Mancha foliar no milho: como livrar sua lavoura dessas doenças

Mancha foliar no milho: quais são as principais, como identificar os sintomas, como realizar o manejo e muito mais

A denominação “mancha foliar” é utilizada em referência a algumas doenças que atacam a cultura do milho.

Elas têm grande importância econômica, pois estão presentes nas principais áreas produtoras do grão. Além disso, reduzem consideravelmente o potencial produtivo da lavoura. 

Neste artigo, saiba mais sobre como identificar e manejar cercosporiose, helmintosporiose, mancha-branca, mancha-de-bipolares e mancha-de-diplodia. Boa leitura!

Principais manchas foliares no milho

As principais doenças causadoras de manchas foliares em lavouras de milho são: 

Essas doenças reduzem a área fotossintética das plantas. Como consequência, interferem na produtividade e na qualidade do produto final. Abaixo, veja quais são e como identificar as principais doenças foliares  em milho.

Cercosporiose

A cercosporiose é uma doença foliar causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis, e também é conhecida como cercospora do milho. 

Os sintomas se manifestam primeiro nas folhas inferiores das plantas, onde aparecem manchas alongadas e com bordas amareladas. Sob condições de elevada umidade, as lesões adquirem coloração acinzentada em função da produção de esporos pelo fungo. 

Uma característica que diferencia a cercosporiose de outras doenças foliares do milho é o fato de as lesões apresentarem formato retangular e delimitado pelas nervuras. Elas se desenvolvem mais lentamente do que as lesões provocadas por outros patógenos.

Em casos mais severos, essa doença pode provocar o acamamento das plantas. Isso acontece pois as plantas de milho ficam mais predispostas ao ataque de outros patógenos, como os que causam danos ao colmo.

Essa doença se desenvolve sob condições de elevada umidade relativa do ar (maior que 90%) e em temperaturas entre 25°C e 30°C. A disseminação da cercosporiose ocorre através dos esporos do fungo e pelos restos culturais contaminados.

Sintomas da cercosporiose em folha de milho

(Fonte: NC State Extension)

Helmintosporiose

O agente causal da helmintosporiose é o fungo Exserohilum turcicum. Essa doença tem maior incidência em lavouras de milho safrinha.  Os sintomas característicos são lesões necróticas e em formato de charuto. A coloração pode variar de verde-acinzentada a marrom. 

Nesse caso, o crescimento das lesões não é limitado pelas nervuras da folha.   

À medida que a doença se desenvolve, as lesões aumentam de tamanho, comprometendo toda a área foliar. A helmintosporiose é favorecida por condições de temperaturas amenas, entre 20°C e 25°C, umidade relativa do ar acima de 90% e pela presença de orvalho.

A disseminação ocorre pela ação do vento, que transporta o fungo a longas distâncias. Além disso, os restos culturais são fontes de inóculo do fungo, uma vez que ele sobrevive nesse ambiente por longos períodos. 

Manchas em formato de charuto característica da helmintosporiose

Manchas em formato de charuto característica da helmintosporiose

(Fonte: Crop Protection Network)

Mancha-branca ou mancha foliar de Phaeosphaeria

A mancha-branca é uma doença foliar causada pela bactéria Pantoea ananatis. Ela é conhecida por mancha-de-Phaeosphaeria, feosféria e pinta-branca. Ela é uma das doenças mais distribuídas em regiões produtoras.

Além disso, os danos dependem das condições ambientais e do estádio de desenvolvimento da planta infectada. Os sintomas aparecem primeiro nas pontas das folhas. 

À medida que a doença avança, essas manchas são visíveis também na base das folhas do milho. As lesões foliares têm formato circular ou oval, cor verde-clara e aspecto encharcado (anasarca). Com o passar do tempo essas lesões necrosam e podem coalescer. 

Além disso, essa doença pode causar a seca prematura das plantas. De modo geral, os sintomas são mais severos após o pendoamento do milho

As condições ótimas para o desenvolvimento da mancha branca são noites com temperaturas amenas (15°C a 20°C) e umidade do ar acima de 60%. Períodos chuvosos também favorecem essa doença.  A disseminação ocorre por respingos de água da chuva e pelo vento.

Sintomas típicos da mancha branca no milho

Sintomas típicos da mancha branca no milho

(Fonte: Embrapa – Circular Técnica 167)

Mancha-de-bipolaris no milho (Bipolaris Maydis)

A mancha-de-bipolaris é uma doença do milho causada pelo fungo Bipolaris maydis. Por isso, também é conhecida como mancha de bipolaris no milho.

Os sintomas variam de acordo com a raça do fungo que está infectando as plantas. De modo geral, os sintomas são lesões necróticas de formato oval, alongado e estreito. Elas não têm bordas definidas e se desenvolvem seguindo a orientação das nervuras foliares. 

Em alguns casos, os sintomas da mancha-de-bipolaris podem ser confundidos com os da cercosporiose. No entanto, é possível diferenciar as doenças com base na avaliação das lesões.

Sintomas da mancha-de-bipolaris em folha de milho

Sintomas da mancha-de-bipolaris em folha de milho

(Fonte: Crop Protection Network)

Em geral, as lesões da cercosporiose são delimitadas, na largura, pelas nervuras das folhas e apresentam bordas bem definidas. Além disso, elas são mais estreitas. Enquanto isso, as lesões da mancha-de-bipolaris apresentam bordas irregulares.

As condições ambientais que contribuem para o desenvolvimento da mancha-de-bipolaris são um ambiente úmido e quente, com temperaturas entre 22°C e 30°C

A disseminação dos conídios é feita pelo vento e por respingos de água da chuva. O fungo ainda sobrevive nos restos culturais e nos grãos de milho.

banner da planilha de produtividade da lavoura de milho

Mancha-de-diplodia

A mancha-de-diplodia é causada pelo fungo Stenocarpella macrospora. Os sintomas dessa doença são lesões alongadas e grandes, que podem atingir até 10 centímetros de comprimento.  

As lesões de mancha-de-diplodia podem ser confundidas com as da helmintosporiose. A diferença entre elas está no fato de que as lesões de mancha-de-diplodia apresentam um ponto de infecção pelo patógeno

Esse ponto de infecção é um pequeno círculo localizado em qualquer lugar da lesão e que é visível contra a luz. Além das lesões foliares, a mancha-de-diplodia causa podridão do colmo e das espigas.

A disseminação dos esporos do fungo é feita pelo vento, por respingos de chuva e por sementes infectadas. Os restos culturais também são fonte de inóculo. A doença se desenvolve melhor sob condições de alta umidade do ar e temperaturas entre 25°C e 30°C

Sintomas da mancha-foliar-de-diplodia em milho

Sintomas da mancha-foliar-de-diplodia em milho

(Fonte: American Physiological Society)

Manejo das manchas foliares do milho

O manejo das manchas foliares na cultura do milho deve ser realizado de forma integrada. A combinação de diferentes medidas garante maior sucesso no controle dessas doenças foliares em milho. Por isso, as principais estratégias de manejo recomendadas são:

  • plantio de cultivares de milho resistentes às doenças;
  • plantio de cultivares diferentes em uma mesma área;
  • escolha da época de plantio do milho;
  • evitar o plantio sequencial de milho na mesma área;
  • utilizar sementes sadias;
  • tratamento de sementes;
  • manejo adequado da lavoura: população adequada de plantas, adubação equilibrada do milho, controle de daninhas da cultura;
  • rotação de culturas;
  • controle químico com fungicidas de amplo espectro.
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No controle químico das manchas foliares do milho são indicados, principalmente, os fungicidas dos grupos químicos triazol e estrobilurina

Conclusão

As principais doenças que causam manchas foliares da cultura do milho são a cercosporiose, a helmintosporiose, a mancha-branca, a mancha-de-bipolaris e a mancha-de-diplodia.

Essas doenças ocorrem em todas as áreas produtoras de milho do país e comprometem a produtividade final. O manejo das manchas foliares é feito pela adoção de diferentes estratégias

Por exemplo, a resistência genética, o plantio de sementes sadias, a rotação de culturas e a aplicação de defensivos químicos. Na dúvida, sempre procure ajuda de uma pessoa especialista da agronomia.

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Veja como e quando é feita a adubação de cobertura

Adubação de cobertura: veja o que é, sua importância, principais nutrientes aplicados, culturas e época de aplicação

Os nutrientes são essenciais para o desenvolvimento vegetal. Cada um tem atuação fundamental nas plantas, e muitas vezes é necessário durante todo o ciclo da cultura.

A adubação antes do plantio é essencial para disponibilizar nutrientes desde o início da formação da planta. Entretanto, alguns são requeridos em maiores quantidades, e se aplicados em sua totalidade na adubação de plantio, podem prejudicar a lavoura. 

Neste artigo, veja como a adubação de cobertura ajuda a contornar esses prejuízos, quais nutrientes são aplicados e em quais culturas ela é indicada. Boa leitura!

Qual a diferença entre adubação de base e de cobertura?

A adubação de cobertura é feita após a cultura já estar estabelecida, quando os níveis de nutrientes no solo estão abaixo do necessário. Ela também é feita em lavouras sem histórico de informações sobre o solo.

Em casos de lavouras sem histórico, a cobertura com adubo serve para manter o solo em um padrão seguro para a cultura. Isso, é claro, não exclui a necessidade de fazer análises de solo.

Ela fornece o nutriente para a planta durante seu ciclo no momento que a planta mais precisa. Afinal, a fertilidade dos solos brasileiros geralmente é muito baixa. 

Para suprir as necessidades das plantas, muitas vezes é necessária uma boa quantidade de determinados nutrientes. Justamente por isso, a adubação das culturas deve ter como parâmetros:

Estas são as principais informações necessárias para definir a adubação. Entretanto, nem sempre a quantidade requerida é necessária no início da formação da lavoura. Ainda, a cultura pode precisar de grande quantidade de determinado nutriente.

Assim, a aplicação total na adubação de base se torna inviável. Nesses casos, ocorre o parcelamento da adubação (a adubação de cobertura).

A adubação de fundação ou de base fornece os nutrientes, principalmente os fertilizantes NPK, para o início do desenvolvimento da cultura. 

Por outro lado, a adubação de cobertura complementa o fornecimento com a planta já formada e quando ela mais necessita.

Quais são os nutrientes aplicados?

A adubação de cobertura geralmente é feita com nutrientes facilmente perdidos durante o desenvolvimento da cultura, como o nitrogênio e o potássio. Geralmente, o nitrogênio deve ser dividido em adubação de base e cobertura. 

Em algumas culturas, ele pode ser parcelado em duas aplicações para aproveitar a maior parte. Quando se parcela o nutriente via cobertura, você consegue aplicar em poucas quantidades e no momento que as plantas mais necessitam.

O potássio é outro nutriente importante para as plantas. Muitas vezes, devido à quantidade disponível no solo, é preciso aplicar grande volume. Os solos arenosos são os que mais requerem este nutriente.

O fósforo é pouco utilizado neste tipo de adubação por causa da sua imobilidade no solo. Assim, se aplicado por cobertura, irá se concentrar na camada superficial.

Já em relação aos micronutrientes, alguns já são aplicados após a formação das plantas. Entretanto, são aplicados praticamente em sua totalidade via adubação foliar, com a pulverização.

Principais culturas que recebem adubo de cobertura

Alguns fatores devem ser considerados antes da aplicação da adubação de cobertura, ainda no planejamento:

  • teor dos nutrientes no solo;
  • expectativa de produção;
  • textura do solo;
  • teor de matéria orgânica;
  • demanda nutricional da cultura que será implantada;
  • clima antes e depois da aplicação;
  • quantidade a ser aplicada via cobertura.

A seguir, veja as principais culturas anuais que recebem ou podem receber adubação de cobertura.

Trigo

A adubação de base de nitrogênio para o trigo é feita com até 20 kg/ha. O restante exigido pela cultura é aplicado por cobertura. A aplicação em cobertura é recomendada entre os estádios de perfilhamento e alongamento do colmo.

Fases de desenvolvimento do trigo

Fases de desenvolvimento do trigo
(Fonte: Mais soja)

Feijão

O feijão, ao contrário da soja, precisa de adubação de cobertura devido à quantidade de nitrogênio necessária para completar seu desenvolvimento ideal.

Dos 35 dias aos 50 dias após o começo do ciclo fenológico do feijão, as plantas requerem grandes quantidades de nitrogênio por causa do florescimento. Entretanto, a nodulação será mais efetiva após os 35 dias.

A nodulação do feijão fornece parte do nitrogênio requerido pela planta. A outra parte é dividida entre aplicação na semeadura (geralmente utilizado ⅓ do recomendado), e o restante em cobertura. Isso é feito entre 25 e 30 dias após a emergência das plantas.

As doses de nitrogênio podem variar de 40 kg/ha a 120 kg/ha, dependendo do tipo de solo, cultivar e quantidade de matéria orgânica.

Como e quando fazer adubação de cobertura no milho?

A primeira adubação do milho (adubação de base), realizada com a semeadura, é feita com NPK. Esse é o melhor adubo para cobertura do milho. Entretanto, é necessário fazer a adubação de cobertura aplicando o restante de nitrogênio necessário.

O adubo de cobertura para milho é inserido entre as fases V2 e V4. É entre estes estádios fenológicos do milho que é definido o potencial produtivo das plantas. 

Ciclo fenológico da cultura do milho

Ciclo fenológico da cultura do milho
(Fonte: Geagra)

Como adubo utilizado em cobertura, são utilizados principalmente sulfato de amônia e ureia agrícola. Alguns produtores já estão utilizando adubos mais tecnológicos para esta aplicação, como os revestidos. Eles apresentam liberação mais controlada

Para o potássio, se o solo não precisar de grande quantidade para o milho, a adubação é feita 100% na base. Entretanto, em épocas de seca após a semeadura do milho, o recomendado é aplicar no máximo 60 kg/ha de K2O.

Quantidades acima desta devem ser aplicadas via adubação de cobertura do milho. A cobertura de potássio para o milho pode ser feita junto da adubação nitrogenada, mas em até 30 dias após a semeadura.

Soja

A adubação de cobertura fornece potássio para soja. O nitrogênio da soja vem da fixação biológica. Entretanto, devido a quantidade requerida deste último nutriente, é necessário realizar a aplicação em cobertura.

A aplicação de potássio para soja tem sido feita antes da semeadura, e pode substituir a aplicação em cobertura. A maior demanda de potássio pelas plantas de soja corre até o enchimento de grãos

Por isso, o recomendado é aplicação de no máximo 50 kg/ha de potássio na semeadura. Isso evita danos na germinação. O restante deve ser aplicado 30 dias após a semeadura.

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Conclusão

Para realizar a adubação de cobertura, é necessário planejamento antes mesmo da semeadura. Esse planejamento deve considerar diversos fatores.

Fique de olho nas recomendações para cada cultura, e não deixe de procurar ajuda de uma pessoa profissional da agronomia. Afinal, todo cuidado é pouco para garantir boa produtividade e menos perdas na cultura.

Como você faz a adubação de cobertura na sua lavoura? Não deixe de compartilhar este artigo com a equipe responsável por essa etapa na sua fazenda. 

Tendências do agronegócio para 2023: o que esperar dos preços e custos?

Tendências do agronegócio: veja as principais projeções técnicas, econômicas e de mercado no agronegócio brasileiro para o ano de 2023

O agronegócio é a atividade que mais gera riqueza ao Brasil. Sua participação é vital na geração de empregos e de riqueza interna, além de liderar as exportações brasileiras.

O agro é o responsável por manter a balança comercial brasileira no verde desde 2010. 

Porém, o agronegócio é uma atividade que depende de diversos fatores para o seu bom andamento e para a definição de suas tendências

Nesse artigo, veja as principais projeções para o agronegócio nos próximos anos em termos de produção, preços e custos e participação na economia nacional. Boa leitura!

Definição de agronegócio e sua reputação

O agronegócio é definido como o negócio que engloba as atividades econômicas ligadas à:

  • agropecuária;
  • manejo florestal;
  • extrativismo vegetal;
  • indústrias de beneficiamento de produtos vindos das atividades acima citadas. 

Além da incerteza do clima, muitos fatores afetam os mercadores do agro. Por exemplo, a dependência de matéria-prima estrangeira, a variação constante dos mercados e bolsas ao redor do mundo são pontos de atenção.

Ainda, vale lembrar que o índice de Confiança no Agronegócio, conhecido como ICAgro, apresentou crescimento contínuo no final de 2022. O ICAgro é calculado trimestralmente pela Fiesp e mostra a confiança do setor.

Tendências e perspectivas do agronegócio brasileiro

As projeções para o agronegócio foram bastante afetadas nos últimos anos pela pandemia mundial, os conflitos no leste europeu e condições climáticas severas. Isso gerou diversos problemas, como:

  • oscilações bruscas nos preços das moedas estrangeiras;
  • limitações nas ofertas de matérias-primas para o agro brasileiro;
  • alteração da oferta mundial de grãos;
  • redução do poder de compra internacional;
  • interferências nos preços, custos e na margem de lucro de quem produz no Brasil.

Dentre as tendências mais recentes do agronegócio, o momento se destaca pela possibilidade de recuperação dos efeitos negativos dos últimos anos, como grande potencial de crescimento e investimentos em tecnologia.

Tendências econômicas: O PIB do agro em 2023

Em 2022, o agronegócio sofreu com aumento de custos, questões climáticas e com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Até agora, as projeções para o agronegócio mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) desse setor irá recuar um pouco, mas crescer ao longo de 2023.

O agronegócio tem sido o grande impulsionador do PIB brasileiro na última década. Porém, toda a incerteza que tem circundado essa atividade tem causado alterações também nos marcadores econômicos do agro.

Em termos do PIB do agro, espera-se uma tendência de alta para 2023. A previsão é de aumento entre 8% e 10% se comparado ao PIB de 2022. Isso se deve à recuperação do setor e aos resultados negativos de 2022.

O PIB do agro vinha em um crescente nos últimos anos, mas em 2022 sofreu influência do mercado e as altas de custos e juros. Confira um breve panorama dos últimos anos:

  • 2019 (2,89%);
  • 2020 (22,28%);
  • 2021 (8,51%);
  • 2022 (- 4,22%).

Espera-se que o PIB do agro aumente sua porcentagem no PIB total brasileiro. A previsão é de participação similar ao ano de 2021 (26,6% de participação), e acima dos indicadores do ano de 2022 (24,8%).

Custos e preços

A previsão para os custos dos produtos relacionados ao agronegócio não parece muito exata. Ainda há grandes incertezas sobre custos de matérias primas, bens industrializados (como máquinas agrícolas) e novas tecnologias. 

O cenário mundial segue muito volátil e espera-se que os custos de produção se mantenham em alta, além da margem de lucro seguir apertada. Em termos de preços de vendas, as tendências dos mercados internacionais são muito heterogêneas e incertas

Uma simples busca por preços de mercado futuro mostra desacordo em indicadores e flutuações diárias de preços. As informações abaixo são do fechamento das bolsas de Chicago e Nova Iorque em 23/03/2023 para previsão de preços futuros.

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Indicações das flutuações de soja, milho, trigo, algodão e café

Produção e clima

Em termos produtivos, a safra que está sendo colhida em 2023 será recorde. Ela será puxada pelo carro-chefe da agricultura brasileira, os grãos. A previsão é de uma supersafra de grãos, com total de 310,3 milhões de toneladas.

As estimativas por cultura são apresentadas abaixo, baseadas em dados da Conab:

  • Soja: 152,9 milhões de toneladas;
  • Milho: 95  milhões de toneladas;
  • Feijão: 1 milhão de toneladas;
  • Arroz: 10,2 milhões de toneladas;
  • Algodão: 3 milhões de toneladas;
  • Trigo: 10,6 milhões de toneladas;
  • Cana: 598,3 milhões de toneladas;
  • Café: 54,9 milhões de sacas de 60 kg.

O clima, por sua vez, pode influenciar muito as previsões acima. Por exemplo, houve quebra de safra da soja por seca e dificuldades na colheita por excesso de chuva no norte do Paraná e estados centrais.

Muitas dessas características destoantes são efeitos do La Niña, que têm causado bastante influência no clima brasileiro nos últimos 3 anos. Porém, a estimativa é de que os efeitos sejam apenas sentidos até abril, quando o El Niño passa a ser mais preponderante.

Apesar dos períodos de transição entre os dois fenômenos tenderem a ser mais amenos, pode-se esperar um outono com temperaturas mais altas. Ainda, possivelmente haverá maior pluviosidade adentrando o inverno.

Agronegócio e tecnologia

Hoje, o agronegócio é composto por empresas a céu aberto que necessitam de um processo de gestão agrícola muito bem coordenado. Afinal, os riscos da atividade são cada vez mais altos e a margem de lucro, cada vez menor.

O futuro do agronegócio inclui a popularização de muitas tecnologias que possibilitarão a execução do conceito de fazenda digital. Algumas dessas tecnologias são:

Além dessas novas ferramentas, será necessário também o treinamento e formação de mão de obra especializada em maquinários tecnológicos. Além disso, será necessário investir em pessoas especializadas em sistemas de análise de dados e gestão.

Sustentabilidade

Atualmente, o rápido acesso às informações ao redor do mundo tem gerado um apelo e uma pressão mundial por atividades que sigam esses preceitos:

  • reduzido impacto ambiental;
  • sem exploração social;
  • economicamente justas

Os produtores são os maiores interessados na preservação do meio ambiente. Esse cenário de monitoramento intenso por parte da população gera oportunidades, como:

  • Mercado de crédito de carbono;
  • Manutenção de áreas de preservação;
  • Recuperação de áreas degradadas;
  • Integração de atividades como agricultura, pecuária, silvicultura e extrativismo;
  • Diminuição de uso de produtos químicos na lavoura;
  • Uso de bioinsumos e soluções biológicas;
  • Agricultura circular e reciclagem de resíduos;
  • Uso racional de água, solo e outros recursos;
  • Troca do uso de combustíveis não-renováveis;
  • Cogeração de energia na fazenda.

Muitas delas já são executadas pelos agricultores. Porém, agora elas surgem como oportunidades de remuneração extra ou de aumento da eficiência da atividade agrícola, minimizando gastos e maximizando o lucro. 

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O monitoramento da fazenda garante que você controle seus custos e ganhos, encontrando oportunidades para maximizar o lucro e reduzir seus gastos.

Investindo no Aegro, você ganha acesso às informações das diversas áreas do seu negócio. Com esse software de gestão agrícola, você consegue:

  • fazer gestão do financeiro;
  • acompanhar o estoque e suas movimentações;
  • acessar relatórios de evolução da safra e produtividade;
  • monitorar o custo de abastecimento;
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Alguns dos indicadores e relatórios disponíveis para gestão no Aegro

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Aproveite funções como a análise de custo orçado x custo realizado para identificar despesas desnecessárias em sua fazenda. Assim, você reduz o consumo desenfreado de materiais.

Com o controle do seu negócio, fica mais fácil analisar seus resultados e entender onde pode melhorar para reduzir desperdício e custos desnecessários. Ainda, você consegue aumentar seus ganhos e se adaptar às novas tecnologias.  

Conclusão

É cada vez mais necessário que quem produz baseie seu empreendimento em 3 conceitos: a transparência, a qualidade e a segurança.

E é com a ajuda da tecnologia e o embasamento nestes 3 pilares que você irá alcançar seus objetivos individuais e auxiliar o Brasil a bater ainda mais recordes no campo

O Aegro faz parte dessa equipe e traz soluções inovadoras para o produtor brasileiro, auxiliando no seu dia a dia e permitindo uma maior profissionalização e rentabilidade de seu negócio.

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5 passos para montar o planejamento estratégico no agronegócio e lucrar mais

Planejamento estratégico no agronegócio: veja como fazer em 5 passos, qual a importância desse processo + 2 cursos gratuitos

O planejamento estratégico é um dos fatores determinantes para o sucesso de qualquer empreendimento rural. Ele é uma ferramenta muito utilizada pelos gestores e envolve todos os setores da empresa.

Seu objetivo é preparar a empresa para surpresas e incertezas que podem surgir ao longo do tempo. Ter uma gestão profissional do negócio passa pela elaboração de um planejamento estratégico, pois ele é importante para a sobrevivência e sucesso da sua empresa.

Neste artigo, vamos esclarecer diversas dúvidas sobre o que é o planejamento estratégico no agronegócio e como ele é feito. Boa leitura!

O que é planejamento estratégico no agronegócio?

O planejamento estratégico é uma maneira de planejar e elaborar estratégias, além de definir meios para alcançar os objetivos. Através dele é possível conhecer a situação atual do negócio e fazer projeções para o futuro. 

Isso possibilita criar uma visão de curto, médio e longo prazo e prever mudanças gradativas.  Ainda, o principal objetivo de um planejamento estratégico deve ser o de gerar mais resultados e, consequentemente, mais receita para a empresa.

Esse planejamento precisa ser flexível, passível de alterações e mudanças ao longo do tempo. Afinal, sempre podem existir imprevistos e novas oportunidades.

Além do mais, é fundamental que os colaboradores estejam cientes de pelo menos uma parte do planejamento estratégico. Assim, eles conseguem auxiliar com foco e disciplina na execução dos planos.

Como funciona esse planejamento?

Dentro de um empreendimento rural, devem existir vários planejamentos estratégicos em diversos setores. O planejamento que for definido no departamento financeiro, por exemplo, provavelmente não será como o de demais departamentos.

Por isso, é necessário levantar o maior número de dados e informações sobre o histórico da empresa, de preferência com indicadores que mostrem a evolução do empreendimento nos últimos anos.

Este controle com dados históricos vai permitir que os gestores tenham maior controle da produtividade, insumos, mão de obra, entre outros. 

Qual a importância do planejamento estratégico para a empresa?

A tomada de decisões em uma empresa rural só é possível quando os dados estão disponíveis para serem analisados. Este controle dos negócios por meio de dados permite acompanhar o histórico de operações e a evolução destes indicadores financeiros ou agrícolas.

A partir desses dados, é possível estabelecer qual a situação atual e fazer projeções sobre onde se quer chegar. Isso proporciona diversas vantagens:

  • Redução do desperdício de insumos;
  • Criação/eliminação de estoque para possíveis eventualidades;
  • Aumento na qualidade de entrega;
  • Preparação do negócio para eventuais crises;
  • Otimização de tempo e força de trabalho;
  • Foco em metas específicas.
guia - a gestão da fazenda cabe nos papéis

Quais são os pilares do planejamento estratégico?

Para desenvolver o planejamento estratégico no empreendimento rural, é indispensável desenvolver pelo menos três pilares: planejamento operacional, tático e estratégico. Juntos, eles vão contribuir para o bom desempenho geral da empresa. Veja mais detalhes de cada um desses pilares a seguir.

Planejamento operacional

O planejamento operacional é considerado o pilar de todo planejamento estratégico. Geralmente, ele trata das tarefas e atividades diárias dos colaboradores. É com ele que os padrões de qualidade, processos e funcionamento de curto prazo da operação são definidos. 

Planejamento tático

O planejamento tático é tido como uma evolução do planejamento operacional. Ele é aplicado somente em alguns departamentos, como: atendimento, comercial, financeiro, produção, logística e manutenção.

Esse tipo de planejamento normalmente é usado em cargos de média gerência e em metas de médio prazo. Nele são definidos funções, cargos, modo de gestão e responsabilidades. 

Planejamento estratégico

Apontado como o mais importante dos pilares, se refere à empresa como um todo. Quem o faz são os responsáveis pelos cargos mais elevados do negócio rural. Eles são os responsáveis por realizar uma boa gestão rural efinanceira, como os administradores rurais.

Na maior parte das vezes, esses planejamentos estão ligados ao longo prazo e devem definir objetivos, metas e planos de ação. Além disso, a alta gestão deve acompanhar, verificar e avaliar se as estratégias definidas estão sendo suficientes ou se outras devem ser criadas.

Assim, o planejamento estratégico deve estar conectado com a missão, visão, valores e necessidades da empresa rural. Assim, será possível viabilizar um plano de negócios mais coerente e eficiente. 

Para fazer um bom planejamento estratégico, é necessário seguir todos os pilares corretamente

5 etapas para realizar o planejamento estratégico no agronegócio

Para fazer o planejamento da sua empresa rural, ao seguir alguns passos básicos, você conseguirá criar um plano de ação eficaz para o seu negócio. Veja quais são eles a seguir:

Faça um levantamento completo da sua empresa

O primeiro passo é fazer um levantamento do empreendimento rural. Para conseguir atender os três pilares, é necessário conhecer a fundo o funcionamento da empresa rural, mapeando todas as atividades, processos, operações e resultados.

Este levantamento deve ser realizado desde os maquinários utilizados, até os insumos necessários para cada operação, tempo para cada processo, gastos de cada setor, dentre outros.

Esta etapa irá facilitar o caminho, pois você terá em mãos todos os dados necessários para o estudo do seu negócio. E é claro, terá dados para a criação de estratégias.

Estabeleça onde você deseja chegar

Uma vez que todas as informações foram levantadas, é preciso estabelecer metas e objetivos a serem atingidos. A elaboração de um planejamento eficaz envolve a definição das metas e o objetivo final. Assim, ficará mais difícil se perder no meio do caminho.

Então, elabore os objetivos para cada departamento, em conjunto com o gestor de cada área. Além disso, você também vai precisar criar metas gerais para a sua empresa e, claro, compartilhá-las com todos os envolvidos.

Trace o plano de ação

Nesta etapa, estabeleça todas as estratégias que serão colocadas em prática, juntamente com as ações, operações e processos. Essa é uma das partes mais complexas, uma vez que será preciso detalhar a operação do seu negócio.

Neste momento, também é indicado que você se reúna com todos os gestores e líderes de setores para que o plano seja o mais realista possível.

Estabeleça prazos para as metas

O quarto passo é estabelecer um cronograma de prazos para as suas metas. Se você apenas criar objetivos, sem dar um prazo máximo, dificilmente eles serão concretizados.

Este passo também é importante porque todos os colaboradores sabem exatamente até quando as metas precisam ser alcançadas. Assim, eles mesmos irão criar novas ações e aperfeiçoar processos.

A estipulação de prazos é uma maneira de otimizar a sua gestão. Você até pode modificá-los ao longo do caminho, conforme for identificando novas demandas. Mas é indispensável que você crie essas datas para que todos os colaboradores possam se programar.

Coloque as ações em prática e as monitore

Por fim, a última etapa do planejamento é colocá-lo em prática e monitorá-lo. O planejamento estratégico do seu agronegócio deve ser constantemente atualizado. O mercado se transforma rapidamente, e de tempos em tempos mudanças chegam.

Por isso, é necessário adaptar o seu empreendimento a elas se você quiser se manter competitivo. Dessa forma, é possível identificar quais ações têm gerado bons resultados e aquelas que se tornaram obsoletas. 

Além disso, também é possível inserir novas metas e soluções conforme a evolução do próprio mercado.

Facilite seu planejamento com o Aegro

O Aegro está presente em todas as etapas do planejamento estratégico para otimizar a gestão do negócio. Com ele, você pode:

  • Fazer o planejamento operacional;
  • Fazer o orçamento dos custos do plantio;
  • Monitorar as atividades;
  • Conferir o custo realizado;
  • Estabelecer metas de produtividade para a sua lavoura.
Tela para acompanhamento de custo realizado no software Aegro

Utilize as funções disponíveis dentro do módulo da fazenda para o seu planejamento tático, definindo perfis de acesso e atividades do seu time. Por exemplo, defina perfis de proprietário, gerente, financeiro e outros, o que te ajuda na delegação de funções. 

Com os perfis definidos, aproveite para preencher as informações das áreas: fiscal, estoque, produção e as demais. Isso te ajudará na análise e relatórios.

Estabelecendo perfis e disponibilizando as informações no sistema, seu planejamento estratégico fica muito simples. Acompanhe seus resultados, tenha acesso a relatórios e indicadores de todas as áreas do negócio.

Assim, é possível planejar e tomar decisões mais assertivas baseadas em dados seguros.

Viu como o Aegro facilita as diversas áreas do seu planejamento? Teste grátis e conheça a ferramenta.

Conclusão

Neste artigo, mostramos como o planejamento estratégico é essencial para o seu agronegócio, ajudando a atingir as metas e objetivos.

Empresas rurais de todos os portes podem aplicar os pilares e o passo a passo do planejamento. Assim, é possível alcançar os melhores resultados.

É por meio desse plano de ação que você conseguirá entender melhor como o seu empreendimento rural funciona e buscar maneiras de aperfeiçoar o seu desempenho e produtividade.

Como você faz o planejamento estratégico no agronegócio? Se quiser receber mais artigos como esse, não deixe de assinar nossa newsletter e ficar por dentro das novidades.

Como uma boa gestão de máquinas agrícolas pode diminuir seus custos de safra

Gestão de máquinas agrícolas: saiba como uma boa organização te ajuda a aumentar a eficiência e durabilidade dessas ferramentas

As máquinas agrícolas são ferramentas indispensáveis para quem produz. Através delas a agricultura mundial conseguiu enormes avanços em termos de área plantada e produtividade.

Elas permitem maior flexibilidade no campo, execução de tarefas em tempo reduzido, padronização e diminuição de custos de mão de obra. 

Assim como qualquer ferramenta, elas precisam estar preparadas e reguladas para sua função. Isso diminui as chances de erros e perdas relacionadas a esses erros. Para isso, a gestão da frota de uma propriedade é crucial para o bom rendimento do trabalho.

Nesse artigo, veja quais são os benefícios de uma boa gestão de máquinas agrícolas e como fazer esse processo. Aproveite a leitura.

O que é gestão de máquinas e implementos agrícolas?

O termo gestão significa o ato de administrar recursos, pessoas ou qualquer objeto. Em um negócio com margens de lucro cada vez mais apertadas e riscos cada vez maiores, uma boa gestão é a diferença entre o sucesso e o fracasso do empreendedor rural.

A gestão de máquinas é uma das mais importantes para a segurança do produtor. A gestão de máquinas envolve a organização dos maquinários visando o seu uso mais eficiente, com maior retorno e menor custo possível.

Qual a importância da gestão de máquinas?

O maquinário equivale a cerca de 40% dos custos de produção no setor agrícola. Além disso, a depreciação de máquinas acontece rapidamente, o que requer ainda mais cuidado.

Esses valores tendem a ser ainda maiores no futuro, uma vez que as máquinas estão apresentando cada vez mais tecnologias modernas. O objetivo é garantir uma maior automação agrícola e a sustentabilidade da fazenda.

Além dos custos e depreciação, as máquinas agrícolas podem impactar e gerar perdas em outras etapas do processo produtivo. Como exemplo, podemos citar:

  • Gasto de combustível e peças: uma máquina mal regulada tem custos com abastecimento muito maior, além da necessidade de trocas de peças com muito mais frequência que uma máquina bem regulada;
  • Perdas diretas de produtividade: uma colheitadeira que não esteja funcionando corretamente pode causar perdas de produto na colheita ou dano ao produto final, como quebra de grãos;
  • Indisponibilidade e atraso no manejo: uma máquina quebrada pode atrasar etapas importantes do manejo da cultura agrícola. Isso pode causar perdas de produtividade por atraso do preparo de solo e plantio, falta de controle de doenças/pragas, manejo de adubação, e colheita tardia, por exemplo.

A gestão de máquinas agrícolas é importante por diversos motivos. Por exemplo, mais eficiência e qualidade do serviço, diminuição de perdas, menor depreciação, maior capacidade de manejo e menores custos de produção.

Além disso tudo, é claro, essa gestão diminui a necessidade de manutenção corretiva das máquinas.  Além da importância desse processo, vale a pena ficar de olho nos principais benefícios da gestão de máquinas. Dentre eles, podemos citar:

  • Lavouras bem manejadas e com maior capacidade de produção;
  • Operações executadas em menor tempo e no momento ideal do ciclo da cultura;
  • Menor gasto de combustível e diminuição do retrabalho;
  • Maior flexibilidade para solução de situações inesperadas durante a safra;
  • Capacidade de planejamento e execução das atividades com maior assertividade;
  • Maior área de cobertura por cada máquina dentro da propriedade.

Como fazer a gestão da frota?

Dependendo do tamanho da propriedade e da quantidade de máquinas, recomenda-se ter uma equipe específica de gestão de frota agrícola. Porém, nem sempre isso é possível.

Muitas propriedades ainda utilizam métodos mais antigos de gestão, como anotações físicas em cadernos. Porém, esses métodos são de baixo rendimento e podem gerar problemas e indisponibilidade de máquinas por erro humano ou baixa capacidade de avaliação de dados.

Planilhas também podem ser usadas nesse processo. Por isso, separamos para você um kit de gestão do maquinário agrícola, que conta com duas planilhas, um e-book e vídeos. Clique na imagem abaixo para acessar:

Hoje em dia, o uso de softwares de gestão de máquinas e estoques já é uma realidade e aumenta a eficiência desse processo. Essas ferramentas trazem alertas ao responsável e auxiliam na organização do fluxo de informação e das próprias máquinas na propriedade.

Apesar do maquinário ser normalmente robusto, muitas máquinas requerem cuidados especiais que devem estar inclusos nas atividades planejadas no programa de gestão de máquinas agrícolas. Veja alguns desses pontos a seguir.

Monitoramento da necessidade de manutenção 

As manutenções preditivas e preventivas aumentam a vida útil da máquina e evitam a necessidade de trocas de peças por quebra e mal uso. Além disso, elas diminuem a necessidade de manutenções corretivas que impedem as máquinas de executar suas tarefas.

Ou seja: uma boa manutenção através de ações estratégicas diminui os custos. Para isso, é necessário ficar de olho nos principais pontos de manutenção, como:

  • checar periodicamente o nível de água no radiador e o nível de combustível;
  • conferir óleo da correia, do motor e outros pontos de lubrificação da máquina;
  • conferir com frequência os sistemas elétricos;
  • verificar a pressão, conservação e manutenção dos pneus.
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Limpeza das máquinas antes e depois da operação agrícola

Apesar de fazerem parte do checklist de manutenção de máquinas, a limpeza muitas vezes é deixada de lado por ser tratada como uma atividade secundária. Entretanto, uma boa limpeza garante que as máquinas continuem funcionando devidamente.

Condições ideais de armazenamento 

Os galpões de armazenamento necessitam de condições ótimas para armazenamento das máquinas quando estão fora de operação. Isso diminui a chance de problemas e diminui a depreciação.

Previsão de uso

A gestão de máquinas deve incluir também a previsão de época de uso, bem como das horas de uso durante o calendário agrícola. Isso permite uma melhor organização dos trabalhos e garantia da disponibilidade das máquinas no momento de necessidade.

Controle de estoque de peças e de consumo de combustível

Ao prever o número de horas de uso da máquina na propriedade ao longo do ano agrícola, você consegue estimar a necessidade de estoque de peças. Isso sobretudo das peças que precisam de trocas programadas ou mesmo para manutenções corretivas.

Além disso, controlar o estoque e o consumo de combustível também faz parte de uma boa gestão do maquinário. Afinal, esse é um item indispensável para o funcionamento da frota, e é necessário ficar de olho nas quantidades e na necessidade de reposição

Atualizações de softwares e sistemas

Hoje em dia, a gestão de máquinas deve também incluir a verificação e atualização das ferramentas de navegação e de agricultura de precisão. Elas já estão presentes nos maquinários mais modernos.

Facilite a gestão de máquinas com Aegro

Agora que você já sabe como fazer a gestão do maquinário, pode pensar em como simplificar e tornar essa atividade mais prática.

Com o Aegro, você pode controlar a quantidade de combustível utilizado, vinculando o custo do combustível às safras e observando o quanto gastou em cada uma.

Além de registrar o abastecimento das máquinas e veículos, também é possível incluir a depreciação das máquinas, inserir um custo de hora máquina e as datas de manutenção dos equipamentos. Ainda, você pode programar alertas para as próximas manutenções.

Assim você mantém o bom funcionamento e aumenta a vida útil do maquinário. 

Essas informações geram relatórios para auxiliar na gestão do maquinário, como o Relatório de consumo e eficiência de máquinas e veículos. 

Ele fornece dados dos eventos das máquinas para você comparar o consumo e gastos das máquinas, além de facilitar para que sejam encontradas possíveis falhas ou falta de registro. 

Conclusão

As máquinas agrícolas são cada vez mais importantes dentro da propriedade rural. Seus níveis de tecnologia, assim como seus preços, estão em constante aumento. Isso causa uma maior necessidade de gestão de suas condições e do planejamento de uso.

Ter pessoas capacitadas através de cursos de manutenção, operação e gestão de máquinas agrícolas é fundamental. Assim, você consegue atingir maior potencial de produtividade e alcançar maior retorno sobre o investimento feito no seu negócio rural.

Para garantir uma gestão eficiente, não deixe de contar com a tecnologia. Assim, é possível evitar erros e falhas no processo.

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Veja como escolher o melhor fungicida para trigo

Fungicida para trigo: saiba quais são os principais no mercado, recomendações de uso, quando as aplicações devem ser feitas e mais!

O aumento da intensidade de doenças causadas por fungos na cultura do trigo tem sido um grande desafio para os produtores rurais. 

Em cultivares mais suscetíveis, a ocorrência de doenças no trigo pode reduzir a produtividade. Se você enfrenta problemas com fungos na plantação de trigo, precisa ficar por dentro dos melhores fungicidas do mercado.

Neste artigo, saiba mais quando iniciar a aplicação, como escolher o melhor produto e quais cuidados são necessários durante esse processo. Boa leitura!

Qual é a importância dos fungicidas em trigo?

Os fungicidas são produtos utilizados no controle de doenças causadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, esse grupo de defensivos agrícolas ocupa posição de destaque. 

Entre os fatores limitantes para a produção desse cereal, destacam-se as doenças causadas por fungos. Elas prejudicam o desenvolvimento das plantas, interferem na qualidade do produto final e reduzem a produtividade.  

Justamente por isso, os fungicidas são uma importante ferramenta na produção e na qualidade do trigo

Quando iniciar a aplicação?

Independente da doença, quanto antes elas forem controladas, maiores serão as chances de sucesso do manejo fitossanitário.

Na cultura do trigo, alguns fungicidas respondem melhor quando utilizados de forma preventiva. Assim, eles são aplicados quando há um ambiente favorável à infecção, o que reduz as chances de incidência da doença.

Após o estabelecimento da doença na lavoura, podem ser utilizados fungicidas com efeito erradicante. Eles possuem efeito curativo sobre as plantas doentes. No entanto, a escolha da hora certa para iniciar a aplicação dos fungicidas depende de alguns aspectos. 

Primeiramente, é preciso conhecer bem o histórico da área onde está instalada a lavoura. Fique por dentro das pragas no trigo e doenças ocorridas nas safras passadas, produtos químicos utilizados, adubações e sistema de cultivo.

Também é fundamental monitorar a lavoura regularmente. Somente assim é possível identificar focos das doenças, o modo de distribuição na área, o nível de infestação e o estágio de infecção.

É importante lembrar que sob condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das doenças, a atenção deve ser redobrada. Além disso, é preciso considerar a suscetibilidade da cultivar de trigo.

Outro ponto importante é conhecer o comportamento dos patógenos e as condições que favorecem as doenças. Essas informações irão contribuir para a antecipação dos problemas e na tomada de decisão de quando iniciar a aplicação dos fungicidas.

Melhores fungicidas para oídio, mancha-amarela, ferrugem e outras doenças da cultura

Pesquisas indicam que para o controle da ferrugem e da mancha-amarela em trigo, a combinação entre epoxiconazol + fluxapiroxade + piraclostrobina possui cerca de 85% de eficiência. Entretanto, há outras doenças fúngicas no trigo, como:

O manejo dessas doenças é baseado em dois grupos de fungicidas: estrobilurinas e triazóis. A orientação é que as estrobilurinas sejam sempre utilizadas em associação com os triazóis. A estrobilurina não deve nunca ser aplicada isoladamente. 

Já os triazóis devem ser combinados com fungicidas de mecanismos de ação diferentes (estrobilurinas e fungicidas multissítio). Essas aplicações são feitas de maneira preventiva.  Nas tabelas a seguir, confira algumas recomendações de fungicidas para trigo:

Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo
Fungicidas para controle de oídio, manchas foliares, ferrugem da folha e do colmo 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

Os fungicidas também podem ser utilizados no tratamento das sementes de trigo. Ainda, é necessário escolher cultivares de trigo resistentes a doenças fúngicas.  Abaixo, estão relacionados alguns produtos para essa finalidade.

Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale
Fungicidas indicados para o tratamento de sementes de trigo e triticale 
(Fonte: Informações Técnicas para Trigo e Triticale)

O uso de fungicidas é apenas uma das medidas recomendadas para a cultura do trigo. O controle eficiente e a garantia de uma lavoura produtiva de trigo envolve a adoção de outras práticas, como:

  • plantio na época recomendada;
  • cultivo de sementes certificadas;
  • cultivares de trigo com maior grau de resistência;
  • rotação de culturas.

É importante ressaltar que os custos com fungicidas representam grande parte do custo total de produção do trigo. Nesse sentido, é preciso aliar aspectos técnicos e econômicos para traçar as melhores estratégias.

Cuidados da aplicação na cultura do trigo

O uso de qualquer defensivo agrícola, seja fungicida, inseticida, acaricida ou herbicida, requer bastante cautela.  Ainda, na aplicação de fungicidas, é preciso seguir rigorosamente as instruções da bula do produto em relação à: 

  • dosagem;
  • intervalo de segurança;
  • número;
  • época;
  • modo de aplicação. 

É importante deixar claro que exceder a dose recomendada pode provocar fitotoxicidade nas plantas, além de elevar os custos de produção.  Faça também a rotação de fungicidas com diferentes mecanismos de ação. Isso contribui para evitar a seleção de patógenos resistentes.

No momento da aplicação dos fungicidas, as condições meteorológicas devem ser respeitadas para evitar problemas com a deriva e para garantir a qualidade da pulverização. Os fatores climáticos que devem ser avaliados são: 

  • umidade relativa do ar; 
  • temperatura; 
  • velocidade e direção do vento.

Esses fatores influenciam no processo de chegada das gotas de pulverização até o alvo. A orientação é que as aplicações sejam feitas nas horas mais frescas do dia.  O sucesso no manejo de doenças do trigo também está relacionado à qualidade da aplicação dos fungicidas. 

Assim, é preciso utilizar técnicas e tecnologias de aplicação que irão garantir tamanho de gota ideal, boa cobertura e uniformidade de deposição.  Por se tratar de substâncias químicas perigosas, a adoção dessas medidas garante a segurança do aplicador e do meio ambiente

planilha pulverização de defensivos agrícolas

Conclusão

Os fungicidas são substâncias empregadas no manejo de doenças provocadas por fungos, bactérias e algas. Na cultura do trigo, as principais doenças fúngicas podem ser controladas com fungicidas.

O manejo eficiente dessas doenças envolve o uso de fungicidas químicos, em especial os triazóis e as estrobilurinas, associado a outras medidas.

Tendo em vista a importância desse cereal, é fundamental estabelecer um plano de manejo fitossanitário que envolva a adoção de diferentes estratégias. Na dúvida, conte sempre com ajuda de uma pessoa profissional da agronomia.

Tem alguma dúvida quanto ao uso de fungicida para trigo? Se você conhece outros produtores que enfrentam problemas com doenças fúngicas na lavoura, não deixe de compartilhar esse artigo.

Ácaro-branco na lavoura? Veja como manejar essa praga

Ácaro-branco: saiba como identificar a presença na lavoura, quais as condições ambientais favoráveis, como monitorar, qual acaricida usar e mais!

O ácaro-branco é uma praga agrícola que tem causado grandes danos em grandes culturas nas últimas safras. Essa é uma praga capaz de se alimentar de muitas espécies diferentes. Além disso, ela está presente em diversas regiões produtoras do mundo. 

Essa praga possui enorme potencial de dano, especialmente pela redução do porte das plantas. Ainda, pode ser confundida com outras pragas, doenças, fungos e vírus. Justamente por isso, é importante estar ciente das características dessa praga.

Neste artigo, entenda os sintomas causados pelo ácaro-branco e veja quais são as condições ambientais favoráveis. Aproveite a leitura!

O que é o ácaro-branco?

O ácaro-branco é uma espécie de ácaro encontrada nas mais importantes culturas agrícolas. Ele é muito semelhante ao ácaro-rajado, embora seja menor. Ainda, essa praga polífaga também pode ser reconhecido como:

  • Polyphagotarsonemus latus;    
  • Hemitarsonemus latus;
  • Neotarsonemus latus;
  • Tarsonemus latus;
  • Tarsonemus phaseoli.
acaro-rajado
Diferenças visuais entre o ácaro rajado à esquerda, e o ácaro-branco a direita 
(Fonte: Salvadori, 2007)

Embora possa parecer que o ácaro-branco seja uma das novas pragas da soja, a sua ocorrência já foi registrada em safras anteriores. Isso principalmente em função das condições ambientais favoráveis em algumas regiões do país.

No entanto, a novidade em relação à ocorrência da praga é a alta frequência e as grandes áreas em que tem sido registrada. Por isso, produtores têm estado em alerta.

Seu ciclo de vida é extremamente rápido: de ovo até a fase adulta, são entre 5 a 8 dias. A oviposição é realizada principalmente na face inferior das folhas e o ciclo de vida é composto por três fases principais: ovo, larva e adulto.

O ácaro-branco possui coloração pálida amarelada ou verde amarelada, dependendo da espécie em que é utilizada para alimentação. Ainda, o ácaro-rajado é muito pequeno. Já os ovos são alongados e transparentes, possuindo pontos brancos. 

planilha manejo integrado de pragas

Como diferenciá-lo dos outros tipos de ácaro e doenças?

Uma das características observadas no ataque do ácaro-branco, diferente das viroses, é a sua distribuição uniforme ao longo da lavoura. Ou seja, há diversas plantas próximas afetadas, distribuídas ainda em reboleiras pequenas ou grandes.

Em ataques mais severos, é possível ocorrer a queda de folíolos. Além disso, pode haver o bronzeamento das hastes, da face inferior das folhas (exceto as nervuras), dos pecíolos e das vagens. Outro diferencial do ácaro-branco é não formar teias nas folhas lesionadas.

É possível diferenciar danos causados por ácaro-branco de outras viroses ou doenças causadas por fungos cortando a haste da folha. Faça isso no sentido longitudinal e analise o aspecto visual interno. 

Quando o ataque está sendo causado pelo ácaro-branco, diferentemente das doenças, a coloração interna será normal. Já nas doenças que afetam a haste principal, pode ser observado o escurecimento interno dos tecidos.

Dada a preferência por tecidos jovens, a época de maior infestação do ácaro-branco é a época de crescimento intenso das culturas. Isso acontece principalmente na fase vegetativa.

Quais as condições ambientais favoráveis para a praga?

Para a maioria dos ácaros, as condições ambientais favoráveis para ocorrência são períodos secos. Por outro lado, para o ácaro-branco, as condições ambientais favoráveis são opostas.

Períodos de alta nebulosidade, com chuvas associadas a temperaturas elevadas favorecem a explosão da infestação em áreas de produção.

Para a cultura da soja, essas condições climáticas ocorreram especialmente em parte da Região Central do Brasil. O mesmo vale para os estados do Sul do Brasil. É importante ressaltar que o ácaro-branco pode causar problemas em estufas de produção.

Afinal, ele é sensível a baixas temperaturas, não resistindo ao frio.

Danos do ácaro-branco na soja, no café e no algodão

O ácaro-branco é uma praga de grande potencial de dano. Em outros países, por exemplo, já foi relatado causando redução de 50% da produção de feijão. Para a cultura do algodão, é considerada uma praga importante na África tropical e em regiões produtoras do Brasil.

Segundo dados da Cabi (Centro Internacional de Biociência Agrícola), o ácaro-branco está amplamente distribuído no mundo, e é capaz de afetar as seguintes culturas de interesse:

Esse ácaro na soja também reduz a distância entre os entrenós, diminuindo assim a estatura da leguminosa. Como consequência, as plantas próximas acabam por sombrear as plantas afetadas, reduzindo ainda mais o seu potencial produtivo

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Sintomas do ácaro-branco em infestação severa, com bronzeamento da haste principal e redução da estatura da planta
(Fonte: Roggia, 2023)

No algodão, o ácaro-branco é considerado uma praga importante em anos chuvosos e de altas temperaturas. O ataque ocorre principalmente após as adubações foliares ou nitrogenadas, desde que coincidam com as condições ambientais favoráveis. 

Os danos provocados pela alimentação do ácaro resultam em aspecto brilhante da face inferior das folhas e retorcimento das folhas para cima.

Em decorrência do desenvolvimento anormal das folhas, há redução do número de maçãs. Isso impacta negativamente a qualidade das fibras produzidas. 

acaro-branco
Aspecto das folhas de algodoeiro após o ataque do ácaro-branco
(Fonte: Tomquelski, 2020)

No ácaro-branco provoca a formação de rugosidades sobre a superfície da folha, além de distorção das folhas e brotos novos. As folhas também podem apresentar aspecto bronzeado, assim como os ramos.

Na imagem abaixo, você pode conferir o aspecto visual da presença dessa praga nas folhas de café.

acaro-branco
Danos causados pelo ácaro-branco em café
(Fonte: Nelson, 2023)

Como se livrar do ácaro em plantas?

O controle do ácaro-branco deve ser feito quando 20% das folhas apresentarem sintomas característicos da sua presença até o período em que a floração se inicia.  Por isso, um bom monitoramento da praga deve ser feito.

Para isso, você pode amostrar 10 plantas aleatórias em diferentes pontos da lavoura. Não se esqueça de investigar ainda aquelas plantas com crescimento anormal, principalmente presentes em reboleiras. Vale lembrar que a visualização do ácaro, mesmo com lupa, é difícil.

Existem poucos produtos registrados para controle do ácaro-branco. Entretanto, a praga ataca principalmente os pontos de crescimento da planta, o que pode ser um ponto a se considerar.

Quando a planta estiver em estádios de desenvolvimento mais avançados, o controle já não é mais tão necessário. Nesses estádios, as folhas estão expandidas e as estruturas reprodutivas já estão formadas. 

Nessa situação, com ausência de tecidos novos presentes na planta, a população da praga tende a reduzir significativamente de forma natural. No Agrofit, podem ser consultados diversos acaricidas para diferentes culturas

Além disso, fazer o MIP (Manejo Integrado de Pragas) é fundamental para garantir um bom controle na lavoura.

Consulte sempre um(a) agrônomo(a) para recomendação do melhor controle. Faça isso especialmente quando outras pragas estiverem ocorrendo, otimizando assim as aplicações. 

planilha pulverização de defensivos agrícolas

Conclusão

O ácaro-branco é uma praga de ampla distribuição mundial e potencial de danos.

Seu controle é realizado principalmente com acaricidas. No entanto, deve ser realizado assim que a praga foi identificada em porcentagem que justifique o seu controle

Ainda, observe em que estádio de desenvolvimento da cultura a praga está ocorrendo. Assim, você consegue acertar na tomada de decisão sobre quando aplicar o acaricida ideal.

Restou alguma dúvida sobre o ácaro-branco? Se você conhece outros produtores com essa praga na lavoura, não deixe de compartilhar esse artigo com eles. 

O que fazer em caso de deficiência de fósforo em milho?

Deficiência de fósforo em milho: quais são os sintomas da deficiência na cultura, como funciona o nutriente no solo e como acertar na adubação fosfatada no milho

O fósforo é um macro nutriente indispensável para o desenvolvimento da lavoura de milho.  Apesar de não ser exigido em grandes quantidades pela cultura do milho, a deficiência de fósforo compromete a qualidade do produto final e o rendimento de grãos.

Justamente por isso, saber identificar quando suas plantas precisam desse nutriente e como fazer uma boa adubação fosfatada é essencial.

Neste artigo, saiba como uma boa adubação do milho garante mais produtividade na sua lavoura e como agir corretamente em casos de carência de fósforo nas plantas. Boa leitura!

Sintomas de deficiência de fósforo nas plantas de milho

O principal sintoma de deficiência de fósforo no milho é a cor roxa ou avermelhada nas folhas. Além disso, os colmos do milho ficam improdutivos, finos e frágeis, e as espigas ficam pequenas e retorcidas. Esses sintomas aparecem quando as plantas são bem jovens.

O fósforo no milho é um nutriente essencial para a formação do sistema radicular. Além disso, ele participa da maturação das plantas e dos processos de formação das espigas e dos grãos. Ele está envolvido em vários processo metabólicos como a respiração e a fotossíntese

Esse elemento ainda contribui para conferir rigidez ao caule da planta. Isso reduz casos de tombamento das plantas e aumenta a resistência ao ataque de pragas no milho.  A carência de fósforo altera o crescimento das plantas, o que causa queda da produtividade.

Na cultura do milho, os sintomas de carência de fósforo nas plantas costumam se manifestar logo no início, quando as plantas ainda são jovens. Além disso, eles aparecem primeiro nas folhas mais velhas. Afinal, o fósforo se desloca das folhas mais velhas para as mais novas. 

Assim, as folhas mais velhas adquirem coloração verde intensa e arroxeada. As plantas deficientes em fósforo apresentam folhas mal formadas e de tamanho reduzido. A redução da área foliar interfere no rendimento final de grãos

Sintoma de deficiência de fósforo na folha do milho
Sintoma de deficiência de fósforo na folha do milho 
(Fonte: Plantwise Plus)

Em lavouras com deficiência nutricional do milho, ocorre atraso no crescimento e redução do porte das plantas. Além disso, a maturidade do milho fica atrasada, os colmos se tornam finos e frágeis, e em alguns casos, as plantas podem não apresentar espiga

Já as espigas têm grãos pouco desenvolvidos, são pequenas e retorcidas. Por fim, as plantas tendem a apresentar um sistema radicular mais superficial. Isso ocorre pois a deficiência de fósforo prejudica o desenvolvimento das raízes.

Plantas de milho com sintomas de deficiência de fósforo
Plantas de milho com sintomas de deficiência de fósforo
(Fonte: Universidade de Minnesota)

Como funciona a disponibilidade do fósforo no solo?

Os solos brasileiros possuem baixo teor de fósforo disponível para as plantas. A deficiência  nutricional do milho está relacionada ao pH ácido e à presença de minerais como o ferro e o alumínio.

Diante disso, a correção da acidez do solo favorece o desenvolvimento das raízes, a absorção de nutrientes e o crescimento do milho. A calagem é uma prática que neutraliza o alumínio do solo e fornece cálcio e magnésio para as plantas. 

No entanto, ela também contribui para aumentar a disponibilidade e a absorção de fósforo e outros nutrientes. Além de aumentar a eficiência dos adubos fosfatados, a calagem contribui para a economia de fósforo. 

Outro fator que também influencia na disponibilidade do fósforo é o teor de matéria orgânica do solo. A matéria orgânica fornece fósforo para as plantas e também reduz a adsorção desse elemento.

Quando e como aplicar os adubos fosfatados?

Geralmente, o fósforo é fornecido apenas na adubação de semeadura do milho, pois a maior demanda por esse nutriente ocorre na fase vegetativa. Nessa fase, o fósforo é fundamental para a formação e para o crescimento do sistema radicular nas plantas

A adubação fosfatada pode ser realizada de duas formas: em área total a lanço ou durante a semeadura no sulco de plantio. A escolha do método para a aplicação dos adubos depende de uma série de fatores e deve considerar a realidade de cada lavoura.

Do ponto de vista operacional, a adubação em área total garante maior eficiência no momento da semeadura. Isso é um fator muito importante quando se trabalha com estreitas janelas de plantio.

Esse método favorece as plantas daninhas no milho, justamente pela distribuição uniforme do fertilizante na área. A adubação em área total também limita a distribuição vertical do fósforo no perfil do solo, por causa da baixa mobilidade desse elemento.

Já na adubação localizada no momento da semeadura, o fertilizante é depositado abaixo e um pouco ao lado da semente da cultura. Isso favorece o desenvolvimento das raízes das plantas de milho e diminui a competição pelo fósforo com as espécies invasoras. 

calcule a adubação da cultura do milho

Quanto de fósforo aplicar em casos de deficiência no milho?

De modo geral, para a cultura do milho, devem ser aplicados de 100 kg a 120 kg de fósforo. No entanto, vale lembrar que a quantidade exata depende do tipo de solo da sua fazenda e da produtividade esperada para sua lavoura.

Quando comparado a macro nutrientes como nitrogênio e potássio no milho, o fósforo não é exigido em grandes quantidades pelo milho. Apesar disso, é comum a recomendação de altas doses de adubos fosfatados. 

As doses de fósforo aplicadas devem ser superiores àquelas exigidas pelas plantas. Afinal, uma fração do fósforo é fixada pelas argilas e não fica disponível para as plantas, reduzindo a eficiência da adubação.

A quantidade de adubo fosfatado a ser aplicada é determinada pelas características do solo e pela produtividade esperada. Por isso, é preciso que seja feita a análise físico-química do solo.  Somente a partir dela é possível definir a quantidade adequada de nutrientes. 

Na posse do resultado da análise do solo e com a ajuda da tabela abaixo, é possível determinar a classe de disponibilidade do fósforo, que varia em função do teor de argila.

Nas tabelas a seguir, você pode conferir a recomendação de adubação a ser realizada na linha de plantio para milho grão. Essa recomendação tem como referência a disponibilidade de fósforo e o rendimento esperado. Veja também como interpretar as classes de disponibilidade:

Identificação das classes de disponibilidade de fósforo e recomendação de adubação para milho destinado à produção de grãos com base nos resultados das análises de solo e na produtividade esperada
(Fonte: Embrapa)

Conclusão

A deficiência nutricional do milho é um fator de atenção, sobretudo se o nutriente for o fósforo. O fornecimento desse nutriente via adubação é indispensável, considerando a baixa fertilidade natural dos solos brasileiros.

Os sintomas da deficiência de fósforo na cultura do milho são visíveis em plantas jovens e nas folhas mais velhas. Atraso no crescimento do milho e colmos finos são apenas alguns dos sintomas da falta de fósforo

A calagem e a adubação fosfatada são importantes ferramentas na manutenção da produtividade a longo prazo. Em caso de dúvidas sobre a adubação com esse nutriente, não deixe de consultar um(a) engenheiro(a)-agrônomo(a).

Você já teve problemas com a deficiência de fósforo no milho? Se você conhece outros produtores de milho que estão em momento de adubação, não deixe de compartilhar esse artigo com eles.