5 principais plantas daninhas do milho e tudo o que você precisa saber sobre seus manejos

Plantas daninhas do milho: conheça as principais infestantes e o que fazer para controlá-las

O milho é uma cultura extremamente responsiva ao manejo e, a cada ano que passa, são lançados híbridos mais produtivos no mercado. 

Entretanto, infestações de plantas daninhas podem causar prejuízos significativos em sua rentabilidade, podendo diminuir em até 87% a produtividade da lavoura.

Assim, é importante conhecer as principais plantas daninhas do milho e saber como manejá-las para garantir que o potencial produtivo será alcançado. Confira a seguir!

Estratégias de manejo de plantas daninhas do milho

O milho é a principal cultura utilizada em sucessão com a soja no Brasil, semeando-se soja na safra principal (verão) e milho na segunda safra (inverno). 

Para ter sucesso neste sistema de sucessão, é comum semear variedades de soja de ciclo curto logo após o final do vazio sanitário. E, logo após a colheita da soja, já é feita a semeadura do milho (muitas vezes isso ocorre no mesmo dia). 

Assim, como não existe intervalo entre os cultivos de soja e milho, o manejo de plantas daninhas do milho deve ser pensado muito antes. 

O foco deve ser sempre semear milho no limpo, principalmente sem infestação de gramíneas, pois como o milho é uma gramínea, o número de herbicidas que podem ser utilizados é muito reduzido. 

Já no milho de verão (muito semeado para silagem), o manejo é mais simples. Isso porque pode-se realizar o controle na entressafra,cuidando principalmente para não haver problemas com efeito residual de herbicidas na cultura.

Foto de plantas daninhas do milho

Lavoura de milho infestada por plantas daninhas

(Fonte: Paraquat Information Center)

Principais plantas daninhas do milho

Capim-amargoso (Digitaria insularis

O capim-amargoso é uma das principais plantas daninhas do Brasil. Ocorre em grande parte do território nacional e é considerada uma planta de difícil controle, pois possui casos de resistência a herbicidas e algumas características morfológicas que prejudicam a ação desses produtos. 

É uma planta daninha de ciclo perene, herbácea, entouceirada, ereta e que produz rizomas (estruturas de reserva). 

Sua grande dispersão está associada principalmente à grande capacidade de produzir sementes (mais de 100 mil sementes por inflorescência) e fácil dispersão através do vento. 

Uma das características que torna essa planta daninha de difícil controle é a formação de rizomas a partir de 45 dias após a emergência. Isso lhe confere uma capacidade muito grande de recuperação da injúrias de herbicidas. 

Recomendação de manejo

É muito importante que o manejo do capim-amargoso seja realizado antes da semeadura, evitando ao máximo a ocorrência de touceiras dessa daninha no milho. 

Caso ocorram touceiras em sua área, recomenda-se que atrase a semeadura do milho para controlá-las antes do plantio (tenha cuidado com o período residual dos graminicidas). Outra opção é plantar trigo, o que dará uma maior janela para manejo. 

Caso sua área já tenha apresentado um infestação muito grande de capim-amargoso nas culturas anteriores, provavelmente o banco de sementes possui muitas reservas desta planta daninha. 

Assim, recomenda-se o uso de herbicidas pré-emergentes como: trifluralina, s-metolachlor e pyroxasulfone+flumioxazin.

Caso ocorram plantas pequenas em sua área (até 3 perfilhos), os herbicidas nicosulfuron, tembotrione e mesotrione podem ter um bom nível de controle.  

Em híbridos com a tecnologia Liberty Link, o herbicida glufosinato de amônia também pode ser utilizado em plantas pequenas. 

Já para plantas maiores não há produtos que sejam eficientes no controle de capim-amargoso (devido à resistência a glifosato). 

Para os próximos anos, em híbridos com a tecnologia Enlist, será possível utilizar haloxyfop na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo do capim-amargoso. 

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha (Eleusine indica) infesta quase todas as regiões do Brasil e vem ganhando mais importância no últimos anos devido aos casos de resistência a herbicidas. 

O capim-pé-de-galinha é uma planta daninha de ciclo anual (120 a 180 dias), que se reproduz por sementes, sendo capaz de produzir mais de 120 mil sementes por planta, facilmente disseminadas pelo vento. 

Além disso, essa daninha perfilha muito cedo e, a partir de 3 perfilhos, os herbicidas começarão a ter menor eficiência de controle. 

Recomendação de manejo

O manejo de capim-pé-galinha é muito semelhante ao descrito para capim-amargoso. Entretanto, é recomendável que o controle seja realizado em plantas com menos de 2 perfilhos.

Essa planta daninha, quando pequena, é bem prostrada e pode estar escondida embaixo da palha de sua área. Por isso, tome cuidado no monitoramento.  

Buva (Conyza sp.) 

A buva é uma das plantas daninhas com maior importância no Brasil, pois ocorre em grande parte do território nacional e possui vários casos de resistência a herbicidas. 

Possui grande capacidade de hibridizar (cruzar com outras plantas do gênero Conyza), por isso sua classificação correta (espécie) é feita somente em laboratório.  

Essas espécies têm ciclo anual, são eretas, xom ramos e folhas pubescentes, e propaga-se exclusivamente por sementes.  

A grande dispersão de buva em nosso país está associada à grande capacidade de produção de sementes, que podem ser facilmente disseminadas pelo vento, podendo ser carregadas a até 1,5 km de distância.

A germinação de suas sementes ocorre no período de outono-inverno, geralmente nos meses de junho a setembro, muitas vezes coincidindo com o final do ciclo do milho. 

Recomendação de manejo

Para controle da buva na pós-emergência do milho safrinha, é possível utilizar a associação de atrazina + tembotrione.

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de buva para plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Nos próximos anos, para híbridos com a tecnologia Enlist, deve haver a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo de buva. 

Além do manejo químico, o uso de consórcio de milho com braquiária tem sido muito efetivo no manejo da buva. 

Foto de plantas daninhas no milho, perto do solo

Infestação de buva logo após a colheita do milho

(Fonte: Albrecht, A.J.P. e Albrecht, L.P.)

Picão-preto (Bidens sp.)

O picão-preto (Bidens pilosa ou Bidens subalternans) é uma planta daninha de ciclo anual e pode ser encontrada em quase todo o território nacional.

É possível realizar a diferenciação entre as duas principais espécies presentes no Brasil pela quantidade de arestas nos aquênios (B. pilosa 2-3 aristas e B. subalternans 4 aristas).

O picão-preto se reproduz por sementes – pode produzir de 3 mil a 6 mil sementes. Estas possuem um mecanismo de dormência que possibilita emergirem em períodos mais favoráveis, o que a torna mais competitiva. 

A principal forma de disseminação destas sementes ocorre por meio de animais, máquinas e implementos agrícolas.

Recomendação de manejo

Para o controle de picão-preto em milho convencional, recomenda-se a aplicação de atrazina na pré-emergência da planta daninha. Dependendo da infestação, é necessária uma aplicação complementar em pós-emergência. 

Atualmente, em híbridos com a tecnologia RR, o glifosato tem sido muito eficiente no controle do picão-preto. Porém, fique atento, pois recentemente foi registrada resistência de picão-preto a glifosato no Paraguai.  

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Já nos próximos anos, para híbridos com a tecnologia Enlist, haverá a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho, o que auxiliará no manejo de picão-preto.

Amendoim bravo ou leiteiro (Euphorbia heterophylla)

O leiteiro (Euphorbia heterophylla L.) é uma planta daninha de ciclo anual, com alta capacidade de multiplicação, crescimento e desenvolvimento (podendo atingir até 2 m de altura). 

As sementes do leiteiro são consideradas grandes e não são disseminadas pelo vento, tendo a capacidade de permanecer viáveis por muitos anos. 

Além disso, podem germinar o ano todo, pois estão adaptadas a uma ampla faixa de temperatura, umidade e a solos com diferentes características. 

A principal forma de disseminação das sementes ocorre por meio de animais, máquinas e implementos agrícolas.

Recomendação de manejo

Para o controle químico de leiteiro em milho convencional, recomenda-se a aplicação de atrazina, atrazine+s-metolachlor ou atrazine+simazine em sistema de plante-aplique. 

Atualmente, em culturas RR, o glifosato tem sido muito eficiente no controle desta planta daninha no milho. Porém, recentemente, foi identificada uma população de leiteiro resistente a glifosato em nosso país. Por isso, fique atento.   

Caso o milho tenha tecnologia Liberty Link, pode-se utilizar glufosinato de amônia no manejo de plantas pequenas ou no manejo sequencial. 

Com a entrada da tecnologia Enlist, também haverá a opção de utilizar 2,4 D em doses maiores na pós-emergência do milho.

planilha de produtividade de milho

Conclusão

Para garantir uma lavoura mais produtiva é preciso controlar a presença de invasoras. Neste artigo, você acompanhou as particularidades do controle de plantas daninhas do milho e a importância de semear no limpo.

Também conferiu as principais ervas daninhas que afetam a cultura, bem como suas características e indicações de manejo.

Com essas recomendações, faça o controle certeiro e obtenha resultados melhores em sua propriedade!

>> Leia mais:

“Tudo a respeito do novo herbicida terbutilazina”

“Capim-rabo-de-raposa (Setaria Parviflora): guia de manejo”

Quais plantas daninhas do milho você tem mais dificuldade em controlar? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Bioestimulante em soja: por que você deve considerar usá-lo na lavoura

Bioestimulante em soja: o que é, como funciona, quando utilizar, qual a influência na produtividade e o custo benefício da sua utilização

O uso de fertilizante, seja de fonte mineral ou orgânico, é fundamental na produção agrícola.

Com isso, os bioestimulantes em soja têm se tornado uma alternativa para melhorar as propriedades fisiológicas, nutricionais e produtivas das lavouras.

Saber como esses produtos funcionam e os benefícios que trazem para as plantas podem influenciar na produtividade de sua área.

Pensando nisso, separei algumas informações para você conhecer mais sobre os bioestimulantes em soja e se vale a pena investir nesses produtos. Confira!

Bioestimulante em soja: o que é e como funciona? 

O uso de bioestimulante é bastante empregado no Brasil em hortaliças e frutíferas. Em grandes culturas, sua utilização é mais recente.

Um bioestimulante tem a função de auxiliar diretamente na fisiologia do vegetal, estimulando seus processos, como absorção de nutrientes.

Sua utilização confere à planta maior aproveitamento de água e nutrientes pela fotossíntese, fortalecendo o mecanismo natural de autodefesa da planta e maior tolerância a estresses abióticos, como falta de chuva e altas temperaturas.

São produtos constituídos por hormônios vegetais ou sintéticos, além de aminoácidos, vitaminas, ácido ascórbico, nutrientes e concentrado de algas marinhas.

Há diversos tipos de bioestimulantes, com formulações e concentrações diferentes. Veja na tabela abaixo alguns bioestimulantes e suas composições:

Esses produtos podem conter auxinas, citocininas, giberelinas, etileno, entre outros hormônios, por isso são classificados no grupo de hormônios vegetais. 

Por terem em sua composição um ou mais hormônios e outras substâncias que conferem à planta maior divisão, elongação e diferenciação celular, estes produtos influenciam diretamente no crescimento vegetal.

Além disso, tem sido comprovado que os bioestimulantes auxiliam na capacidade antioxidante da planta, por manter o equilíbrio hormonal. Eles reduzem a interferência dos radicais livres formados por condições abióticas (déficit hídrico e calor), proporcionando mais energia no crescimento radicular e foliar.

Desse modo, o uso de bioestimulantes durante o desenvolvimento vegetal, permite a recuperação mais acelerada das plântulas em condições desfavoráveis.

Fatores que interferem na produtividade e ação dos bioestimulantes na recuperação da planta

(Fonte: Adaptado de Van Oosten et al., 2017)

Como utilizar bioestimulantes em soja?

O uso de bioestimulantes na cultura da soja tem sido amplamente estudado em diferentes estádios fenológicos, buscando melhorar a fisiologia da planta, refletindo em aumento de produtividade.

O bioestimulante pode ser utilizado via semente de soja, com o tratamento de sementes, pouco antes da semeadura.

Também pode ser aplicado via foliar, em diferentes estádios, tanto no vegetativo quanto no reprodutivo.

A quantidade de produto a ser utilizada depende de qual bioestimulante você adquirir. Na bula há indicação da dosagem ideal.

Via semente

A aplicação de bioestimulante via semente busca estimular a germinação e emergência de maneira uniforme, favorecendo principalmente o crescimento do sistema radicular.

Com maior desenvolvimento do sistema radicular, as plantas conseguem melhorar o aproveitamento de água e nutrientes no perfil do solo. Isso impulsiona o crescimento da parte aérea, podendo refletir na produção.

Além disso, plantas com sistema radicular mais profundo suportam por mais tempo condições de déficit hídrico.

Via foliar

O uso de bioestimulante em soja via foliar tem a função de continuar o desenvolvimento radicular, além de incrementar o número de vagens, número de grãos e produção por planta.

Plântulas de soja com e sem aplicação de biorregulador via semente

(Fonte: A Granja)

Influência do bioestimulante na produtividade de soja 

Pela manutenção do equilíbrio hormonal, que reflete em uma planta com balanço nutricional adequado, os bioestimulantes têm-se demonstrado favoráveis para aumento da produtividade.

Por contribuir na maior tolerância a estresses abióticos e no sistema de autodefesa, as plantas conseguem fornecer mais energia, derivada da fotossíntese para a produção de grãos.

Com isso, aumentando o número de vagens por planta, consequentemente elevando a produtividade de grãos, tanto em aplicação via sementes quanto via foliar.

Os resultados da influência dos bioestimulantes em soja, especialmente em relação a produtividade, tem sido mais expressivos em situações de estresse.

Quando há falta de chuva, temperaturas muito elevadas, alta incidência de pragas e doenças, o uso de bioestimulante tem levado benefícios à lavoura.

Já foi relatado incremento de 37% de produtividade em uma lavoura de soja com uso de bioestimulante em relação a uma em que não foi utilizado.

Mas em lavouras onde não há situações de estresse, os reflexos do uso de bioestimulante na produtividade não são consistentes.

Apesar de não levar prejuízos, em áreas onde as condições climáticas foram favoráveis, a produtividade com o uso de bioestimulante foi semelhante em comparação com áreas sem sua utilização.

planilha de produtividade da soja

Custo-benefício do uso de bioestimulante na soja

O uso de bioestimulante em algum momento durante o desenvolvimento vegetal da soja tem se tornado uma prática cada vez mais frequente.

Mesmo que sua utilização não reflita sempre no aumento de produtividade, é favorável o uso de um produto que contém elementos que equilibram o balanço hormonal da planta. Principalmente em momentos de estresse, que é uma condição ambiental que você não consegue prever com muita antecedência.

Além disso, na prática de aplicação do bioestimulante, seja via semente ou via foliar, o custo de produção não seria tão impactado, pois utilizaria o produto em operações que você já realiza.

Se você fornecer o bioestimulante nas sementes de soja, você pode realizar a aplicação no mesmo momento da inoculação.

Caso faça via foliar, você pode utilizar o bioestimulante com as pulverizações de agroquímicos para controle de pragas e doenças.

Desse modo, no custo de produção o aumento seria apenas do valor do bioestimulante.

Veja na tabela abaixo um custo de produção estimado, em uma lavoura experimental, com uso de dois bioestimulantes, comparado com a testemunha, sem uso do produto.

Estudo do aumento da produtividade de grãos de soja e viabilidade econômica com uso de dois bioestimulantes

(Fonte: Morais, 2017)

É importante considerar os benefícios para a planta que o uso desses produtos podem levar.

Mesmo, às vezes, não existindo grandes ganhos financeiros, manter uma lavoura saudável é fundamental para uma boa produção.

Conclusão

Neste artigo você viu que os bioestimulantes em soja tem ganhado espaço nas lavouras pelos benefícios que esses produtos podem levar para as plantas.

Viu que a aplicação pode ser realizada em diferentes estádios fenológicos da cultura da soja, via semente ou via foliar.

Que as respostas em relação à produtividade ainda não são constantes, mas que há benefícios para a planta durante seu desenvolvimento.

Você também verificou que o uso de bioestimulantes na soja pode ser realizado com operações que já são realizadas.

Com essas informações, espero que você faça a melhor escolha para sua lavoura!

>>Leia mais:

“Por que o uso da glicina betaína na agricultura é uma aliada da produtividade”

“Saiba como funcionam os bioativadores e quais são os tipos disponíveis no mercado”

Você já utilizou bioestimulante em soja? Ficou alguma dúvida? Deixe seu comentário abaixo!

Como escolher as melhores cultivares de trigo para sua lavoura em 3 passos

Cultivares de trigo: entenda quais cuidados tomar e veja algumas características das variedades mais utilizadas no mercado!

No mercado brasileiro existem diversas variedades de trigo, com inúmeras características fenotípicas e adaptativas. 

Porém nem sempre uma variedade com alta produtividade irá se adaptar às suas condições, o que pode limitar o seu potencial produtivo. 

Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para garantir que a cultivar escolhida tenha um ótimo desempenho em sua lavoura. 

Pensando nisso, separei as características de algumas cultivares e 3 passos fundamentais para acertar na escolha. Confira!

Cuidados que você precisa ter ao escolher as cultivares de trigo

O primeiro passo para obter sucesso com a lavoura é fazer um planejamento. Pesquisar e analisar qual é a melhor cultivar de trigo para sua propriedade é fundamental!

Planeje sua semeadura pensando nas culturas sucessoras, então, observe sempre o ciclo das cultivares.

É essencial que você verifique o zoneamento agrícola, ou seja, se a cultivar escolhida é recomendada para sua região.

Fique de olho também nas épocas indicadas para a semeadura.

Liste os principais problemas de sua região como principais doenças e pragas (insetos e nematoides). Se possível, opte por cultivares resistentes.

A escolha da cultivar correta é peça-chave para alcançar altas produtividades. Por isso, aposte em sementes certificadas, que têm qualidade garantida.

Contudo, para garantir o estabelecimento do estande adequado e que a cultivar escolhida expresse seu potencial, além de todas as práticas culturais, é muito importante ficar atento às condições climáticas! 

Não arrisque semeando no pó! Aguarde condições favoráveis para que sua semente possa emergir.

E não esqueça de realizar o manejo de plantas daninhas. Faça a semeadura no limpo, isso é bastante importante para evitar perdas na produtividade.

3 dicas de como escolher a melhor cultivar para sua lavoura

Atualmente, há no mercado um grande número de cultivares de trigo. Com isso, às vezes é difícil encontrar a mais adequada para a lavoura, não é verdade?

Por isso, separei algumas informações para ajudar nessa escolha!

1º passo: tipo de produção e objetivo

Primeiramente, é necessário definir o tipo de trigo que deseja produzir e qual o objetivo. Você pode optar por semear o trigo de “duplo propósito”, trigo irrigado e trigo de sequeiro. 

Caso opte por utilizar um trigo de “duplo propósito”, que é utilizado como forragem de animais e fabricação de farinhas, o ideal é optar por cultivares com ciclo mais longo.

Se você for realizar um plantio de trigo de sequeiro, opte por cultivares com alta sanidade e com melhor tolerância à seca.

2º passo: localização da propriedade

A escolha da cultivar deve ser realizada em função da localização de sua propriedade. Assim, você irá minimizar possíveis perdas e alcançar a produtividade esperada.

A escolha da cultivar dentro do zoneamento é muito importante para conseguir um seguro agrícola (plantio fora das regras de zoneamento não podem ser assegurados).

Confira o zoneamento indicado para o seu estado, de acordo com o Mapa (Ministério da agricultura e pecuária).

3º Passo: observe as características das cultivares

Escolha cultivares com as características que lhe interessam, por exemplo:

  • capacidade produtiva;
  • qualidade dos grãos;
  • resistência a doenças;
  • tolerância a herbicidas;
  • resistência a pragas.

Lembre-se, é sempre importante observar as características agronômicas e exigência da cultivar quanto ao manejo, pois isso irá influenciar nos custos de produção.

Diferentes cultivares de trigo

Sempre que possível, utilize mais de uma cultivar em sua lavoura de trigo. Assim, você poderá evitar riscos. 

Lembre-se de instalar um teste de emergência em um canteiro antes de realizar a semeadura.

Para te ajudar, abaixo separei algumas cultivares de trigo disponíveis no mercado.

Tbio Toruk

É uma cultivar de trigo classificada como Trigo Pão/melhorador de ciclo médio. Tem excelente potencial produtivo e é moderadamente suscetível à brusone.

Contudo, possui maior disponibilidade de nitrogênio e é altamente responsivo à aplicação deste nutriente.

É uma das cultivares mais utilizadas na região Sul.

BRS Belajoia

É uma cultivar de trigo do tipo precoce a médio, que apresenta alta produtividade.

A qualidade tecnológica da BRS Belajoia depende da região de semeadura. Entrega um ótimo pacote fitossanitário, o que diminui custos com produtos.

Apresenta porte baixo, tolerância ao acamamento e excelente perfilhamento.

Trigo – BRS Tarumã

A BRS Tarumã é uma opção para utilização em duplo-propósito. 

Apresenta ciclo vegetativo mais longo e pode ser semeada mais cedo, garantindo a cobertura do solo durante todo o inverno.

É classificado como Classe Pão. Apresenta elevado rendimento e concentração de matéria seca, além de excelente afilhamento e grãos de alto PH.

Tbio Pioneiro 2010

É uma cultivar de trigo classificada como Trigo Pão de ciclo médio. Tem excelente potencial produtivo e é suscetível à brusone.

Pode ser posicionado desde baixo a alto investimento na lavoura, dependendo da realidade de sua propriedade.

Seu forte vigor proporciona bons resultados mesmo em áreas de menor fertilidade, assim como uma excelente produtividade.

Para mais opções, confira o portfólio das empresas!

e-book culturas de inverno Aegro

Conclusão

A escolha da cultivar é extremamente importante para garantir altas produtividades no plantio da cultura do trigo.

Neste artigo, você conferiu os principais cuidados na escolha da cultivar e um passo a passo de como escolher suas sementes.

Conferiu também as principais cultivares disponíveis no mercado e seus pontos fortes.

Espero que essas informações te ajudem a melhorar a escolha de suas sementes de trigo e, consequentemente, aumentem o potencial produtivo da lavoura!

>> Leia mais:

Veja as soluções para os principais problemas na colheita do trigo

“3 fatores que determinam a qualidade do trigo e o preço de venda dos seus grãos”

“Melhores práticas para fazer o tratamento de sementes de trigo na fazenda”

Como você realiza a escolha de cultivares de trigo para sua lavoura? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

7 erros mais comuns na gestão do agronegócio e como evitá-los na fazenda

Gestão do agronegócio: entenda o quanto ela impacta na sua propriedade e como melhorar seus resultados com um bom gerenciamento.

Ter sob controle todos os processos operacionais e administrativos da fazenda é desafiador, não é verdade?

Com as margens de lucro cada vez mais apertadas e o tempo escasso para dar conta de tanta coisa, é preciso ter cada vez mais eficiência.

Para isso, é fundamental melhorar sua gestão! Assim, é possível ver onde fazer melhorias que certamente vão impactar os resultados da empresa rural.

Neste artigo, separei os 7 erros mais comuns cometidos na gestão do agronegócio e como você pode resolvê-los a partir de agora!

O que é gestão do agronegócio? 

A gestão do agronegócio envolve destinar corretamente os recursos da fazenda, sejam eles financeiros ou operacionais, para obter resultados melhores e de maneira mais eficaz.

Uma boa gestão compreende o desenvolvimento de estratégias e soluções inovadoras e tecnológicas para otimizar todas as etapas de produção e comercialização da produção.

Um gestor deve estar apto a realizar desde o planejamento da safra até a etapa final da venda, bem como buscar sempre melhorias nos processos de toda a cadeia produtiva.

Mas claro que isso não é tarefa fácil. Então, a seguir listei alguns pontos importantes que merecem destaque na gestão do agronegócio. 

7 erros mais comuns na gestão do agronegócio

1 – Não fazer a gestão financeira adequada

A gestão financeira é fundamental em toda a cadeia produtiva. Muitas fazendas ainda realizam a gestão das finanças da propriedade pelo saldo na conta bancária dos proprietários, sem separar gastos pessoais dos gastos da empresa rural.

Esse modelo de gestão acarreta confusões financeiras. Às vezes, impostos pagos pelas fazendas que possuem apenas pessoas físicas podem ser maiores quando comparados às pessoas jurídicas. 

O controle do fluxo de caixa é essencial para que os gestores e produtores conheçam a saúde financeira dos negócios, sabendo corretamente o balanço entre entradas e saídas de dinheiro.

A propriedade rural deve ser vista com um negócio, exigindo dos gestores a prática administrativa e financeira com o auxílio de softwares e ferramentas mais elaboradas.

Conforme os gastos da fazenda vão sendo realizados ao longo da safra, o fluxo de caixa auxilia nos planejamentos futuros com possíveis novos investimentos e aquisições.

2 – Falta de controle nos custos do maquinário

A gestão do maquinário é outro ponto que merece muita atenção. Custos com reparos e manutenções devem ser contabilizados sempre que forem realizados.

Muitas fazendas ainda não possuem softwares ou planilhas dedicadas a esse controle e, devido a isso, otimizações e escolhas de equipamentos mais eficientes são realizadas com base em achismos e experiências passadas.

Anotações de custos horários de cada trator, colhedora ou equipamento da propriedade podem ajudar a avaliar possíveis reduções de custo. São capazes ainda de mostrar que a terceirização de parte do maquinário pode compensar mais do que a aquisição de máquinas novas.

A gestão do maquinário deve contabilizar o uso em campo, monitorando seu histórico de atividade, controlando abastecimentos, manutenções e até alertas periódicos de revisões.

Tem dificuldade em fazer esse controle? Clique na imagem abaixo e faça automaticamente os cálculos do custo operacional de suas máquinas gratuitamente!

ferramenta de custo operacional de máquinas agrícolas Aegro

3 – Relegar a gestão operacional

A gestão das frotas em campo, calendários de pulverizações, dias úteis para semeadura e colheita, regulagem das semeadoras e colhedoras é outro ponto de destaque dentro do agronegócio.

Bons gestores se atentam a monitorar atividades em campo, listar tarefas que devem ser realizadas no dia a dia e, o mais importante, se elas são cumpridas no prazo e com a maior eficiência possível

Controles e registros em cadernetas de campo em papel, ou na cabeça dos operadores, podem apresentar erros. E, na maioria das vezes, isso não permite que os dados sejam analisados no futuro para busca por melhorias.

O pessoal de campo pode não conseguir checar todos os talhões e supor que tudo está dentro dos padrões, porém, pode haver talhões com presença de pragas e plantas daninhas que não foram vistos. 

Os mapas de altimetria, biomassa da vegetação ou do simples caminhamento do time de campo já auxiliam os gestores a realizar melhores manejos operacionais.

Dessa forma, melhorias na gestão operacional impactam diretamente em otimizações dos processos nas fazendas agrícolas.

4 – Deixar de lado a gestão de pessoas 

A gestão de pessoas é outro ponto fundamental para o sucesso das atividades no campo.

É necessário que os gestores saibam como o time de campo está realizando as atividades e cobrem resultados e comprometimento de todos envolvidos na atividade.

Os dados devem ser coletados e analisados para evitar o retrabalho das atividades como, por exemplo, em monitoramentos ou pulverizações repetidas.

Os funcionários devem prestar contas de seu trabalho diário a fim dos gestores terem condições de avaliar e supervisionar o que já foi realizado.

Atualmente, com softwares e telemetria, tais dados são mais simples de serem coletados e organizados quando comparados a apontamentos em papéis feitos em campo.

É importante que todo o time consiga avaliar e analisar o que está sendo feito. Uma vez que os próprios funcionários ou o time de gestão tenham os dados em mãos, eles podem buscar melhorar em futuras atividades.

5 – Monitoramentos sem eficiência

Não basta saber se você tem pragas ou perdas em produtividade nas lavouras: é preciso quantificar o quanto você está perdendo e como combater essas perdas.

A Agricultura de Precisão e as ferramentas digitais podem ser aplicadas no campo para levantar dados e informações do que acontece em cada metro quadrado da lavoura.

É possível ter monitoramentos e mapas de:

  • produtividade
  • índices de biomassa (NDVI, NDRE, SAVI…)
  • altimetria
  • trajetos
  • pragas e doenças
  • condutividade elétrica
  • fertilidade dos solos, etc.

Monitoramento de pragas e doenças já são realidade utilizando imagens de biomassa da vegetação e até aplicativos de celular para georreferenciar as manchas nas lavouras.

Relatórios de incidência de pragas e doenças podem ser criados com o auxílio do Aegro, sendo possível descobrir melhores momentos para pulverizar e reduzir os custos com defensivos agrícolas.

O monitoramento do clima também é essencial para o sucesso das atividades em campo.

Aplicativos como o Climatempo, entre outros, dão acesso à previsão do tempo e dados meteorológicos como: velocidade do vento, umidade, chuvas, entre outros dados essenciais para programar pulverizações e operações em campo.

Estações meteorológicas instaladas na fazenda também são excelentes fontes de dados para tomada de decisão. São dados ainda mais exatos e você já encontra muitas delas com custos acessíveis no mercado.

6 – Não fazer a automação de processos

Mobilidade e segurança dos dados são fundamentais para que os gestores e proprietários consigam ter acesso remoto às informações 24h por dia.

Informações espalhadas em vários sistemas e de maneira desorganizada dificultam a tomada de decisão.

Automação de rotinas e processos no campo é fundamental para posteriores análises visando otimizações.

Anotações em papéis devem ser evitadas, uma vez que ao passar a limpo, tais informações podem ser perdidas ou não acontecerem em tempo hábil para atuação de uma possível pulverização em campo.

Softwares de gestão como o Aegro permitem a coleta de dados de maneira offline, em campo, facilitando o dia a dia das atividades.

7 – Deixar a análise dos resultados em segundo plano

Existem disponíveis no mercado algumas ferramentas tecnológicas que possibilitam que todos os dados sejam coletados e organizados em uma mesma central.

Relatórios financeiros possibilitam que os gestores avaliem se irão realizar novos investimentos no ano seguinte ou não. Ajudam ainda a planejar de maneira mais assertiva as atividades futuras.

Relatórios de máquinas e custos operacionais possibilitam reduções de custo e escolha por equipamentos mais eficientes para cada operação na fazenda.

Os mapas de produtividade, fertilidade dos solos, pragas e doenças indicam como manejar de forma diferenciada os insumos em cada talhão das fazendas.

A análise dos resultados é tão importante quanto a coleta correta dessas informações, uma vez que é a partir dela que se poderá ter sucesso ou não nas tomadas de decisões futuras.

Conclusão

Fazer uma boa gestão do agronegócio é fundamental no andamento do processo produtivo das fazendas.

Para que os gestores realizem seu trabalho da melhor maneira possível, é importante que os processos estejam documentados e organizados. Isso favorece a posterior análise e tomada de decisão.

Neste artigo, você viu como evitar alguns dos principais erros nessa gestão com a definição de processos claros e com o auxílio da tecnologia.

Lembre-se sempre que, com uma coleta correta dos dados, as tomadas de decisões tendem a ser mais eficientes!

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Fique de olho na cantoria da cigarra-do-cafeeiro e faça o controle certeiro

Cigarra-do-cafeeiro: características da praga e as formas de manejo mais efetivas para sua lavoura.

Se a cantoria das cigarras incomoda a maioria das pessoas, para os produtores de café é sinal de alerta.

A cigarra-do-cafeeiro é uma praga que causa sérios danos à cultura e seu manejo deve ser feito de forma eficiente. 

Quer entender melhor sobre essa praga e suas principais características? Confira a seguir!

Cigarra-do-cafeeiro

As espécies popularmente conhecidas como cigarras-do-cafeeiro são Quesada gigas, Fidicinoides sp. e Carineta sp. Elas pertencem à ordem Hemiptera e família Cicadidae.

Entretanto, a espécie Q. gigas é a que causa maior dano na cultura, pois suas ninfas são maiores e sugam a seiva das raízes ininterruptamente e por um longo tempo.

foto de adulto da espécie Quesada gigas

Adulto da espécie Quesada gigas 
(Fonte: UOV)

E essa espécie, por ser mais severa, deve ser muito bem manejada. Vamos à algumas características dela.

Características da cigarra-do-cafeeiro – (Quesada gigas

Uma característica marcante dessa espécie é seu ‘canto’, que, na verdade, é uma maneira do macho atrair a fêmea para cópula. E o som emitido vem de órgãos estridulatórios que ficam no abdome dos machos.

Segundo o pesquisador da Epamig, Júlio César de Souza, existe um período específico do ano em que os adultos se dispersam para o acasalamento – normalmente entre agosto e outubro

Diferente do que o senso comum diz, as cigarras não cantam até estourar. Aquelas ‘cascas’ que ficam nos troncos das árvores são as exúvias do último ínstar ninfal. Isso quer dizer que os adultos emergem e as exúvias ficam nos troncos. 

Os adultos têm o corpo robusto, coloração amarronzada, grandes olhos compostos com três ocelos entre eles e os machos são maiores que as fêmeas. 

Mas como as ninfas chegam no tronco?

Após o acasalamento, as fêmeas colocam os ovos sob ramos das árvores do cafeeiro de forma endofítica. Os ovos são de coloração esbranquiçada e tem forma alongada. 

Quando as ninfas eclodem, elas produzem um filamento para descer até o solo em busca das raízes da planta. 

Essas ninfas se alimentam da seiva elaborada (do floema) das plantas inserindo o aparelho bucal sugador nas raízes. E é aí que está o problema. Essa fase pode ficar de um a dois anos consumindo o conteúdo, o que causa severos danos. 

Ninfas móveis de Quesada gigas

Ninfas móveis de Quesada gigas
(Fonte: Embrapa)

As que se fixam nas raízes são ninfas móveis e após esse tempo se alimentando da seiva, saem do solo, deixando um orifício individual, e vão, novamente, para o tronco das árvores onde ficam imóveis até a emergência dos adultos e se inicia um novo ciclo da praga. 

Por isso, a fase que causa danos no cafeeiro é de ninfas móveis. 

Sintomas e danos

Os primeiros sintomas são fraqueza na parte aérea, que se acentua em épocas de déficit hídrico, por acarretar a morte das raízes. 

Em seguida, começam a aparecer sintomas na parte aérea como clorose, queda precoce de folhas, complicações na granação de frutos e diminuição da vida útil das lavouras.

Já houve relatos de, em uma única planta, haver de 200 a 400 ninfas móveis causando severos danos. É praticamente impossível ter uma boa produção com um ataque nesse nível. 

Pode-se observar indícios de que existe população de cigarras pela presença das exúvias ou ‘cascas’ nos troncos das plantas de café ou em plantas próximas ao cafezal.

Por ser um arbusto, o cafeeiro vai definhando conforme a população da praga vai aumentando. Se não houver controle efetivo, as lavouras passam a não responder aos tratos culturais que normalmente são feitos, deixando que as floradas fiquem bastantes escassas. 

foto de Exúvia de cigarra em um tronco

Exúvia de cigarra
(Fonte: Pixabay)

>>Leia mais: “Broca-do-café: veja as principais alternativas de controle

Manejo da cigarra-do-cafeeiro 

Quando os sinais da presença das cigarras forem aparecendo, é o momento de começar a fazer o monitoramento das ninfas móveis, que ficam se alimentando das raízes. 

Para o monitoramento, a primeira coisa a ser feita é dividir a lavoura em talhões.

Em cada talhão deverão ser feitas amostragens após observação dos orifícios de saída das ninfas móveis no solo próximas às copas do cafeeiro e das exúvias nos troncos. 

Ao encontrar esses indícios, devem ser feitas trincheiras em algumas covas para contagem de ninfas. O ideal é entrincheirar 10 covas por talhão.

A trincheira deve ser aberta de um dos lados da planta até atingir a raiz principal, que é o local de maior concentração dos insetos para succionar a seiva. 

Como a trincheira é feita apenas de um lado da planta, ao final da contagem, deve-se multiplicá-la por dois para se ter um valor aproximado do total de indivíduos naquela planta.

O nível de controle para a cigarra-do-cafeeiro Q. gigas é de 35 ninfas móveis por cova. Porém, hoje em dia já é recomendado que se faça o controle antes mesmo de atingir esse nível. 

planilha de Manejo Integrado de Pragas - MIP Aegro, baixe grátis

Atualmente, o único controle realmente eficiente é o químico, aplicado no solo, que deve ser feito no início do período chuvoso, momento em que se iniciam os enfolhamentos no cafeeiro. 

Os inseticidas utilizados devem ser sistêmicos para que atinjam o sistema vascular da planta, chegado na seiva elaborada, onde as ninfas móveis se alimentam. 

Dentre esses inseticidas, os mais indicados são os do grupo químico dos neonicotinoides, podendo ser em formulações de granulado dispersível (WG), granulado (GR), suspensão concentrada (SC) ou técnico concentrado (TK). 

Existem 10 produtos registrados no Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para controle da cigarra-do-cafeeiro. 

Conclusão

Quando as cigarras começam a ‘cantar’, o produtor de café deve estar muito atento, pois esse é o período em que a praga vai se reproduzir.

Existem três espécies de cigarras que atacam o cafeeiro, mas a Quesada gigas é a que causa maiores danos se não for controlada. 

As ninfas se alojam sob o solo para sugar a seiva elaborada e causam danos ao cafezal, podendo deixá-lo improdutivo. 

O manejo deve ser feito com o monitoramento e, em seguida, com aplicação de inseticidas no solo, quando constatado o nível de controle. 

>> Leia mais:

Poda do cafezal: como fazer para aumentar sua produção

10 dicas para melhorar a gestão de sua lavoura de café

Você tem problemas com a cigarra-do-cafeeiro na sua lavoura? Como faz o manejo? Adoraria ler seu comentário!

9 passos para fazer a gestão da carteira de clientes na consultoria agrícola

A gestão da carteira de clientes na consultoria rural deve ser vista como uma estratégia para conhecer seu público, suas necessidades e definir como atender melhor cada um deles.

Oferecer mais qualidade no atendimento e melhores resultados ao cliente são alguns dos pontos que fazem a diferença em um mercado cada vez mais competitivo como o de consultoria rural

Mas, só está preparado para essa realidade quem valoriza sua carteira de clientes. Você sabe como fazer isso?

Trouxemos aqui as principais dicas para que você consiga fazer uma melhor gestão da carteira de clientes na consultoria rural e como isso pode ser vantajoso para que você tenha sucesso profissional. Confira a seguir!

Por que ter uma boa gestão da carteira de clientes na consultoria rural? 

A carteira de clientes é o conjunto de informações de clientes do seu negócio, organizado por categorias, de acordo com suas especificidades. Nessa listagem devem constar seus clientes atuais, clientes inativos e potenciais clientes, além de todos os dados possíveis sobre cada um deles.

A partir dessa organização, fica mais fácil estruturar uma base de consumidores fiéis que, mesmo que encontrem opções por um menor custo, optarão por seu produto, negócio ou serviço.

É preciso focar neste trabalho porque, afinal, de que adianta ter uma lista enorme de clientes, se você não acompanha de perto tudo o que acontece com eles? Para agregar mais valor ao seu negócio, é preciso ter uma boa gestão da carteira de clientes.

Sobre isso, conversamos com o consultor agrícola Douglas Rouchez Rathke, que compartilhou sua experiência e as dicas de como obter sucesso na gestão da carteira de clientes na consultoria rural. 

Segundo ele, é necessário um bom planejamento de todos os passos para que se chegue a estratégias assertivas, que aumentem suas receitas e tenha uma base de clientes que volte sempre para você quando necessitar dos seus produtos e serviços – e não para o seu concorrente.

A gestão da carteira de clientes na consultoria rural não deve ser enxergada somente como uma ferramenta para organização. Ela é uma estratégia para conhecer os clientes atuais, suas necessidades e como continuar oferecendo o melhor para cada um deles.

A seguir, listamos os principais passos para isso!

Como fazer a gestão da carteira de clientes na consultoria em 9 passos

Douglas afirma que a busca pela excelência e a qualidade na prestação do serviços ajudam neste trabalho, cujos passos são:

1. Diagnóstico 

A montagem da gestão da carteira de clientes na consultoria rural deve começar com um diagnóstico de seu público parceiro. Douglas prefere chamar seus clientes de parceiros porque há uma confiança mútua.

Faça uma análise completa do que terá de trabalho pela frente, ele orienta. Conheça bem:

  • a propriedade;
  • a rotina de trabalho;
  • o modo de produção;
  • os maiores gargalos que precisam ser imediatamente sanados;
  • as contas a pagar e a receber;
  • a alocação de custo; 
  • o controle de armazenamento, entre outros pontos.

Saiba também a visão do cliente sobre seu negócio. 

“Só assim será possível ter um diagnóstico preciso das possibilidades de melhoria para que a gestão da carteira de clientes na consultoria rural seja assertiva”, explica o consultor.

2. Defina metas

É fundamental conhecer seus clientes e suas particularidades para que você consiga decidir de forma assertiva. 

Onde você quer chegar com sua carteira de clientes? O que você oferece atinge todo tipo de cliente? Você entrega ao cliente o que você vende? São perguntas desse tipo que devem nortear seu trabalho. 

Ao respondê-las você conseguirá encontrar sua meta. Não se esqueça que ela deve ser simples, mensurável, atingível e relevante. 

3. Identifique potenciais clientes

Descubra quais possíveis clientes estão presentes dentro da sua área de atuação e quantos deles existem na região. O importante é conseguir ter uma boa noção de quem poderá adquirir seu serviço. 

Então, elabore uma estratégia e um método de prospecção, definindo um período de seu tempo para prospectá-los.

4. Organize a carteira de clientes

Faça a divisão de seus clientes por categorias. Você pode separá-los por região, porte, tipo de produto, tempo de atividade e em outras categorias que te ajudem a enxergar toda a potencialidade de cada um deles.

Douglas explica que, em sua consultoria, catalogar seus clientes por região é um facilitador na hora de executar suas atividades.

“Pode ocorrer de eu estar no sul da região e o cliente norte precisar de mim, por conta de algum imprevisto. No entanto, ao organizá-los por região, evito gastos desnecessários com deslocamento, por exemplo. Isso garante mais produtividade ao meu trabalho, porque posso ter com antecedência minha rota de atuação”, exemplifica ele. 

5. Defina pontos de atenção entre os clientes

Separe seus clientes ativos daqueles inativos e dos potenciais clientes. 

Ativos

São aqueles que regularmente compram seus serviços ou produtos e respeitam o ciclo de compras. Eles precisam sempre ser motivados e receber atenção sistemática como forma de reforçar sua atuação enquanto consultor.

Inativos

São os clientes que estão deixando de comprar seus serviços ou que estão desrespeitando o ciclo de compras. Eles são extremamente importantes, porque sinalizam em que direção está seguindo a gestão da carteira, já que, quando começam a dar sinais de que estão comprando do concorrente, é preciso agir rapidamente.

Mesmo longe, mantenha-os informados, fale sobre temas que lhes interessem, como uso de algum tipo de insumos específico, novidades, etc. 

Dessa forma, eles terão a chance de perceber que a relação entre vocês pode ser reatada a qualquer momento e, assim, ter de volta a lucratividade que tanto buscam.

“Só depois dessa categorização será possível ter condições de planejar estratégias para reforçar sua ações, sejam elas para quem está em plena sintonia com seu trabalho ou para compor subsídios capazes de traçar novas propostas para aqueles que estão distantes e podem retornar à sua carteira de clientes,” reforça o consultor.

6. Conheça o tipo de relacionamento que você tem com seu cliente

Sua carteira de clientes deve ter uma mistura de clientes pagantes de diversos portes, mas também aqueles que são parceiros da sua consultoria. 

Há casos em que o sucesso de uma consultoria equivale até mais do que o valor financeiro recebido, já que pode ampliar a visibilidade de seu negócio possibilitando assim a atração de novos clientes.

gestão da carteira de clientes na consultoria rural

(Fonte: EPI USE)

7. Divulgue seus casos de sucesso

Aquele velho ditado “quem não é visto, não é lembrado” pode explicar bem o que isso significa. 

Faça uma boa divulgação dos cases de sucesso de sua consultoria. E, dessa forma, mostre a seus futuros clientes como seu negócio poderá impactar na rotina deles. 

Tenha as redes sociais como uma grande parceira nesta missão. Compartilhe suas ações, publique conteúdo próprio em redes de maior público, em sites especializados em seu segmento, e em outros meios de comunicação. 

Use seus melhores clientes para desenhar esse case de sucesso! Afinal, eles já mantêm um relacionamento com você e poderão repercutir as boas práticas de seu trabalho.

8. Invista em conhecimento

Não pare de se capacitar! Tenha humildade para saber que é preciso sempre mais aprendizado e troca de conhecimento. Essa é a chave para compreender como seus  concorrentes desenvolvem seus próprios projetos e qual o diferencial deles. 

“O aprendizado EAD (Ensino a Distância) veio para ficar e pode facilitar sua trajetória rumo ao sucesso. Participe de feiras, eventos, palestras, campos experimentais, cursos, eles são fundamentais para aumentar sua experiência e garantir o reforço de sua marca,” orienta Douglas Rathke.

planilha para gestão de clientes

9. Faça da tecnologia sua aliada

Estar atento às demandas do produtor em cada etapa da produção agrícola é uma ótima forma de prever demanda e organizar seus serviços de consultor, construindo um relacionamento baseado em entregar o que eles precisam quando precisam. 

Você pode fazer isso com muito mais agilidade se contar com a tecnologia como sua principal aliada. 

Segundo Douglas, a tecnologia proporciona inúmeras possibilidades de estratégias assertivas em várias fases do trabalho. 

“Ela reduz custos, ajuda no monitoramento, deixando mais tempo para que outras atividades sejam realizadas ao longo do trabalho. Isso garante mais agilidade, ordenação e mais produtividade,” aponta o consultor.

Você pode usar ferramentas que te ajudem a fazer a gestão da carteira de clientes na consultoria rural ou até mesmo planilhas de Excel para organizar seus contatos.

Já no acompanhamento das atividades e análise dos dados de cada fazenda, você pode contar com o software de gestão agrícola Aegro.

O software permite que você gere relatórios automatizados de custo e rentabilidade, por exemplo, por área e até mesmo por talhão. Também é possível acompanhar todo fluxo de caixa e puxar indicadores específicos da área financeira.

Quer saber mais sobre como sua consultoria pode se tornar parceira do Aegro? Experimente gratuitamente nosso aplicativo de gestão rural pelo programa de parcerias!

Conclusão

A gestão da carteira de clientes na consultoria rural é fundamental, pois se trata da maneira como se cuida do atendimento de seus clientes.

A partir da organização bem feita, é possível otimizar seu trabalho na consultoria rural e gerar mais valor às suas entregas. 

Neste artigo, mostramos o passo a passo para facilitar esse gerenciamento, com dicas de como fazer a melhor organização da sua carteira.

Lembre-se: quem enxerga o cliente como seu maior patrimônio pode atingir melhores resultados e agregar valor à sua marca!

Douglas Rouchez Rathke é consultor agrícola em Mato Grosso do Sul e parceiro Aegro.

Restou alguma dúvida sobre a gestão da carteira de clientes na consultoria rural? Torne-se um consultor parceiro do Aegro: experimente nosso aplicativo de gestão rural agora mesmo!

Guia rápido para controle das 5 principais plantas daninhas do arroz

Plantas daninhas do arroz: como planejar o manejo e os métodos de controle químicos e alternativos para sua lavoura!

Guia rápido para controle das 5 principais plantas daninhas do arroz

Fazer um controle eficiente de plantas daninhas não é tarefa simples. É preciso identificar as invasoras, saber qual o melhor momento para manejo e quais métodos são mais eficientes, não é verdade?

O ideal é sempre monitorar a lavoura para entender quais espécies predominam e dar prioridade na hora do controle. 

Especialmente no arroz, o manejo de algumas daninhas pode ser mais difícil. Por isso, separamos algumas informações que vão te ajudar a fazer esse trabalho de forma mais efetiva. Confira!

1 – Arroz vermelho (Oryza sativa L.) 

O arroz vermelho possui grande importância para a cultura do arroz, principalmente na região sul do Brasil.

Essa planta daninha pertence à mesma espécie do arroz cultivado, o que dificulta no momento do controle.

A principal diferença entre as duas espécies está na coloração do pericarpo. No arroz vermelho, ele apresenta uma cor avermelhada. 

Além disso, essa planta daninha apresenta como principais características:

  • sementes com dormência;
  • colmos finos;
  • ciclo mais longo;
  • plantas maiores;
  • pálea e lema com variação de cor;
  • folhas de cor verde-claro e decumbentes;
  • deiscência precoce das espiguetas.

Contudo, no campo, essa diferenciação é muito difícil.

Por pertencerem à mesma família botânica, as condições climáticas podem favorecer o crescimento e desenvolvimento da cultura e da planta daninha. 

Estudos demonstram que a presença de arroz vermelho na lavoura do arroz cultivado pode reduzir consideravelmente o potencial de rendimento da cultura.

Um exemplo prático é que uma população de 20 plantas de arroz vermelho por m2, convivendo com o arroz cultivado por 120 dias, pode reduzir a produtividade da cultura em 68%.

foto de Arroz vermelho (Oryza sativa L.)

Arroz vermelho (Oryza sativa L.)
(Fonte: Planeta Arroz)

Recomendações de manejo para o arroz-vermelho

Para minimizar a infestação de sua lavoura de arroz com o arroz vermelho, é fundamental alguns cuidados, como:

Uso de sementes certificadas

A utilização de sementes não certificadas é um dos principais modos de dispersão do arroz vermelho no arroz cultivado. 

Por isso, é essencial que você utilize sementes de boa procedência. Assim, você garante que está utilizando sementes de qualidade e sem a presença de plantas nocivas.

Escolha da cultivar

Escolha cultivares de ciclo precoce, visando reduzir a infestação de sementes de arroz vermelho em sua propriedade.

Assim, a colheita do arroz será realizada antes das plantas de arroz vermelho atingirem maturação fisiológica. Deste modo, você estará, inclusive, reduzindo o banco de sementes dessa planta daninha.

Outro detalhe bastante importante é a escolha de cultivares Clearfields (mutagênicos), que permitem o controle químico do arroz vermelho, uma vez que essas cultivares possuem resistência aos herbicidas do grupo das imidazolinonas.

Rotação de culturas

A rotação de culturas é essencial para melhorar qualquer sistema produtivo, auxiliando inclusive na redução de banco de sementes de arroz vermelho.

Atualmente, as culturas mais utilizadas no sistema de rotação de cultura do arroz são soja e milho.

Controle químico 

Devido à grande semelhança entre esta planta daninha e o arroz, existem poucas opções que podem ser utilizadas para controle químico. 

  • Imazapic + imazethapyr (cultivares Clearfield)
  • glifosato
  • paraquat
  • oxadiazon
  • oxyfluorfen

Os manejos alternativos, como uso de sementes certificadas, escolha da cultivar e rotação de culturas, também serão efetivos para outras daninhas. Por isso, nos próximos tópicos, vamos citar apenas o controle químico para elas.

2 – Capim-coloninho (Echinochloa colona)

O capim-coloninho é uma planta daninha de ciclo anual, herbácea, ereta, glabra (sem presença de “pilosidades”) e muito entouceirada.  

É muito frequente em solos úmidos ou inundados, porém tolera solos enxutos, como nos cultivos de sequeiro. 

É hospedeira alternativa para o nematoide Meloidogyne incognita, conhecido como nematoide das galhas

foto de Capim-coloninho (Echinochloa colona)

Capim-coloninho (Echinochloa colona)
(Fonte: Moreira e Bragança, 2010)

Recomendações de manejo para capim-coloninho

As opções de manejo químico para o capim-coloninho registradas para o arroz são: 

  • cialofope
  • quizalofop
  • clomazone
  • glifosato
  • imazapic
  • trifluralina
  • flourfiroxifen
  • oxadiazon

3 – Capim-arroz (Echinochloa crus-galli)

O capim-arroz é dividido em três variedades no Brasil: crus-galli, crus-pavonis e mitis.

Essas plantas daninhas estão entre as mais frequentes em cultivos de arroz irrigado, ocorrendo ocasionalmente em áreas de sequeiro. Possuem ciclo anual, são eretas, herbáceas, podendo ser entouceiradas ou glabras, dependendo da variedade. 

O que dificulta o controle desta planta daninha são os casos de resistência presentes nas lavouras de arroz do Brasil. Veja:

  • 1999 – resistência ao herbicida quincloraque;
  • 2009 – resistência a imazethapyr, bispyribac, quincloraque e penoxsulam;
  • 2015 – resistência aos herbicidas cialofope, quincloraque e penoxsulam. 
foto de Capim-arroz (Echinochloa crus-galli) - plantas daninhas do arroz

Capim-arroz (Echinochloa crus-galli)
(Fonte: Agrolink)

Recomendações de manejo para capim-arroz

As opções de manejo químico para o capim-arroz registradas para o arroz são: 

  • trifluralina
  • glifosato
  • cialofope
  • clomazone
  • paraquate
  • propanil
  • florfiroxifen
  • quizalofop
  • penoxsulam 
  • oxadiazon
  • quincloraque
  • bispyribac

4 – Capim-colchão (Digitaria ssp.)

No Brasil existem três espécies de gramíneas que são comumente conhecidas como capim-colchão: Digitaria horizontalis, Digitaria ciliaris e Digitaria sanguinalis, que pertencem à família Poaceae.

A espécie D. horizontalis é a mais frequente no país, infestando principalmente lavouras anuais e perenes. Ocorre, geralmente, em populações mistas com D. ciliaris. 

Já a espécie D. sanguinalis é bem menos frequente, ocorrendo em maior intensidade no sul do país.

Essas espécies tem ciclo anual, são herbáceas, eretas ou decumbentes e entouceiradas. 

Recomendações de manejo do capim-colchão

As opções de manejo químico para o capim-colchão registradas para o arroz são:

  • glifosato
  • trifluralina
  • cialofope
  • propanil
  • quizalofop
  • fenoxaprop
  • oxadiazon

5 – Trapoeraba (Commelina benghalensis)

É uma planta daninha de ciclo perene, semi-prostrada e de caules suculentos. 

A trapoeraba infesta lavouras anuais e perenes em todo o país, porém, tem preferência por solos férteis com boa umidade e sombreados. 

Recomendações de manejo para trapoeraba

A trapoeraba é considerada uma planta de difícil controle, pois possui mecanismos que prejudicam a absorção de herbicidas.

Por isso, seguir as boas práticas de aplicação, não usar baixos volumes e ter um bom adjuvante são a chave do controle dessa planta daninha. 

As opções de manejo químico para o trapoeraba registradas para o arroz são:

  • 2,4 D 
  • metsulfuron
  • bentazon
  • imazamox
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Conclusão

As plantas daninhas podem ser uma dor de cabeça para a produção do arroz, mas é possível ter um controle bastante eficiente e evitar prejuízos na lavoura.

Nesse artigo, vimos as particularidades de 5 das principais plantas daninhas do arroz. Também mostramos as opções de manejo que são mais eficazes no controle dessas invasoras.

Falamos também sobre alternativas de manejo para as invasoras que já tem casos de resistência registrados.

Aproveite essas informações e faça um manejo mais eficiente em sua lavoura!

Quais plantas daninhas do arroz são mais frequentes na sua região? Aproveite e baixe aqui um guia mais completo para Manejo de Plantas Daninhas na lavoura!

3 dicas para ter mais eficiência na colheita do feijão mecanizada

Colheita do feijão: entenda os principais passos para garantir uma colheita mais eficiente.

Existem diversas cultivares de feijão e cada região do país tem o seu preferido para colocar em cima do arroz… ou embaixo… (não vou entrar nessa discussão!).

Para chegar até a mesa do brasileiro, a colheita do feijão é um ponto crítico, tanto em termos de custo, como de eficiência do processo, pois determinadas características do feijoeiro podem dificultar o processo.

Separamos algumas dicas e pontos que devemos levar em conta para tornar a colheita do feijão mais eficiente e lucrativa. Confira comigo!

A planta de feijão e os tipos de colheita

A colheita de feijão pode ser realizada de três maneiras:

  •  colheita manual, onde se faz o arranquio, trilha e abanação das plantas manualmente, tornando o processo custoso e de baixa eficiência. 
  • sistema semimecanizado, o mais utilizado, emprega arranquio manual, mas a trilha e abanação são mecanizadas.
  • colheita mecanizada, em que todos os processos são feitos com máquinas.

O foco do texto será a colheita mecanizada, dada a maior eficiência e a dificuldade de se encontrar mão de obra para as operações manuais. 

A colheita mecanizada pode ser dividida em colheita indireta – onde são utilizadas uma máquina para arranquio e enleiramento, e outra para trilha, abanação e ensacamento; e direta – onde todas as operações são realizadas por uma única máquina, como ocorre com milho e soja, por exemplo. 

Contudo, algumas características da planta de feijão dificultam a adoção da colheita direta e o desenvolvimento de máquinas para este fim. 

O terreno também deve ser regular para que na hora da colheita não se “colha” solo junto e se perca qualidade.

Colheita do feijão: 3 dicas para ter mais eficiência 

1. Colha no ponto certo

A época ideal de colheita do feijão é logo após a maturidade fisiológica, estádio R9, como exemplifica a figura abaixo. 

Em termos práticos, um indicador de que se atingiu esse ponto é a mudança de coloração das vagens do feijão de verde para “cor de palha”.

infográfico com Fenologia do feijoeiro

Fenologia do feijoeiro
(Fonte: Coopertradição)

Pensando na produção de sementes, esse é o ponto de máxima qualidade fisiológica da semente, com máximo vigor e germinação. 

Passado esse ponto, maiores são os riscos de perdas de grãos e qualidade, além do ataque de pragas no grão como o caruncho.

A umidade das sementes deve estar em torno de 15% para colheita para evitar danos no processo e perdas após a colheita.

Para garantir a uniformidade das plantas na colheita é possível fazer o uso de dessecantes, já que muitas vezes a maturação é desuniforme. Isso também reduz as daninhas que infestam a área no momento da colheita. Outra opção é escolher cultivares mais uniformes para o plantio

As condições da lavoura e do ambiente no momento da colheita do feijão são críticas para a eficiência e os resultados do processo. 

Chuvas em excesso próximas à colheita são problemáticas para a entrada na área com o maquinário, mas também podem proporcionar que as sementes germinem ainda no pé.

2. Maquinário para colheita do feijão

No mercado, existem máquinas para a colheita de feijão de forma indireta e direta. Dada as dificuldades da realização da colheita direta, existem mais opções para colheita indireta. 

Como ocorre para milho e soja, por exemplo, uma única operação mecânica facilita o processo e reduz os gastos com a operação de colheita. Essa é uma das razões pela qual a colheita direta seria preferível.

fotos de ceifadora e enleiradora de feijão/recolhedora trilhadora para colheita indireta de feijão.

Ceifadora e enleiradora de feijão/recolhedora trilhadora para colheita indireta de feijão
(Fonte: Miac)

foto de Colhedora de feijão vermelha (colheita direta)

Colhedora de feijão (colheita direta)
(Fonte: Miack)

Para viabilizar a colheita mecânica direta é necessário escolher cultivares mais adequadas a este fim.

Aqui no blog nós já falamos em detalhes sobre “Como escolher a colheitadeira ideal para a sua lavoura”. Confira!

Manutenção de máquinas

Uma boa colheita do feijão passa primeiramente por um maquinário bem regulado e funcionando corretamente. O melhor funcionamento das máquinas precisa de manutenção constante e preventiva.

Não deixe para hora da colheita para arrumar, trocar as peças… você pode ficar na mão.

É claro que o dia a dia na propriedade rural é atarefado e temos que dar conta de várias tarefas. Por isso, devemos aproveitar quando as coisas estão mais tranquilas para cuidar dessas manutenções e do planejamento para a próxima safra.

Uma boa época para se fazer isso é na entressafra, onde há mais tempo disponível para essas atividades. Com isso, estaremos preparados para a hora em que o plantio e colheita chegarem. 

3. Escolha corretamente a cultivar/variedade 

Para viabilizar a colheita mecanizada é necessário considerar o hábito de crescimento ou arquitetura de planta. Isso porque as plantas que possuem arquitetura prostrada e vagens mais próximas ao solo inviabilizam a colheita direta, sendo necessárias duas operações. 

É importante considerar cultivares cuja altura de inserção da primeira vagem seja mais distante do solo e com maturação uniforme, reduzindo assim perdas de colheita e de qualidade.

A Embrapa Arroz e Feijão traz essas informações nos catálogos de cultivares de feijão, além de potencial produtivo, tamanho do ciclo e resistência a doenças, como mostra a figura abaixo.

Descrição das características de cultivar de feijão indicando a aptidão para cada tipo de colheita

Descrição das características de cultivar de feijão indicando a aptidão para cada tipo de colheita
(Fonte: Embrapa Arroz e Feijão)

Desse modo, é de extrema importância considerar a arquitetura da planta de feijão para se obter melhores resultados com a colheita mecanizada, especialmente se o objetivo for realizá-la em uma única operação. 

planilha para estimativa de perdas na colheita Aegro

Conclusão

Como pudemos acompanhar durante o texto, a colheita do feijão é um dos gargalos desse sistema produtivo. 

Dentre as possibilidades de colheita mecanizada do feijão, existe a colheita direta e a indireta.

Diferente de outras culturas, a colheita mecanizada do feijão é dificultada por aspectos da morfologia da própria planta, que dificulta o acesso às vagens e possibilita perdas de qualidade e de grãos.

Portanto, para se obter os melhores resultados na colheita do feijão é necessário escolher a cultivar adequada, colher no ponto certo e nas condições adequadas.

>> Leia mais: “Previsão para o preço do feijão: saiba quais são as expectativas

Qual a sua principal dificuldade na colheita do feijão? Conte nos comentários abaixo. Grande abraço!