Agrofit: Conheça o maior banco de informações sobre defensivos do Brasil

Agrofit: Saiba como pesquisar no maior banco de informações sobre defensivos agrícolas do Brasil!

Tão comum quanto as pragas do campo são as dúvidas para combatê-las.

O Agrofit é uma importante ferramenta na hora de pesquisar pelos produtos que vamos utilizar em nossa lavoura.

Com informações de doses, formulações, marcas e tudo o que é necessário para as aplicações, o Agrofit agrupa todos os defensivos registrados no Brasil.

Mas você sabe como fazer as pesquisas de forma mais eficiente no site? Confira o passo a passo a seguir!

Agrofit: Como funciona o banco de informações de agroquímicos

O Agrofit é um site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)/Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins, que contém um banco de informações sobre os produtos agroquímicos e afins registrados no Ministério da Agricultura. 

O site permite a realização de pesquisas importantes para controle de pragas na agricultura brasileira.

Para você acessar o banco de informações, primeiramente entre no site do MAPA. A tela que aparecerá inicialmente é essa da figura abaixo! Veja:

Agrofit

Vamos ver agora um passo a passo de como pesquisar no site. Para isso, vamos supor que precisamos buscar informações sobre o controle de plantas daninhas na cultura do milho.

Passo a passo para acessar o Agrofit

1- Após entrar no site, clique em Consulta Aberta (Acesso Livre). Sua tela ficará como na imagem abaixo:

Agrofit

2- A pesquisa pode ser feita clicando nos links que aparecem na parte superior do site. 

3- Você poderá fazer a busca por pragas (insetos, doenças e plantas daninhas), ingredientes ativos, produtos formulados, produtos técnicos ou relatórios.

Vamos selecionar no item “pragas” as “plantas daninhas”. Na sua tela aparecerá a página abaixo:

Como podemos ver, neste caso, você precisará saber o nome da planta daninha que deseja obter informações.

4- Vamos procurar sobre a planta daninha conhecida por corda-de-viola. Para isso, escreva no campo “nome vulgar” o nome da planta daninha (no nosso caso, “corda-de-viola”), como na figura abaixo. 

Caso você já saiba a espécie, você poderá buscar pelo nome científico.

5- Clique em consultar! Aparecerá então a tela abaixo, com todas as espécies de cordas-de-viola.

6- Feito isso, selecione qual espécie deseja informações. No nosso exemplo, vamos clicar em Ipomoea purpurea.

Ao clicar sobre a espécie, você poderá ver informações sobre aquela planta, incluindo os produtos que atuam no seu controle.

O site apresenta as características daquela espécie como: ciclo, forma de reprodução, habitat, características botânicas das folhas, flores e frutos, regiões de ocorrência e os produtos indicados para o seu manejo.

Agora vamos ver caso você deseje encontrar informações específicas para o manejo de plantas daninhas na cultura do milho.

Agrofit: Como pesquisar informações específicas para uma cultura

1- Selecione a consulta por ingredientes ativos. Aparecerá a tela abaixo:

2- Clique em “culturas” e selecione “milho”

3- Clique em consultar e, então, em sua tela aparecerá todos os produtos registrados para a cultura do milho.

4- Selecione agora o produto que você deseja obter mais informações. No exemplo, selecionamos o herbicida atrazina.

Aparecerá em sua tela todas as informações sobre este produto, todos os produtos formulados registrados para a cultura do milho e que contenham como ingrediente ativo a atrazina.

Você também poderá obter informações sobre:

  • Classe do produto
  • Fórmula
  • Nome químico
  • Classe/categoria agronômica (no caso, herbicida)

E, no campo inferior esquerdo aparecerá a quantidade de produtos registrados com aquele ingrediente ativo – que no nosso exemplo são 56. 

Agrofit: Busca por produtos formulados

Você poderá também, fazer a busca por Produtos Formulados. Neste caso, aparecerá a tela abaixo:

Neste caso, você pode pesquisar pelo:

  • Nome da marca comercial
  • Titular do registro
  • Número do registro
  • Ingrediente ativo
  • Aplicação
  • Classe
  • Classificação toxicológica
  • Classificação ambiental
  • Cultura em que é registrado

Em Produtos Formulados você poderá consultar as doses recomendadas; o modo de ação do produto (contato ou sistêmico); como ele pode ser aplicado (terrestre ou aéreo); a classificação toxicológica e ambiental; o titular do registro; marca comercial e as culturas e plantas daninhas para quais são indicados.

Quanto mais informações você tiver, mais rápido encontrará o produto que deseja.

Lembrando que agora estamos sobre um novo marco regulatório sobre a classificação dos produtos.

A classificação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que antes eram 4 categorias, passam a ser 5. Além disso, inclui o item “não classificado” para aqueles produtos de baixíssimo potencial de dano.

O Brasil adotou essa reclassificação para utilizar como base os padrões do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), passando a ter regras harmonizadas com as de países da União Europeia e da Ásia.

A reclassificação fica assim:

Categoria 1 – Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha: 43.

Categoria 2 – Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha: 79.

Categoria 3 – Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela: 136.

Categoria 4 – Produto Pouco Tóxico – faixa azul: 599.

Categoria 5 – Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul: 899.

Não classificado – Produto Não Classificado – faixa verde: 168.

Não informado – 16.

Produtos cujo processo matriz não foi localizado: 2.

Baixe grátis o Guia para Manejo de Plantas Daninhas

Conclusão

Vimos no texto de hoje como encontrar produtos em um dos maiores bancos de informações de defensivos do Brasil, o Agrofit.

No Agrofit é possível pesquisar as informações sobre os produtos registrados para todas as culturas.

Você também pode realizar a pesquisa pela praga, doença ou planta daninha, além de consultar os ingredientes ativos e produtos formulados.

Espero que com essas informações você possa fazer melhor uso desse banco de informações tão importante como é o Agrofit!

Ainda tem dúvidas sobre o Agrofit? Tem mais dicas de como fazer a pesquisa sobre produtos utilizados nas lavouras? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Fertilizantes NPK: Como obter alta eficiência das fórmulas comerciais

Fertilizantes NPK: Como influenciam na sua produtividade e qual melhor momento para aplicação em soja e milho.

O tão conhecido e falado NPK também tem seus truques!

Esse tipo de fertilizante, contendo Nitrogênio, Fósforo e Potássio, é a principal fonte de nutrientes que colocamos no solo.

Por isso, conhecer como otimizar seu uso e conseguir uma nutrição ainda melhor para a lavoura é essencial!

Veja neste artigo como obter a melhor eficiência com os fertilizantes NPK em sua lavoura.

Fertilizantes e tipos de NPK

Os fertilizantes fornecem nutrientes necessários para o pleno crescimento e desenvolvimento das plantas. Os mais utilizados são os químicos, estercos e resíduos de plantas. 

Uma fonte nutricional bem equilibrada aumenta a produtividade. Desta forma, damos destaque ao fertilizante NPK. 

Os fertilizantes NPK são fontes de três nutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O). 

No Brasil, a utilização de NPK vem crescendo devido ao aumento produtivo no país, como você pode ver na figura abaixo:

fertilizantes NPK

(Fonte: IPNI)

O fertilizante NPK pode ser disponibilizado de diferentes tipos físicos, sendo eles:

Mistura de grânulos: 

Ocorre quando dois ou três tipos de grânulos diferentes estão presentes na mistura. 

Consiste simplesmente em uma mistura física de matérias-primas previamente granuladas. Neste caso, cada grânulo é fonte de somente um nutriente

Por exemplo: Mistura de grânulos de sulfato de amônio + Grânulos de super fosfato triplo + Grânulos de cloreto de potássio.

fertilizantes NPK


(Fonte: Boletim técnico 89 – UFLA)

Mistura granulada:

É uma mistura de produtos em pó que passa pelo processo de granulação para que os diferentes nutrientes fiquem no mesmo grânulo. Não ocorre reação entre os componentes da mistura. 

Por exemplo: N-P-K no grânulo

fertilizantes NPK

(Fonte: Boletim técnico 89 – UFLA)

NPK micrado com micronutriente: 

Nesse processo ocorre, além da adição de N, P e K, também há adição de algum(ns) micronutrientes aos grânulos. Isso garante uma melhor distribuição, principalmente de micronutrientes, normalmente requeridos em pequenas quantidades. 

É uma mistura de produtos em pó que passa pelo processo de granulação. 

NPK de liberação lenta (osmocote): 

É um fertilizante constituído por grânulos, formado pela mistura das matérias primas, fonte de nitrogênio, fósforo e potássio. 

Esse fertilizante tem uma característica específica de ir liberando lentamente os nutrientes do qual é composto. 

Os benefícios da utilização deste fertilizante são:

  • Nutrição precisa e segura;
  • Utilização de uma única adubação;
  • Fornecimento contínuo dos nutrientes durante o desenvolvimento das mudas;
  • Disponibilização do nutriente num período de 2 a 14 meses;
  • Melhor aproveitamento dos nutrientes, evitando excesso e falta;
  • Proporciona maior volume e crescimento de raízes, menor suscetibilidade a condições adversas, entre outras vantagens.

Fórmulas de adubos NPK

Existe no mercado uma infinidade de fórmulas de fertilizantes NPK. Veja as mais utilizadas em cada região na tabela que eu selecionei: 

fórmula média NPK

(Fonte: IPNI) 

Mas como escolher entre as formulações? 

A escolha deve ser baseada na análise de solo associadas à demanda da cultura. A formulação deve ser a mais próxima possível das demandas da cultura plantada. 

E quando a formulação não se encaixa? 

Quando isso ocorrer, é necessário fazer uma suplementação do nutriente faltante com uma fonte externa. 

Agora que você já entendeu os diferentes tipos de NPK, vamos falar sobre a aplicação desse fertilizante na soja e também no milho.

planilha de fertilizantes

Fertilizantes NPK na soja

O  Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo atualmente. Esse destaque na produção é reflexo da atividade eficaz de manejo, principalmente relacionado à adubação equilibrada e feita no momento correto. 

Relata-se que a soja chega ao seu pico máximo de absorção aos 75 dias. Veja a tabela de exportação da soja: 

fertilizantes NPK

(Fonte: Embrapa)

Sabe-se que a soja consegue se associar a microorganismos capazes de fixar nitrogênio atmosférico. 

Hoje, inoculações com Bradyrhizobium possibilitam uma economia anual estimada de US$ 3 bilhões em fertilizantes nitrogenados. 

Com isso, podemos perceber que a soja consegue ser autossuficiente com relação ao N, quando na presença da associação biológica.

Existem relatos, em estudos, que a adubação nitrogenada interfere negativamente nas FBN. Portanto, recomenda-se que o uso de adubo nitrogenado não supere 20Kg/ha. 

Hoje ainda ocorre a associação de Azospirillum brasilense, que é responsável pela produção de fito-hormônios que desenvolvem o sistema radicular, o que também auxilia no aumento da eficiência produtiva, pois aumenta a área radicular.  

As recomendações de adubação na soja são baseadas na quantidade de produção esperada. Veja:

fertilizantes NPK

(Fonte: Boletim 100)

Recomenda-se que, quando as doses de potássio excederem 50kg/ha, haja o fracionamento de ⅔ na cobertura e ⅓ no plantio. 

Se o teor de argila for inferior a 40%, também recomenda-se o fracionamento

O fósforo é disponibilizado todo no momento da semeadura, isso devido à sua função energética, demandada principalmente no momento da germinação. 

>> Leia mais: “Como fazer o manejo mais adequado dos fertilizantes fosfatados na sua área

Fertilizantes NPK para milho

A utilização de fertilizantes químicos na cultura do milho é uma alternativa eficiente, pois expressa um aumento significativo da produtividade. 

No milho, as principais adubações  são realizadas na semeadura e na cobertura. Entre os nutrientes utilizados em grande quantidade se destacam o NPK. 

No caso específico dessa cultura, ocorre o interesse de dois produtos, a silagem e o grão. Com isso, deve-se conhecer a quantidade extraída pela planta em cada situação. 

fertilizantes

(Fonte: IPNI)

Estudos comprovam que a quantidade demandada de nutriente segue paralela à produção. Ou seja, quanto mais se produz, mais se exige. 

As maiores exigências são de nitrogênio e potássio (K), seguida de cálcio (Ca), magnésio (Mg) e fósforo (P).  

No que se refere à exportação dos nutrientes nos grãos, o fósforo é quase todo translocado para as sementes (80 a 90%); seguindo-se o nitrogênio (75%); enxofre (60%); magnésio (50%); potássio (20-30%); e cálcio (10-15%).

Portanto, percebe-se que potássio e cálcio são os dois nutrientes que ficam mais retidos na palhada, sendo importante a reposição destes no solo. 

Já, quando estamos tratando de produção de silagem, devem se atentar à reposição completa desses nutrientes, visto que toda a planta é colhida. 

Bem, agora que já sabemos para onde vão os nutrientes nas plantas, vamos visar a máxima eficiência produtiva

Eficiência produtiva

Primeiramente, é importante que saibamos qual é a época que a planta mais demanda esses nutrientes e associar à atividade desses elementos no solo! 

No milho, pode-se dizer que os nutrientes são absorvidos a todo momento. Porém, a intensidade de absorção é diferenciada em cada ciclo.

A primeira absorção intensa ocorre no desenvolvimento vegetativo em V4 a V12. A segunda ocorre durante a fase reprodutiva ou formação da espiga.

Conhecido como elemento de “arranque”, o potássio tem um padrão diferente de absorção quando comparado ao N e ao P. 

A máxima absorção do K ocorre no período vegetativo, se acumulando muito entre os 30 a 40 dias de desenvolvimento. 

No caso do nitrogênio e do fósforo, ocorrem dois picos de absorção: fase de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (formação de espiga). 

Para garantir maior eficiência, a aplicação de N deve ser feita no plantio e na fase de desenvolvimento vegetativo. É importante também pensar na uniformidade de aplicação.

O não suprimento deste nutriente durante a fase inicial de desenvolvimento vegetativo, com aplicação de toda a dose no florescimento (65 DAP), assim como o excessivo número de aplicações parceladas, afetam negativamente a produção. 

Conclusão 

Os fertilizantes NPK vêm sendo a melhor ferramenta para aumentar a eficiência produtiva da lavoura, principalmente devido à praticidade. 

Mas para ter um bom resultado é preciso conhecer os diferentes tipos e melhor momento para aplicação na cultura. 

Neste artigo, explicamos tudo isso e outros pontos que facilitam o planejamento agrícola da sua fazenda.

Os resultados discutidos aqui evidenciam que, no manejo de fertilizantes, o conhecimento das demandas de nutrientes durante o ciclo da cultura contribuem para uma maior eficiência da adubação!

>> Leia mais:

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“Adubação de sistemas: como fazer para ter mais economia e alta produtividade”

Fertilizantes orgânicos e seu uso na agricultura de larga escala

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Pós-colheita do café: tendências e perspectivas para cafés de qualidade (+ cuidados com a lavoura)

Atualizado em 04 de agosto de 2020.
Pós-colheita do café: como ela pode contribuir para a qualidade da bebida e quais cuidados tomar com a lavoura nesta fase.

A fase de pós-colheita do café é crítica para a qualidade da bebida (e também de sua rentabilidade)!

São várias as opções de processamento e, portanto, pode-se obter cafés dos mais variados tipos e qualidades.

Mas de nada adianta caprichar na colheita e errar no processamento de café depois dela!

Confira comigo algumas perspectivas, além de alguns cuidados essenciais com a lavoura de café nessa época.

A pós-colheita do café

A pós-colheita do café compreende as etapas de processamento e armazenamento do café.

Enquanto no armazenamento as recomendações são bem definidas, no processamento existe uma infinidade de opções disponíveis.

Essas dicas são aplicáveis para café arábica e robusta, embora ainda não haja um mercado que priorize a qualidade do segundo.

Como veremos a seguir, a escolha por um ou outro método depende do objetivo de cada produtor. É um mundo a ser explorado.

A qualidade do café

A qualidade do café é estabelecida lá na roça. Ela é definida por características como o tamanho, cor e integridade do grão, além da qualidade na xícara, é claro.

Isso é fruto de uma interação complexa entre variedade, clima, manejo da lavoura,  processo de colheita e pós-colheita.

O clima é próprio do local, não temos controle sobre ele – muito embora variações climáticas entre os anos possam alterar a qualidade.

Todo o resto – variedade, manejo, colheita e pós-colheita – são decisões do produtor: 

A escolha da variedade, nutrição, controle de pragas e doenças, a colheita de frutos cereja e uma pós-colheita adequada devem ser bem avaliados se quisermos produzir com qualidade.

O processamento de café

É recomendável que se comece a processar o café logo após a colheita, para evitar perdas e manter a qualidade!

Mas… a pós-colheita cria qualidade? Essa pergunta é muito comum. Então, vamos esclarecer as coisas:

A pós-colheita não cria qualidade. Embora não a crie, ela pode alterar ou destruir a qualidade do café.

Etapas do processamento de café

Imagem ilustrativa com etapas do processamento de café
Etapas do processamento de café 
(Fonte: QNInt)

Um bom processamento é fundamental para a qualidade do produto, mas dentre as etapas do processamento, a maioria apenas preserva a qualidade ou retira impurezas/defeitos.

Somente as etapas de despolpamento, remoção da mucilagem e secagem alteram a qualidade. Essas etapas afetam diretamente a qualidade do café na xícara, alterando corpo, aroma, acidez, além de outras características. 

Devido a esse efeito sobre a qualidade do café, existem inúmeras possibilidades de atuar sobre essas etapas. Vou explicar a seguir:

Possibilidades do processamento de café

Há um mundo de possibilidades à nossa disposição para cafés especiais. A ideia é passar alguns pontos básicos, afinal, esse assunto é extenso e, para cada realidade, uma técnica pode se encaixar melhor que outra. 

Não existe uma decisão perfeita, nesse caso. Cada tipo produz cafés diferentes de um mesmo café colhido. Tudo dependerá do mercado que se deseja atender. Também podemos optar por fazer vários tipos na propriedade.

Mas, antes de tudo, devemos optar pela separação dos frutos maduros dos cafés verdes. A partir daí, temos alguns caminhos a seguir:

Despolpar ou não? Os cafés naturais

Podemos optar pelo processamento dos frutos via seca, sem despolpamento, obtendo cafés naturais. Nesse caso, os café são secos com “casca e tudo”, como na figura abaixo.

foto de grãos de café processados por via seca
Processamento por via seca é uma das possibilidades para o produtor
(Fonte: Ensei Neto – Paladar Estadão)

A bebida gerada pelos cafés naturais geralmente tem maior corpo e doçura, pois os grãos de café absorvem mais características do fruto. Esse tipo de processamento de café é bastante utilizado no Brasil.

Despolpamento

Ao despolpar o café, temos um dilema: removo a mucilagem ou não? Quanto removo? Depende!

Existe uma variedade de cafés que podemos produzir a partir disso, cada qual com uma característica diferente.

Com o despolpamento, removemos a casca e obtemos outros tipos de café, como o cereja descascado (CD) ou os cafés desmucilados/lavados.

Ao despolpar, também é possível separar os frutos verdes, regulando o despolpador para que eles não sejam despolpados e se misturem.

Cereja descascado

O cereja descascado seria um meio termo entre o natural e o desmucilado, pois retira-se a polpa (casca)  mecanicamente, mas o café é colocado para secar com toda ou alguma mucilagem. 

Assim, o cereja descascado seca mais rápido que o natural e tem bebida mais encorpada que os desmucilados.

É bom ressaltar que o cereja descascado é uma inovação do processamento de café nacional, mas que depois foi adotado como outro nome em outros países, os tais “honeys”, o que particularmente tem grande apelo no mercado internacional de cafés.

foto com diferentes tipos de café - descascados, naturais e lavados
Diferentes tipos de café – descascados, naturais e lavados
(Fonte: Di Bartoli)

Cafés desmucilados ou lavados

O processo de remoção de mucilagem pode ser feito com uso de desmucilador (remoção mecânica) ou com a fermentação dos grãos (com ou sem água). 

Geralmente, o café que resulta desse processamento tem menos corpo e acidez pronunciada.

Fermentação de cafés

É bom lembrar que fermentações podem ocorrer naturalmente nos cafés colhidos ou ainda no pé. Mas aqui vamos tratar das fermentações controladas, que têm mostrado bons resultados para cafés especiais.

Esse tipo de processamento de café pode ser feito em tanques de fermentação específicos, mas muitos acabam optando por colocar naquelas bombonas de 200l.

Para consistência no processo, é necessário que se monitore a temperatura, pH, brix, tempo de fermentação e outros parâmetros. Se não, é apenas sorte e talvez não se obtenha aquele café novamente.

É importante lembrar que podem ocorrer fermentações indesejadas, que acabam com o café. Por isso, alguns parâmetros devem ser respeitados.

Geralmente queremos fermentações anaeróbicas (sem oxigênio no tanque), portanto, não podemos deixar que o oxigênio entre e cause problemas. 

Por isso, colocam-se “air lockers” na tampa do fermentador para evitar a entrada. Pode ser feita uma versão caseira com basicamente um pedaço de mangueira e uma garrafinha.

Ilustração do sistema de um “airlocker” caseiro. A água na garrafinha impede a entrada do ar no tanque de fermentação
Ilustração do sistema de um “airlocker” caseiro. A água na garrafinha impede a entrada do ar no tanque de fermentação
(Fonte: Blog do Breda)

Além disso, o tempo máximo de fermentação deve ficar entre 48h e 72h dependendo da temperatura do local, pois fermentações indesejadas podem ocorrer fora desse período.

Respeitadas essas regras, temos mais liberdade para sermos criativos. Tem gente fermentando café com polpa de maracujá, com leveduras de cerveja, de vinho… Em cada caso obtém-se um perfil sensorial para um mesmo café! 

Por isso, as oportunidades para o produtor são imensas e o mercado está aceitando novos cafés. Fique atento e não tenha medo de fazer testes em lotes pequenos!

Secagem do café

Assim como nas etapas anteriores, temos mais de um caminho a seguir na fase de secagem do café. Podemos optar pela secagem ao sol, como tradicionalmente se faz em terreiros ou optar por secadores rotativos ou secagem à sombra.

terreiro para secar café
Terreiros para secar café
(Fonte: Canal Rural)
ilustração de um secador rotativo
Secadores rotativos 
(Fonte: Pinhalense)

Uma nova tendência (nova pelo menos aqui no Brasil) é o uso de terreiros suspensos, como as chamadas camas africanas. Nesse caso, eles podem ficar ao sol ou à sombra. Veja:

foto de terreiros suspensos
Terreiros suspensos, também chamados de camas africanas
(Fonte: Perfect Daily Grind)

Se o objetivo é rapidez, talvez o secador seja a melhor opção. 

Se o volume é muito grande, talvez valha usar o terreiro.

Mas, caso o foco seja a qualidade, resultados promissores vêm sendo obtidos com terreiros suspensos

A circulação de ar nos terreiros suspensos é facilitada, evitando fermentações indesejadas. Além disso, como está afastado do solo, menores são os riscos de contaminação.

A torra do café

A torra do café deve ser realizada o mais próximo da venda possível, isso porque após esse processo podem haver perdas de qualidade do grão.

Uma torra errada pode pôr a perder todo o trabalho, desde a lavoura até o pós-colheita e  processamento de café. Dito isso, é necessário que a torra seja uniforme, sem passar do ponto.

O sabor do café é definido pela interação entre o processamento em si e a torra. Existem basicamente três tipos de torra e cada uma pode ser escolhida para satisfazer determinada necessidade ou bebida que se deseja obter. 

  • Torra clara: produz menos amargor nas bebidas, que ficam suaves, com acidez acentuada e menos encorpadas. Bom para café expresso.
  • Torra média: cafés mais equilibrados, com mais corpo. Geralmente dão melhores resultados para cafés coados.
  • Torra escura: cafés menos ácidos e encorpados, com amargor – o tal do café forte.  Cuidado para não torrar demais.
Foto de grãos de café apresentando pontos de torra do café, da clara para a escura
Pontos de torra do café, da clara para a escura 
(Fonte: Grão Gourmet)

Logicamente, entre esses três tipos básicos de torra podem existir nuances e variações. Fica a critério seu qual utilizar.

A qualidade como diferencial de mercado

Em tempos de baixos preços pagos pelo café, como os atuais, a busca pela qualidade pode ser uma solução para o cafeicultor.

Enquanto o mercado é inundado com cafés comerciais de qualidade, há todo um mercado de cafés especiais e diferenciados à espera.

Os compradores nesses mercados prezam pela qualidade do café e fidelidade do produtor, e, por isso, estão dispostos a pagar muito mais pelo produto.

Podem pagar desde algumas centenas a mais pela saca até algumas centenas de reais pelo quilo, no caso dos especiais. O céu é o limite, nesse caso.

Como vimos, a qualidade de um café é complexa. 

Portanto, o produtor que quiser a qualidade como um diferencial do café deve planejar cada passo, desde da escolha da variedade até – e principalmente – seu pós-colheita e processamento.

Armazenamento do café

Existem regras e recomendações para o armazenamento de cafés bem estabelecidas. 

Contudo, o mercado de cafés especiais e novas técnicas de processamento podem alterar isso.

Tradicionalmente, o café é armazenado em sacaria de juta ou em big bags. Mas, embora possamos controlar o ambiente do armazém, perdas de qualidade são inerentes ao processo.

Ao longo de um ano de armazenamento, por exemplo, um café pode deixar de ser especial devido a essas perdas. 

Assim, há uma tendência em buscar novas embalagens ou uso de atmosfera modificada para o armazenamento de cafés especiais.

São novas tendências e possibilidades! Cada qual pode atender a um nicho distinto, mas com certeza veremos algumas novidades neste sentido nos próximos anos.

Cuidados com a lavoura após a colheita do café

Nosso café já está colhido e sendo processado, logo estará pronto para a venda. Mas o que fazer com a lavoura após a colheita?

Primeiramente, devemos fazer a varrição, para coletar os grãos caídos e evitar que a broca se multiplique.

Próximo ao término da colheita, também devemos realizar as podas. O tipo de poda adequado deve se indicado por um engenheiro agrônomo. Aqui no blog nós já falamos sobre a “Poda do cafezal: Como fazer para aumentar sua produção”. Confira!

Monitore o ataque de pragas e doenças do cafeeiro e realize as aplicações caso seja necessário. 

Fique atento também aos danos causados pelas podas, os quais facilitam a entrada de patógenos. Nesses casos, pode-se fazer o uso de cúpricos.

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Conclusão

Como pudemos conferir, a qualidade do café é fruto da interação de alguns fatores, dentre eles o pós-colheita.

O pós-colheita do café pode não criar qualidade, mas pode mantê-la ou alterá-la.

As várias opções disponíveis permitem que um mesmo produtor tenha diversos tipos de café em sua propriedade e devem ser vistas com uma oportunidade de diferencial para o nosso café.

Além disso, não podemos nos esquecer de cuidados importantes com a lavoura após a colheita. Isso possibilitará o bom desenvolvimento e uma melhor safra seguinte!

Leia mais

Florada do café: Cuide bem das flores e colha bons frutos

Adubação para café: Simples e prática (+ planilha)

E você, amigo, como é sua pós-colheita do café? Já pensou nas várias opções que podemos seguir? Deixe sua dúvida ou comentário abaixo. Grande abraço e até a próxima!

Consultoria agrícola: como expandir e ser ainda melhor

Consultoria agrícola: O que você precisa considerar antes de entrar neste mercado e 5 dicas para se manter competitivo. 

Uma grande revolução tecnológica vêm ocorrendo no agronegócio brasileiro nos últimos anos. 

E um grande parceiro nesta revolução tecnológica são as empresas e profissionais autônomos que prestam consultoria agrícola.

Mas como ganhar a credibilidade dos produtores? E, mais difícil ainda, como se diferenciar dentre tantas consultorias?

Para isso, é preciso considerar alguns pontos e ter estratégias. E é sobre isso que vamos falar neste artigo! Confira!

Como entrar no mercado de consultoria agrícola?

Ingressar no mercado de consultoria agro pode ser um pouco abstrato os profissionais. 

Isso porque não se está vendendo um produto físico ou processo único, como um maquinário agrícola ou uma aplicação de calcário!

De modo geral, a consultoria funciona através da identificação e detalhamento de um problema ou oportunidade que uma empresa rural possui. E, em seguida, o consultor agrícola vende a informação que possibilita resolver o problema ou aproveitar a oportunidade.

Essa informação geralmente é materializada na forma de um relatório que detalha, de maneira simples e objetiva, os passos que o empresário rural deve seguir para alcançar seus objetivos. 

Só aí temos dois desafios a serem superados: a falta de credibilidade do novo consultor/consultoria por parte dos produtores e a entrada em um novo negócio em um mercado que já está saturado.

Mesmo que você tenha experiências profissionais anteriores, como ser consultor de uma grande empresa, o trabalho em sua própria consultoria é completamente diferente.

Por isso, é muito importante que um novo profissional responda a algumas perguntas antes de se aventurar neste mercado. Veja também este vídeo que separei sobre o assunto!

Como começar sua Consultoria - 3 Passos Essenciais

Confira alguns passos que podem te ajudar a começar sua consultoria agrícola.

1º: Quais serviços vou prestar? 

É importante que um novo profissional tenha uma boa capacitação associada a um amplo conhecimento técnico para que suas informações sejam importantes para o mercado. 

Atualmente, muito se fala sobre profissionais multitarefas (e outras terminologias). 

Porém, no ramo da consultoria agrícola, é importante que o consultor domine plenamente uma área de especialização para que posso atuar com segurança.

Também é importante delimitar quais os tipos de serviços você dará enfoque. Você poderá se especializar em agricultura de precisão, em insetos, em doenças ou em uma cultura em específico, como grãos, café e citros.
Dominar o manejo de pragas do algodão ou manejo nutricional da cana-de-açúcar são alguns exemplos.

Caso o consultor ache importante fornecer outros serviços que complementam o seu, pode formar um time de consultores ou trabalhar em parceria com outras empresas. 

2º: Preciso delimitar meu público-alvo?

Sim! É muito importante o consultor delimitar com exatidão os clientes em potencial. Assim é possível melhorar a estratégia de marketing e se especializar, cada vez mais, em resolver os problemas de seu público. 

No início, é normal que um consultor preste serviços em uma maior quantidade de áreas. 

Porém, é importante se especializar em uma área, como já comentamos você pode ser especialista em determinadas culturas ou determinados serviços, como telemetria ou pragas, por exemplo.

Trabalhe para que quando um produtor rural precise de um serviço nesta área, seu nome seja o mais cotado!  

3º: Qual meu posicionamento no mercado?

É muito importante que o consultor saiba exatamente qual seu diferencial em relação ao mercado. Quais benefícios o cliente terá por fazer negócios com você e não com  outras empresas que prestam o mesmo serviço? 

Entenda que o diferencial deve ser alinhado com o que o cliente necessita. Diferenciais apenas em relação ao custo do serviço geralmente não são sustentáveis, pois o nível de cobrança por parte do cliente será o mesmo. 

Nesse sentido, é interessante que você invista na sua consultoria em soluções mais ágeis, como ao utilizar mais tecnologia e realizar cursos na sua área de especialização.

Além destas 3 respostas, é importante que o consultor saiba precificar o seu serviço.

Por isso, é importante que você tenha em mente o quanto suas soluções trarão de lucro para o produtor rural, estabelecendo um preço pelo serviço que seja interessante para ambas as partes.

Para novos consultores, é muito importante formalizar o negócio. Isso trará mais segurança para você e seus clientes.

5 dicas para começar sua consultoria agrícola

Se você já sabe que tipo de serviço prestar, quem é seu público-alvo e o posicionamento que quer adotar no mercado, seguir essas 5 dicas pode te ajudar!

Dica 1 – Defina sua especialização

É importante que o consultor domine sua área de atuação e sempre se mantenha atualizado.

Como o consultor estará, na maioria das vezes, resolvendo problemas de seus clientes, deve estar preparado para resolvê-los de maneira eficiente – e o mais rápido possível! 

Infelizmente, como a agricultura é muito dinâmica, o consultor pode ter uma janela de atuação pequena para resolver um problema. Por isso, você deve estar preparado. 

De acordo com um estudo realizado pelo Laboratório da Consultoria, os atributos profissionais de maior peso no ramo de consultoria são conhecimento e experiência!

Além disso, especializações em áreas correlatas podem auxiliar muito no trabalho. Cursos de gestão de projetos ou marketing são opções!

Dica 2 – Conheça e use boas ferramentas em sua consultoria agrícola

Ter um bom conhecimento das ferramentas do Office é essencial para várias profissões. Para consultores, não é diferente! Se não tem um bom domínio destas ferramentas, busque treinamentos.

Além disso, softwares de gestão de projetos podem auxiliar muito na realização das consultorias. E, assim, fica mais fácil se organizar e entregar um bom trabalho. 

Alguns softwares que usam metodologia ágil de gestão de projetos são intuitivos e fáceis de usar, como o Trello.

Também é muito importante que o histórico de informações do empreendimento rural esteja com fácil acesso e organizado. Isso facilita muito o processo de entendimento do problema ou identificação de oportunidades para o negócio. 

Com o Aegro, o consultor tem acesso rápido e seguro às informações da fazenda. É possível visualizar as atividades que foram feitas ou estão em andamento e as observações de campo. 

Essa pode ser uma boa saída para se diferenciar de seus concorrentes: uma solução tecnológica que dá agilidade e credibilidade aos seus serviços.

O Aegro disponibiliza para os consultores agrícolas um plano exclusivo com as funções essenciais para registro e acompanhamento das atividades, incluindo MIP e Mapas NDVI.

consultoria agrícola

Visualizar atividades que estão em curso ou já foram feitas na fazenda é rápido e seguro com o software de gestão agrícola Aegro. Dados ilustrativos


>> Leia mais: “5 ferramentas gratuitas que todo consultor agrícola deve conhecer

Dica 3 – Faça uma boa rede de contatos (networking) 

Não é necessário que o consultor domine várias áreas do conhecimento, porém, conhecer profissionais que dominem é um diferencial de mercado. 

Manter contato com bons profissionais de diferentes instituições como universidades, órgãos de pesquisa, empresas e outras consultorias facilitará muito a realização de seus projetos de consultorias.    

Assim, poderá formar parcerias de trabalho dentro do mesmo projeto ou indicar bons profissionais para resolver problemas para os quais você não está capacitado. 

Uma importante ferramenta para ampliar seu networking e divulgar seu trabalho é o LinkedIn.

Dica 4 – Tenha uma boa gestão de pessoas

Durante suas consultorias, você estará lidando com diferentes colaboradores do empreendimento rural, que ocupam diversas posições.

Por isso, mantenha sempre uma postura profissional e ética, tratando a todos com respeito!

Além disso, é importante conhecer as normas do local onde está prestando a consultoria. Utilize os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) exigidos, acesse somentes áreas que têm permissão e etc.

É importante que o consultor entenda que para obter as informações necessárias ou planejar as soluções da consultoria deverá realizar uma boa gestão de pessoas!

Dica 5 – Fidelize seus clientes

A principal forma de divulgação de seu trabalho são clientes satisfeitos! Desta forma, se esforce para cumprir o prazo de entrega com boa qualidade do serviço prestado. Tente superar as expectativas do cliente. 

Clientes satisfeitos, com certeza, se fidelizam ao seu trabalho e lhe abrirão portas para diversos outros serviços.

Conclusão

Ingressar ou se manter competitivo na área de consultoria agrícola nem sempre é fácil.

Neste artigo, discutimos alguns pontos que você deve considerar para iniciar sua consultoria ou para aperfeiçoar os serviços já prestados.

Vimos também algumas ferramentas que podem te auxiliar no processo de gestão e outros aspectos importantes do processo de consultoria para você se destacar nesse mercado.

Espero que com essas dicas passadas aqui você consiga abrir sua consultoria ou melhorar a competitividade de sua consultoria no mercado! 

Consultoria contábil para o agronegócio: 5 dicas para ganhar mais espaço e crescer
Consultora economiza R$ 70 mil em utilização de insumos

Quais foram as principais dificuldades no início de sua carreira? Quais dicas já vem adotando em sua consultoria agrícola? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como fazer o rateio de custos simples e efetivo

Rateio de custos: saiba como fazê-lo de forma prática para ajudar a tornar a gestão financeira da propriedade mais eficiente

Com muitas atividades para gerenciar, às vezes fica complicado administrar todos os custos da fazenda.  Mais difícil ainda é saber qual atividade tem dado lucro ou prejuízo…

É o rateio de custos de sua propriedade rural que te ajuda a entender e solucionar esse problema! 

Dúvidas sobre o rateio, especialmente com duas ou mais safras ou atividades econômicas na fazenda? Confira todas as dicas de como fazê-lo.

O que é rateio de custos e sua importância

Dentro de uma propriedade rural, geralmente, temos mais de uma atividade sendo realizada: produção de grãos e criação de animais, por exemplo.

Cada uma dessas atividades tem um custo associado, que somados, compõem o custo total da propriedade.

Rateio de custos é dividir o custo proporcionalmente a cada atividade, área ou categoria. Desse modo, é possível fazer o cálculo da lucratividade de cada coisa e avaliar o retorno que cada uma dá.

Sem saber os custos, não conseguimos saber o lucro da propriedade. 

Pode ser que uma das atividades esteja no vermelho, prejudicando o orçamento no final do mês. 

Analisando tudo junto, fica difícil saber o que está errado. Em outras palavras, de pouquinho em pouquinho, vamos perdendo dinheiro sem nem perceber.

Isso ninguém quer, não é mesmo?

O rateio de custos favorece a análise individual de cada atividade, identificando os problemas e possibilitando que se tomem medidas para solucioná-los.

Primeiros passos para começar o rateio de custos

Primeiramente, é necessário que se tenha organização. Sua propriedade deve ser como uma empresa rural.

Os estoques de insumos e peças devem estar organizados, as contas e o fluxo de caixa em ordem.

Em outras palavras, você precisa conhecer sua propriedade como a palma de sua mão, nos mínimos detalhes.

Pode parecer complicado e trabalhoso no início, mas o tempo investido nesse detalhamento poupará esforços depois.

Com tudo organizado, podemos então começar o rateio de custos. Para isso, precisamos nos familiarizar com alguns conceitos.

rateio de custos

Rateio de custos permite saber a participação de cada produto ou atividade no custo total da empresa rural 

(Fonte: Acceasa

Diferentes custos e tipos de rateio

De modo simplificado, podemos definir dois tipos: custos diretos e indiretos.

Os custos diretos são aqueles inerentes à realização de determinada atividade. Ou seja, são os insumos (adubos, agroquímicos, vacinas, rações, etc), mão de obra e outros materiais que se sabe exatamente para qual atividade foram utilizados.

Por exemplo, as vacinas do gado não poderiam ser usadas na lavoura de milho, não é mesmo? Portanto, são custos diretos da bovinocultura. Mas os herbicidas usados na lavoura são custos direto da produção de milho.

Por outro lado, se utilizarmos um trator para o manejo do milho, mas também o usarmos para tratar do gado, os custos de diesel e hora máquina não são bem definidos para cada atividade.

Esse tipo de custo é chamado indireto, pois várias atividades fazem uso de um insumo, máquina ou funcionário em comum.

Nesse caso, o rateio por custos indiretos irá definir quanto desse custo vai para cada atividade. Mas isso veremos mais pra frente.

rateio de custos

(Fonte: Fortes Tecnologia)

Separando as atividades

Cada atividade desenvolvida na empresa deve ser tratada de forma independente, salvo em situações em que estão diretamente ligadas. 

Por exemplo, a fazenda produz grãos para venda e silagem para alimentar o gado leiteiro. Nesse caso, a produção de grãos é totalmente independente das outras duas atividades.

Por outro lado, a produção da silagem é direcionada para alimentação do rebanho, faz parte da atividade leiteira. Portanto, os custos da produção de silagem entram no rateio de custos da pecuária leiteira.

Lembre-se que nada impede de se fazer o rateio somente da produção de silagem, mas que o objetivo final é a produção de leite.

Separando os custos

Como vimos anteriormente, devemos prestar atenção nos custos indiretos de nossa propriedade. 

Aqueles custos que são compartilhados por mais de uma atividade da fazenda, como óleo diesel, horas máquina, energia elétrica e funcionários que atuam em mais de um tipo de serviço.

Nesses casos, é ideal se que calcule a quantidade de insumo foi gasto para cada atividade ou quantas horas dos funcionários ou máquinas foram dedicadas a cada uma.

Esses custos devem ser divididos proporcionalmente para cada atividade:

Por exemplo: de um total de 8 horas/dia, um funcionário dedica 6 horas para tratar do gado e o restante (2h) para a irrigação da lavoura de grãos. Ele dedica 75% do seu tempo para a criação do gado e 25% para a lavoura.

Assim, o custo correspondente ao salário desse trabalhador deve ser dividido nessa proporção nos centros de custo!

Supondo que ele ganhe R$ 2.000, R$ 1.500 (75%) seriam rateados para a pecuária e R$ 500 (25%) para a lavoura.

O mesmo raciocínio é válido para saber quanto cada atividade deveria pagar dos gastos com máquinas e óleo diesel.

Com isso, a divisão fica proporcional ao trabalho realizado em cada projeto ou atividade, sem que haja desbalanços como ocorreria se utilizássemos um valor igual para todos.

Os 3 métodos de rateio de custos

De modo prático, o rateio de custos é separar os custos de cada atividade. A partir disso podemos calcular a lucratividade de cada uma, levando em conta a receita bruta delas.

Além disso, a dica é ganhar tempo já fazendo a contabilidade de sua empresa rural de forma detalhada, já separando para cada atividade. 

Assim, o “grosso” do rateio de custos diretos já estará feito ao fim da safra. Acrescentamos a isso os custos indiretos, fazendo o rateio proporcional de todos os processos da fazenda.

A partir disso, podemos analisar a lucratividade ao fazer o balanços dos custos rateados com as receitas brutas também rateadas. Abaixo temos os 3 métodos de rateio mais utilizados na agricultura:

Rateio por Absorção

É um dos métodos mais usados, uma vez que divide custos igualmente pelos itens analisados. É o mais intuitivo de todos e é aquele sobre o qual já comentamos aqui.

Rateio por Atividade

É um método um pouco mais complexo e abrangente. Nesse tipo de rateio, você precisa realmente mensurar o uso de um determinado custo para fazer a separação posterior. Por exemplo o quanto cada atividade usa uma máquina por mês.

Rateio por Faturamento

O faturamento também é um tipo comum de critério para divisão dos custos. Supondo que você tenha dois produtos agrícolas (A e B). Se o item B fatura o dobro, ele também será responsável pelo dobro de custos.

Rateio de custos com um software agrícola

Não é preciso quebrar a cabeça para fazer o rateio de custos na sua fazenda. Com um software agrícola, esse cálculo se torna muito mais automatizado.

No Aegro, por exemplo, cada despesa lançada no seu financeiro pode ser facilmente atribuída como um custo de safra, estoque ou fazenda.

Além disso, você consegue ratear o valor de uma nota fiscal entre diferentes safras. O gasto será divido automaticamente pelo sistema, de acordo com a extensão das suas áreas de plantio.

Depois, ao realizar as suas atividades no campo, você registra no software a quantidade de produto que aplicou e até mesmo a máquina ou implemento agrícola que utilizou.

Assim, a divisão de custos de insumos e combustível pelos talhões da lavoura fica ainda mais precisa.

A qualquer momento, a participação de cada categoria de despesas nos custos da sua propriedade pode ser visualizada em detalhes, de forma rápida.

planilha de controle de endividamento rural com rateio por participante

Conclusão

Para sabermos se nossa propriedade rural é lucrativa, precisamos conhecer nossos custos.

Melhor ainda se soubermos como é a lucratividade de cada atividade da fazenda.

O rateio de custos atua exatamente aí, facilitando a análise da nossa propriedade, caso a caso.

Assim é possível identificarmos possíveis problemas e agirmos para solucioná-los e retomar a lucratividade.

>> Leia mais:

Gestão de custos da fazenda: O que é e como fazer

Planilha de gastos agrícolas: Como fazer e como contê-los (+ planilha grátis)

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Nematoide de cisto: Como afeta sua lavoura e o que fazer para se livrar dele

Nematoide de cisto: Como identificar esse micro-organismo na sua área e fazer o controle de forma adequada para evitar prejuízos.

Nematoides não são um tema fácil quando se fala de lavouras. Sua presença pode causar perdas significativas na produção de soja e e, além do prejuízo direto, eles também contribuem de diferentes modos para outras doenças.

O nematoide de cisto, por exemplo, é uma das maiores dores de cabeça na lavoura de soja. E como identificar sua presença na área? Qual a forma de controle ideal?

Nesse artigo, vou mostrar como você pode se livrar desse fitonematoide em sua lavoura. Confira a seguir! 

Nematoide de cisto: Heterodera glycine 

O nematoide de cisto (Heterodera glycine) é um endoparasita com ciclo de vida que dura em torno de 21 a 23 dias, com 4 fases ou ecdises. Na segunda fase do ciclo juvenil, ele realiza infestação nas raízes. 

São as fêmeas que completam o ciclo e permanecem dentro da raiz, após fertilizadas, produzindo e armazenando ovos no interior de seu corpo que, após a sua morte, se altera, se tornando rígido e quimicamente adquirindo coloração marrom. 

Essa estrutura possui cerca de 500 ovos que, mesmo sem a presença de hospedeiro, podem permanecer viáveis por até 7 anos.

nematoide de cisto

(Fonte: Nematoide Brasil)

O nematoide Heterodera glycine ou nematoide de cisto (NCS) possui de três a seis gerações por ano.

As fêmeas têm de 0,4 mm a 0,8 mm de comprimento, com formato de limão, ligeiramente alongado. Já os machos possuem de 0,6 mm a 1,6 mm de comprimento, vermiformes com cauda arredondada.

As condições ótimas para seu desenvolvimento são temperaturas entre 23℃ e 28℃, cessando com temperaturas inferiores a 14℃ ou superiores a 34℃. Condições nada difíceis em nosso país tropical, não é mesmo? 

Ocorrência e sintomas do nematoide de cisto

O nematoide de cisto foi identificado pela primeira vez na região do Cerrado, nas lavouras de soja, na safra de 1991/92. Hoje, estima-se que esteja presente em milhões de hectares no Brasil.

É característico desse nematoide que os sintomas apareçam em reboleiras, com plantas de baixo crescimento, com clorose, nanismo, raquíticas e com amarelamento.

O amarelecimento causado por NCS ocorre na época de florescimento da cultura da soja.

Ele se diferencia do ocorrido por deficiências nutricionais, como de ferro, pois essas aparecem mais cedo no ciclo da cultura. 

Mas o diagnóstico definitivo sempre exige observação do sistema radicular, que fica reduzido e infestado, apresentando minúsculas fêmeas brancas do nematoide.

nematoide de cisto

Sistema de raízes fica reduzido e infestado por minúsculas fêmeas do nematoide de cisto da soja (A); fêmeas maduras e cistos (B); cisto rompido com ovos (C); 

(Fonte: Luiz Ferraz e Derek Brown)

Identificação do nematoide de cisto

Se tem uma coisa que não se pode deixar passar para identificar nematoides é a análise de solo. Ela é a base para identificar qual espécie está atacando a lavoura.

O período da entressafra é um bom momento para realizar essa análise. Você também pode fazer a análise das raízes de plantas daninhas que, na maioria das vezes, são hospedeiras dos nematoides.

A amostra habitual da análise de solo da sua lavoura pode ser utilizada para a análise de nematoides. Aqui no blog nós já falamos sobre isso na matéria: “Tudo o que você precisa saber para acertar na escolha do laboratório de análise de solo.”

Disseminação

A movimentação de nematoides no solo é bastante limitada. Com o manejo de muitas áreas, somos responsáveis por boa parte da disseminação dos nematoides entre elas.

Um cuidado muito importante para evitar a disseminação é a limpeza do maquinário

Assim, evitamos a disseminação de nematoides. Além de que, iniciar pelas áreas limpas ou mais sadias, sempre é a melhor opção.

Manejo do nematoide de cisto

Uma vez presente na região, é muito difícil a eliminação da população de nematoides. Por isso, o  foco aqui é quebrar o ciclo dele. 

Cultural

Rotação de culturas é vantajosa em vários aspectos para a sua lavoura, desde que sejam espécies não hospedeiras do nematoide.  

Nesse sentido, as crotalárias são uma das melhores opções no controle dos nematoides. 

Suas raízes exercem a função de armadilha, permitindo a penetração de nematoides jovens que não conseguirão se desenvolver até a fase adulta na planta hospedada. 

Aqui no blog falamos recentemente sobre “Como a crotalária controla nematoides em sua lavoura”.

Além disso, elas contribuem como massa verde e também na fixação biológica de nitrogênio atmosférico. Isso ajuda no aumento do fornecimento de carbono fotossintetizado para fungos e bactérias.

Outras plantas que podem ser utilizadas são a braquiária e o milheto, com foco na produção de matéria orgânica, favorecendo outros micro-organismos com hábitos alimentares diferentes, diminuindo, assim, os fitonematoides.

nematoide de cisto

Sintomas do nematoide de cisto aparecem em reboleiras, com amarelamento. Em muitos casos, plantas acabam morrendo

(Fonte: Revista Globo Rural)

Nematicidas biológicos e químicos

Os produtos biológicos têm apresentado ótimos resultados a campo, atuando por competição ou predação dos nematoides.

Eles ainda permanecem por mais tempo no ambiente e contribuem para toda a vida biológica do agrossistema.

Essa modificação da rizosfera favorece a alteração da suscetibilidade do hospedeiro. 

Os principais agentes biológicos utilizados são: 

  • Pochonia chlamydosporia
  • Pausteria nishizawae
  • Paecilomyces lilacinus

O tratamento pode se dar de forma direta ao solo e também na forma de tratamento de sementes para combate e controle preventivo.

No tratamento de sementes, o uso de produtos biológicos e até mesmo químicos para controle de nematoides tem intuito de promover o desenvolvimento radicular inicial, permitindo que a planta se estabeleça. 

Cultivares resistentes 

Existem no mercado algumas opções de cultivares de com resistência ao NCS. A maioria é resistente às raças 1 e 3. Além disso, é muito importante você avaliar se essa cultivar é precoce ou tardia para que se encaixe no seu planejamento

A Embrapa, que tem o maior banco de germoplasma de soja tropical do mundo, lançou recentemente a cultivar BRS 7581RR. Ela é resistente a quatro raças: 1, 3, 5 e 14 do nematoide do cisto da soja (NCS). É uma cultivar RR precoce de ciclo médio de 85 a 117 dias.

Os silicatos também têm se apresentando como uma alternativa, atuando como indutor químico de resistência. 

Conclusão

Muitas das estratégias de controle de nematoides podem servir como prevenção e contribuir muito na qualidade da lavoura como um todo. 

Desde o uso de mais rotação de culturas e plantio direto ao uso de microrganismos..

Desse modo, você vai aos poucos se livrando dos fitonematoides e estabelecendo uma lavoura mais sã e produtiva. 

>> Leia mais:

Como controlar nematoide das galhas de uma vez por todas

Nematoides na cana-de-açúcar: Como reconhecer e manejar

“Como identificar e fazer o manejo adequado da podridão vermelha da raiz da soja”

Você já teve problemas com o nematoide de cisto na sua área? Como fez o manejo? Compartilhe suas experiências nos comentários!

Adubação foliar: entenda os princípios e saiba o que funciona

Atualizado em 06 de julho de 2022.

Adubação foliar: o que é, como ocorre a absorção dos nutrientes, quais os cuidados necessários, vantagens e desvantagens.

O adubo foliar serve para complementar a nutrição das plantas. Nesse caso, os fertilizantes são aplicados via foliar, ou seja, pulverizados sobre as folhas

Os adubos foliares fornecem macro e micronutrientes para as plantas. Afinal, assim como as raízes, as folhas têm a capacidade de absorver nutrientes. 

Neste artigo, saiba o que é adubação foliar, quando aplicar fertilizante foliar e detalhes sobre o processo em milho e soja. Boa leitura!

O que é adubação foliar?

A adubação foliar é uma estratégia para que os nutrientes sejam absorvidos pela parte aérea das plantas, principalmente pelas folhas. Já na adubação via solo, os adubos químicos e/ou orgânicos são incorporados ao solo, e a absorção dos nutrientes é feita pelas raízes das plantas. 

A adubação foliar garante uma rápida resposta das plantas, além de contribuir para o aumento da produtividade. Micronutrientes como zinco, ferro, cobre e boro são absorvidos rapidamente através desse tipo de adubação, o que ajuda no desenvolvimento da planta.

Vale lembrar que a recomendação de adubação via foliar sempre deve ser orientada pelo resultado da análise das folhas das plantas.  Somente pela análise foliar é possível verificar a deficiência ou a toxicidade de nutrientes.

De modo geral, os fertilizantes são classificados em orgânicos e inorgânicos. Como o próprio nome diz, os adubos orgânicos são derivados da matéria orgânica como resíduos de plantas e esterco animal. 

Já os inorgânicos são produzidos quimicamente e compreendem a maior parte dos fertilizantes utilizados hoje em dia

estrutura da folha

Estrutura de uma folha: em destaque a cutícula (parte adaxial) e os estômatos (parte abaxial)

(Fonte: Adaptado de Agrolink) 

Absorção dos nutrientes pelas folhas das plantas

O processo de absorção dos nutrientes pelas folhas começa quando a solução fertilizante foliar entra em contato com a superfície foliar. A penetração dos nutrientes nas folhas ocorre pelos estômatos e, principalmente, pelos poros através da cutícula

A cutícula é uma camada que recobre toda a superfície da folha e tem a função de evitar a perda de água. Depois de atravessar a cutícula, os nutrientes se movimentam pelo apoplasto e pelo simplasto.

Por fim, ocorre a distribuição dos nutrientes das folhas para as outras partes da planta.

Esse processo depende do movimento dos nutrientes no floema e no xilema. Alguns nutrientes apresentam maior mobilidade que outros. 

Como usar fertilizante foliar

Na utilização dos adubos foliares é muito importante se atentar a fase fenológica da cultura em que será realizada a aplicação. Os nutrientes precisam ser fornecidos no período em que as plantas são mais exigentes

Somente assim será possível observar ganhos na produtividade.

Além disso, é preciso sempre seguir as recomendações do fabricante do produto e do profissional responsável pela adubação foliar. Cada produto apresenta dosagem, diluição e modo de aplicação específico.

Para garantir maior eficiência na aplicação dos adubos foliares se atente à qualidade da água utilizada. Cuide também do horário em que será realizada a prática de manejo e dos bicos de pulverização. Isso garante que toda a área foliar seja recoberta pelas gotas.

Tipos de fertilizantes foliares e quando aplicá-los

O adubo foliar pode ser aplicado em diferentes situações e em diferentes fases fenológicas da cultura. É importante que ele seja fornecido nas fases de maior exigência nutricional. 

Além disso, existem três principais tipos de adubação foliar. Os fertilizantes foliares podem ser aplicados de forma preventiva, corretiva e complementar.

A adubação preventiva, como o próprio nome diz, é realizada de forma antecipada para evitar o aparecimento de deficiência nutricional nas plantas.

Já na adubação corretiva, os adubos são fornecidos com o objetivo de corrigir alguma deficiência nutricional. É importante que a recomendação seja feita tendo como referência a análise foliar.

A adubação complementar é realizada para complementar a adubação via solo. Vale lembrar que a adubação foliar não substitui a adubação via solo.

O que considerar para fazer aplicações de adubo foliar

A adubação via solo fornece os principais macronutrientes para a planta de forma bastante eficiente. Esse é o exemplo do NPK, composto por nitrogênio, fósforo e potássio.

Entretanto, durante o ciclo da cultura, pode haver deficiência de certos micronutrientes essenciais. Por exemplo, boro, zinco e manganês. 

Os fertilizantes foliares aplicados sobre as folhas são mais rapidamente assimilados pela planta do que via solo. Porém, seu aproveitamento é de curto prazo.

Portanto, é importante que os nutrientes sejam aplicados nas fases fenológicas em que a planta tem maior capacidade de resposta à adubação. Isso garante um aumento da produtividade.

É importante que você saiba que a adubação foliar é utilizada de forma associada à aplicação via solo. Uma prática não substitui a outra: elas são complementares, de modo a atender a demanda das plantas por nutrientes. 

Também é interessante ressaltar que sempre deve ser respeitado o modo de aplicação dos produtos e a dosagem recomendada. Adubos foliares não devem ser aplicados via solo e vice-versa.

Fatores que influenciam a eficiência do adubo foliar

Alguns aspectos externos e internos das plantas devem ser considerados para que você tenha eficiência na aplicação de adubo foliar.

Fatores externos

Os fatores externos são a molhabilidade da superfície da folha, a temperatura e a umidade relativa do ar, luz e pH da solução.

  1. Molhabilidade da superfície foliar: Para que o nutriente seja absorvido pela  planta, é necessário que a solução atinja a superfície foliar. Para isso, deve-se ter bastante investimento na tecnologia de aplicação do fertilizante foliar, com bicos específicos, e uso de umectantes e espalhantes. 
  2. Temperatura e umidade relativa do ar: Os períodos mais favoráveis para realizar a adubação foliar são  pela manhã e fim da tarde. Umidade relativa alta e temperaturas amenas favorecem a absorção foliar. 
  3. Luz: A maioria das plantas abre seu estômato na luz e fecha no escuro. Por isso, é imprescindível que a aplicação seja realizada com boa intensidade luminosa.
  4. pH da solução: Recomenda-se utilizar o pH para cada nutriente específico. Mas, de uma forma geral, utiliza-se a solução nutritiva com pH entre 5 e 6. 

Fatores internos

Os fatores internos são a superfície foliar, a idade da folha e o estado iônico interno.

  1. Superfície foliar: Cutícula mais fina, alto número de estômatos e presença de pilosidade podem aumentar a superfície de contato e favorecer a absorção dos nutrientes. É essencial que a adubação foliar cubra tanto a parte superior quanto a inferior das folhas.
  2. Idade da folha: Absorção dos nutrientes é maior em folhas mais novas, pois nas folhas mais velhas a camada de cutícula é mais grossa o que interfere na absorção. As folhas mais novas também têm maior atividade metabólica e absorvem os nutrientes mais rapidamente. 
  3. Estado iônico interno: Plantas com deficiência de algum nutriente tendem a absorver mais rápido a molécula aplicada. Por isso, analisar se realmente há deficiência vai lhe garantir a aplicação correta.

Vantagens e desvantagens da adubação foliar

Como qualquer prática, a adubação foliar apresenta algumas vantagens e desvantagens. Confira a seguir.

Vantagens 

Uma das vantagens da adubação foliar é a rápida resposta das plantas quando da utilização desses produtos.

A adubação foliar também apresenta maior uniformidade de distribuição dos nutrientes. Isso, é claro, quando comparada à aplicação de fertilizantes granulados via solo.

Além disso, a adubação foliar é indicada para situações em que a adubação via solo apresenta condições adversas, como solo encharcado e períodos de seca. 

Desvantagens 

Uma desvantagem da adubação foliar se refere ao baixo efeito residual dessa prática.

É interessante que ela seja realizada juntamente com a aplicação de outros produtos para evitar o aumento dos custos de produção.

Dependendo da dosagem e das condições ambientais em que a adubação foliar for realizada, pode ocorrer a queimadura das folhas e de plantas jovens.

Por isso, para evitar problemas, sempre siga as recomendações da bula dos produtos e do engenheiro agrônomo responsável.

Adubação foliar no milho e na soja

Adubo foliar para milho

A adubação do milho através das folhas é realizada, principalmente, no período vegetativo. Isso ocorre durante a fase inicial de desenvolvimento das plantas (estádio V4 e V7).

A adubação via foliar é feita com o objetivo de corrigir as deficiências nutricionais. Elas podem ser detectadas pelo diagnóstico visual.

No entanto, é importante ressaltar que os sintomas visuais de deficiência nutricional podem ser facilmente confundidos com outros fatores. Por exemplo, o ataque de doenças e distúrbios fisiológicos das plantas. 

Adubo foliar para soja 

A adubação foliar em soja é bastante eficiente, porque a cultura é muito exigente em nutrientes. No entanto, a quantidade de nutrientes fornecidos na adubação foliar não substitui a adubação via solo.

Os nutrientes mais exigidos pela soja são nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, magnésio e enxofre.

Na cultura da soja, o período de maior exigência nutricional vai do aparecimento da primeira folha trifoliada totalmente desenvolvida até o início do enchimento dos grãos (V2 até R5). 

banner para baixar a planilha de cálculo de fertilizantes para milho e soja

Conclusão

O uso de adubação foliar pode ser um grande aliado na sua cultura. Mas não é uma prática para substituir e sim para complementar a adubação via solo, quando necessário.

Neste artigo, vimos que alguns fatores internos e externos podem comprometer a eficiência do fertilizante foliar. Por isso, fique de olho!

Não se esqueça de considerar todos os fatores vistos aqui para fazer a aplicação de adubo foliar na sua área! E na dúvida, sempre consulte um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).

>> Leia mais:

Potássio para milho: Por que é tão importante e como fazer seu manejo

“Por que a adubação com silício pode ser sua aliada na produtividade”

“Tudo o que você precisa saber sobre cobre nas plantas”

Você já fez adubação foliar em sua lavoura? Quais foram os resultados? Deixe seu comentário!

Atualizado em 06 de julho de 2022 por Tatiza Barcellos.

Tatiza é engenheira-agrônoma e mestra em agronomia, com ênfase em produção vegetal, pela Universidade Federal de Goiás.

Mofo-branco: como identificar, controlar e prevenir na sua lavoura

Mofo-branco: características da doença e as principais formas de manejo para evitar prejuízos na sua lavoura.

As doenças estão, frequentemente, causando prejuízos na lavoura. O mofo-branco, por exemplo, tem uma ampla gama de plantas hospedeiras como soja, feijão, girassol, algodão e outras.

No caso da soja, a doença pode causar perdas de até 70% na produtividade.

Outro aspecto importante é que o fungo forma estruturas de resistência que podem permanecer viáveis no solo por vários anos. Então, é preciso evitar a entrada do patógeno na área e manejá-lo adequadamente quando já está presente para evitar perdas.

Confira a seguir as principais características da doença, ciclo de vida e formas de manejo para a sua lavoura!

O que causa o mofo-branco nas culturas agrícolas

O mofo-branco, ou podridão-de-Sclerotinia, é uma doença causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, principalmente, e pode causar altas perdas na produtividade de culturas como algodão, soja, feijão e muitas outras de grande importância econômica.

Estima-se que a doença pode afetar diferentes espécies de plantas, com registro de mais de 400 espécies hospedeiras (ampla gama de plantas hospedeiras, exceto as gramíneas). Além disso, está distribuída em muitas regiões do mundo. 

Alta umidade e temperaturas amenas são o ambiente favorável para desenvolvimento da doença. Dessa forma, áreas irrigadas podem favorecer o mofo-branco, por proporcionar ambientes com alta umidade.

Os sintomas da doença são bastante característicos. Normalmente, ocorrem lesões encharcadas nas partes aéreas da planta. E, após o progresso, há o crescimento de um micélio branco, com aspecto cotonoso (parecido com algodão) sobre essas lesões. Após um período, ocorre a formação de escleródios.

Os escleródios são enovelamento/agregado de hifas, que são estruturas de resistência do fungo. Assim, este fungo pode sobreviver no solo através dessas estruturas.

mofo-branco
Placa de Petri com crescimento em meio de cultura de Scletotinia sclerotiorum com micélio branco e escleródios
(Fonte: Arquivo pessoal da autora)

A formação de escleródios ocorre em resposta às mudanças na disponibilidade de nutrientes no meio em que se encontra o fungo. Os escleródios tem formato irregular e tamanho pequeno (milímetros).

Inicialmente, essas estruturas apresentam coloração branca, que depois progride para uma cor escura e com aspecto duro.

Assim, os escleródios no final do processo da sua formação apresentam cor escura pelo depósito de melanina, que possivelmente confere proteção a essas estruturas.

Os escleródios podem sobreviver (ficarem viáveis) no solo por vários anos. Há trabalhos que apontam sobrevivência por até 10 anos, mas isso é variável conforme as condições a que essas estruturas estão expostas.

Isso é importante pois há a sobrevivência de S. sclerotiorum na área de cultivo mesmo no período de entressafra.

Disseminação S. sclerotiorum

Os escleródios podem ser disseminados por sementes, solo, máquinas agrícolas, água, entre outros.

Assim, se sua área de cultivo é livre do patógeno, este pode ser introduzido por sementes contaminadas internamente (micélio dormente) ou por escleródios que podem estar juntos com as sementes. 

Máquinas e implementos agrícolas sujos com solo contaminado também trazem problemas. 

Este conhecimento é muito importante para determinar as medidas de manejo para a doença. Vamos falar sobre isso mais a frente no texto!

E você sabe como a doença se desenvolve através dos escleródios? Vou explicar!

Ciclo de vida de S. sclerotiorum

Para entender como o patógeno se desenvolve para causar o mofo-branco, vamos discutir rapidamente o ciclo de vida de S. sclerotiorum.

Os escleródios presente no solo podem germinar de duas formas:

  • Carpogênica

Ocorre a formação de apotécios (que tem aparência de cogumelo). Esses produzem ascos que formam ascósporos (esporos do fungo), que são dispersos para o meio, disseminados pelo vento, podendo ocasionar infecções em outras plantas na área ou em regiões próximas.

Os ascósporos germinam para iniciar a infecção e causar a doença. Normalmente, a germinação carpogênica ocorre nas culturas de soja e feijão.

  • Micelogênica

Ocorre a formação de hifas e não formam esporos. Essas hifas geralmente iniciam a infecção na matéria orgânica do solo e depois penetram e colonizam a planta hospedeira (principalmente a parte das plantas em contato com o solo). Normalmente essa germinação ocorre na cultura do girassol.

É importante conhecer o ciclo de vida do patógeno para entender a importância das estruturas de sobrevivência do fungo e as medidas de manejo.

Observe no esquema abaixo como as germinações podem ocorrer e as etapas para o desenvolvimento do mofo-branco.

ciclo de vida de Sclerotinia sclerotiorum
Esquema do ciclo de vida de Sclerotinia sclerotiorum
(Fonte: Tese Roseli Muniz Giachini adaptado de Wharton e Kirk, 2007)

Agora que você sabe um pouco mais sobre o desenvolvimento do mofo-branco, vamos mostrar o desenvolvimento da doença em algumas culturas agrícolas.

Mofo-branco na cultura da soja

A doença foi uma das principais responsáveis pela redução da produtividade das lavouras de soja na região sul do país na safra 2017/18.

Nos últimos anos, o mofo-branco na cultura da soja ocasionou perdas de até 70% na produtividade. E estima-se que cerca de 10 milhões de hectares da área brasileira de cultivo de soja estejam infestados pelo patógeno.

O fungo pode atacar qualquer parte da planta, sendo mais frequente nas inflorescências, pecíolos e ramos.

Os sintomas inicialmente são manchas encharcadas, que progridem para uma coloração castanha, com um crescimento de micélio de coloração branca e aspecto cotonoso sobre essas manchas.

E, com o desenvolvimento da doença, ocorre a formação dos escleródios, que podem estar tanto na superfície como no interior de hastes e nas vagens infectadas da planta de soja.

A fase de maior vulnerabilidade é na floração e na formação de vagens.

As sementes infectadas são menores, enrugadas e com coloração não característica da semente.

mofo-branco na soja
Fungo na soja é capaz de infectar qualquer parte da planta
(Fonte: Maurício Meyer em Embrapa)

Controle de mofo-branco em soja

Para o controle químico, falaremos dos defensivos especificamente mais a frente. Mas o importante aqui é saber que  sua eficiência vai depender do momento da aplicação.

O intuito dessa aplicação deve ser atingir as partes inferiores das plantas e a superfície do solo. 

Por isso, a primeira aplicação deve ser na abertura das flores, ou seja, estádio R1 da soja. A segunda aplicação, já deve ocorrer no intervalo de aproximadamente 15 dias em relação a primeira.

Os principais fungicidas são o Fluazinam 500 g/l, Procimidona 500 g/kg, Carbendazin 500 g/l e Tiofanato Metílico 350 g/l + Fluazinam 52,5 g/l. 

Além do controle químico, há outras medidas de manejo que você pode utilizar na sua lavoura para controle do mofo-branco. Vamos falar sobre isso mais a frente no texto!

Mofo-branco na cultura do feijoeiro

O mofo-branco do feijoeiro é uma das doenças mais agressivas na cultura. As perdas podem ultrapassar 60% se o manejo não for realizado corretamente.

Normalmente a doença é mais problemática no florescimento.

Ascósporos (esporos) disseminados pelo vento caem em pétalas de flores senescentes do feijoeiro, germinam e infectam. As pétalas senescentes colonizadas caem sobre o solo ou hastes de vagens e iniciam o ciclo da doença.

Os sintomas são lesões encharcadas de coloração castanha, com micélio branco e cotonoso. Com o progresso da doença, ocorre a formação de escleródios.

mofo-branco no feijão
(Fonte: Revista Cultivar)

Mofo-branco na cultura do algodão

A doença na cultura do algodoeiro tem maior incidência em áreas irrigadas, principalmente após o cultivo de soja e feijoeiro. 

Além disso, também tem afetado a cultura em áreas com clima de temperatura amena e alta umidade, que propiciam o desenvolvimento do fungo.

Os sintomas no algodoeiro podem ocorrer nas folhas, hastes e nas maçãs.

Os sintomas normalmente são no baixeiro das plantas, tendo inicialmente a formação de lesões aquosas, que podem ter o crescimento do micélio cotono. Com o progresso da doença, há formação de escleródios.

Na fase de floração, o patógeno tem uma disseminação mais rápida, pois a flor é a fonte primária de energia para o fungo iniciar novas infecções.

Mofo-branco na cultura do girassol

Na cultura do girassol, a doença também recebe o nome de podridão branca. É considerada, mundialmente, a mais importante para a cultura.

Se o fungo ataca na fase de plântula, pode ocasionar a morte e, consequentemente, falhas no estande.

A podridão branca pode ocorrer na cultura desde o estádio de plântula até a maturação das plantas.

A doença pode apresentar 3 sintomas diferentes nas plantas:

  • Podridão basal (ocorre do estádio de plântula até a maturação): murcha da planta e lesão marrom, mole e com aspecto de encharcada. Se houver alta umidade, a lesão pode ficar coberta por um micélio branco. Além disso, pode encontrar escleródios nas áreas afetadas.
  • Podridão na porção mediana da planta (ocorre a partir do estádio vegetativo): os sintomas são parecidos com os da infecção basal. Escleródios podem ocorrer dentro e fora da haste.
  • Podridão do capítulo (ocorre a partir da floração): inicialmente observam-se lesões pardas e encharcadas no capítulo, tendo a presença do micélio cobrindo algumas de suas partes. Com o progresso da doença, pode-se encontrar muitos escleródios no interior do capítulo, além do fungo poder destruir esta estrutura floral.

Mofo-branco na cultura do amendoim

A doença é causada por S. sclerotiorum ou também pelo fungo Sclerotinia minor e pode causar perdas superiores a 50%.

Os sintomas iniciam com lesões encharcadas que, em períodos de alta umidade, ocorre crescimento de micélio branco sobre as lesões que, com o progresso da doença, pode formar os escleródios.

Mofo-branco na cultura da canola

Também chamado de podridão branca, é uma das doenças de grande importância para a cultura da canola no Brasil.

Os sintomas ocorrem no caule e na haste da planta, com a presença de apodrecimento seco. 

Com o progresso da doença, os tecidos atacados do caule ou das hastes se tornam marrons, que também ocorre o crescimento de micélio branco e cotonoso, e com a presença de escleródios.

As plantas atacadas pelo fungo normalmente apresentam desfolhamento, maturação precoce e podem ter sementes chochas.

Medidas de manejo do mofo-branco

O controle do mofo-branco é difícil. O fungo produz estruturas de resistência (escleródios) e uma ampla gama de plantas hospedeiras. Por isso, na sua área, deve-se evitar a entrada do fungo.

Além disso, não há variedades resistentes até o momento para este fungo. O que pode ocorrer são variedades com resistência parcial.

Listamos algumas medidas de manejo que podem ser utilizadas no controle do mofo-branco. Mas lembre-se que os fungicidas diferem quanto ao seu registro nas culturas.

  • Sementes sadias e certificadas para evitar a presença de escleródios misturados com a semente ou de micélio interno nas sementes;
sementes de soja com escleródio
Sementes de soja com escleródio
(Fonte: A Granja)
  • Rotação de culturas com espécies não hospedeiras do fungo;
  • População de plantas adequada, lembrando que espaçamentos pequenos são mais favoráveis ao mofo-branco;
  • Tratamento de sementes;
  • Cultivo sobre a palhada de gramíneas;
  • Eliminar plantas invasoras que são hospedeiras do fungo;
  • Utilizar variedades que possuem uma arquitetura que apresente boa aeração para não possibilitar um ambiente favorável para o patógeno (umidade);
  • Limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas;
  • Escolha da época de plantio (evitando períodos chuvosos nos estádios que são propensos para a doença);
  • Palhada, como de gramíneas, no solo pode reduzir a formação (desenvolvimento) do fungo. A palhada também pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos que controlam a S. sclerotiorum (antagonista).
  • Cultivo em sistema de plantio direto pode reduzir a incidência da doença em relação ao plantio convencional por dificultar o contato da planta com o solo contaminado e também o desenvolvimento do fungo. 
  • Controle biológico;
  • Tratamento químico (fungicidas);

Verifique quais produtos são registrados para o patógeno no Brasil e para a cultura que é afetada pela doença.

Para consultar os produtos registrados, não se esqueça de buscar no site do Agrofit.

E para a prescrição do produto e da dose a ser utilizada, procure um (a) eng. Agrônomo (a).

Eficiência de fungicidas para controle do mofo-branco

A Embrapa realizou uma pesquisa sobre a eficiência de fungicidas para o controle do mofo-branco na cultura da soja na safra 2017/18.

Essas pesquisas podem te auxiliar na escolha do fungicida de acordo com a incidência da doença e seu controle. 

Lembre-se de comparar os resultados com a testemunha, que são plantas que não foram aplicadas com fungicidas.

mofo-branco
Incidência, controle relativo, produtividade da soja, redução de produtividade, massa de escleródios produzidos e redução da produção de escleródios em função dos tratamentos fungicidas utilizados nos ensaios cooperativos de controle de mofo-branco em soja, na safra 2017/18.
(Fonte: Embrapa)

Lembre-se que a melhor medida de manejo é a prevenção da entrada do patógeno na sua área de cultivo.

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E, por fim, para um manejo efetivo, você deve utilizar várias medidas de manejo, ou seja, integrando as práticas de manejo!

Conclusão

O mofo-branco é um problema em várias culturas agrícolas, trazendo grandes perdas de produtividade.

Neste artigo, abordamos os principais sintomas, ciclo de vida, condições favoráveis e disseminação da doença. Discutimos ainda várias estratégias de manejo, que devem ser realizadas de forma integrada.

Lembre-se que a prevenção da entrada do patógeno na área é a melhor estratégia!

Agora que você sabe dessas informações, não deixe que o mofo-branco cause perdas na sua produção agrícola. Bom manejo!

>> Leia mais:

“Identifique os sintomas da podridão parda da haste da soja e aprenda a evitar a doença”

Você tem problemas com mofo-branco na sua lavoura? Quais medidas de manejo utiliza para o controle da doença? Adoraria ver seu comentário abaixo!