6 passos para fazer o planejamento financeiro da sua fazenda com sucesso

Planejamento financeiro: Como estruturá-lo em sua propriedade para tomar decisões mais assertivas e alcançar mais lucro.

Você tem controle do financeiro da sua empresa agrícola hoje? Sabe quando tem lucro ou prejuízo com a fazenda?

Diante dessas questões, vejo que muitos produtores ainda não têm uma administração financeira da propriedade.

Ter as respostas para essas perguntas é muito importante para o sucesso de um negócio agrícola.

Para responder a essas questões, é necessário ter uma boa gestão agrícola – e é indispensável ter um planejamento financeiro.

Para te ajudar com isso, preparamos este texto com 6 passos para a elaboração do planejamento financeiro. Confira!

Planejamento financeiro na sua empresa agrícola

Você já deve ter escutado esta frase: “o sucesso de um negócio começa com um bom planejamento”.

Em uma empresa rural, não é diferente. Com o avanço das tecnologias, problemas de pragas nas lavouras e o grande número de atividades envolvidas nas propriedades rurais, é necessário ter planejamento.

E o planejamento agrícola é o ato de se programar pensando no seu objetivo agrícola. Por isso, é preciso que você entenda e planeje todas as atividades envolvidas na sua lavoura.

Como sempre falo, sua propriedade rural é sua empresa, por isso, você precisa cuidar do seu negócio.

Assim, para obter lucro e tomar decisões assertivas na sua atividade, você deve ter um planejamento financeiro. Desta forma você tem o direcionamento de que caminho seguir para ter sucesso e alcançar seu objetivo.

O planejamento financeiro é importante para que sua empresa rural não tenha um custo maior que a renda. E, se isso ocorrer, você deve modificar suas atividades e sua programação.

Deixar de lado esta etapa ou realizar um planejamento financeiro mal feito pode acarretar prejuízos para sua fazenda.

Mesmo que sua empresa rural seja pequena, é muito importante realizar esse planejamento. 

Por isso, listei 6 passos para você iniciar um planejamento financeiro com sucesso na sua fazenda.

Passo 1: Realize o diagnóstico financeiro da empresa

Conheça como está a parte financeira da empresa, ou seja, a situação atual do negócio (diagnóstico do seu negócio).

Analise os dados de safras anteriores (histórico da parte financeira da propriedade). Quais foram os gastos da fazenda; o que recebeu da sua produção agrícola; qual foi o custo de produção da safra passada, entre outros dados.

Saber onde sua empresa rural está na parte financeira te auxilia no planejamento, determinando quais os pontos a serem melhorados ou que devem ser seguidos no planejamento.

Além de conhecer a parte financeira, conheça seu negócio como um todo. Saiba as características da cultura; produção estimada; operações agrícolas necessárias; defensivos que serão utilizados, entre outros.

Aqui no blog temos diversos materiais que te auxiliam no conhecimento de pragas, doenças, plantas daninhas, análise de solo, adubação e outros dados sobre a cultura que irá implantar na sua fazenda.

Então, procure ter o máximo de informações que sejam importantes para o planejamento financeiro do seu negócio – e não deixe de registrar esses dados!

E um lembrete muito importante: separe suas finanças pessoais e a da empresa sempre.

Passo 2: Registre todas as informações para realizar o planejamento financeiro 

Anote ou registre todas as informações da parte financeira de sua fazenda. Essas informações podem estar contidas no histórico da propriedade que comentamos no passo 1.

Além disso, para realizar o planejamento das finanças você precisa registrar o que pretende gastar, o que irá ganhar, quando pretende vender e muitas outras informações.

Outro ponto importante que deve ser registrado é sobre situações que podem ocorrer durante as atividades agrícolas: quais tipos de operações agrícolas podem ser usadas; preço de defensivos agrícolas; preço de venda da cultura; armazenamento do produto, entre outras.

Ou seja, você tem de ter um olhar para diferentes cenários que podem ocorrer na sua lavoura. 

Por exemplo, o preço do grão pode reduzir ou aumentar na época que você irá colher e isso deve constar no planejamento financeiro. Assim, você sabe o que fazer se isso acontecer. 

Outro ponto que deve ser considerado para o planejamento financeiro são as informações sobre o mercado. Se você produz soja, por exemplo, veja qual a tendência do preço do grão no momento em que for colher.

Também verifique e registre se irá estocar a soja colhida e quando pretende vendê-la.

Passo 3: Verifique o fluxo de caixa

Fluxo de caixa é você registrar todas as contas da sua empresa rural, tanto a entrada como a saída de dinheiro (receitas e despesas).

planejamento financeiro

(Fonte: Sebrae)

Mas como isso pode te auxiliar no planejamento financeiro?

Você pode utilizar o fluxo de caixa de safras passadas para te auxiliar a planejar a parte financeira da sua empresa, já que lá tem tudo organizado: o que e com que gastou; o que e com o que recebeu; qual foi o lucro, entre outros dados.

Enfim, o fluxo de caixa te ajuda a trilhar o planejamento financeiro.

Além disso, com o fluxo de caixa você sabe onde sua fazenda está em relação à parte financeira. Você também consegue planejar as contas da sua empresa de acordo com o valor que tem em caixa.

Ter um fluxo de caixa atual da fazenda te auxilia no acompanhamento do planejamento financeiro que realizou para a sua empresa rural.

Para fazer o fluxo de caixa da sua fazenda e o planejamento financeiro de forma descomplicada, você também pode utilizar softwares de gestão.

Vou falar mais sobre esse assunto no passo 5.

Passo 4: Confira seu estoque

Ter o estoque organizado pode te ajudar muito no planejamento financeiro da empresa.

Se você sabe o que tem no estoque e o que precisa comprar, isso facilita o planejamento financeiro.

É importante ter o estoque conferido para saber qual a quantidade disponível de cada produto e quanto essa quantidade significa em custos (em reais ou dólares).

Se você planeja suas atividades agrícolas, você sabe se precisa comprar fertilizantes, por exemplo, e pode realizar orçamentos desses produtos.

Com esses orçamentos em mãos, seu planejamento financeiro é mais efetivo.

Lembre-se que comprar insumos com antecedência pode proporcionar uma boa economia. Se precisar de ajuda com esse controle, aproveite para baixar uma planilha de controle de estoque de defensivos agrícolas.

Passo 5: Registre e controle o planejamento financeiro

Ao longo da execução das atividades da sua empresa rural, você deve se atentar se o planejamento financeiro está sendo executado (registre as informações) e o que pode ser melhorado tanto no planejamento como nas atividades da fazenda.

Caso o planejamento financeiro não tenha sido executado e você obteve prejuízo, é necessário identificar qual foi a falha do processo e corrigir.

Passo 6: Use um software de gestão agrícola

As planilhas são ótimas para começar. Mas, com o tempo, os seus dados estarão descentralizados e ficará cada vez mais difícil de analisar o cenário econômico do seu negócio rural.

Para resolver esse problema, conte com um software de gestão como o Aegro. Essa ferramenta permite que você acompanhe a trajetória completa do seu dinheiro em um só lugar, além de acompanhar os indicadores financeiros por completo.

Tudo começa com o orçamento da safra, onde você define o quanto quer gastar com insumos, maquinário, salários, entre outras possíveis despesas. Você também estabelece suas metas de produtividade e verifica o quanto precisa vender para não ficar no prejuízo.

controle de custos Aegro

Depois, você vincula as suas contas bancárias ao sistema e começa a organizar o seu fluxo de caixa, registrando parcelas a pagar e a receber. O controle das suas finanças pode ser feito tanto pelo computador, quanto pelo celular.

No final do processo produtivo, o aplicativo te oferece uma análise detalhada de custos e rentabilidade para cada talhão. Ou seja, você tem em mãos um histórico de gastos e receitas para tomar melhores decisões no futuro.

Além disso, suas informações ficam armazenadas na nuvem, o que permite que você acesse o software de qualquer lugar e garante mais segurança para o seu planejamento financeiro.

Simplifique a gestão do seu negócio com a importação financeira de contas a pagar e receber

A importação de histórico financeiro é o jeito mais simples e prático de começar a utilizar o Aegro. 

Importe os dados de contas a pagar e receber de suas planilhas ou de outras ferramentas e ganhe agilidade no uso do sistema. Assim, você mantém o controle do seu histórico e garante a eficiência do seu time, reduzindo o tempo gasto com a digitação dos dados para outras atividades.

Seus dados são importados de uma vez, permitindo que o Aegro utilize as informações para gerar as análises necessárias para o controle do negócio.

Tela que mostra importação de histórico financeiro com Aegro

Quer saber como o Aegro pode agilizar ainda mais as atividades do seu negócio? Clique aqui e assista a uma demonstração gratuita!

planilha de fluxo de caixa

Conclusão

O planejamento financeiro é indispensável para uma boa gestão da empresa rural.

Neste texto, comentamos a importância do planejamento da parte financeira da fazenda, visando a obtenção de lucro com as atividades.

Também abordamos 6 passos para que você realize um planejamento de sucesso e a importância de separar sua vida financeira das contas da fazenda.

Com estas informações, dê o primeiro passo e mãos à obra, ou melhor, mãos no computador/celular para começar seu planejamento financeiro!

>> Leia mais:

“Conheça a relação entre taxa Selic e agronegócio”

Você sabe onde está o gargalo do seu planejamento agrícola?”

Planejamento rural eficiente: maximize sua produtividade e aumente seu lucro

Você realiza o planejamento financeiro em sua fazenda? Quais são suas dificuldades? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Controle biológico de pragas agrícolas: Como funciona esse método

Controle biológico de pragas agrícolas: Saiba mais sobre esse método de manejo muito eficaz e que ainda vai te ajudar a reduzir os custos na lavoura

O controle biológico tem como objetivo controlar as pragas agrícolas a partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser insetos benéficos, parasitoides, fungos, vírus ou bactérias, por exemplo.

É um método de controle racional e sadio, que pode ser natural ou induzido. Além disso, pode contribuir para reduzir os custos com o controle químico da lavoura.

A tática tem crescido no mercado agrícola brasileiro, mas ainda existe receio por parte de muitos produtores em usá-la.

Vou te apresentar os principais tipos de controle biológico para que você entenda melhor como vai te ajudar na redução dos custos da sua lavoura. Veja a seguir!

O que é controle biológico de pragas agrícolas?

O controle biológico de pragas é definido como um fenômeno que acontece naturalmente no ambiente por meio dos inimigos naturais, que regulam o número de plantas e animais.

No Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle biológico é um dos métodos que pode ser utilizado de forma natural ou induzida para reduzir a população das pragas. 

No caso do controle biológico de insetos-praga na agricultura, os inimigos naturais podem ser predadores, parasitoides e entomopatógenos.

Os predadores matam as presas e as consomem. São insetos maiores que as presas, têm vida livre e necessitam de um número alto de indivíduos para completar seus ciclos. 

controle biológico de pragas agrícolas
Joaninha predando pulgão
(Fonte: Portal Paisagismo)

Os parasitoides são os insetos que vão parasitar a praga. Os adultos são de vida livre e as larvas parasitam a praga se alimentando do hospedeiro para completar seu ciclo de vida. O hospedeiro morre ao final do ciclo. 

controle biológico de pragas agrícolas
Cotesia flavipes parasitando broca-da-cana
(Fonte: Heraldo Negri de Oliveira)

Os entomopatógenos são microrganismos que causam doenças nos insetos-praga e os matam. Como exemplo, podemos citar fungos, vírus, bactérias, nematoides e protozoários

Artrópodes infectados por Beauveria bassiana
Artrópodes infectados por Beauveria bassiana
(Fonte: Mascarin e Jaronski, 2016)

Tipos de controle biológico

O controle biológico é uma prática natural para o manejo de pragas e doenças, utilizando organismos vivos para controlar ou reduzir populações de pragas.

Existem três tipos principais de controle biológico, cada um com suas características específicas. Confira abaixo:

1. Controle biológico natural

Refere-se ao controle que ocorre naturalmente no ambiente para equilibrar o ecossistema. A principal ação do produtor para garantir esse tipo de controle é na conservação dos inimigos naturais na área. 

Para isso, é importante que você manipule o ambiente de maneira que preserve os organismos benéficos.

Por exemplo, se for fazer aplicação de produtos químicos, opte por aqueles que forem seletivos aos inimigos naturais da área.

Outra maneira seria manter plantas atrativas próximas ao cultivo para que, na ausência da praga na cultura, os inimigos naturais possam se alimentar de presas ou hospedeiros alternativos presentes nessas plantas.

controle biológico de pragas agrícolas
Esquema de como podem ser distribuídas as plantas para atrair inimigos naturais
(Fonte: Documentos 283 Embrapa)

2. Controle biológico clássico 

Esse tipo visa uma medida de controle a longo prazo, por isso é indicado que seja realizado em cultivos de plantas perenes ou semiperenes

Para o controle de pragas exóticas (aquelas que não são nativas) são realizadas importações e colonizações de seus inimigos naturais.

Ao longo do tempo, são feitas liberações inoculativas, ou seja, liberações de um pequeno número de organismos por uma ou mais vezes no mesmo local. 

Por haver introdução de outro organismo, vários estudos devem ser realizados para assegurar que não ocorra nenhum tipo desequilíbrio no meio ambiente. 

3. Controle biológico aplicado 

Esse é o tipo de controle biológico mais utilizado comercialmente. Os inimigos naturais são criados de forma massal em laboratório para serem liberados no campo. 

As liberações são inundativas e visam a redução das populações das pragas em um curto período de tempo; são os chamados “inseticidas biológicos”. 

Controle biologico: Exemplos

O controle biológico é uma técnica de manejo de pragas que utiliza organismos vivos para controlar ou reduzir populações de pragas, sem o uso de produtos químicos.

Esse método é mais sustentável e pode ser muito eficaz, quando bem planejado. Aqui estão alguns exemplos mais comuns:

1. Insetos predadores

  • Joaninhas (Coccinellidae): São predadores naturais de pulgões, ácaros e outros insetos pequenos. Ao introduzir joaninhas na lavoura, é possível reduzir as populações de pragas sem agredir o meio ambiente.
  • Crisopas (Chrysopidae): As larvas da crisopa são predadoras de pulgões, ácaros e larvas de insetos. Elas são comumente usadas em hortas e cultivos de frutas.

2. Parasitoides

  • Vespas parasitoides: Algumas vespas colocam seus ovos dentro de outros insetos, como moscas ou lagartas. As larvas da vespa se alimentam da praga hospedeira, matando-a. Um exemplo é a Trichogramma, que parasita ovos de várias espécies de lepidópteros (como as lagartas).
  • Nematóides: Certos tipos de nematóides, como o Steinernema e o Heterorhabditis, parasitam insetos do solo, como larvas de besouros. Esses nematóides infectam e matam as pragas, sendo uma alternativa eficaz para o controle de pragas subterrâneas.

3. Microrganismos

  • Bacillus thuringiensis (Bt): Uma bactéria que produz toxinas que matam lagartas de várias espécies. O Bacillus thuringiensis é amplamente utilizado em cultivos de soja, milho e algodão para controlar lepidópteros (como a lagarta-do-cartucho).
  • Fungos entomopatogênicos: Fungos como o Beauveria bassiana ou o Metarhizium anisopliae infectam e matam insetos, como percevejos e formigas. Esses fungos são aplicados na lavoura para combater pragas de maneira natural.

4. Controle Biológico com Micro-organismos do Solo

  • Trichoderma spp.: Um fungo que pode ser usado para controlar outras doenças fúngicas no solo, como as causadas por Fusarium, Rhizoctonia e Sclerotinia. Ele age competindo com esses patógenos e produzindo substâncias que os inibem.
  • Pseudomonas fluorescens: Bactéria benéfica que ajuda no controle de doenças causadas por patógenos do solo, como Fusarium e Pythium, além de estimular o crescimento das plantas.

5. Competidores

  • Insetos competidores de alimentos: Um exemplo de controle biológico indireto é quando se introduzem espécies de insetos que competem com as pragas por alimento. Isso pode reduzir a população de pragas naturalmente, como é o caso de alguns bichos-preguiça que consomem as mesmas folhas que algumas pragas.

6. Controle com Plantas

  • Plantas repelentes: Algumas plantas atuam como repelentes naturais de pragas. O uso de plantas como alcatrão ou manjericão pode ajudar a afastar insetos como mosquitos e moscas, reduzindo a necessidade de controle químico.
  • Plantas que atraem inimigos naturais: Cultivar plantas que atraem insetos benéficos, como flores que atraem joaninhas ou abelhas, pode ajudar a aumentar o controle biológico na lavoura.

7. Controle com Predadores Naturais

  • Pássaros: Alguns pássaros podem ser usados para controlar pragas em áreas agrícolas, como gafanhotos, lagartas e até mesmo pequenos roedores. Embora não seja uma técnica direta como os insetos predadores, o incentivo à presença de aves benéficas pode ajudar no controle biológico.

Formas de liberação dos inimigos naturais 

Existem três formas que você pode optar no momento da liberação da população de inimigos naturais, que vão depender da praga-alvo em questão:

  • Inoculativa: é o tipo de liberação típico do controle biológico clássico em que os inimigos naturais são liberados em um número bastante limitado, visando o controle da população da praga em longo prazo.
  • Inoculativa estacional: esse tipo de liberação é mais comum em casas-de-vegetação em períodos de ocorrência da praga. Os efeitos serão a curto e longo prazos, com a liberação de altas densidades inicialmente. 
  • Inundativa: é utilizado de maneira efetiva para controle de pragas em cultivos anuais ou bianuais em que há a necessidade do controle da praga a curto prazo. São feitas criações massais em biofábricas. 

Inimigos naturais utilizados comercialmente no controle biológico de pragas 

O uso de controle biológico aplicado tem a necessidade da produção dos inimigos naturais em larga escala, ou seja, devem ser realizadas criações massais.

Essas criações são possíveis devido ao investimento de diversas biofábricas que produzem esses organismos para que você, produtor, possa adquirir e utilizar na sua lavoura. 

Muitos são os produtos biológicos registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que podem ser consultados no site Agrofit.

Além disso, a tecnologia de aplicação tem avançado bastante. E, como você já deve ter visto por aí, muitos produtores têm feito as liberações com o auxílio de drones. 

Veja no vídeo abaixo, a liberação de vespas parasitoides para o controle de lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda, em lavoura de milho com o uso de drones

Como você viu no vídeo, quando os produtos biológicos são utilizados em um Manejo Integrado de Pragas (MIP), o uso de defensivos químicos será reduzido e, consequentemente, há uma redução nos custos

Além do mais, o uso intensivo de inseticidas pode causar ressurgência de pragas, selecionando aqueles indivíduos resistentes na população. 

Com a compatibilização dos métodos de controle, você poderá obter redução das pragas agrícolas de forma sustentável. Sem contar que vai diminuir os resíduos químicos no meio ambiente. 

Sempre opte por produtos seletivos aos inimigos naturais, independente do tipo de controle biológico que for fazer. Isso vai permitir que o manejo seja efetivo e você não terá problemas futuros, como a eliminação dos organismos benéficos do meio. 

Exemplos de produtos biológicos comercializados

O Brasil tem crescido muito nesse setor, cerca de 15% ao ano, e já existem muitos produtos registrados no site do MAPA, o Agrofit. Veja alguns exemplos:

Cotesia flavipes

Essa vespinha é liberada de forma inundativa em canaviais para o controle de lagartas da broca-da-cana, Diatraea saccharalis

Exemplos de produtos registrados: Cotesia Biocontrol.

cotesia flavipes em cana
Liberação de adultos Cotesia flavipes em cana-de-açúcar
(Fonte: Defesa Vegetal)

Trichogramma pretiosum

Essa é uma vespa menor ainda e é muito efetiva no controle de ovos de diversas lepidópteras-praga, como Spodoptera frugiperda em milho e Crysodeixis includens em soja.

Exemplo de produto registrado: Pretiobug.

controle biológico de pragas agrícolas
Fêmea de Trichogramma pretiosum parasitando ovo de mariposa
(Fonte: Defesa Vegetal)

Beauveria bassiana

Este é um inseticida microbiológico em que os fungos entomopatogênicos atuam sobre diferentes estágios de desenvolvimento dos hospedeiros. O fungo coloniza o inseto e o leva à morte. 

Exemplo de produto registrado: Boveril WP PL63.

Fungo Beauveria bassiana
Fungo Beauveria bassiana colonizando adulto de broca-do-café 
(Fonte: Terra Viva)

Sempre consulte um(a) agrônomo(a) antes de tomar qualquer decisão na sua lavoura!


Consultoria contábil para o agronegócio: 5 dicas para ganhar mais espaço e crescer

Consultoria contábil: Como impulsionar o serviço prestado e as ferramentas que facilitam o trabalho com a empresa rural.

A contabilidade é fundamental para o sucesso da fazenda, e é por isso que as consultorias contábeis tendem a crescer nesse ramo.

A necessidade de desenvolvimento dos negócios rurais, juntamente com a competição cada vez mais acirrada do mercado, contribuem para que isso ocorra.

Neste artigo, vamos mostrar algumas dicas de como a consultoria contábil pode ser realizada de forma descomplicada.

Mostramos também como consultores e produtores podem crescer trabalhando juntos! Confira!

5 dicas para ganhar mais espaço em sua consultoria contábil

1ª dica: Ofereça mais do que apenas serviços de preparação de impostos 

Que o Brasil é “campeão” de impostos, todo mundo sabe. Isso representa uma grande oportunidade de mercado para os contadores especializados em ajudar os produtores.

O desafio é fazer com que seus clientes escolham uma consultoria contábil em vez de um negócio tributário ou mesmo fazer por conta própria.

Por isso, ofereça mais do que apenas serviços de prestação de impostos. Auxilie na gestão financeira como um todo, desde o controle de estoque até o fluxo de caixa.

Com isso, a construção de uma relação de confiança fica mais fácil e até mesmo o trabalho tributário se torna menos confuso.

consultoria contábil

(Fonte: Freepik)

2ª: Rede para encontrar novos clientes

No coração de um negócio em crescimento, existem fortes relacionamentos. Antes de poder construir relacionamentos com novos clientes, você precisa fazer uma rede para encontrá-los. 

Quanto tempo você deve gastar em rede depende da rapidez com que deseja ver o crescimento. 

No passado, existiam sites de mídia social para conectar indivíduos. Hoje eles são usados ​​em parte para uma finalidade diferente: publicidade. 

Sites de mídia social como Facebook e Instagram apresentam oportunidades incríveis de marketing para micro e pequenas empresas de contabilidade que não têm um orçamento enorme para marketing. 

Os líderes dessas empresas de consultoria devem aproveitar as oportunidades de marketing gratuitas (ou quase gratuitas) oferecidas pela mídia social. 

Impressionantes 94% dos compradores de B2B (empresa para empresa) realizam pesquisas online antes de tomar uma decisão de compra. Segundo LaFollette, do CPA.com, essa tendência continuará.

“Os clientes vão cada vez mais comprar e selecionar profissionais com base exclusivamente na presença digital desse profissional, tornando sua ‘marca digital’ e ‘pegada digital’ cada vez mais importantes”, diz ele. 

“Se a sua empresa não está à altura ou à frente da indústria – 57% estão no LinkedIn, 50% estão no Facebook, 22% no Twitter e 15% no blog -, é hora de estabelecer uma presença. A chave é ser ativo, útil e genuíno”, reforça.

3ª: Estratégia

Tomada de decisão estratégica e execução com base em dados financeiros são fundamentais para qualquer empresa.

Os dados financeiros são essenciais para fins orçamentários e fiscais e são necessários para a tomada e execução estratégicas de decisões. 

Aquisições, investimentos e outras compras estratégicas devem ser feitas apenas com base em bons dados financeiros. E as consequências podem ser devastadoras para as empresas que não o fazem.

Além de mostrar ao produtor os recursos que ele pode investir para expandir sua empresa rural, os departamentos de contabilidade bem-sucedidos analisarão as finanças da empresa em busca de oportunidades para reduzir custos e liberar ainda mais recursos para oportunidades de crescimento. 

As decisões estratégicas devem sempre ser tomadas com muito cuidado, com base em informações financeiras históricas e atualizadas.

Ao combinar dados históricos e atuais, você pode criar fortes preditores de desempenho e tendências futuras.

4ª dica: Realize o controle financeiro de seu cliente de novas formas

Com esse gerenciamento feito de maneira correta, produtor e consultor conseguem visualizar exatamente tudo que foi gasto ou investido. 

Mas o controle da parte financeira qualquer consultor pode oferecer. O controle financeiro de forma centralizada, fácil, simples do cliente entender, não é qualquer um.

Invista em planilhas dinâmicas ou softwares para construir essa diferenciação. Assim, é mais fácil visualizar onde está sendo empregada a maior parte dos recursos, reduzir gastos, planejar investimentos. 

Desta forma você também pode planejar e indicar qual o melhor caminho para cada empresa rural de maneira individualizada.

5ª: Ferramentas para auxiliar na consultoria contábil

Lauren Clemmer, diretora executiva da Association for Accounting Marketing, reforça que, assim como impactou todos os outros setores, a tecnologia é cada vez mais forte na contabilidade.

“A tecnologia não substituirá pessoas e relacionamentos. De fato, isso tornará o trabalho das pessoas mais importante porque elas precisam traduzir os dados que a tecnologia pode calcular, ajudando seus clientes a entender como esses números se aplicam aos seus negócios. A chave é identificar oportunidades e articular como a empresa pode ajudar o cliente a aproveitar essas oportunidades”, diz.

Ela recomenda que as empresas adotem a tecnologia certa para suas necessidades e, em particular, entendam a web e o papel das mídias sociais.

A era digital substituiu o papel por ferramentas digitais!

O Excel é considerado importante por qualquer consultor contábil. Além disso, o certificado digital também pode ser um ótimo aliado, pois é possível assinar contratos digitalmente, com validade legal em qualquer local!

Outra ferramenta interessante é o Farejador, que está conectado à Secretaria da Fazenda. Essa ferramenta permite saber quem emitiu a CTe ou uma NFe e pode armazenar arquivo em nuvem.

Já se você quer centralizar as informações das fazendas atendidas e possuir o histórico de informações para realizar um controle eficiente, o Aegro pode te ajudar.

Com o Aegro, consultor e produtor conseguem visualizar as informações da propriedade na palma da mão! Isso facilita a comunicação e a tomada de decisão.

consultoria contábil

Você pode começar uma gestão bem-sucedida na sua fazenda agora mesmo utilizando o Aegro

Consultoria contábil: Importância para a fazenda

A consultoria contábil é uma prestação de serviço que vai muito além do tradicional serviço contábil e financeiro. Ela é responsável pelo controle de folha de pagamento, demonstrativos de fluxo de caixa e apuração de impostos (carga tributária) também.

De modo geral, a consultoria funciona pela identificação e detalhamento da situação atual da empresa rural. E, em seguida, é realizada uma assessoria contábil.

A consultoria contábil traz benefícios tanto para produtor quanto para consultores.

O produtor rural tem a segurança de ter um profissional especializado auxiliando na tomada de decisões, com relatórios sobre o andamento da empresa rural e possíveis mudanças para atingir maior lucratividade.

Já o consultor pode expandir seus ganhos com o serviço de consultoria, oferecendo mais opções e alcançando maior público.

De acordo com pesquisa realizada pelo Sebrae, 54% dos empresários entrevistados pagariam até 20% a mais para um contador que prestasse consultoria!

Portanto, não perca esta oportunidade no meio rural e conheça agora o programa de consultores Aegro aqui e veja como começar!

fluxo de caixa Aegro

Conclusão

A consultoria contábil vem crescendo consideravelmente em empresas rurais. Neste artigo, mostramos como ganhar espaço e otimizar essa prestação de serviços na fazenda.

Vimos também algumas dicas e ferramentas para auxiliar no planejamento tributário e melhoria da empresa rural.

Espero que com essas dicas passadas aqui você possa desenvolver ainda mais sua consultoria e fortalecer a parceria com os empresários rurais!

Como vai sua consultoria contábil? Restou alguma dúvida? Adoraria ver seu comentário abaixo!


Principais e melhores manejos na dessecação para pré-plantio de milho

Dessecação para pré-plantio de milho: Saiba quais pontos considerar e quais produtos utilizar no manejo das principais plantas daninhas

A entressafra com certeza é o momento ideal para fazer um bom manejo de plantas daninhas na sua lavoura! Nesse período, é possível utilizar muitas técnicas de manejo como o controle cultural, mecânico e químico. 

No caso do manejo químico, utilizar uma quantidade maior de mecanismos de ação de herbicidas melhora o controle de plantas daninhas de difícil controle e previne a resistência. 

E como realizar um manejo eficiente de plantas daninhas antes do plantio de milho? Saiba mais a seguir:

Dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho: Principais pontos 

A cultura do milho possui uma capacidade maior de competição com plantas daninhas, podendo conviver até 30 dias sem perdas na produtividade. 

Porém, o alto investimento justifica que seja feito um ótimo manejo de plantas daninhas na entressafra.

Saiba os principais pontos na dessecação de plantas daninhas para pré-plantio de milho:  

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-amargoso

(Fonte: Lorenzi, 2014 )

  • Rotacionar técnicas de manejo para evitar a seleção de plantas daninhas resistentes a herbicidas;
  • Controlar plantas daninhas dentro do estádio recomendado de controle: 2 a 4 folhas para folhas largas; e 2 a 3 perfilhas para gramíneas;
dessecação pré-plantio milho

Plântula de leiteiro, no estádio ideal de controle

(Fonte: Lorenzi, 2014)

dessecação pré-plantio milho

Plântula de capim-branco, no estádio ideal de controle

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Realizar manejo outonal ou antecipado, com uso de aplicações sequenciais;
dessecação pré-plantio milho

Inversão de flora após manejo de plantas daninhas perenizadas

(Fonte: Arquivo do autor)

  • Usar de herbicidas pré-emergentes;
  • Respeitar período residual de herbicidas para evitar Carry over (danos a culturas seguinte);
  • Seguir as boas práticas na tecnologia de aplicação.

Dessecação para pré-plantio de milho: Principais herbicidas utilizados no manejo de entressafra 

Quando houver plantas daninhas de folhas largas (buva, por exemplo) e folha estreita (ex: capim-amargoso) de difícil controle na área, deve-se priorizar o manejo de plantas de folhas estreita na entressafra, devido à seletividade do milho. 

Herbicidas pós-emergentes: 

Paraquat

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle da rebrota de plantas maiores,

Espectro de controle: não seletivo. 

Dosagem recomendada:  1,5 a 2,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: apresenta muitos problemas com incompatibilidade de calda. 

Cuidados: Necessidade de bom molhamento das folhas. Está sendo retirado do mercado por problemas de toxicidade. 

2,4 D 

Quando aplicar: utilizado nas primeiras aplicações de manejo sequencial. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas largas (ex: buva).

Dosagem recomendada: 1,2 a 2 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato) e/ou pré-emergentes. Cuidado com problemas de incompatibilidade no tanque (principalmente graminicidas). 

Cuidados: Cuidar com período entre a aplicação de 2,4D e o plantio de milho, nas doses recomendadas, esperar um período mínimo de 8 dias. 

Glifosato

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: não seletivo.

Dosagem recomendada: 2,0 a 4,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: 2,4 D, graminicidas), pré-emergentes (ex: sulfentrazone) ou de contato (ex: saflufenacil). 

Produtos à base de dois sais ou em formulação granulada possuem maiores problemas de incompatibilidade de calda! 

Cuidados: muitos casos de resistência. Há perdas de eficiência quando associado a produtos que aumentam o pH da calda. 

Glufosinato de amônio

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas provenientes de sementes (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: não seletivo, porém mais efetivo em folhas largas. 

Dosagem recomendada: 2,5 a 3,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato e graminicidas). 

Saflufenacil 

Quando aplicar: pode ser utilizado em plantas pequenas (< 10 cm) ou em manejo sequencial para controle de rebrota de plantas maiores. 

Espectro de controle: plantas daninhas de folhas larga (ex: buva).

Dosagem recomendada: 70 a 100 g ha-1.

Pode ser misturado com: herbicidas sistêmicos (ex: glifosato). 

Cletodim

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,5 a 1,0 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de clethodim. 

Haloxyfop

Quando aplicar: possui ótimo controle de plantas pequenas (até 2 perfilhos) ou pode ser utilizado na primeira aplicação do manejo sequencial.

Espectro de controle: controle de gramíneas. 

Dosagem recomendada: 0,55 a 1,2 L ha-1.

Pode ser misturado com: geralmente associado ao glifosato. Quando misturado com 2,4 D, aumentar 20% da dose de haloxyfop.

O uso de adjuvantes deve seguir a recomendação de bula!

Herbicidas pré-emergentes:

Atrazine 

Atualmente o herbicida mais utilizado para a cultura do milho!

Quando aplicar: Pode ser aplicado na pré-emergência da cultura imediatamente antes da semeadura, simultaneamente ou logo após a semeadura. Em aplicações em pós-emergência da cultura e plantas daninhas, deve-se acrescentar óleo vegetal. 

O produto fornece bom controle quando aplicado na pré-emergência ou pós-emergência precoce das plantas daninhas. 

Espectro de controle: controla plantas daninhas de folha larga como picão-preto, guanxuma, caruru, corda-de-viola, nabo, leiteira, poaia, carrapicho-rasteiro e papuã. 

Também é muito utilizada para controle de soja tiguera no milho, em aplicação isolada ou associada aos herbicidas mesotrione ou nicosulfuron! 

Lembre-se, é muito importante que haja um manejo eficiente da soja tiguera para se respeitar o vazio sanitário. 

Dosagem recomendada: 3 a 5 L ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes. 

Pode ser misturado com: glifosato (se misturado em pós-emergência – milho RR), mesotrione, nicosulfuron, S-metolachlor e simazine. 

Cuidados: Recomenda-se aplicação em solo úmido. Aplicação em solo seco, período de seca após aplicação de até 6 dias ou presença de palha cobrindo o solo (plantio direto) podem diminuir a eficiência do produto.

S-metolachlor

Herbicida com grande potencial de ser inserido no manejo de plantas daninhas na cultura do milho. Pode ser utilizado para ampliar o espectro de controle de herbicidas para folha larga. 

Quando aplicar: na pré-emergência da cultura e das plantas infestantes. 

Espectro de controle: Ótimo controle de gramíneas de semente pequena (ex: capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e papuã), e bom controle de algumas folhas largas de sementes pequenas (ex: caruru, erva-quente e beldroega)

Dosagem recomendada: 1,5 a 1,75 L ha-1, dependendo da planta daninha a ser controlada. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido. 

Isoxaflutole

Herbicida técnico que exige alguns conhecimentos prévios quanto a características do solo (teor de argila e matéria orgânica) e cuidados com as condições climáticas no momento e após a aplicação.

É muito importante consultar e seguir as recomendações da empresa para evitar toxicidade no cultivo.  

Quando aplicar: deve ser aplicado na pré-emergência do milho e das plantas daninhas. 

Espectro de controle: exerce bom controle em gramíneas anuais e algumas folhas largas como caruru e guanxuma. 

O grande diferencial deste herbicida é que, em condições de seca, ele pode permanecer no solo por um período razoáv 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coinc (opens in a new tab)”>el (> 80 dias), até que nas primeiras chuvas é ativado, o que irá coincidir com a emergência de várias plantas daninhas.  

Dosagem recomendada: 100 a 200 mL ha-1, dependendo das características do solo e plantas daninhas presentes (somente para solos com textura média e pesada). 

Pode ser misturado com: atrazine. 

Cuidados: Não é recomendado para solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. 

Trifluralina

Herbicida muito utilizado no passado que pode voltar a ser inserido no manejo de plantas daninhas do milho, principalmente devido ao lançamento de novas formulações que não necessitam ser incorporadas (menor problema com fotodegradação).  

Quando aplicar: no sistema de plante-aplique ou até 2 dias após da semeadura do milho. 

Espectro de controle: bom controle de gramíneas de semente pequena 

Dosagem recomendada: 1,2 a 4,0 L ha-1, dependendo da planta daninhas a ser controlada e nível de cobertura do solo. 

Pode ser misturado com: atrazine e glifosato.

Cuidados: Deve ser aplicado em solo úmido e livre de torrões. Solo coberto com resíduos vegetais (palha) ou com alta infestação de plantas daninhas diminuem a eficiência do produto. 

>> Leia mais: “Plantação de milho: 5 passos para maior produção e lucro

Conclusão

Neste artigo vimos a importância do manejo eficiente de dessecação para pré-plantio de milho. 

Discutimos a quais principais pontos o produtor deve se atentar para realizar o planejamento do manejo de plantas daninhas na entressafra. 

Falamos sobre as principais ferramentas de controle químico que podem ser utilizadas no período de entressafra. Discutimos ainda como realizar seu posicionamento correto para não ocasionar danos à cultura do milho.  

Com essas informações, tenho certeza que você irá realizar um bom manejo de herbicidas!

>> Leia mais:

Como funciona o herbicida tembotrione para controle de plantas daninhas

Quais herbicidas você utiliza na dessecação para pré-plantio de milho? Aproveite e baixe gratuitamente aqui o Guia para Manejo de Plantas Daninhas e saiba como controlá-las melhor em sua lavoura!

Florada do café: cuide bem das flores e colha bons frutos

Florada do café: os principais cuidados nesta etapa, como controle de doenças, irrigação e outros para garantir melhor produção na próxima safra.

“Meu cafezal em flor, quanta flor, meu cafezal…” Imortalizada na música de Cascatinha e Inhana, a florada do café é mesmo um momento sublime!

As flores brancas e perfumadas embelezam o campo e nos dão esperança de uma colheita farta.

Mas, como diz o ditado, “nem tudo são flores”. Muitos são os cuidados que o produtor deve ter para garantir que a florada do café venha a dar bons frutos. Confira comigo no artigo!

A florada do café

A florada do café é resultado de uma série de processos que acontecem na planta e também da interação com fatores ambientais.

Nas axilas foliares dos ramos plagiotrópicos do cafeeiro existem gemas seriadas vegetativas que, com o estímulo ambiental adequado, são evocadas a se tornarem reprodutivas.

Isso ocorre a partir de janeiro e se intensifica com a chegada do outono. Quando maduras, as gemas reprodutivas entram em dormência, permanecendo nesse estado até que as primeiras chuvas cheguem.

florada do café
Escala fenológica do cafeeiro no momento da floração. O auge da florada dura três dias
(Fonte: Pezzopane et. al., 2003)

Com as águas, as gemas se hidratam, os botões florais crescem e, cerca de 11 dias depois, temos a abertura floral propriamente dita. 

Em anos normais, a florada do café arábica geralmente ocorre entre setembro e novembro.

Mas engana-se aquele que pensa que o manejo visando a florada começa só aí. Ele deve começar muito antes, de forma preventiva. Vamos falar sobre a importância desse manejo a seguir.

Cuidados com a florada do café

A época da florada é crítica para a determinação do potencial produtivo da lavoura de café. De modo geral, quanto mais nós nos ramos, maior quantidade de flores pode surgir. E, quanto mais flores, mais frutos podemos produzir.

É lógico que até a colheita muita coisa pode acontecer, mas o potencial produtivo é definido assim, simplificadamente.

florada do café
Ramo plagiotrópico de café. Quanto mais nós nos ramos, maior quantidade de flores que darão origem aos frutos
(Fonte: Pinterest)

Mas calma, nem tudo que reluz é ouro…

Embora a florada seja muito bela, deixando a lavoura toda branca, “nevada”,  sabemos que nem sempre é um bom sinal quando as flores ficam muito visíveis.

Isso porque flores muito à mostra indicam que as plantas estão pouco enfolhadas. 

Se temos poucas folhas, temos menor área fotossintética na planta e, portanto, menos suprimento aos grãos. No fim das contas, o pegamento daquelas flores que estão aparecendo não será tão alto e a produção de café será menor. Fique atento!

Principais doenças da florada

As duas principais doenças da florada do café são a mancha-de-phoma, causada por fungos do gênero Phoma; e a mancha-aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. Garcae. 

mancha-de-phoma
Mancha-de-Phoma
(Fonte: Vicente Luiz de Carvalho/Epamig)
mancha-aureolada
Mancha-aureolada 
(Fonte: CN Café)

São vários órgãos atacados e sintomas distintos, como podemos ver nas figuras acima. 

Ambas doenças podem impactar diretamente na produção, pois causam a morte ascendente dos ramos produtivos (die-back) e a mumificação dos chumbinho no pós-florada. 

chumbinhos
Mumificação dos chumbinhos 
(Fonte: Vicente Luiz de Carvalho/Epamig)

Elas são favorecidas por temperaturas amenas e alta umidade. Portanto, regiões mais altas e amenas, terão mais problemas.

Formas de controle

Geralmente é utilizado o controle químico para essas duas doenças.

Em áreas onde as condições são favoráveis para o desenvolvimento dessas doenças, o controle deve visar a pré-florada, iniciando já no outono-inverno, de forma preventiva.

Como o cafeeiro pode apresentar várias floradas, esse controle deve seguir até a fase de chumbinho para uma boa proteção no pós-florada.

Qual produto utilizar?

No caso da Phoma, o ingrediente ativo mais utilizado é a Boscalida (Cantus) na dose de 150 g do produto por hectare. 

Com a presença da mancha-aureolada, recomenda-se adicionar cobre na mistura a 0,3%, realizando assim o controle simultâneo das duas doenças.

Não é raro que existam focos de ferrugem (Hemileia vastatrix) já ocorrendo na lavoura durante a florada. Assim, se faz necessário utilizar outros fungicidas, geralmente misturas de estrobilurinas, triazóis e/ou carboxamidas. 

Como aplicar?

Vale lembrar que a frequência de aplicações depende de monitoramento, do residual do fungicida e das condições de cada lavoura, utilizando um volume mínimo de calda de 400 L para  aplicação.

As aplicações devem visar a pré-florada, para atingir os botões florais e o pós-florada, quando as pétalas já caíram, a fim de proteger os chumbinhos que virão.

Devemos evitar a aplicação com as flores presentes, pois as pétalas impedem que o fungicida atinja o alvo adequadamente.

Considerações sobre a adubação na florada do café

O cafeeiro deve estar equilibrado nutricionalmente, sem exageros e desequilíbrios entre N (nitrogênio) e K (potássio). Só esse cuidado já reduz a incidência de várias doenças, por exemplo.

Além disso, a fase reprodutiva, mais especificamente a frutificação, exige atenção especial quanto à nutrição, pois é a fase de maior demanda do cafeeiro.

Os nutrientes devem estar à disposição do cafeeiro quando o mesmo entrar nessa fase.

Quando adubar?

Com a chegada das águas, começa a florada do café, o que marca o início da fase reprodutiva propriamente dita.

Portanto, o momento ideal de adubação para café é anterior à florada, quando temos a expectativa da chegada das águas. Em outras palavras: o adubo deve estar esperando as chuvas no campo! Assim, o fertilizante terá melhor aproveitamento pela planta, atendendo o momento de maior demanda desde o início.

Uniformizando a florada do café: o controle de irrigação

A abertura e uniformidade da florada, o pegamento e a boa frutificação são totalmente dependentes de água. 

É também na fase reprodutiva que temos a maior demanda do cafeeiro por água (evapotranspiração).

Em lavouras irrigadas, onde há o controle fino sobre a quantidade de água aplicada, temos oportunidade de interferir nisso, visando maior potencial produtivo e uniformidade da florada.

A ideia é diminuir ou suspender a irrigação nos meses de inverno, a fim de uniformizar a maturação das gemas florais. Após esse período, retornamos com a irrigação, mantendo-a durante a frutificação.

Com isso, “forçamos” a planta à abertura floral uniforme, evitando vários fluxos de floração por conta de chuvas espalhadas.  

É lógico, podem ocorrer chuvas que interfiram nesse processo, mas o controle da irrigação pode, sim, trazer bons resultados.

Com a continuidade da irrigação, garantimos um melhor pegamento e enchimento de grãos de café também.

Assim, os produtores de café irrigado têm a oportunidade de conseguir um café de mais qualidade e uniforme, com o mesmo custo de produção, apenas regulando a irrigação. 

>> Leia mais: “Broca-do-café: veja as principais alternativas de controle

banner-adubacao-cafe

Conclusão

Pudemos conferir no artigo como é importante o cuidado com o cafezal em flor.

Mesmo antes das flores aparecerem, o produtor deve estar atento e atuar preventivamente, principalmente em áreas que favoreçam a incidência de doenças como phoma e mancha-aureolada.

A irrigação e adubação podem ser diferenciadas na época da florada, sempre visando a obtenção de melhores colheitas e eficiência.

Com um bom manejo na florada do café, a possibilidade de se ter uma lavoura saudável e produtiva são maiores. Fique sempre atento!

>> Leia mais:

Poda do cafezal: Como fazer para aumentar sua produção

Pós-colheita do café: Tendências e perspectivas para cafés de qualidade (+ cuidados com a lavoura)

Todas as recomendações para o melhor plantio do café

E você, que cuidados toma na florada do café? Conte para a gente nos comentários. Grande abraço!

As melhores formas de controle para cigarrinha-das-pastagens

Cigarrinha-das-pastagens: Principais características e como se livrar dessa praga com controle cultural, químico e biológico.

Você já reparou que, logo após os períodos chuvosos, algumas áreas de pastagens ou do consórcio milho-braquiária, costumam ficar amareladas? 

Eu te dou 99% de certeza que a cigarrinha-das-pastagens é a maior culpada desses sintomas. 

Mas como esses sintomas aparecem e o que fazer para evitar?

Respondemos essas e outras perguntas a seguir! Confira e entenda mais sobre a cigarrinha-das-pastagens!

Características da cigarrinha-das-pastagens

Existem várias espécies de cigarrinha-das-pastagens que provocam danos em gramíneas forrageiras utilizadas na pecuária para alimentação animal.

Algumas são pragas também em milho safrinha, principalmente quando consorciado com braquiárias

cigarrinha-das-pastagens

Presença de cigarrinha-das-pastagens, Deois flavopicta, em milho
(Fonte: Ivan Cruz)

As espécies são da família Cercopidae que pertence à ordem Hemiptera

As principais são Deois schach, Deois flavopicta, Deois incompleta e Zulia entreriana.

Todas elas têm hábitos muito semelhantes e suas diferenciações se dão por características morfológicas. 

Tanto os adultos como as ninfas (fase jovem) causam danos, pois sugam a seiva da planta e injetam toxinas. Isso provoca aquele amarelecimento característico, chamado de “queima do pasto”.

cigarrinha-das-pastagens

Sintoma provocado pela infestação de cigarrinha-das-pastagens
(Fonte: Giro do Boi)

As cigarrinhas adultas ficam na parte aérea, enquanto as ninfas ficam na base do capim protegidas por um tipo de espuma que permite manter o ambiente úmido. 

Já os ovos são colocados no solo e, em períodos secos, permanecem inativos. Quando começa a estação chuvosa, eclodem.

Agora você consegue entender melhor porque a “queima das pastagens” ou aquele amarelecimento acontece após o início de períodos chuvosos?

cigarrinha-das-pastagens

Espuma característica para proteção das ninfas de cigarrinhas-das-pastagens 
(Fonte: Bioseeds)

Como manejar a cigarrinha-das-pastagens

O pesquisador da Embrapa, Roni de Azevedo, sugere que a melhor forma é fazer o Manejo Integrado de Pragas (MIP), compatibilizando várias táticas. 

Para isso, é necessário que você fique atento, principalmente, com a temperatura e com a umidade. Veja a imagem abaixo. 

cigarrinha-das-pastagens

Incidência das cigarrinhas e épocas de controle 
(Fonte: Gallo et al., 1988)

Quando começam as primeiras chuvas, os ovos que estavam em diapausa (ou inativos) iniciam uma primeira geração. Se não forem tomadas as decisões corretamente, podem ocorrer até três gerações que causarão prejuízos. 

Para evitar que ocorram os danos, podem ser feitos os controles cultural, químico e biológico. Vou explicar melhor a seguir:

Controle cultural da cigarrinha-das-pastagens

Dentre as táticas de controle cultural, a diversificação de espécies de gramíneas é essencial. 

Você deve utilizar cultivares resistentes à cigarrinha (Brachiaria brizantha cv Marandu, Panicum maximum cv Massai) e cultivares suscetíveis (Brachiaria decumbens cv Basilisk, Brachiaria ruziziensis). 

Dessa maneira, você evita a seleção de insetos resistentes. 

Além disso, o manejo correto do solo antes e durante a utilização dos pastos vai permitir que as plantas sejam mais vigorosas e resistam mais ao ataque das pragas

Uma outra tática é a divisão de piquetes que vai te permitir evitar o superpastejo, mantendo as pastagens em uma altura ideal para a não proliferação das cigarrinhas.

cigarrinha-das-pastagens

Pastagem dividida em piquetes 
(Fonte: Gabriel Faria/Embrapa)

Controle biológico

Naturalmente, no próprio meio ambiente, existem muitas espécies de insetos benéficos que reduzem as populações das cigarrinhas-das-pastagens. 

Os principais predadores são as espécies de moscas Porasilus barbiellinii e Salpingogaster nigra e várias espécies de formigas. E também pode ocorrer o parasitoide de ovos Anagrus urichi. 

E ainda você pode fazer o controle com aplicação de fungos entomopatogênicos Metarhizium anisopliae, o fungo verde, na segunda e terceira geração das cigarrinhas. 

Para o uso do fungo Metarhizium anisopliae é ideal que você monitore a área e faça aplicações somente quando forem observados entre 6 e 25 ninfas ou 20 a 30 adultos por m². 

cigarrinha-das-pastagens

Incidência das cigarrinhas e épocas de controle
(Fonte: Gallo et al., 1988)

Controle químico

Antes de decidir pelo controle químico, você deve estar atento ao nível de controle dessa praga. Para isso, é necessário que você faça o monitoramento

Se no seu monitoramento, você observar mais do que 25 ninfas ou 30 adultos por m², entre com a aplicação de inseticida

Os animais que estiverem na área devem ser retirados para os tratamentos e você pode retorná-los após o período especificado pelo fabricante do produto. 

Veja abaixo alguns inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA):

  • Clorpirifós – (Lorsban 480 BR)
  • Carbaril – (Sevin 850 WP)
  • Tiametoxam + Lambdacialotrina – (Engeo Pleno)

Sempre consulte um engenheiro agrônomo antes de fazer qualquer aplicação.

>> Leia mais:

Reduza drasticamente suas aplicações utilizando o Manejo Integrado de Pragas

banner planilha manejo integrado de pragas

Conclusão

Na maioria das vezes, o amarelecimento das pastagens em épocas chuvosas se dá pela alta incidência das cigarrinhas-das-pastagens. 

Fazer o monitoramento vai te auxiliar a entrar com controle, quando necessário.

Nesse artigo, falamos sobre as opções de controle cultural, químico e biológico.

Escolha diferentes cultivares de pastagens, tanto resistentes como suscetíveis: isso irá lhe ajudar com o controle desta praga a longo prazo. 

>> Leia mais:

Manejo integrado de pragas: 8 fundamentos que você ainda não aprendeu

4 motivos pelos quais você não deve ignorar a cigarrinha-do-milho

Você tem problemas com a cigarrinha-das-pastagens na sua propriedade? Restou alguma dúvida? Deixe seu comentário!


Solo argiloso: o que muda no seu manejo

Solo argiloso e suas especificidades: características, diferentes tipos e recomendações para o melhor manejo.

Um bom planejamento agrícola começa com a identificação das necessidades de seu solo. 

É a análise dele que nos ajudará no caminho para uma boa safra e manejo.

Mas não são só as necessidades e qualidades químicas de um solo que decidem sua produção. As características físicas desse solo fazem muita diferença.

Neste artigo, falamos sobre o solo argiloso e as orientações de como manejá-lo da melhor maneira. Confira a seguir! 

Diferentes tipos de solo

Solo é formado basicamente de silício, hidrogênio, oxigênio, alumínio e magnésio. Do Oiapoque ao Chuí, os solos são extraordinariamente variados e heterogêneos.

A espessura, a cor e a diferenciação em horizontes, por vezes, mudam em alguns metros de distância em função da natureza do substrato rochoso; do declive; da vegetação; e de seu uso pelo homem. 

Os solos brasileiros são altamente intemperizados, com mineralogia da fração argila composta de caulinita e óxidos de ferro e de alumínio.

O tipo de solo interfere nos componentes físicos, químicos e biológicos, sendo eles:

Físicos Agregação 

  • Densidade do solo; 
  • Infiltração de água; 
  • Retenção de água; 
  • Umidade do solo; 
  • Temperatura do solo; 
  • Profundidade do sistema radicular;
  • Textura do solo. 

Químicos 

  • C e N orgânicos; 
  • pH; 
  • Condutividade elétrica; 
  • N inorgânico (NH4 e NO3); 
  • P e K; 
  • Mineralogia. 

Biológicos

  • Biológica biomassa microbiana (C e N); 
  • N e C mineralizável; 
  • Respiração do solo, simbiose (rizóbio, micorriza); 
  • Relação de fungo bactéria; 
  • Dinâmica da água. 

O estado da superfície do solo indica o grau de estabilidade da estrutura e conservação do solo. 

É com um diagnóstico da superfície e subsuperfície (0-20 cm e 20-40 cm) que você poderá avaliar se ele suportará o impacto das chuvas, aquecimento e ressecamento pelo sol, pressão das máquinas ou pisoteio dos animais. 

O que é um solo argiloso?

Também conhecido como “solo pesado”, o solo argiloso é composto por mais de 30% de argila. 

Primeiro, é importante entendermos melhor o que é a argila: uma partícula de rocha com tamanho inferior a 2 µm (micrômetros). Ou seja, um cristal de rocha, bem menor que um grão de areia. 

E, dependendo da quantidade desse tipo de material, ele interfere em características do solo. A argila promove estabilização química e proteção física do solo.

Esses solos são bastante utilizados na agricultura por reterem mais nutrientes, devido à menor lixiviação, e maior quantidade de água em relação aos solos arenosos.

Ele também é utilizado para fabricação de objetos feitos de cerâmica, como tijolos e telhas.

Características do solo argiloso

  • Teores de argila acima de 30%;
  • Solos profundos; 
  • Transição difusa entre camadas A e B, com formação de grãos pequenos e compactos; 
  • Quantidades de óxidos de ferro e alumínio;
  • Maior capacidade de retenção de água, mas não necessariamente essa água está mais disponível para as plantas em crescimento;
  • Mais resistente à erosão;
  • Maior possibilidade de compactação

Outra característica importante desses solos é que, quando o teor de argila é muito alto, e após a chuva intensa, o solo pode ficar encharcado rapidamente. 

Tal situação compromete a circulação do ar entre os poros, prejudicando o desenvolvimento da planta.

Diferentes tipos de argila

Existem dois tipos principais de argilas que é importante que você conheça: a argila 1:1 e 2:1. Elas fazem diferença no tipo aptidão do solo e nos manejos que você pode conferir a eles.

Os principais argilominerais 1:1 são: caulinita, gibbsita, goethita e a hematita. Elas são compostas por argilominerais organizados estruturalmente em uma camada de tetraedros de silício, seguida de uma camada de octaedros de alumínio.

Os principais argilominerais 2:1 são: esmectita e vermiculita. Elas são compostas por argilominerais estruturalmente formadas por uma camada de octaedros de alumínio entre duas camadas de tetraedros de silício.

Solos com argila 2:1 possuem maior CTC pelo arranjo estrutural que permite maior entrada de água e nutrientes nas entrecamadas, promovendo uma alta saturação por bases e ótima fertilidade natural.

E ele interfere de forma geral na fertilidade do solo. No blog, nós mostramos como realizar a gessagem de acordo com o teor de argila do solo. Confira: “Gesso agrícola: como utilizar da melhor forma e elevar a produção

Coloides em solo argiloso

Coloides são os principais responsáveis pela atividade química do solo. 

Em geral, os coloides argilosos excedem o número de coloides orgânicos do solo. Todos os coloides apresentam uma carga negativa, ou seja, eles podem reter ou atrair cargas positivas. 

Potássio, sódio, hidrogênio, cálcio e magnésio possuem carga positiva. Desse modo, nesse tipo de solo, menor é a lixiviação de nutrientes em comparação com solo arenoso.

solo argiloso

Atração dos cátions pelos colóides do solo; ânions são repelidos 
(Fonte: Nutrição de safras)

3 dicas para melhorar seu manejo em solo argiloso

Avaliação da umidade

O solo argiloso faz bem o serviço de acumular água. Por isso, é importante avaliar o grau de umidade para as operações mecânicas que serão realizadas neste solo.

Poucas culturas gostam de solos inundados, exceto o próprio arroz irrigado. 

É importante avaliar questões como a necessidade de criação de drenagem ou até mesmo terraceamento dependendo da área. 

Conheça sua CTC

Os teores de argila interferem nos diferentes tipos de solos. 

Em geral, um solo argiloso possui alta capacidade de troca catiônica (CTC), além de baixo potencial de lixiviação.

A CTC das argilas atuam também muito positivamente em:

  • Adsorção de metabólicos tóxicos;
  • Adsorção de antibióticos;
  • Imobilizam cátions orgânicos;
  • Catalisam síntese não biológicos;
  • Protegem os micróbios fisicamente.
CTC

(Fonte: Manual Internacional de Fertilidade do solo)

solo argiloso

(Fonte: Blog do Aegro adaptado de Reinert e Reichert)

Dinâmica dos elementos no solo argiloso

Algo importante de se lembrar é que a quantidade de nutrientes presentes no solo não indica necessariamente que eles estejam ou não disponíveis.

O fósforo, por exemplo, se movimenta menos em solos argilosos, sendo que somente se movimenta nesse cenário por intemperização dos minerais ou por adubação.

A classe de fertilidade é determinada pela porcentagem de argila ou pelo P-remanescente (capacidade de adsorção de P do solo, isto é, o quanto do P aplicado é retido pelas argilas do solo).

A lixiviação de sulfato é menor no solo argiloso. Há menos problema de deficiência de cobre. Em geral, também possuem maior quantidade de zinco.

O solo argiloso, em comparação com solos arenosos, sem adição de matéria orgânica, tende a reter mais os nutrientes; mas, se mal manejado, os nutrientes não ficam disponíveis para as plantas, principalmente se o solo estiver compactado. 

Problemas do solo arenoso para agricultura   

Todos os solos apresentam problemas para a agricultura, caso não sejam manejados adequadamente.

Para os arenosos um dos principais problemas encontrados é a maior possibilidade de compactação.

A compactação em solo argiloso é maior em comparação com solos arenosos, pois apresenta microporosidade maior e, quando um maquinário passa, expulsa o ar dos poros e rearranja as partículas, causando a compactação.

Por esse motivo, o solo argiloso não é a preferência do produtor rural para a produção de tubérculos, raízes e rizomas, devido à danificação que pode ocorrer caso o solo esteja muito seco.

Outra característica importante desse tipo de solo é que, quando o teor de argila é muito alto, o solo pode ficar encharcado rapidamente após chuva intensa.

Essa situação é problemática, pois compromete a circulação do ar entre os poros, prejudicando o desenvolvimento das raízes e da planta.

Como o solo argiloso apresenta alto teor de ferro e alumínio, a toxidez por alumínio ocorre com maior frequência, necessitando de correção.

>> Leia mais: “Resistência do solo à penetração: entenda as causas e como evitar sua ocorrência”

Principais solos argilosos encontrados no Brasil 

Argissolo

O solo mais argiloso encontrado no território brasileiro é o argissolo.

Solo com maior teor de argila nos horizontes superiores, com presença predominante de  argilas de atividade baixa (caulinita) e/ou óxidos. Aproximadamente em 25% da superfície do território brasileiro se encontra esse tipo de solo. 

argissolo

(Fonte: Embrapa)

Chernossolo

É um solo rico em argila e matéria orgânica no horizonte superficial, com predominância de argila 2:1. São férteis e ocupam 0,5% do território nacional. 

chernossolo

(Fonte Embrapa)

Nitossolo 

É um solo com boa presença de argila em todo o perfil em profundidade. Esse tipo de solo, conhecido pelo nome terra roxa. É mais comum nos estados do Sul do país, mas também pode ser encontrado em São Paulo.

São considerados ótimos solos para a atividade agrícola. Mesmo argilosos, são profundos, bem drenados, estruturados e moderadamente ácidos.

nitossolo

(Fonte: Embrapa)

Vertissolo

São os solos formados de, aproximadamente, um terço de argila. Possuem uma boa fertilidade química, relacionados aos calcários e sedimentos argilosos ricos em cálcio, magnésio e rochas básicas, mas apresentam problemas de natureza física, como baixa permeabilidade. 

vertissolo

Solos que recebem mais calagem produzem mais resíduos das culturas
(Fonte: Embrapa)

Conclusão 

O solo argiloso possui grandes vantagens pelo armazenamento de água e nutrientes que proporcionam.  

Neste artigo, abordamos os tipos de solo existentes no Brasil, suas características e as principais orientações para manejá-los.

Sabendo considerar fatores como a umidade e fertilidade, o solo argiloso se torna facilmente organizável e manejável.

>> Leia mais:

Solo humífero: vantagens e desvantagens de utilizar para plantio

Fatores que tornam seu solo mais fértil
Rochagem: Como essa prática pode beneficiar sua lavoura
Estratégias para plantar em solo arenoso

“Por que a mucuna-preta pode ser uma opção vantajosa para adubação verde”

Você tem experiências com solo argiloso e seu manejo? Compartilhe conosco nos comentários!

Carina Oliveira Redatora


Atualizado em 28 de agosto de 2023 por Carina Oliveira

Sou engenheira-agrônoma formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), mestre em Sistemas de Produção (Unesp), e doutora em Fitotecnia pela Esalq-USP.

Produção de algodão: como está a produção global e como aumentá-la na sua propriedade

Produção de algodão no mundo: os principais desafios e o que você pode fazer para aumentar a produtividade na sua lavoura!

O algodão é uma das principais culturas do mundo, com crescimento médio anual de 2% e uma média de 35 milhões de hectares em área plantada.

Mas apesar do cenário promissor, há uma série de desafios em relação à produção da cultura.

Plantas daninhas, além de pragas como o bicudo-do-algodoeiro, e agora os preços baixos do algodão ameaçam sua rentabilidade.

Neste artigo, vamos falar sobre o cenário da produção de algodão no Brasil e no mundo e como enfrentar os principais desafios para aumentar a produtividade da sua lavoura! Confira!

Como está  mercado do algodão no Brasil

Na safra 2018/19, houve crescimento de 34,2% na produção. Isso equivale ao volume de 6,7 milhões de toneladas de algodão em caroço ou 2,7 milhões de toneladas de algodão em pluma, segundo a Conab.

O aumento da produção também é favorecido pelo aumento da demanda, principalmente na Ásia, além de uma busca maior por fibras naturais, substituindo as sintéticas. 
Entretanto, as previsões mostram que poderá haver queda no consumo de algodão em pluma, como mostra a figura abaixo.

produção de algodão

Produção, consumo e exportação de algodão em plumas (em mil toneladas)

(Fonte: Projeções do Agronegócio)

Além disso, os altos estoques de mundiais de algodão e a previsão de alto volume de colheita de algodão fizeram com que as comercializações fossem lentas nas últimas semanas, com quedas de preços.

Nos últimos dias os preços vêm oscilando, visto que ora compradores estão mais flexíveis em pagar preços maiores, ora vendedores cedem nos preços.

Hoje, no Brasil, o principal produtor de algodão em pluma é o Mato Grosso. É a quarta cultura de maior importância para o país, atrás da soja, cana-de-açúcar e milho.

Mato Grosso e Bahia concentram 89% da produção brasileira de algodão em pluma.

produção de algodão

(Fonte: Projeções do Agronegócio)

Produção de algodão: Cenário atual 

O algodão está entre as principais culturas do mundo, movimentando cerca de US$ 12 bilhões/ano, segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Seu processo produtivo envolve em torno de 350 milhões de pessoas, sendo produzido por mais de 60 países, nos cinco continentes.

As cultivares de algodão podem ser divididas em três grupos de maturação, quando considerado o tempo para que 90% dos frutos estejam abertos:

  • Precoce: 120 a 130 dias;
  • Média: 140 a 160 dias;
  • Tardia: mais de 170 dias.

O Brasil é quinto maior produtor mundial de algodão e este ano conquistou o segundo lugar no ranking de maiores exportadores, com milhões de toneladas de pluma exportadas, atrás apenas dos Estados Unidos.

Mas, para chegarmos até aqui, os sistemas de produção passaram por evolução e mudanças.

Umas dessas mudanças foi a colheita mecânica do algodão. Essa inovação aconteceu junto com a migração da cultura para o cerrado, o que também permitiu melhorar a qualidade da fibra.

produção de algodão

Produtividade média das lavouras brasileiras vem melhorando nos últimos anos

(Fonte: Abrapa)

Produção de algodão: Principais desafios na cadeia produtiva

Controle de pragas

Entre os grandes desafios na produção de algodão hoje estão o manejo do bicudo do algodoeiro, a ramulária e os nematoides.

produção de algodão

Bicudo do algodoeiro (Anthonomus grandis)

(Fonte: Inquima)

O monitoramento de pragas no algodão deve ser feito muito de perto pelo produtor, com controle quase diário. E a tecnologia pode ajudar muito nesta tarefa de campo.

Um exemplo é a ferramenta para monitoramento de pragas disponível no Aegro

O dispositivo permite controlar os insetos-pragas que estão atacando a plantação e indica quando há possibilidade de danos econômicos na sua lavoura. 

Você pode utilizar planos de monitoramento diversos (ponto a ponto, pano de batida, etc.) e níveis de controle diferenciados por praga.

Com base nas suas informações, o sistema indica quando fazer a aplicação de defensivos ao atingir o nível de controle, por exemplo.

producao de algodao

Com monitoramento é possível saber a média de infestação de pragas, nível de controle e severidade do ataque em pontos específicos da lavoura

Teste o Aegro e o monitoramento de pragas, gratuitamente, por 7 dias:

Plantas daninhas

Outro importante desafio dentro da produção de algodão são as plantas daninhas.

A cultura do algodoeiro é muito sensível à interferência de plantas daninhas. Isso acontece por que:

  • O algodão possui metabolismo C3, ou seja, de baixa eficiência transpiratória, reduzida taxa fotossintética líquida em alta luminosidade, baixa capacidade de translocação de assimilados;
  • Há crescimento inicial lento, com raízes superficiais;
  • Espaçamento de plantio largo, o que favorece a incidência de luz e consequentemente das plantas daninhas;
  • Ciclo longo.

As principais espécies de plantas daninhas que interferem no ciclo do algodão são:

  • Tiririca (Cyperus rotundus);
  • Cordas-de-viola (espécies dos gêneros Ipomoea e Merremia);
  • Capim-colonião (Panicum maximum);
  • Picão-preto (Bidens), capim-carrapicho (Cenchrus echinatus) e carrapicho-de-carneiro (Acanthospermum hispidum);
  • Capim-colchão (Digitaria horizontalis), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
  • Caruru (Amaranthus);
  • Trapoeraba (Commelina benghalensis);
  • Amendoim-bravo (Euphorbia heterophylla).

Agora que vimos como está a produção de algodão no Brasil e alguns dos desafios, vamos ver manejos que podem ser adotados para elevar a produtividade.

Manejos recomendados para elevar sua produção de algodão

Um dos manejos adotados pelos produtores é a rotação de culturas. Antes eram apenas soja e algodão, mas agora muitas espécies são utilizadas (como milheto; mamona; feijão; grão-de-bico; sorgo; gergelim; crotalária; estilosantes; e gramíneas forrageiras).

A rotação de cultura, além de trazer melhorias para o solo, permite reduzir a incidência de plantas daninhas, auxiliando na redução do banco de sementes. 

Este manejo também permite utilizar herbicidas de diferentes mecanismos de ação.

Alguns fatores são essenciais em todas as culturas como:

  • Planejamento das atividades;
  • Gerenciamento do estoque;
  • Manejo correto do solo;
  • Escolha de variedades adaptadas à região;
  • Compra de sementes certificadas (assim você estará garantindo vigor, germinação, sanidade e pureza varietal);
  • Monitoramento de pragas, doenças, plantas daninhas e nematoides. Assim, você saberá, por exemplo, se uma aplicação deve ou não ser feita, economizando tempo e dinheiro.

Irrigação na cultura do algodão: É necessária?

A irrigação é um outro fator que pode contribuir para o aumento da produtividade da sua lavoura de algodão.

De acordo com Edegar Matter, do Senar-MT, o aumento de produtividade pode ser de até 40% quando utilizada irrigação. 

O algodão, durante o todo o ciclo, precisa de 600 mm a 700 mm de água, sendo de 2 mm a 4 mm por dia na fase inicial; e de 4 mm a 8 mm por dia na fase reprodutiva. 

Entretanto, segundo especialistas, a irrigação contribui para evitar riscos de déficit hídrico ou, ainda, para garantir com precisão a quantidade de água.

produção de algodão

Brasil tem cerca de 1,5 milhões de hectares de algodão plantados, sendo 40 mil hectares em área com irrigação sendo a Agência Nacional de Águas

(Fonte: Jornal advogado) 

Um importante ferramenta que podemos utilizar é o plantio de algodão após o cultivo de plantas de cobertura.

Plantas de cobertura

A cobertura contribui para manutenção dos teores de água do solo, o que ajuda a prevenir o déficit de água caso ocorra algum veranico no início do desenvolvimento da cultura.

Outro ponto importante da cobertura morta é a vantagem no controle de plantas daninhas, auxiliando na redução da infestação.

Este manejo também reduz a alternância de temperatura do solo; proporciona menor incidência de luz; e é considerado uma barreira física e química para as plantas daninhas, pois a cobertura de algumas plantas podem ter efeitos alelopáticos, liberando substâncias que inibem a germinação das sementes.

Além disso, muitas plantas de cobertura são extremamente eficientes no manejo de nematoides como: Meloidogyne incognita (nematoide das galhas), Pratylenchus brachyurus (nematoides das lesões radiculares) e Rotylenchulus reniformis (nematoide reniforme),contribuindo para redução no uso de produtos químicos.


produção de algodão

(Fonte: Embrapa)

planilha de produtividade do algodão Aegro

Conclusão

O algodão está entre as principais culturas do Brasil e do mundo, com expectativa de aumento na produção mundial pelos próximos anos.

Neste artigo, vimos o cenário da cotonicultura no Brasil e no mundo e os principais desafios desse sistema produtivo.

Discutimos os desafios e alguns manejos que podem ser adotados para melhorar a produtividade da sua lavoura.

Com essas informações, espero que você melhore o manejo da sua produção, aplicando esses conhecimentos no campo!

>> Leia mais:

“Quais fatores impactam o preço do algodão para 2021?

Como evitar e combater a mela do algodoeiro na sua lavoura

“Logística da pluma do algodão: o que impacta o escoamento da produção?”

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre a produção do algodão? Adoraria ver o seu comentário abaixo!