidogyne spp.) e o nematóide das lesões (Pratylenchus brachyurus spp.) são tipos de nematoides responsáveis por causarem prejuízos às lavouras de feijão.

Seu ataque causa a destruição do sistema radicular. Ele também provoca o amarelecimento das folhas, diminui a absorção de nutrientes e reduz o estande de plantas.

A presença desses parasitas na área favorece o aparecimento de doenças causadas por microrganismos habitantes do solo. 

A estratégia de manejo mais utilizada no controle de nematóides é o plantio de variedades resistentes/tolerantes.

11. Oídio

O oídio é uma doença de importância secundária para a cultura do feijão.

Essa doença é causada pelo fungo Eryshipe polygoni. As condições ótimas para o desenvolvimento do oídio em lavouras de feijão são baixas temperaturas e pouca umidade no solo.

O primeiro sintoma do oídio é o aparecimento de uma massa branca com aspecto pulverulento nas folhas do feijoeiro. Dependendo da severidade da doença, esse sintoma pode ser observado nas hastes e nas vagens das plantas.

Com o avanço da doença, o oídio também provoca a desfolha precoce

Manejo integrado das doenças da cultura do feijão

O manejo integrado na cultura do feijão associa diferentes técnicas que contribuem para o controle populacional do patógeno e da doença de forma eficiente. 

No manejo integrado de doenças da cultura do feijão, devem ser adotadas estratégias culturais, genética, biológica e química. Confira a seguir. 

Manejo cultural

Para o controle de doenças no feijoeiro, é importante que algumas práticas culturais sejam adotadas, como:

  • realizar um bom preparo de solo para o plantio do feijão;
  • adubação equilibrada;
  • rotação com culturas não suscetíveis;
  • controle de vetores de doenças;
  • controle de plantas daninhas hospedeiras de doenças;
  • utilizar sementes certificadas;
  • fazer tratamento de sementes com agroquímicos;
  • evitar o plantio em áreas com condições favoráveis ao desenvolvimento de doenças;
  • realizar a limpeza de máquinas e implementos agrícolas;
  • respeitar o período de vazio sanitário determinado para a cultura.

Manejo genético

O plantio de variedades resistentes/tolerantes é uma estratégia que apresenta bons resultados no manejo de doenças na cultura do feijão.

A resistência genética é eficaz no controle de doenças, segura para o meio ambiente e tem baixo custo.

Manejo biológico

Trata-se de uma técnica de baixo impacto ambiental, econômica e alinhada às práticas de produção sustentável.

Na cultura do feijão, o controle biológico com Trichoderma tem sido utilizado no manejo de algumas doenças, como podridão de raízes, podridão radicular seca, mofo-branco e antracnose.

O número de produtos com registro do Mapa ainda é bastante reduzido, quando comparado aos produtos químicos.

Manejo químico

No caso do feijoeiro, o controle das doenças com defensivos agrícolas químicos é uma prática bastante comum e indispensável para alcançar altas produtividades.

Para garantir a eficiência desse manejo, utilize produtos registrados no Mapa. Siga as orientações quanto à dosagem, época e modo de aplicação. O melhor inseticida para feijão irá depender da doença em questão, então cuidado para não aplicar o produto errado.

Faça também a rotação de produtos com mecanismos de ação diferentes. É importante lembrar que a melhor estratégia de manejo é evitar que a doença entre na sua lavoura. Por isso, sempre adote boas práticas agronômicas.

Em áreas que a doença já está presente, procure adotar mais de uma estratégia de manejo para evitar o desenvolvimento e evolução da doença. 

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Conclusão

O feijoeiro é cultivado praticamente durante o ano todo no Brasil, mas muitas doenças podem interferir na produtividade dessas safras.

Neste artigo, mostramos as principais doenças do feijão, seus sintomas e como controlá-las. 

Agora que você tem essas informações, não deixe que essas doenças reduzam o lucro da sua lavoura!

Você já teve muitos problemas com doenças do feijão? Como realiza o manejo na sua fazenda? Adoraria ver seu comentário abaixo.

Atualizado em 13 de junho de 2022 por Bruna Rhorig.

Bruna é agrônoma pela Universidade Federal da Fronteira Sul, mestra em fitossanidade pela Universidade Federal de Pelotas e doutoranda em fitotecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul na área de pós-colheita e sanidade vegetal.

Como garantir uma boa negociação da venda da soja de forma antecipada

Venda da soja: diferentes opções de negócios e as dicas do que considerar antes de fechar o contrato de comercialização do grão

A incerteza da venda de um produto agrícola, principalmente do preço de venda, pode ser uma dor de cabeça. E a dúvida, independente do ano, é sempre a mesma: “será que vou conseguir vender por um bom preço?”.

A venda antecipada é muito comum para commodities, principalmente os grãos. Mas afinal, o como garantir uma boa negociação antecipada para a venda da soja? Quer saber mais sobre esse assunto? Confira!

Venda da soja antecipada: modalidades de comercialização

A atual redução nos estoques brasileiros de soja, acompanhados da alta do dólar, manteve os preços domésticos firmes para a venda da soja em grão.

Isso garantiu avanços surpreendentes na venda antecipada da safra 2020/2021, que está 3 vezes maior que o habitual e pode chegar a até 50% da produção esperada!

A fim de garantir sempre maior rentabilidade na venda da soja, é muito importante ter cautela, e, além disso, sempre negociar com empresas e pessoas idôneas

As negociações da soja podem ocorrer em 4 diferentes mercados:

  • mercado físico (spot, cash ou à vista);
  • mercado a termo;
  • mercado futuro;
  • mercado de opções.

Esses quatro mercados são praticados no mundo todo, inclusive no mercado interno brasileiro. Conhecê-los pode trazer um diferencial na busca pelo melhor preço. É claro que cada mercado apresenta vantagens e desvantagens e abordaremos isso a seguir.

Mercado físico

No mercado físico – spot, cash ou à vista – os negócios são imediatos, ou seja, a compra e a entrega do produto ocorrem no mesmo momento

Vantagens: possibilita aproveitamento de oportunidades pontuais do mercado e garante disponibilidade financeira imediata.

Desvantagens: sujeito às oscilações no preço.

Para realizar a venda da soja no mercado físico, os negócios devem ser feitos com as tradings ou outros compradores.

Mercado a termo

No mercado a termo, também conhecido como hedge, as transações ocorrem em dois ou mais momentos no tempo.

Nos contratos a termo, tudo é acordado de forma antecipada, desde a mercadoria, entrega, local, meio de transporte, forma de pagamento e qualquer outro ponto necessário.

Vantagens: garantia de preços sem necessidade de gastos e grande flexibilidade de modelos de transação.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar oportunidades do mercado; risco de não cumprimento do contrato.

Para a venda no mercado a termo, os produtores devem combinar o contrato com empresas compradoras.

Mercado futuro

O mercado futuro da soja, assim como outras commodities, é negociado na Bolsa BM&FBovespa ou ainda CBOT (Bolsa de Chicago).

O produtor pode fixar o preço de venda na Bolsa com a garantia de que receberá o valor esperado no futuro.

Vantagens: proteção a variações negativas do mercado, garantia do recebimento (não há possibilidade de calote) e a bolsa oferece liquidez nas negociações.

Desvantagens: impossibilidade de aproveitar variações positivas do mercado, necessidade de capital para composição de margem de garantia, ajustes e taxas de corretagem e influência das oscilações de câmbio (operações em dólares).

Para realizar negociações nessa modalidade, o produtor deve trabalhar com uma corretora cadastrada na bolsa, fazendo as negociações através dela.

Mercado de opções

O mercado de opções está intimamente ligado ao mercado futuro e também ao hedge, do mercado a termo.

Neste caso, são contratos que asseguram o direito de compra e venda de algum ativo, que pode ser físico ou futuro.

O direito de compra, também chamado Call, o comprador pode comprar um contrato futuro com base num preço pré-estabelecido.

Já a obrigação de venda, ou Put, o vendedor tem a obrigação de vender caso seja desejo do comprador adquiri-lo.

Vantagens: proteção de baixa dos preços, sem ficar atrelado a preços pré-estabelecidos. 

Desvantagens: necessita desembolso financeiro, vulnerável às oscilações do câmbio, risco de precisar aplicar mais recursos financeiros, principalmente, caso não haja variação positiva.

Para adquirir direitos de compra ou venda, os produtores devem contatar corretoras cadastradas na Bolsa – e assim a corretora cuidará dos trâmites.

Outras opções

É claro que existem diversas modalidades para a venda da soja e outros grãos, como o barter, que podem ser alternativas interessantes e que valem a pena ser conhecidas.

4 dicas do que considerar antes de fazer a venda da soja

Mas, afinal, agora que já conhecemos as opções de mercado para venda da soja, a pergunta que todo mundo quer saber: qual delas é a melhor?

E os únicos que podem responder a essa questão são os próprios produtores.

Veja bem, cada caso é único, cada fazenda tem suas dificuldades e objetivos a serem superados e alcançados. Mas com algumas das dicas que separei para vocês, isso pode ficar mais fácil:

Dica 1 – Planejamento

Essa é sempre a dica número 1, com um planejamento bem feito, todas as etapas do processo produtivo fluem com facilidade, principalmente na hora da comercialização.

checklist planejamento agrícola Aegro

Dica 2 – Conheça suas necessidades

Como já diz o ditado, “nenhum vento sopra a favor de quem não sabem para onde ir”. 

Portanto, conhecer a sua fazenda, os custos, a rentabilidade e a produtividade são essenciais para definir o melhor caminho.

“Quanto eu posso negociar? Quanto eu já negociei? Esse preço cobre meus gastos? Qual meu histórico de produtividade?”

São todas perguntas que devemos saber a resposta antes de fechar negócio!

E nessa horas, precisão é tudo. Usar um software para produtor rural pode ser a diferença entre o acerto e o erro!

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Softwares como o Aegro podem fazer a diferença na precisão da gestão da sua fazenda

Dica 3 – Diversificação

Lembre-se que, na hora da venda da soja, diversificar as vendas é uma excelente alternativa para garantir flexibilidade e maximizar a rentabilidade.

Dica 4 – De olho no mercado

O agronegócio é mundial e tudo o que acontece no setor pode impactar positiva ou negativamente os preços de venda da soja.

Portanto, estar atento às perspectivas do mercado dos países produtores e compradores é essencial.
Assim, você tem embasamento na hora de tomar as decisões.

Para garantir os melhores preços, é importante estar antenado no mercado internacional e nas condições climáticas.

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Conclusão

Atualmente, temos diversas operações financeiras que podem ser realizadas para a venda da soja, sempre buscando os melhores preços para o produtor.

A escolha de como realizar a venda da soja cabe a cada produtor, com base em planejamento e gestão atrelado sempre às mudanças do mercado nacional e internacional.

Trabalhar com a diversificação da venda da soja, optando por mais de uma modalidade evita prejuízos e garante lucratividade.

Agora você conhece quatro formas para negociar a venda da sua soja, escolha aquela que melhor reflete e satisfaz suas preocupações.

Você fez a venda da soja antecipada nesta safra? O que considerou na negociação? Aproveite e compartilhe este artigo com outros produtores em suas redes sociais!

Como melhorar a gestão de fazendas?

Melhor a Gestão de fazendas: como fazer um bom gerenciamento operacional e administrativo, e as ferramentas que podem te auxiliar nesse processo!

A gestão da fazenda é um dos principais fatores para aumentar a rentabilidade no campo.

Muitas vezes focamos na compra de equipamentos tecnológicos na busca por mais eficiência, mas deixamos em segundo plano o controle de processos administrativos e operacionais da propriedade. 

Contudo, ter conhecimento aprofundado dos resultados da empresa rural é fundamental para crescer, lucrar mais e atingir resultados consistentes.

E então, como superar os desafios diários e fazer a gestão de fazendas da melhor maneira possível? Confira a seguir.

O que é gestão de fazendas?

A gestão de fazendas engloba diversos processos administrativos e operacionais planejados pelo gestor agrícola com o intuito de melhorar os resultados na fazenda e prosperar nas atividades executadas.

Ela está diretamente relacionada à capacidade de administração de tudo o que acontece dentro das propriedades.

O gestor deve se atentar a uma visão macro do negócio e realizar mensurações, seja através de softwares dedicados ou planilhas eletrônicas que possibilitem a análise desses resultados e a otimização dos processos.

Os conceitos de gestão de fazendas envolvem desde a área de finanças, máquinas e implementos agrícolas, manejos operacionais e relacionamento das pessoas que fazem parte do negócio rural.

Como melhorar a gestão da fazenda?

O investimento em cursos de capacitação dos gestores e da equipe é uma excelente opção se você deseja melhores resultados nas suas fazendas.

O gestor deve conhecer de administração rural, sendo fundamental o conhecimento de cada setor dentro da fazenda para conseguir visualizar, de uma forma macro, toda a cadeia produtiva envolvida.

Também é preciso ter colaboradores capacitados em cada área da fazenda, sendo necessárias reuniões para alinhamento de cronogramas e planejamentos eficientes em cada área de atuação.

A aquisição de um software de gestão presente no mercado – e que seja capaz de mensurar e gerar relatórios otimizados – é um excelente começo.

Muitos são os processos na fazenda que podem ser melhorados e as medições constantes são essenciais para fornecer dados para o gestor. Assim, fica mais fácil otimizar os custos e os manejos em campo.

Busque atuar com gestores proativos e focados em atingir metas e objetivos previamente determinados.

Quais são os quatro pilares da gestão rural?

Dentro da gestão de uma propriedade rural, existem quatro pilares que ajudam a garantir a eficiência, sustentabilidade e lucratividade.

Ao entender esses conceitos, é mais fácil identificar os pontos que precisam de melhoria e definir a melhor estratégia. Confira

1. Gestão Ambiental e Sustentabilidade

Envolve o uso responsável dos recursos naturais, práticas conservacionistas, manejo do solo e da água, e cumprimento das normas ambientais para garantir a sustentabilidade da produção no longo prazo.

2. Gestão Financeira

Concentra o controle de custos, receitas, investimentos e financiamentos. Além disso, ferramentas como balanço patrimonial e fluxo de caixa ajudam a manter a saúde financeira da fazenda.

3. Gestão de Produção

Diz respeito ao planejamento e acompanhamento das atividades agrícolas e pecuárias, incluindo uso de insumos, manejo do solo, controle de pragas e doenças, e adoção de tecnologias para aumentar a produtividade.

4. Gestão de Pessoas

São todas as responsabilidade que envolve à administração da equipe, capacitação dos colaboradores, divisão de tarefas e motivação dos trabalhadores rurais para garantir eficiência e um bom ambiente de trabalho.

Liderança Feminina: Gestão de  Pessoas no Agro

Quais os benefícios de melhorar gestão de fazendas?

Ao melhorar gestão rural você consegue entender os principais gargalos de seus modelos produtivos, propiciando melhorias e maior rentabilidade agrícola.

A gestão agrícola baseada em metas e objetivos futuros auxilia nas tomadas de decisões e ajuda a promover:

  • Redução de custos
  • Otimização das atividades
  • Estruturação do negócio rural
  • Alocação correta dos recursos financeiros
  • Delegação correta das atividades
  • Saúde financeira e fluxo de caixa

Como identificar problemas de gestão na fazenda?

A gestão eficiente é o segredo sucesso para qualquer produtor rural, mas em um setor tão dinâmico como o agronegócio, identificar gargalos e oportunidades de melhoria pode ser um desafio.

Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017, apenas 6,3% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros utilizavam algum tipo de software de gestão.

Essa baixa adesão a ferramentas de controle e análise pode dificultar a identificação de problemas e impactar diretamente a produtividade e a rentabilidade da fazenda.

Para ajudar você nisso processo, separamos algumas dicas importantes que vão ajudar a identificar problemas e melhorar a gestão da fazenda. Confira:

1. Analise seus resultados

  • Compare seus números: Compare os resultados da sua fazenda com os de outras propriedades na região ou com médias do setor. Se seus números estiverem abaixo da média, pode haver um problema de gestão.
  • Avalie seus indicadores: Analise seus indicadores de desempenho, como produtividade, custos, eficiência e rentabilidade. Se você notar alguma queda ou estagnação, investigue as causas.
  • Use ferramentas de gestão: Utilize softwares e planilhas para coletar e analisar dados da sua fazenda. Essas ferramentas podem te ajudar a identificar padrões e problemas.

Para identificar problemas de gestão em sua fazenda, é crucial estar atento a diversos indicadores e adotar uma abordagem proativa. Aqui estão algumas dicas importantes:

1. Analise seus resultados

  • Compare seus números: Compare os resultados da sua fazenda com os de outras propriedades na região ou com médias do setor. Se seus números estiverem abaixo da média, pode haver um problema de gestão.
  • Avalie seus indicadores: Analise seus indicadores de desempenho, como produtividade, custos, eficiência e rentabilidade. Se você notar alguma queda ou estagnação, investigue as causas.
  • Use ferramentas de gestão: Utilize softwares e planilhas para coletar e analisar dados da sua fazenda. Essas ferramentas podem te ajudar a identificar padrões e problemas.

2. Observe sua equipe

  • Motive seus funcionários: Uma equipe desmotivada pode ser um sinal de problemas de gestão. Invista em treinamento, reconhecimento e comunicação interna.
  • Delegue tarefas: Se você centralizar todas as tarefas, pode ficar sobrecarregado e impedir o desenvolvimento da sua equipe. Confie em seus funcionários e delegue tarefas de acordo com suas habilidades.

3. Avalie seus processos

  • Mapeie seus processos: Desenhe um fluxograma de todos os processos da sua fazenda, desde o plantio até a venda dos produtos. Isso te ajudará a identificar gargalos e oportunidades de melhoria.
  • Otimize seus processos: Busque formas de tornar seus processos mais eficientes, eliminando etapas desnecessárias e utilizando novas tecnologias.
  • Automatize tarefas: Automatize tarefas repetitivas e manuais, como a coleta de dados e o controle de estoque. Isso te poupará tempo e evitará erros.

4. Monitore o mercado

  • Fique atento às tendências: Acompanhe as tendências do mercado, como novas tecnologias, produtos e demandas dos consumidores. Isso te ajudará a identificar oportunidades e ameaças.
  • Adapte-se às mudanças: Esteja pronto para adaptar seus processos e produtos às mudanças do mercado. A flexibilidade é fundamental para o sucesso da sua fazenda.
  • Inove: Não tenha medo de experimentar novas técnicas e tecnologias. A inovação é importante para manter sua fazenda competitiva.

5. Busque ajuda externa

  • Consulte especialistas: Se você estiver com dificuldades para identificar problemas de gestão, procure a ajuda de um consultor especializado em agronegócio.
  • Participe de cursos e eventos: Participe de cursos, encontros e eventos do setor para aprender novas técnicas e trocar experiências com outros produtores.
  • Use a tecnologia a seu favor: Utilize softwares de gestão, aplicativos e outras ferramentas tecnológicas para otimizar seus processos e tomar decisões mais assertivas.

3 Ferramentas para melhorar a gestão de fazendas

A gestão de fazendas está muito relacionada a mensurações de todas as informações e atividades realizadas dentro da propriedade.

Se as fazendas mensuram o que acontece em cada pedaço da lavoura, fica mais fácil para o gestor analisar os relatórios e tomar decisões que otimizam as atividades agrícolas.

Softwares de gestão nos mostram quais são os custos operacionais em tempo real de cada hectare da propriedade, bem como de cada trator do maquinário agrícola disponível.

Os relatórios personalizados permitem decisões baseadas nos seus números reais. 

Se a fazenda possui relatórios personalizados, como os custos de cada máquina, custos com reparo e manutenção, custos operacionais de consumo de combustível e horas trabalhadas, fica mais fácil selecionar as máquinas mais eficientes para cada atividade.

Hoje em dia temos tecnologias que cabem no bolso de todos os produtores, seja para fazendas de 50 ou 100 mil hectares.

As fazendas menores podem utilizar softwares gratuitos para criação e processamento dos mapas, além de planilhas eletrônicas, como o Excel, para tabulação de dados e geração de relatórios. 

Outra opção são os softwares de gestão agrícola que trazem todos esses resultados de forma automatizada e fácil de entender. 

1. Software de gestão agrícola

O Aegro é um software de gestão de fazendas que facilita a rotina integrando caderno de campo, controle de estoque, controle financeiro e muito mais.

A plataforma permite o registro detalhado de despesas, como insumos e custos de safra, para proporcionar uma visão clara da rentabilidade.

Também é organizar as operações diárias, com a possibilidade de planejar atividades e registrar tarefas diretamente do campo, otimizando os processos e ajudando a garantir a viabilidade econômica da propriedade a longo prazo.

2. Geração de mapas de produtividade

Softwares gratuitos como QGIS ou o Google Earth Pro podem auxiliar nos desenhos dos talhões da propriedade e na identificação exata do tamanho das áreas produtivas de cada porção da lavoura.

Um mapa simples, identificando as áreas de cada talhão, a fertilidade dos solos e as variedades ou híbridos semeados, auxilia no correto entendimento de áreas mais produtivas das fazendas.

Sabendo quantos hectares serão semeados, uma planilha operacional pode auxiliar na gestão da compra de sementes, herbicidas e outros insumos para serem aplicados nas doses exatas.

O erro de cálculo, em apenas 5 hectares, pode encarecer o custo na compra de sementes de soja em valores de R$ 2 mil a R$ 5 mil em nossas fazendas.

Custos que podem ser evitados com um mapa simples com desenho de seus talhões e a quantificação em hectares de cada área produtiva da sua propriedade. 

Um detalhe interessante, esse mapa pode ser confeccionado utilizando ferramentas gratuitas disponíveis na internet, a custo zero.

3. Mapas de altimetria

Outro exemplo de mapa gratuito, disponível na internet, são os mapas de altimetria proveniente de satélites com sensores-radar.

O mapa de altimetria auxilia na gestão das fazendas mostrando qual é o relevo da propriedade e quais são as áreas de difícil mecanização.

Eles podem ser confeccionados com auxílio de drones e, uma vez que o produtor rural tenha ciência das áreas mais planas dentro da sua propriedade, o planejamento de plantio e colheita pode ser otimizado.

Áreas mais declivosas acarretarão menor rendimento operacional e, consequentemente, aumento dos custos envolvidos na operação.

Essas áreas com relevo acidentado podem ser separadas para reserva legal ou APP nas fazendas, uma vez que corremos o risco de capotamento de máquinas durante a operação em áreas com declividade acima de 15%.

Quais os desafios de melhorar a gestão da fazenda?

Para melhorar gestão da fazenda é essencial em qualquer modelo produtivo que busque melhores resultados. 

Mas, para alcançar essa gestão de excelência, há muitos desafios. Um dos principais é ter na mão todos os resultados do negócio rural. Sem isso, fica mais difícil saber, por exemplo, se de fato o valor de venda da produção está superando os custos necessários.

Os profissionais envolvidos na gestão da fazenda, portanto, devem estar capacitados para realizar as mensurações dos custos e ganhos e fazer as devidas otimizações, desde o operacional até as relações interpessoais.

A gestão de pessoas, aliás, também é um dos desafios na gestão de fazendas, que pode ser minimizado com treinamentos e valorização da equipe.

Além disso, outras qualidades de um bom gestor de fazendas – e que contornam os desafios da gestão rural são:

  • Capacidade de liderança;
  • Proatividade;
  • Otimização dos custos;
  • Capacidade de trabalho em grupo;
  • Conhecimento de softwares e tecnologias.

Gestores com capacidade de liderança e proatividade são os mais indicados para realização das boas práticas agrícolas dentro das fazendas.

A empresa rural deve ser fundamentada na excelência, tanto no setor operacional, quanto financeiro e administrativo.

Conclusão

“Aquilo que não se pode medir não se pode melhorar”. Essa frase, de Lord Kelvin, reflete muito bem o processo de gestão das fazendas. 

Produtores rurais que não contabilizam os dados e não computam resultados não conseguem expandir seus negócios, uma vez que não têm noção do montante envolvido nas atividades agrícolas.

A gestão de fazendas envolve desde o controle de estoque de produtos, operações agrícolas, insumos aplicados em cada área, até serviços de terceiros e manutenções das máquinas.

Cabe a cada gestor selecionar as melhores ferramentas para o momento atual das propriedades rurais e analisar os relatórios para traçar planos estratégicos de longo prazo. 

Assim, é possível ter uma tomada de decisão assertiva e melhorar o desempenho da fazenda.

>> Leia mais:

“4 dicas para melhorar a gestão de tempo na fazenda”

Restou alguma dúvida sobre o processo de gestão de fazendas? Você já utiliza um software de gestão ou planilha eletrônica? Aproveite e faça um diagnóstico de sua gestão aqui!  

Guia prático da adubação para algodão

Adubação para algodão: exigências nutricionais da planta, épocas favoráveis e recomendações para alcançar mais produtividade na lavoura!

Nos últimos 15 anos, a produção de algodão no Brasil saltou de 1 milhão de toneladas de plumas para quase 3 milhões na safra 2019/20.

O avanço da cotonicultura se deve a fatores como melhoramento genético e manejo das lavouras. E uma das principais partes do manejo é a adubação da cultura. 

Os cultivares de alto potencial produtivo apresentam grande sensibilidade ao estresse ambiental e a adubação correta auxilia a planta na hora de passar por condições desfavoráveis.

Então, veja a seguir as exigências nutricionais do algodoeiro, correções de solo e como fazer o manejo da adubação para o algodão!

Exigências nutricionais do algodão

A planta de algodão apresenta crescimento inicial lento, aumentando consideravelmente o acúmulo de nutrientes a partir dos 25 dias após o plantio. O pico ocorre entre as fases de primeiro botão e primeira flor.

Durante a fase de florescimento máximo, cerca de ⅓  do potássio é absorvido em um período de 14 dias. Isso nos mostra como um possível déficit de nutrientes nas épocas-chave podem afetar muito a produtividade.

De modo geral, cerca de 60% dos nutrientes são absorvidos entre o início do florescimento e a formação dos capulhos.

gráfico que demonstra acúmulo de matéria seca (A) e de nutrientes (B) pelo algodoeiro

Acúmulo de matéria seca (A) e de nutrientes (B) pelo algodoeiro
(Fonte: Embrapa, 2006)

As classes de interpretação de fósforo e potássio no solo dependem muito do teor de argila e da CTC do solo. 

De maneira geral, o teor ideal de fósforo está entre 15 e 20 mg/dm3 (para solos argilosos e arenosos respectivamente)

Já os teores ideais de potássio estão entre 30 e 50 mg/dm3 para solos com CTC menor e maior que 4 cmolc/dm3 respectivamente.

O algodoeiro é uma planta com pouco crescimento radicular, já que devido a seu complexo ciclo de desenvolvimento, apresenta um curto período vegetativo (40-45 dias), que é o principal momento de crescimento das raízes.

Durante o período vegetativo, as raízes têm menos competição com os drenos da parte aérea da planta. Mas, com o início da fase reprodutiva, as flores e frutos constituem drenos mais fortes para os fotoassimilados das folhas, diminuindo a taxa de crescimento das raízes.

Correção do solo

Um dos principais fatores relacionados à baixa produtividade de algodão é a acidez do solo, principalmente em função da sensibilidade da planta ao alumínio e pelo sistema radicular limitado.

Dessa forma, a correção do pH do solo utilizando a calagem e a neutralização do alumínio presente na CTC por meio da gessagem são duas técnicas fundamentais para garantir uma alta produtividade na lavoura de algodão.

A principal fórmula utilizada para o cálculo da necessidade de calagem (NC) é o da saturação por bases:

NC (t/ha) = (V2 -V1) x CTC/100 x f , sendo:

  • CTC (cmolc/dm3) = capacidade de troca de cátions do solo a pH 7,0 (SB + H++Al3+, em cmolc/dm3)
  • V2 = porcentagem de saturação por bases recomendada para a cultura (60% para o algodoeiro)
  • V1 = porcentagem de saturação por bases atual do solo, calculada pela fórmula: (SB/CTC) x 100
  • SB = soma de bases trocáveis (Ca2+ + Mg2+ + K+, em cmolc/dm3)
  • f = fator de correção do PRNT do calcário, f = 100/PRNT
  • PRNT = Poder Residual de Neutralização Total do calcário

Como a planta de algodão é exigente em magnésio, o recomendado é utilizar o calcário dolomítico ou magnesiano quando o teor de Mg no solo for menor que 1 cmolc/dm3.

Lembrando sempre que, para que ocorra a neutralização da acidez do solo por parte do calcário, é necessário que chova para que a água inicie a reação no solo.

Com isso em mente, é recomendado que se realize a calagem com um período de aproximadamente 30 dias antes da semeadura.

Critérios para gessagem

No caso do gesso, quando nas camadas de 20 cm a 40 cm ou 40 cm a 60 cm ocorrerem as situações abaixo, é recomendada a gessagem:

  • Cálcio inferior a 0,5 cmolc dm-3.
  • Alumínio superior a 0,5 cmolcdm-3.
  • Saturação por Al (m) superior a 30%.

A fórmula para aplicação de gesso mais simples é a multiplicação da porcentagem de argila do solo por 50. 

Por exemplo: em um solo com 50% de argila, aplicar no máximo 2.500 kg/ha de gesso.

Épocas de adubação do algodão

A adubação do algodoeiro pode ser realizada em 3 épocas, sendo elas pré-plantio, plantio e cobertura.

A adubação pré-plantio facilita o manejo da cultura, já que aumenta o rendimento da operação de semeadura, sendo comumente usada para o fósforo.

Para nitrogênio e potássio, pode-se realizar os 3 tipos de adubação. O mais seguro é a utilização da adubação de plantio mais o parcelamento da cobertura.

gráfico da produtividade de algodão em caroço em função de doses e época de aplicação de potássio, em solo com 500g/kg de argila e 63 mg/dm3 de K. Santa Helena de Goiás, safra 2003/2004.

Produtividade de algodão em caroço em função de doses e época de aplicação de potássio, em solo com 500g/kg de argila e 63 mg/dm3 de K. Santa Helena de Goiás, safra 2003/2004.
(Fonte: Embrapa, 2005)

Gráfico com produtividade de algodão em caroço em função de doses e épocas de aplicação de nitrogênio no sistema de integração lavoura-pecuária, em Montividiu, GO, safra 2002/2003.

Produtividade de algodão em caroço em função de doses e épocas de aplicação de nitrogênio no sistema de integração lavoura-pecuária, em Montividiu, GO, safra 2002/2003.
(Fonte: Embrapa, 2005)

É interessante notar que, em ambos os casos de adubação pré-plantio (nitrogênio e potássio), a qualidade do solo conta muito para a eficácia desse manejo.

Solos que necessitam corrigir teores de nutrientes e acidez podem responder de modo negativo a uma adubação pré-plantio.

Recomendações de adubação para algodão

As recomendações de adubação devem ser feitas levando em conta a condição do solo, ou seja, os teores atuais de nutrientes e a exportação de nutrientes do algodoeiro.

A adubação para elevar os teores de nutrientes do solo + a exportação é a chamada adubação de correção, que visa corrigir a fertilidade no perfil do solo.

A recomendação que leva em conta apenas a exportação dos nutrientes chamamos de adubação de manutenção, já que irá apenas suprir as demandas da planta.

Embora a adubação de manutenção pareça a opção mais lógica à primeira vista, ela nem sempre irá suprir toda a demanda da planta se os teores de nutrientes no solo estiverem abaixo do indicado.

Para as recomendações e cálculos de adubação do algodoeiro, usaremos adubação de manutenção, com base na exportação média de nutrientes por tonelada de produção.

tabela com exportação média de nutrientes para produção de uma tonelada e simulação para uma produção de 4.500 kg/ha de algodão em caroço (300 arrobas)

Exportação média de nutrientes para produção de uma tonelada e simulação para uma produção de 4.500 kg/ha de algodão em caroço (300 arrobas)
(Fonte: Embrapa, 2014)

Desse modo, uma produtividade média de 300 arrobas de algodão (4,5 toneladas/ha) irá demandar 54 kg de P2O5/ha que, convertido em supersimples (que apresenta 18% de P2O5), serão necessários 300 kg/ha do adubo.

No caso do nitrogênio, serão necessários 153 kg/ha de N – ou 340 kg/ha de ureia (que tem 45% de N).

Lembrando sempre que, no caso de adubação no sulco de plantio, o importante é se atentar à dose máxima de 50 kg de cloreto de potássio e de nitrogênio. Isso evita que ocorram queimaduras nas plântulas por conta da salinidade.

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

A adubação é um dos manejos mais importantes de uma lavoura. Decidir o quanto, como e quando utilizar é essencial para acertar nessa etapa.

Devemos sempre nos atentar à fertilidade do solo, tentando manter os níveis de nutrientes adequados para a cultura.

Um manejo correto, no tempo certo, ajuda a planta a alcançar todo seu potencial produtivo. Para isso, devemos sempre estar atentos aos sinais das plantas e do ambiente, já que como dizem: o olho do dono é que engorda o boi.

>>Leia mais:

“Logística da pluma do algodão: o que impacta o escoamento da produção?”

Como você faz o manejo de adubação para algodão na sua lavoura? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Irrigação de feijão: quando vale a pena investir?

Irrigação de feijão: como avaliar melhor esse investimento, vantagens, desvantagens e o resultado na produtividade da lavoura.

O feijão é uma cultura de ciclo curto, por isso pode ser muito afetada pela deficiência hídrica. 

A primeira safra de 2020, por exemplo, sofreu com a estiagem e teve impactos na sua produtividade.

A irrigação é uma tecnologia que pode ajudar muito, pois permite planejar melhor a lavoura e não contar somente com a “sorte” da chuva na hora certa.

Mas o que considerar antes de optar pela irrigação de feijão? Neste artigo vou mostrar as principais vantagens e desvantagens para que você faça a melhor escolha. Confira a seguir!

O ciclo do feijão e suas exigências hídricas

O feijão possui três safras por ano, o que proporciona sazonalidade das condições ambientais em cada safra. Mas as exigências da cultura durante o ciclo são sempre as mesmas, claro que de acordo com a cultivar utilizada. 

A exigência hídrica do feijão começa na germinação, a qual requer uma lâmina mínima de água de 1,3 mm. 

Mas é em V4 que a necessidade da cultura é maior. Neste momento em que existe mais área foliar, são necessários 56 mm ao todo.

Em R5, com o surgimento dos primeiro botões florais, também ocorre uma demanda hídrica grande. Em R7, na formação das vagens, ocorre outro pico de exigência hídrica.

Já falamos isso em detalhes no Blog do Aegro. Confira os “Manejos essenciais em cada um dos estádio fenológicos do feijão”.

O plantio de outono/inverno é o que enfrenta maior escassez de chuvas e, por isso, é uma das que mais requer o uso da irrigação para a produção. Mas quando vale a pena fazer a irrigação e quais são suas vantagens e desvantagens? Vou mostrar a seguir:

Vantagens e desvantagens da irrigação de feijão

Alguns pontos devem ser bem considerados para avaliar se vale a pena ou não o uso da irrigação para o feijão.

Antes de instalar a irrigação, considere:

  1. distribuição das chuvas da sua região;
  2. necessidade de água na cultura;
  3. efeito da irrigação na produtividade;
  4. fonte de água.

Vantagens 

Com o uso da irrigação, há todo suprimento hídrico necessário à cultura. 

Isso garante produtividade, eficiência de aplicação com a regulação correta do bicos irrigadores, proteção contra geadas e a possibilidade de uso para fertirrigação. 

E, se tudo for bem planejado, não há qualquer desperdício de água na propriedade. 

Desvantagens 

Para a implantação da irrigação, as condições locais vão fazer toda a diferença. Por isso, a declividade do terreno e as condições meteorológicas, como o vento, devem ser bem avaliadas.

Há também a necessidade do investimento inicial na estrutura para a irrigação e as despesas recorrentes com manutenção e energia elétrica que devem entrar no planejamento agrícola

Além disto, você necessita de autorização para captação de água: a outorga.

Tipos de irrigação para feijão

São três os principais tipos de irrigação: a localizada, a superficial e a de aspersão. Vou explicar melhor cada uma deles a seguir.

Localizada

Esse tipo de irrigação é realizada próximo às raízes das plantas, promovendo o umedecimento do solo. As técnicas utilizadas podem ser o gotejamento ou a microaspersão

foto com foco na irrigação localizada, mostrando a técnica de gotejamento em solo. irrigação de feijão

(Fonte: Érico Andrade/G1)

Superficial

Essa é a irrigação realizada por meio de sulcos na lavoura ou pela realização de inundações. A água é conduzida pela superfície do solo até o ponto de infiltração. 

Aspersão

Esse é o tipo de irrigação que simula uma chuva. 

Os sistemas mais utilizados nesses casos são o autopropelido, convencional ou pivô central. Vou falar um pouco mais sobre eles. 

Autopropelido

Nesse sistema existe o deslocamento pela área de cultivo de um carrinho com plataforma onde ficam as mangueiras e aspersores, podendo utilizar barras ou canhão de irrigação.

A vantagem desse sistema é ser utilizado em diversos tipos de áreas (com relevos e delimitações diferentes) e ter baixa exigência de trabalho manual

As desvantagens são o custo de investimento no equipamento e uma inadequada proteção contra geadas e gotas muito grandes quando mal regulado. 

foto de carrinho com plataforma autopropelido em um campo para irrigação de feijão

(Fonte: Embrapa)

Pivô Central

Como o próprio nome já diz, esse sistema é baseado em um pivô fixado ao centro de uma área circular, no qual as barras de irrigação atingem para a aspersão da água.

A vantagem desse sistema é a baixa exigência de mão de obra, a uniformidade da aplicação da irrigação, possibilidade de aplicação frequente em pequenas quantidades de água, protegendo de geadas e adaptação à fertirrigação. 

Por outro lado, o custo inicial da implantação é alto e a área irrigada pelo pivô é delimitada.

Aspersão Convencional 

Nesse sistema, a aspersão é fixada em um local que realiza a aspersão da água por canhão. 

As vantagens são o custo menor de implantação, facilidade de operação, além de poder ser utilizada em diversos tipos de área.

As desvantagens são a exigência de mão de obra para movimentação dos canhões na lavoura para irrigar outras regiões e dificuldade em possibilitar outros manejos fitossanitários da lavoura.

Ferramentas para intervalo de irrigações 

Para que não haja desperdícios, é necessário que se tenha um gerenciamento correto dos turnos de regas (ou o intervalo de irrigações). Por isso, vamos entender algumas ferramentas de controle: 

Tensiômetro 

Essa aparelho é colocado no solo para medir a tensão da água em duas profundidades diferentes: a 15 cm e a 30 cm. 

É a leitura dos dados dos tensiômetros que baseiam o processo de irrigação, que segue o método de turno de rega (TR). O cálculo do intervalo entre regas considera fatores como:

  • capacidade de campo;
  • ponto de murcha permanente;
  • densidade do solo;
  • profundidade efetiva das raízes da planta;
  • fator de disponibilidade de água;
  • evapotranspiração;

Ao longo do ciclo de feijoeiro, esses fatores variam. 

Em pivô central, os tensiômetros são instalados em distâncias de 4/10, 7/10 e 9/10 do raio do pivô.

Irrigâmetro

Esse aparelho contém um evaporímetro e o objetivo é estimar a evapotranspiração da cultura. Ele é constituído de um recipiente de seção cônica, de cor verde, que mantém uma superfície de água exposta à atmosfera e foi desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa.

Sensores

Através do uso de sensores é possível acompanhar diversas variáveis ambientais que influenciam diretamente na necessidade de rega.

Esses sensores podem ser distribuídos em várias partes da lavoura e coletando, a todo o momento, informações sobre a disponibilidade hídrica. 

planilha custos de pivô Aegro

Conclusão

O importante é você começar pelo simples: conheça bem a sua região, o clima, relevo, solo e o ciclo da cultura do feijão. 

Depois, faça bem feito o seu planejamento agrícola e conheça outras experiências de agricultura irrigada. Com isso, você saberá avaliar bem se a prática se encaixa no seu planejamento. 

Uma coisa é certa: se planejar bem o uso da irrigação da sua lavoura o resultado vem, pois o feijão é uma cultura com o mercado aquecido. 

>> Leia mais:

Melhore seu plantio de feijão (Phaseolus vulgaris L.)

Gostou do texto? A irrigação de feijão é uma opção para a sua propriedade? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Veja 5 formas de fazer o controle não químico para plantas daninhas

Controle não químico para plantas daninhas: aprenda a manejar as invasoras na ausência dos herbicidas.

Você já esteve diante de uma situação em que não podia recomendar ou usar herbicidas para controlar as plantas daninhas?

O que você faria se não existisse o manejo químico das invasoras?

Um dos principais métodos para prevenir a resistência de daninhas aos herbicidas é o MIPD (Manejo Integrado de Plantas Daninhas). Além disso, em sistemas orgânicos de produção, o uso de herbicidas também não é permitido.

Por isso, é essencial conhecer e saber como utilizar os métodos de controle não químicos para plantas daninhas. Confira e tire suas dúvidas a seguir!

Formas de controle não químico para plantas daninhas

Hoje, temos seis métodos de controle para plantas daninhas:

  • preventivo;
  • cultural;
  • mecânico;
  • físico;
  • biológico;
  • químico.

O uso de outros métodos de controle que não apenas o químico ajuda a prevenir ou retardar a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas.

Além disso, alguns métodos de controle não químicos são muito eficientes dependendo da planta daninha que queremos controlar. É o caso do uso da palha, que ajuda a controlar invasoras que precisam de luz para germinar.

A palha também ajuda no controle por meio da liberação de aleloquímicos, que podem atuar inibindo a germinação e o estabelecimento de plantas daninhas. Além disso, atua como uma barreira física, desfavorecendo as plantas daninhas de sementes pequenas.

A seguir, vou explicar melhor cada uma das formas de controle não químicas que você pode utilizar em sua lavoura.

1. Controle preventivo de plantas daninhas

O controle preventivo deve sempre estar presente no seu planejamento, pois ele tem como objetivo evitar a entrada de plantas daninhas na lavoura.

Alguns manejos preventivos são:

  • evitar o uso de esterco, palha ou compostos com propágulos de plantas daninhas;
  • limpeza completa de equipamentos agrícolas antes e após a entrada em talhões onde existam espécies-problemas;
  • inspeção de mudas e gramados (comprar sementes e mudas sem a presença de propágulos de plantas daninhas);
  • limpeza e manutenção de canais de irrigação;
  • limpeza de roupas e equipamentos agrícolas;
  • controlar as plantas daninhas durante a entressafra;
  • evitar o florescimento das plantas daninhas e dispersão das sementes;
  • colocar animais em quarentena em área isolada logo após serem adquiridos e/ou após transferência de localidades em sistema de integração lavoura-pecuária. Este processo facilita a limpeza de sementes aderidas em suas pelagens e a saída das sementes presentes no trato digestivo.

Pelos exemplos, você pode notar que fazemos o manejo preventivo sem perceber, mas é sempre bom lembrarmos quais são estes métodos e como utilizá-los a nosso favor!

duas fotos de sementes de carrapicho-de-carneiro e picão-preto na palma de uma mão

Sementes de carrapicho-de-carneiro e picão-preto são facilmente aderidas a pelagens dos animais
(Fonte: arquivo pessoal da autora)

2. Controle mecânico 

O controle mecânico de plantas daninhas é o procedimento que envolve o uso de ferramentas específicas e pessoas para controlar as invasoras.

Os métodos utilizados no manejo mecânico são:

  • arranquio manual;
  • roçadeira;
  • enxada;
  • rolo de facas;
  • cultivador rotativo;
  • cultivador de dentes;
  • revolvimento do solo;
  • roçadeira articulada.
foto de um homem com chapéu de palha capinando com enxada uma lavoura. Controle não químico para plantas daninhas

Capina com enxada
(Fonte: arquivo pessoal da autora)

3. Controle cultural de plantas daninhas

O controle cultural tem objetivo de fazer com que a lavoura manifeste seu máximo potencial produtivo.

Todos os manejos que favoreçam a cultura em detrimento das plantas daninhas pode ser considerado um controle cultural.

Neste método de controle, vamos proporcionar à cultura todas as vantagens para uma rápida germinação, emergência e desenvolvimento, para que ela consiga sombrear as entrelinhas o mais rápido possível.

Para isso, algumas táticas culturais utilizadas são:

  • rotação de culturas;
  • consórcio de culturas;
  • culturas em faixas;
  • plantio na época adequada, de acordo com o zoneamento agrícola;
  • espaçamento e densidade de plantio adequados;
  • controle de plantas daninhas na entressafra;
  • cobertura do solo com palha;
  • plantio no limpo, ou seja, sem a presença de plantas daninhas;
  • preparo físico e químico do solo;
  • cultivares adaptadas para a região de plantio.

A manutenção da cobertura do solo com palha pode reduzir a emergência de plantas daninhas de sementes pequenas e que precisam de luz para germinar.

Plantar a cultura na época correta, na densidade e espaçamento corretos, ajuda a cultura a germinar e se estabelecer de forma mais rápida. Isso reduz a competição com as plantas daninhas no início do desenvolvimento.

A rotação de culturas faz com que outros manejos sejam adotados de acordo com o cultivo estabelecido. São outros manejos de pragas, doenças e plantas daninhas – e isso também auxilia na redução do banco de sementes.

Para aqueles que não adotam o plantio direto, o revolvimento do solo que é feito no plantio convencional estimula a quebra de dormência das sementes ou ainda expõe as sementes à superfície.

O preparo químico mantém o equilíbrio do solo, algumas plantas daninhas são favorecidas por solos ácidos e de baixa fertilidade.

Espécies como assa-peixe, capim-barba-de-bode, capim-favorito e guanxuma são favorecidas por solos ácidos.

4. Controle físico de plantas daninhas

O controle físico não é tão conhecido como os outros métodos de manejo, porém é muito importante. 

Dentre os controles físicos de plantas daninhas podemos incluir:

  • cobertura morta;
  • solarização;
  • inundação;
  • drenagem;
  • eletricidade.

Vou explicar melhor cada um deles!

Cobertura morta ou alelopatia

Os restos culturais que ficam sobre o solo podem servir como uma barreira física. Essa barreira impede a emergência de sementes pequenas de daninhas, pois elas possuem poucas reservas, que são insuficientes para que a plântula ultrapasse a cobertura morta. 

A cobertura morta também favorece sementes fotoblásticas negativas e desfavorece as fotoblásticas positivas, ou seja, as que são favorecidas pela luz no processo de germinação.

A decomposição da cobertura morta também pode liberar compostos que são conhecidos por aleloquímicos, que podem interferir negativamente na germinação e emergência de plantas daninhas. É a chamada alelopatia.

Solarização

O processo de solarização consiste na utilização de coberturas plásticas com o objetivo de aumentar a temperatura do solo e causar a morte das plantas daninhas pelo excesso de calor. 

Para a solarização ocorrer da forma adequada, é necessário um clima quente, úmido e de intensa radiação solar, com dias longos para aumentar a temperatura do solo. 

É preciso a presença de umidade no solo para aumentar a condução de calor e estimular a germinação do banco de sementes. 

Inundação

A inundação impede que as raízes das plantas sensíveis obtenham oxigênio para sobreviver.  

É um método utilizado em culturas inundadas, como o arroz. 

A inundação controla plantas daninhas como: tiririca (Cyperus rotundus), grama-seda (Cynodon dactylon) e capim-kikuio (Pennisetum clandestinum). 

Drenagem

A drenagem pode ser utilizada no controle de plantas daninhas aquáticas.

Capim-arroz e arroz-vermelho são plantas daninhas favorecidas pela inundação. Ao se fazer a drenagem de água do ambiente, as espécies hidrófitas não conseguem se desenvolver.

Eletricidade

O controle de plantas daninhas com corrente elétrica é denominado de eletrocussão

Consiste na capina por meio de descarga elétrica.

Neste sistema ocorre o contato direto dos eletrodos aplicadores com a invasora.

A eletricidade, ao atingir as plantas daninhas, provoca alteração na fisiologia das plantas de forma irreversível. Assim, elas murcham e morrem em pouco tempo.

5. Controle biológico de plantas daninhas

De todos os métodos de controle, o biológico é o menos utilizado

Sua principal vantagem é também sua principal desvantagem: a especificidade do hospedeiro.

A especificidade é uma vantagem por sabermos qual planta o organismo vivo irá controlar.

Mas, no caso das daninhas, temos uma comunidade composta por várias espécies. Dificilmente vamos ter de controlar apenas uma planta invasora.

Entretanto, este método é bem empregado com o uso de peixes que conseguem controlar a população de plantas daninhas aquáticas, por exemplo.

Conclusão

No texto de hoje você aprendeu sobre os manejos não químicos de plantas daninhas.

Vimos que temos os controles preventivos, culturais, biológicos, mecânicos, físico e químicos.

Quanto mais métodos você empregar na sua lavoura, melhor será o controle das plantas daninhas.

Lembre-se sempre de pensar em sistemas de produção e não apenas em uma safra. Com isso, você conseguirá manejar adequadamente as plantas daninhas na sua área.

Quais métodos de controle não químico para plantas daninhas você utiliza em sua lavoura? Restou alguma dúvida? Aproveite e baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas na sua lavoura.

Tudo o que você precisa saber sobre mapeamento de plantas daninhas

Mapeamento de plantas daninhas: veja o que é, a importância, os principais sistemas disponíveis no mercado, vantagens e desvantagens. 

O manejo de plantas daninhas resistentes vem provocando aumento representativo no custo de produção. Isso se deve principalmente às pulverizações realizadas na lavoura inteira e não especificamente onde estão as plantas daninhas.

Isso resulta em aumento dos gastos com defensivos, desperdício de produtos e contaminação ambiental sem necessidade.

Ferramentas de agricultura de precisão vêm se mostrando aliadas importantes na eficiência da aplicação e na economia de produtos. 

Confira neste artigo como fazer o mapeamento de plantas daninhas e como ele pode ajudar a resolver muitos problemas na sua lavoura!

O que é o mapeamento de plantas daninhas?

O mapeamento de plantas daninhas é uma técnica que visa identificar as plantas invasoras presentes na lavoura.

Inicialmente, o levantamento de plantas daninhas de uma área era realizado por meio de amostragem. Para isso, uma equipe treinada se deslocava até pontos amostrais pré-determinados, realizava a identificação e estimava a distribuição de plantas daninhas na área. 

Mas esse método tradicional necessita de grande disponibilidade de mão de obra e a realização de uma quantidade de amostras que represente fielmente a área, o que é inviável. 

Desta forma, a agricultura de precisão vem se tornando forte aliada na solução desse problema.

Os sensores facilitam o levantamento de plantas daninhas, diminuindo custos e possibilitando maior estimativa da distribuição de plantas invasoras.

Na prática, eles podem ser facilmente acoplados a implementos agrícola ou serem transportados por drones, cobrindo com maior facilidade a área em sua totalidade. 

imagem representando o voo do drone da Horus realizando o mapeamento de plantas daninhas na lavoura

Ilustração do mapeamento de plantas daninhas realizado com drones
(Fonte: Horus Aeronaves)

Qual o melhor sistema para mapear plantas daninhas na lavoura?

A escolha dos diferentes sistemas de mapeamento dependerá do objetivo de uso das informações que serão obtidas.

Se o mapeamento for utilizado para identificar em quais talhões as plantas daninhas começaram a emergir primeiro ou localizar grandes reboleiras, a precisão do sensor não necessita ser tão grande. Assim, você pode utilizar sensores orbitais com até 5 m de precisão. 

Já para identificação de pequenas reboleiras ou da distribuição de plantas daninhas na área, é mais interessante utilizar sensores com precisão maior, próximo a 5 cm, como os acoplados em aeronaves. 

Além disso, é possível utilizar sensores acoplados diretamente no equipamento de pulverização, gerando informações em tempo real. 

E qual ferramenta escolher para aproveitar esses mapas? Vou explicar melhor a seguir:

Mapeamento de plantas daninhas para aplicação de herbicidas em pré-emergência

A aplicação de herbicidas em pré-emergência é uma importante aliada no controle de plantas daninhas resistentes. 

Entretanto, você só conseguirá um controle eficiente sem prejudicar o cultivo se utilizar a dose correta para cada porção de sua área. 

Os herbicidas aplicados em pré-emergência interagem diretamente com o solo e, dependendo de características (como teor de argila, teor de matéria orgânica e pH), o ajuste de dose deve ser feito.

Uma ferramenta que ajuda na aplicação de herbicidas em taxa variável conforme as características de solo é a tecnologia HTV®, desenvolvida pela APagri em parceria com a Esalq/USP. 

Primeiramente são coletados dados das principais características do solo, o que pode ser feito junto com o mapeamento da fertilidade do solo. Depois, é realizada a recomendação de produtos de acordo com essas informações e com o histórico de infestação da área. 

Definindo quais herbicidas serão utilizados, são gerados os mapas com doses específicas para aplicação localizada!

Esses mapas deverão utilizados por um pulverizador que contenha um sistema de aplicação em taxa variável. Isso irá garantir a dose ideal de herbicida em cada ponto mapeado.

Mapeamento de uma área para aplicação de pré-emergente com o sistema HTV®

Mapeamento de uma área para aplicação de pré-emergente com o sistema HTV®
(Fonte: APagri)

Mapeamento de plantas daninhas para aplicação de herbicidas pós-emergente 

Para o controle de plantas daninhas em pós-emergência, o mapeamento pode ser realizado anteriormente, desde que o tempo de processamento das imagens seja rápido.

Outra opção é fazer esse mapeamento em tempo real por meio de sensores acoplados ao pulverizador, que podem controlar o acionamento e vazão dos bicos. 

No mapeamento prévio, as imagens podem ser geradas por satélite ou sensores acoplados a drones. Elas são utilizadas principalmente para catação de plantas na entressafra ou na pós-emergência dos cultivos (desde que no processamento da imagens seja possível diferenciar plantas daninhas e cultura). 

Já no sistema de mapeamento em tempo real, os sensores captam informações de presença de plantas daninhas alguns segundos antes da chegada do bico no alvo e comandam uma válvula de acionamento muito rápida para aplicação do produto e/ou ajuste de dose (ex: Pulse Width Modulation). 

Um sistema que já vem sendo utilizado no Brasil com mapeamento em tempo real para pulverização agrícola é o WEED – It. Confira no vídeo que eu separei:

Vantagens e desvantagens do mapeamento

Separei algumas vantagens e desvantagens do mapeamento de plantas daninhas utilizando tecnologia:

Vantagens

  • otimização da aplicação;
  • menor dano ambiental em longo prazo;
  • facilidade na tomada de decisão de qual herbicida utilizar;
  • menor gasto com herbicidas;
  • possibilidade do mapeamento durante a realização dos tratos culturais;
  • determinação prévia da quantidade de herbicidas a ser utilizado;
  • traçar estratégias de manejo antecipadamente.

Desvantagens

  • alto custo de implementação de sistemas;
  • dinamismo na população de plantas daninhas, podendo mudar suas características em pouco tempo;
  • mapeamento necessita de programas específicos;
  • equipe treinada;
  • erros na aplicação podem ocorrer devido a problemas na geração de imagens ou na elaboração do mapa de recomendação.
guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Conclusão

Neste artigo, vimos como a tecnologia pode auxiliar no mapeamento de plantas daninhas.

Entendemos o que é um mapeamento e como escolher o melhor método para sua lavoura.

Vimos também as possibilidades da utilização dessa técnica pensando na pré e pós-emergência das daninhas, além das principais vantagens e desvantagens.

Espero que com essas informações você consiga realizar um bom monitoramento de plantas daninhas em sua lavoura.

>> Leia mais:

Índice de vegetação: o que ele pode dizer sobre sua lavoura

Mapas de produtividade na agricultura de precisão: como otimizar seus insumos

Você realiza o mapeamento de plantas daninhas em sua lavoura? Já enfrentou problemas? Adoraria ver seu comentário abaixo!