Importância dos porta-enxertos na citricultura

Porta-enxertos na citricultura: as mudas cítricas, a importância dos porta-enxertos e como eles influenciam no manejo do pomar.

Segundos dados recentes do Fundo de Defesa da Citricultura, a estimativa da safra de laranjas (2020/21) para o cinturão citrícola de São Paulo, Sudeste e Triângulo Mineiro é de 287,76 milhões de caixas de 40,8 kg.

O sucesso da citricultura brasileira se deve ao excelente trabalho realizado na produção de mudas, manejo e condução dos pomares cítricos.

Dentre as características mais importantes para acertar na produção de citros, a escolha e uso correto dos porta-enxertos com certeza merecem destaque.

Quer entender um pouco mais sobre os porta-enxertos na citricultura? Confira comigo a seguir!

As mudas cítricas

A implantação dos pomares cítricos é uma das fases mais críticas da cultura, fazendo das mudas o insumo mais importante.

Por ser um cultivo perene, as plantas podem permanecer em campo por longos períodos de tempo, entre 15 e 20 anos.

Assim, as mudas cítricas são produzidas graças à técnica de enxertia, mais especificamente a borbulhia do tipo “T invertido” que permite a apresentação de duas partes: o enxerto e o porta-enxerto.

O enxerto é a parte que formará a copa da planta, ou seja, a parte que nós vemos: as folhas e os ramos que formarão os frutos.

Já o porta-enxerto formará o sistema radicular da planta que nós não vemos e fica sob o solo.

Graças a essa técnica da enxertia, essas duas partes de plantas se unem e se desenvolvem como uma.

porta-enxertos na citricultura

Diferentes partes de uma muda cítrica
(Fonte: Imagem de Teófilo Citrus)

Com isso, as plantas cítricas conseguem atender as exigências do mercado consumidor, ao mesmo tempo em que o porta-enxerto proporciona melhoras nesse desempenho.

Como as mudas são a base da citricultura, é necessário que haja garantia genética e que estejam livres de pragas e doenças.

Por isso, estados como São Paulo e o Rio Grande do Sul estabeleceram normas e procedimentos para produção de mudas cítricas.

Aliado ao acompanhamento de um(a) engenheiro(a) agrônomo(a), isso garante a certificação das mudas quanto à origem e qualidade e o não cumprimento dessa legislação inviabiliza a comercialização deste material.

Importância e características dos porta-enxertos

Os porta-enxertos na citricultura são uma ferramenta essencial para o manejo dos pomares.

Existe uma quantidade considerável de diferentes variedades e cultivares de porta-enxertos que podem ser utilizados na citricultura.

Cada uma deles apresentam diferentes características, as quais podem influenciar e alterar positivamente as características da copa.

Mudanças no vigor, na produtividade, na precocidade de produção, na absorção de nutrientes, na água e nos aspectos pós-colheita, podem, principalmente, conferir tolerância ou resistência a fatores bióticos e abióticos.

Porta-enxertos na citricultura: fatores bióticos e abióticos

Quando pensamos em fatores abióticos estamos falando a respeito da tolerância à salinidade do solo, à resistência à seca ou até mesmo a geadas.

São fatores importantes para serem pensados principalmente em regiões mais frias ou de cultivos no seco (sem irrigação).

porta-enxertos na citricultura

Porta-enxertos usados na citricultura e suas características perante à geada, seca e encharcamento do solo
(Fonte: Embrapa, 2009)

Já os fatores bióticos estão relacionados à susceptibilidade dos porta-enxertos a doenças dos citros – que são muitas!

Características de resistência

Características de resistência dos porta-enxertos de citros quanto a algumas das principais doenças
(Fonte: Embrapa, 2009)

Vigor e precocidade de produção

Quando pensamos em vigor estamos pensando na velocidade de crescimento da copa e desenvolvimento vegetativo das plantas.

Porta-enxertos vigorosos são aqueles cuja planta se desenvolve e estabiliza mais rapidamente no campo.

E isso é importante, pois quando jovens, as mudas cítricas são mais sensíveis às intempéries do campo: como as pragas, as doenças e a seca.

Além disso, alguns porta-enxertos cítricos apresentam característica ananicante, isso significa que plantas enxertadas sobre eles terão um tamanho menor que o normal.

Um exemplo clássico de porta-enxerto ananicante na citricultura é o ‘Trifoliata Flying Dragon’.

Contar com plantas menores em nossos pomares favorece os manejos fitossanitários e a colheita, além de aumentar a produtividade.

Produtividade (t/ha) de lima ácida Tahiti em diferentes níveis de adensamento

Produtividade (t/ha) de lima ácida Tahiti em diferentes níveis de adensamento
(Fonte: Donadio & Stuchi, 2001)

O aumento da produtividade se dá graças à possibilidade do adensamento dos plantios, ou seja, de ter mais plantas por área.

Efeito dos porta-enxertos na qualidade dos frutos

O tamanho e peso dos frutos, cor e espessura da casca, conteúdo de suco, teor de sólidos solúveis, etc., são aspectos intimamente relacionados às variedades.

Entretanto, apesar de ainda não sabermos ao certo como isso ocorre nas plantas, sabemos que os porta-enxertos alteram as características dos frutos.

Por isso, é importante pensar também no destino de nossa produção na escolha dos porta-enxertos.

O Poncirus trifoliata, por exemplo, garante a produção de frutos mais doces e com acidez moderada, porém, sua produção total por planta é inferior.

Ao passo que os limoeiros ‘cravo’ e ‘rugoso’ são excelentes extratores de água do solo e formam frutos de casca grossa e com menor concentração de açúcares.

Essas características conferem aos frutos melhor aptidão para diferentes mercados: o processamento (indústria) ou a venda in natura (varejo).

Dessa forma, citricultores que produzem para indústria preferem limoeiros como porta-enxertos e os que produzem para o varejo preferem o Trifoliata.

Porta-enxertos na citricultura: incompatibilidade

Apesar de ser uma excelente ferramenta, a técnica da enxertia apresenta algumas limitações.

O sucesso dessa técnica depende, sobretudo, da proximidade genética entre os materiais e outros fatores fisiológicos.

A principal delas está relacionada às diferentes combinações de porta-enxerto e copa, em outras palavras, algumas combinações não são viáveis.

Quando as características do porta-enxerto e do enxerto não permitem que se desenvolvam como um, dizemos que são incompatíveis.

porta-enxertos na citricultura

Principais incompatibilidades relatadas na citricultura
(Fonte: Embrapa, 2008)

Uma alternativa para contornar a incompatibilidade é a realização da técnica da interenxertia.

Essa técnica permite que cultivares incompatíveis sejam utilizadas juntas com auxílio de um intermediário (o interenxerto) que atua como um filtro.

Interenxertia

Interenxertia de laranja pêra, limoeiro cravo e citrumelo swingle
(Fonte: Denilson de Oliveira Guilherme, 2013)

Na imagem, temos o citrumelo ‘swingle’, sendo utilizado como porta-enxerto para a laranjeira ‘pêra’, mas para que isso aconteça, repare que o limão ‘cravo’ atua como uma espécie de filtro entre os dois.

Portanto, temos uma muda cujo enxerto é laranja pêra, o porta-enxerto é citrumelo swingle e o limoeiro cravo é o interenxerto.

Tenha em mente que é uma alternativa que aumenta o preço da muda e necessita de mão de obra especializada.

Tendo visto tudo isso, é importante lembrar que não existe um porta-enxerto perfeito, todos apresentam alguns pontos positivos e negativos.

Veja o limoeiro cravo (Citrus limonia Osbeck.), por exemplo: é um dos porta-enxertos mais utilizados na citricultura brasileira, isso graças à sua grande resistência a secas e pelo vigor de crescimento que promove na copa.

Porém, é suscetível ao exocorte e à morte súbita dos citros (MSC).

Portanto, cabe ao produtor com auxílio de um(a) engenheiro(a) agrônomo(a) escolher aquele que melhor se enquadra às suas necessidades.

Conclusão

Os porta-enxertos na citricultura são pontos-chave na produção de mudas cítricas e fator determinante para o sucesso da lavoura.

Além disso, é uma das principais ferramentas que o citricultor tem para facilitar e otimizar o seu manejo.

Também traz benefícios para as plantas enxertadas sobre eles, como mudanças no vigor e resistência a fatores bióticos e abióticos.

Lembre-se: o melhor porta-enxerto é aquele que melhor satisfaz suas necessidades, por isso é importante um bom planejamento e estudo na hora de sua escolha.

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Florada do citros: 3 manejos essenciais para garantir uma boa produção

Adubação em citros: 3 dicas para ser ainda mais eficiente

E você, quais porta-enxertos usa em seus pomares e por que optou por eles? Conta pra gente nos comentários!

Tudo que você precisa saber sobre milho para silagem

Milho para silagem: veja qual espaçamento usar, melhor semente de milho para silagem e outras dicas essenciais para garantir a sua produtividade.

O milho é a planta mais utilizada para fazer silagem. Afinal, temos híbridos de milho adaptados a todas as regiões produtoras.

A planta produz muita massa verde. Sua silagem possui um bom conteúdo energético devido à presença de grãos, sendo bem consumida pelos animais

Neste artigo, veja algumas dicas que vão te ajudar a melhorar a produtividade ou começar a sua lavoura de milho silagem. Confira a seguir!

O que é silagem de milho?

A silagem é uma técnica de armazenamento que diminui as perdas de qualidade e nutrição da planta coletada. A manutenção dessas características se dá pelo processo de fermentação controlada da matéria fresca. 

Esse método permite ao produtor ter disponibilidade de material vegetal fresco, principalmente para alimentação animal. Isso sobretudo em épocas em que o clima não é favorável ao cultivo.

A silagem de milho atualmente é a mais utilizada no Brasil. Devido ao fornecimento de muita energia e proteína para o animal, além do cultivo mais fácil quando comparado a outras plantas.

Além do tipo de grão dentado e dos teores de fibras, outras características são importantes:

  • Resistência ao acamamento;
  • Estabilidade produtiva em diferentes épocas, condições de plantio e altitudes;
  • Resistência ou tolerância às principais doenças (ferrugens, enfezamentos do milho, Phaeosphaeria spp. e Cercospora spp.);
  • Alta produtividade de grãos, determinante para a maior parte da energia digestível;
  • Ciclo longo de enchimento de grãos e maior período de colheita do milho;
  • Porte médio a alto, pois assim você terá maior volume de massa seca por hectare. 

Portanto, considere três pontos para a escolha da melhor semente de milho para silagem: a boa digestibilidade da parte fibrosa das plantas, grande quantidade de massa verde produzida e alta porcentagem de grãos na forragem. 

Também considere o custo do milho silagem. O qual, depende da região e da época do ano. Entretanto, os valores mais comuns vão de 450 a 600 reais por tonelada. 

Fases da produção de silagem de milho

Para uma silagem de qualidade é importante se atentar a três etapas:

  • Plantio e condução agronômica;
  • Colheita e ensilagem;

Densilagem e fornecimento.

Ensilagem é o nome dado ao processo de produção da silagem.

Qual o melhor milho para silagem?

As cultivares usadas em milho silagem nem sempre são as mesmas utilizadas nas lavouras de grãos. Apesar dos grãos serem parte importante para a quantidade de energia provida pela silagem, há que se atentar para a sua digestibilidade.

Nesse ponto, é crucial o uso de híbridos que produzem grãos dentados e não grãos duros. Os grãos dentados apresentam características que aumentam a qualidade da 

silagem:

  • Maior proporção de endosperma farináceo em comparação ao vítreo;
  • Maior facilidade de gradação em água;
  • Maior disponibilidade ao animal, resultando em maior teor energético;
  • Maior digestibilidade.

Vale ressaltar que no endosperma farináceo (mole), o amido é frouxamente empacotado. O que facilita na quebra e digestão do milho dentado.

Além da parte de grãos da silagem, entre 55% e 65% da massa seca é composta por parte vegetativa da planta. Assim, atente-se às quantidades de fibras da cultivar, expressas em:

  • Valores de FDA (Fibra Detergente Ácido);
  • FDN (Fibra Detergente Neutro)
  • Pectina;
  • celulose;
  • Lignina;
  • Hemicelulose.

Uma boa silagem tem teor de FDN entre 38% e 45%.  Além disso, quanto maior o teor de FDA, menor a qualidade e digestibilidade da silagem. Afinal, o FDA está relacionado à lignina, que tem baixa digestibilidade

Por isso, recomenda-se sempre realizar a análise bromatológica da silagem.

Como plantar milho para silagem

A época de plantio é a mesma recomendada para a produção de grãos. Estudos realizados pela Embrapa mostram perdas de 24 kg a 30 kg de grãos/ha/dia de atraso após a época ideal de plantio do milho.  Desta forma, o atraso no plantio causa alguns problemas como:

  • Menor porcentagem de grãos;
  • Plantas estioladas;
  • Menor porcentagem de espigas viáveis;
  • Falhas de polinização;
  • Maior presença de planta daninhas, pragas e doenças (por consequência de altas temperaturas e umidade no milho);
  • Elevada possibilidade de seca no florescimento ou enchimento dos grãos.

Assim, você pode utilizar uma cultivar de ciclo longo de enchimento ou maturação para ampliar a janela de colheita. Há também a possibilidade de uso de variedades superprecoces para o plantio de milho para silagem em segunda safra (safrinha).

Além disso, a produtividade média de massa seca de milho para silagem é de cerca de 30 a 40 toneladas por hectare. Porém, já existem registros de novos híbridos que produziram até 80 t/ha em condições ideais.

O processo de silagem (fermentação) leva algum tempo. O mínimo é em torno de 25 e 30 dias. Porém, pode-se estender o processo para até 60 dias, sendo que o período de armazenagem para uso pode ser de vários meses, dependendo das condições do silo.

Espaçamento 

No caso de milho para silagem, pode-se reduzir o espaçamento entrelinhas. Porém, não aumente mais do que 10% a população de plantas. Dessa forma, você pode comprometer a qualidade da silagem, causando aumento nas porcentagens de FDN e FDA

Também é bom lembrar que o aumento de FDN reduz o consumo da silagem. O aumento da FDA, por sua vez, reduz a digestibilidade da silagem.

Adubação e correção do solo para ensilagem

A grande pergunta sobre adubação para milho e correção do solo é se são as mesmas realizadas para a produção de grãos. E a resposta é não! 

Neste caso, não existe ‘depende’. Se fosse assim, estaria retirando nutrientes do campo que ficariam na palha como cálciomagnésio e potássio. As regras de preparo do solo são diferentes para produção de silagem de milho. Por isso, fique de olho nos valores abaixo:

  • Eleve a saturação de bases (V%) para 70%;
  • Eleve o potássio para 5% da CTC do solo;
  • Adubações de 30% 50% a mais do que a utilizada para grãos;
  • Análise do solo de 0 cm a 20 cm, e de 20 cm a 40 cm;
  • Realize rotação de cultura para melhorar o desenvolvimento da cultura.

A rotação de cultura pode ser feita, por exemplo, com: sorgocrotalária, tremoço branco, guandu, girassol, canola, aveia, triticale, braquiária e milheto.

Potencial produtivo de grãos e da planta e teor de matéria seca da planta de milho silagem conforme estágio de maturação
(Fonte: Embrapa)

Ponto ideal do milho para silagem

Quando se colhe o milho silagem antes do ponto ideal, este estará com baixo teor de matéria seca (25% a 29%), além de pouco enchimento de grãos. Consequentemente, haverá perdas de qualidade nutricional e de fermentação.

O momento ideal para o processo de ensilagem deve ser baseado na matéria seca da planta ou no nível de enchimento dos grãos. No caso de você escolher a porcentagem de matéria seca como ponto de ensilagem, considere: 

  • A qualidade da fermentação;
  • A facilidade de compactação;
  • O nível nutricional, que deve estar entre 32% a 37% de matéria seca (tolerância entre 30% e 39%). 

Se você optar pelo enchimento dos grãos como ponto ideal de ensilagem, preste atenção na linha de leite.

Para a colheita com máquinas sem processador de grãos, o ideal é que a linha do leite esteja em 1/2. Já para a colheita com máquina com “cracker”, o ponto ideal é quando ela está a 1/3 do milho grão e indo até a fase de 3/4 do grão. 

Caso não veja a linha de leite, a planta já deverá estar com porcentagem de matéria seca superior a 40%
Em ambas as formas demonstradas de avaliação do ponto de ensilagem, a recomendação é realizar frequentemente esta avaliação na área. Faça isso em várias espigas e pontos da lavoura.

Linha do leite e características da forragem
(Fonte: Biomatrix)

Altura de corte ideal

Há uma grande dúvida sobre altura de corte da planta de milho para silagem.

De acordo com vários estudos que focaram na busca pelo melhor custo-benefício, os melhores resultados foram obtidos com a altura de corte em torno de 25 cm do solo. 

Os benefícios e vantagens para o corte em torno de 25 cm são:

  • Evita-se a quebra das facas e danos por pedras, paus, torrões ou materiais espalhados no solo;
  • Melhora a qualidade de fermentação;
  • Melhora o rendimento de massa/ha.

Tamanhos de partículas ideais

Outro ponto importante é o tamanho das partículas da silagem. O processamento de plantas após colheita deve buscar um tamanho de partículas entre 0,5 cm e 1,5 cm. Esse tamanho de partícula traz os seguintes benefícios:

  • Facilita a compactação da silagem e diminui os bolsões de ar;
  • Melhora a fermentação;
  • Aumenta a digestibilidade;
  • Facilita o processamento de grãos.

Densilagem e fornecimento

Alguns pontos devem ser levados em consideração, como:

  • Face de retirada do silo deve ser plana e perpendicular ao solo e laterais, diminuindo a superfície exposta;
  • Em locais com temperaturas mais elevadas, deve-se retirar de 30 a 35 cm por dia;
  • Evitar o acúmulo de silagem solta na base da face, por ser mais vulnerável a decomposição aeróbica;
  • Descarte da silagem deteriorada.

Conclusão

Neste texto, você viu alguns fatores que podem melhorar a produtividade da sua lavoura de milho silagem. Também viu o momento certo de colheita e a altura de corte da planta.

Fique sempre de olho na hora da escolha da cultivar, do híbrido, do espaçamento entrelinhas e da época de plantio para produção da ensilagem.

Em caso de dúvidas, sempre consulte um especialista ou profissional de Engenharia Agrônoma.

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Redator Alasse Oliveira

Atualizado em 14 de agosto de 2023 por Alasse Oliveira

Alasse é Engenheiro-Agrônomo (UFRA/Pará), Técnico em Agronegócio (Senar/Pará), especialista em Agronomia (Produção Vegetal) e mestrando em Fitotecnia pela (Esalq/USP).

Atualizado anteriormente, em 25 de novembro de 2022, por João Paulo Pennacchi

Veja como identificar as principais pragas do feijão

Pragas do feijão: saiba como identificar as principais pragas dessa cultura e em quais estádios causam maiores problemas. 

Além de realizar um bom planejamento, um bom gestor de fazenda deve estar preparado para solucionar questões sob pressão.

O manejo de pragas, por exemplo, é uma tarefa que tira o sono de muitos agricultores pois exige que sua recomendação seja rápida e precisa para minimizar ao máximo os danos à cultura. 

No caso do feijão, as pragas podem variar dependendo do local em que a cultura está sendo produzida.

Para te ajudar nesta tarefa, separei informações importantes das principais pragas do feijão que atacam em diversas regiões de nosso país.

Estádio fenológico do feijão 

O primeiro passo para realizar um bom manejo de pragas é saber identificar em qual estádio fenológico a cultura do feijoeiro estará mais suscetível ao ataque de uma praga. Assim, você e seu engenheiro agrônomo podem posicionar o produto certo no momento certo. 

Para facilitar, dividi as pragas de acordo com os estádios de desenvolvimento da planta de feijoeiro.

Contudo, antes de iniciar, vamos relembrar as fases dos estádios fenológicos?!

  • Vo: Germinação;
  • V1: Emergência;
  • V2: Folhas primárias;
  • V3: Primeira folha composta aberta;
  • V4: Terceira folha trifoliolada aberta;
  • R5: Pré-floração;
  • R6: Floração;
  • R7: Formação de vagens;
  • R8: Enchimento das vagens;
  • R9: Maturação.

A seguir, conheça as pragas que afetam as fases iniciais, pragas desfolhadoras, pragas sugadoras e raspadoras, pragas das hastes e axilas e pragas das vagens.

Pragas do feijão de fases iniciais

Essas pragas, geralmente, afetam as sementes, raízes e plântulas do feijão, podendo ser encontradas na cultura de Vo a V3. Elas influenciam consideravelmente na germinação das sementes e no estabelecimento do estande adequado.

Ainda são responsáveis pelas falhas de emergência nas linhas de plantio, dando aquela dor de cabeça ao produtor após a semeadura. Separei algumas dessas pragas do feijão que podemos encontrar nas fases iniciais de desenvolvimento:

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A espécie mais comum nas lavouras de feijão é a Agrotis ipsilon que ataca as sementes no sulco de plantio e plântulas recém-emergidas.

Por atacar a cultura em seu crescimento inicial, os danos causados pela lagarta-rosca muitas vezes são irreparáveis.

pragas do feijão

Lagarta-rosca
(Fonte: Agrolink)

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Esse tipo de lagarta costuma atacar o caule das plântulas, normalmente próximo ao colo. Em alguns casos, essa espécie também costuma atacar sementes e raízes. Quando não manejada a tempo, pode ocasionar enfraquecimento das plântulas e levá-las à morte.

As lagartas do tipo elasmo costumam atacar em épocas de seca, por isso, fique de olho!

Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)

A larva-alfinete ataca raízes e sementes e, além disso, é possível observar perfurações nas folhas cotiledonares. Na prática, as raízes não absorvem bem água e nutrientes, deixando a planta debilitada.

Para evitar a presença dessas e outras pragas do feijão semelhantes em sua lavoura, utilize sementes de qualidade, variedades resistentes e um bom tratamento. E não deixe de lado o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Pragas do feijão: desfolhadoras

Essas pragas podem ser encontradas na cultura logo após a sua fase inicial, quando a planta apresenta folhas primárias até o enchimento de grãos, ou seja, de V2 a R8. Desta forma, podem ocasionar perdas significativas na produtividade caso não controladas.

Vaquinha (Diabrotica speciosa, Cerotoma arcuata)

Essa é uma das pragas mais problemática para a cultura,  pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento do feijoeiro. Na prática, podemos observar danos mais significativos quando a planta apresenta suas folhas primárias.

Após esse estádio, o dano é menor, pois a cultura consegue tolerar a perda de até 30% das folhas. Caso não controlada no momento certo, pode refletir em grande prejuízo ao produtor rural.

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

Essa praga do feijão também pode influenciar consideravelmente na produtividade da cultura.

Apesar de não consumir as nervuras das folhas, também apresenta desfolha e é possível diferenciá-la por seus aspectos rendilhados em toda folha.

pragas do feijão

Lagarta-falsa-medideira
(Fonte: Grupo Cultivar)

Para o controle das pragas desfolhadoras, o ideal é que se faça monitoramento. 

Sendo assim, as amostragens devem ser semanais e é importante avaliar não somente as plantas, mas também o solo ao redor. 

O controle químico certamente é o que lhe veio à cabeça, certo? Mas que tal levar em consideração o controle biológico, físico e cultural? Eles podem ser uma ótima saída para evitar a resistência.

Pragas do feijão: sugadoras e raspadoras

Essas pragas também podem ser encontradas na cultura logo após a sua fase inicial.  Cada espécie pode aparecer em um momento, por exemplo, a cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri) pode ser encontrada após o surgimento das folhas primárias até a pré-folhação, ou seja, de V2 a R5.

Já o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) pode ser observado logo após a primeira folha composta aberta até o enchimento de grãos, ou seja, de V3 a R8. Por isso, é importante sempre realizar a amostragem na cultura em cada estádio fenológico.

Diferente das pragas desfolhadoras, as pragas sugadoras e raspadoras se alimentam da sucção de seiva das plantas. Além das já citadas, separei alguns exemplos para você:

Mosca-branca (Bemisia tabaci)

A mosca-branca, encontrada entre os estádios V1 a R5, ataca a planta sugando a seiva, porém esse dano é considerado pouco expressivo.

Sendo que a maior problemática dessa praga do feijão é a transmissão do vírus do mosaico dourado do feijoeiro e do vírus do mosqueado suave do caupi, que podem ocasionar perdas consideráveis na produtividade.

Ácaro-rajado (Tetranhychus urticae)

Essa praga é de fácil identificação! É comum o aparecimento de pontos brancos na face superior das folhas e em seguida são observadas necrose.

O ácaro-rajado escarifica o tecido da planta e na sequência se alimenta dessa seiva.

Caso não controlado no momento correto pode ocasionar danos consideráveis de rentabilidade.

pragas do feijão

Ácaro-rajado
(Fonte: Agrolink)

Minha dica é utilização de armadilhas atraentes, elas podem auxiliar tanto no monitoramento quanto no controle das pragas.

Mas sempre consulte um(a) agrônomo(a)!

Pragas do feijão: hastes e axilas

Essas pragas podem ser encontradas na cultura quando a planta apresenta a terceira folha trifoliolada aberta até o enchimento de grãos. Como as demais, quando não manejada pode refletir em perdas na produtividade.

Broca-das-axilas (Crocidosema aporema)

Essa praga normalmente ataca pelo ponteiro das plantas do feijoeiro, na sequência as larvas penetram no caule. As plantas atacadas podem apresentar desenvolvimento anormal ou, em casos mais severos, levar à morte da cultura.

Tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus)

Apesar do nome popular ligado à cultura da soja, essa praga também ataca o feijoeiro, principalmente os pecíolos e a haste principal.

Já suas larvas conseguem se desenvolver dentro das hastes, levando a quebra ou a morte das plantas do feijoeiro. Caso opte pelo controle químico das pragas das hastes e axilas, faça a rotação dos mecanismos de ação de seus inseticidas.

Pragas do feijão: vagens

Essas pragas podem ser encontradas na cultura logo após a pré-floração até a maturação dos grãos. As vagens ocasionam perdas consideráveis nos grãos de feijão, influenciando na qualidade do produto final.

Lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania, S. cosmioides, Thecla jebus, Maruca testulalis e Etiella zinckenella)

Essa praga, como o próprio nome sugere, ataca as vagens e os grãos afetando sua formação e desenvolvimento. A lagarta perfura as vagens e deprecia seus grãos e pode ser facilmente reconhecida!

Lagarta-helicoverpa (Helicoverpa armigera)

Conhecida por inúmeros agricultores, a Helicoverpa já trouxe dor de cabeça para muitos produtores! Por se alimentar dos órgãos vegetativos e reprodutivos da planta, danifica flores, vagens e grãos.

Para o manejo adequado, realize o planejamento! Essa praga do feijão possui um tempo para cada geração que é de aproximadamente 30 dias, por isso, estabeleça janelas de aplicação com aproximadamente 30 dias de duração.

>> Leia mais: Conheça as melhores práticas de adubo para feijão

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Conclusão

Após todo o esforço com sua lavoura, você não pode perder tudo por conta da presença de pragas na cultura.

Neste artigo, você viu as principais pragas do feijão e em que estádio fenológico podem afetar sua lavoura. 

Assim, você pode realizar um planejamento pré-safra eficiente e evitar gastos desnecessários no futuro.

>> Leia Mais:

Inoculante para feijão caupi: Por que e como usar

Plantas daninhas em feijão: principais espécies, manejo e combate

Você tem problemas com pragas do feijão na sua lavoura? Quais medidas de prevenção realiza para evitar essas pragas?

Como escolher a colheitadeira ideal para sua lavoura

Colheitadeira ideal: veja quais são as mais indicadas para a cultura de grãos e café, além de dicas de manutenção e tecnologias disponíveis no mercado

A escolha da colheitadeira certa pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso da sua lavoura.

Para cada tipo de propriedade ou cultura existe uma máquina ideal que possibilitará rendimentos maiores à sua fazenda.

Por isso, separei neste artigo, algumas das melhores colhedoras disponíveis no mercado, além de outras dicas e informações importantes. Confira!

Colheitadeira ideal de grãos

As colhedoras de grãos possuem a funcionalidade da troca das plataformas para a colheita efetiva de soja e milho, sendo muito versáteis àqueles que realizam o plantio destas culturas.

Colhedora Massey Ferguson 4690

A colheitadeira híbrida 4690 da MF possui motor AGCO Power de 7,4 litros, de acordo com o MAR-1 (máquinas agrícolas e rodoviárias – Fase 1) de redução de emissão de poluentes, com 200 cv de potência e capacidade de 5.500 L no tanque graneleiro.

O sistema híbrido possui dois rotores e ventilação de dupla cascata, permitindo que a limpeza dos grãos seja feita em etapas bem definidas, não sobrecarregando as peneiras e possibilitando a entrega de um material limpo e de qualidade ao tanque graneleiro.

Com capacidade de 86 litros por segundo, esvaziando o tanque da máquina, a descarga desse material é bem rápida e neste modelo demora cerca de 64 segundos para a descarga total dos grãos.

O picador de palhas também é muito eficiente! Conta com duas velocidades e lâminas tratadas termicamente, propiciando excelente cobertura do solo.

colheitadeira ideal

Colhedora Massey Ferguson 4690
(Fonte: Massey Ferguson)

Colhedora New Holland TC 5090

A colhedora New Holland TC 5090 possui motor de 258 cv e uma capacidade de 7.200 L no tanque graneleiro.

Com capacidade de descarga de 63 litros por segundo e comprimento do tubo de descarga de 4,68 metros, essa colhedora possui um ótimo rendimento operacional.

Além disso, possui peneiras autonivelantes que propiciam menores perdas e, seu sistema de debulha por cilindro, apresenta um excelente desempenho em condições de talo verde, alta umidade e durabilidade de seus componentes.

A abertura e fechamento do côncavo podem ser realizados de dentro da cabine e as barras de alta inércia auxiliam na sua limpeza, melhorando a performance da colhedora. 

Ademais, a linha TC oferece a opção de tração traseira auxiliar, acionada por motores hidráulicos independentes. Essa funcionalidade oferece 30% a mais na tração da colhedora, auxiliando no deslocamento em locais de difícil acesso e reduzindo a compactação do solo.

colhedora new holland

Colhedora New Holland TC 5090
(Fonte: New Holland)

Colhedora John  Deere S790

A colheitadeira John Deere S790 possui um sistema Dyna-Flo Plus que reduz o volume de retrilha em até 28%, assegurando melhores rendimentos operacionais. 

Também possui um motor de 13,5 L, 550 cv e atende às condições impostas pelo MAR-1, garantindo melhor eficiência no consumo de combustível e redução na emissão de poluentes.

Com capacidade de 14.100 L no depósito de grãos e taxa de descarga de 135 litros por segundo, essa colhedora é uma excelente opção para quem busca maiores rendimentos operacionais em campo.

Possui tecnologia embarcada denominada Combine Advisor com ActiveVision, assegurando a realização de calibrações automáticas e ganhos em produtividade e qualidade, independente das condições da lavoura ao longo da colheita.

Ainda, essa tecnologia embarcada é totalmente automatizada, sendo de fácil operação para o trabalho no campo, uma vez que o trabalhador não necessita realizar todos os ajustes ou calibrações. 

Colheitadeira ideal de café

A cafeicultura está passando por modernizações tanto na aplicação de fertilizantes quanto na colheita dos produtos.

Duas colhedoras de café presentes no mercado que merecem destaque são: a Coffee Express 200 Multi, da Case iH, e a K3 Millennium, da Jacto.

Coffee Express 200 Multi Case IH

A colheitadeira de café Coffee Express 200 Multi da Case IH possui agora um rebaixamento do chassi de 100 mm que melhorou a derriça principalmente em plantas mais novas, uma vez que a estrutura está mais próxima do solo.

Esse novo modelo de colhedora possui mais paletas retráteis que o modelo anterior, o qual  passou de 32 para 62 paletas e acarretou em redução de perdas de café no chão.

Também possui maior quantidade de varetas e sua disposição em formato de colmeia auxilia na maior eficiência de colheita e menor desfolha das plantas.

Coffee Express 200 Multi Case iH

Coffee Express 200 Multi
(Fonte: Case IH)

K3 Millennium da Jacto

Uma colhedora muito versátil com grande eficiência na colheita. A K3 Millennium é robusta e se adapta bem às condições da cafeicultura brasileira.

Consegue reduzir até 50% das perdas de café no chão, segundo o fabricante, e isso ocorre devido aos recolhedores possuírem 260 mm associados a um conjunto de câmeras, as quais facilitam o correto alinhamento das plantas.

colheitadeira ideal

K3 Millennium da Jacto
(Fonte: Jacto)

As lâminas retráteis se fecham abaixo da saia do cafeeiro, garantindo que o café derriçado não seja perdido e nem impurezas sejam coletadas.

Ainda, o sistema derriçador da Jacto permite operar a colhedora com velocidades de até 2,5 km/h em colheitas seletivas e eficiência de derriça de 97%, mesmo em plantas de pequeno porte.

Ótima opção para compra e utilização desde as fases de implantação do café.

Manutenção das máquinas e tecnologias embarcadas

A manutenção das máquinas agrícolas é essencial para o bom funcionamento da sua colheitadeira ideal. 

A manutenção preventiva e reposição das peças necessárias asseguram melhores rendimentos operacionais.

Dessa maneira, antes da escolha da máquina ideal para a sua propriedade é necessário levar em consideração a proximidade da revenda ou serviço de pós-venda na sua região.

Atualmente, além de manter os equipamentos com as manutenções em dia, temos inúmeras tecnologias que podem ser agregadas nas operações de colheita.

O piloto automático, por exemplo, possibilita ganhos operacionais – uma vez que auxilia o operador na condução do equipamento de maneira a permitir que sua atenção seja direcionada para outros aspectos importantes durante a colheita.

Assim como os sistemas de telemetria que fornecem dados em tempo real da colheita, sendo possível a correção de erros operacionais ainda em campo. 

Conclusão

Antes de escolher a colheitadeira ideal para a sua fazenda, é importante checar se existem revendas ou peças de reposição de fácil acesso na sua localização.

As manutenções preventivas são essenciais para o bom funcionamento dos equipamentos.

No momento da compra é ideal que o produtor rural tenha o tamanho da área a ser colhida, uma vez que a colhedora bem dimensionada assegura bons rendimentos operacionais e a redução de custo.

>>Leia mais:

Como evitar o embuchamento em plantio direto de soja

“Tudo o que você precisa saber sobre dimensionamento da frota agrícola”

“5 dicas da regulagem de colheitadeira para melhor desempenho na lavoura

Restou alguma dúvida sobre como escolher a colhetadeira ideal para sua fazenda? Você possui alguma destas máquinas que eu citei? Acha que existem outras colhedoras que deveriam estar nesta lista? Deixe comentário abaixo!

Colheita do milho safrinha: mercado e dicas para não errar

Atualizado em 23 de abril de 2021.
Colheita do milho safrinha: entenda como obter melhores resultados na colheita para grãos e silagem; e como anda o mercado para a segunda safra. 

O milho safrinha já foi sinônimo de inferioridade… “safrinha” se referia à baixa produção e à importância que se dava para a segunda safra da cultura do milho no Brasil. Mas parece que o jogo virou, não é mesmo?

Segundo a última estimativa da Conab, a safrinha 2020/2021 apresentará 75,8% da produção total de milho. São 82,6 milhões de toneladas! Um aumento de 10,1% em relação à safrinha passada. 

Isso só é possível por conta de muita competência no manejo da produção e da colheita.

Além disso, com tanto milho sendo produzido, como será que está o mercado?

Preparei este texto com alguns pontos importantes da colheita do milho safrinha para grãos e silagem, além da expectativa de mercado nesse cenário de COVID-19. Confira a seguir!

O milho safrinha

Não é de hoje que a safrinha corresponde à maior produção de milho e área plantada da cultura. Isso porque ela está associada à dobradinha soja-milho, ocupando a maior parte da área liberada após a colheita da soja. 

Com tanto milho sendo produzido, a colheita do milho safrinha deve ser bem feita para colhermos os frutos de tanto trabalho na condução da lavoura. Mas alguns cuidados devem ser tomados. 

Essa época de cultivo do milho já têm maiores riscos devido a piores condições de luminosidade e de chuvas. Porém, neste ano estamos passando por algo inédito: o tal do coronavírus.

Como veremos a seguir, embora o agro não pare e a pandemia não afete o ciclo do milho safrinha, esse novo cenário afeta o mercado.

Expectativa do mercado para a colheita do milho safrinha 2020/21

O mercado do milho está voltado para o que está acontecendo nas lavouras de milho safrinha, principalmente a aspectos relacionados ao clima, já que uma área considerável foi semeada fora da janela de zoneamento para a segunda safra do milho.

O atraso nas colheitas da soja fez com que muitos produtores se arriscassem fora do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do milho safrinha. 

Em alguns estados produtores, como no Mato Grosso, 45% da área total de milho safrinha foi semeada fora do período recomendado pelo Zarc.

O clima e os riscos do milho safrinha 2020/21

As incertezas quanto à produtividade da safrinha em 2021 começaram quando estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul atrasaram a semeadura da soja, à espera de chuvas em 2020.

Isso acarretou a semeadura do milho safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático, em grande parte das regiões produtoras do país. 

Quando semeado fora da janela ideal, os riscos climáticos aumentam, já que o cultivo do milho na safrinha é uma atividade de alto risco.

Contudo, como a área semeada fora da janela do zoneamento é significativa, chuvas que ainda estão por vir podem ser benéficas e garantir menor perda de sacas por hectare nessas áreas.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra

Nota: (PS)=pré-semeadura; (S)=semeadura; (E)=emergência.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Mercado do milho safrinha 2020/21

O mês de março de 2021 foi marcado por recordes nos preços do milho em muitas regiões do país. O aumento ocorreu devido à alta do dólar, a baixa oferta do cereal no mercado spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de milho safrinha.

Essa incerteza quanto a produtividade da cultura ocorreu devido ao estado do Mato Grosso, maior produtor do cereal no Brasil, ter encerrado a semeadura do milho safrinha com 45% da área total, fora da janela ideal de semeadura

Devido a esse atraso, a cultura vem sofrendo muito com a falta de chuvas e isso pode prejudicar a produtividade das lavouras. Porém, os produtores ainda contam com as chuvas de abril e maio para garantir uma boa safrinha.

No dia 14 de abril, o indicador Esalq/BM&Bovespa (Campinas – SP) alcançou patamares recordes, fechando em R$ 96,92/ sc de 60 kg de milho.

Tendo em vista as incertezas sobre a produção do milho safrinha no Brasil e, principalmente, as previsões climáticas de baixa ocorrência de chuvas, os preços devem se manter altos.

No gráfico abaixo é possível verificar o constante aumento nos preços da saca de milho nos últimos 12 meses:

gráfico com variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses - colheita do milho safrinha

Variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses
(Fonte: Cepea/Esalq)

Devido ao crescimento exponencial da demanda mundial por grãos, é esperado que os preços do milho permaneçam em alta na safra 2021/2022.

Dicas para uma melhor colheita do milho safrinha 

Planejamento é essencial

Mesmo antes do início da safra, é importante ter um planejamento já preparado.  Qual será o destino da safrinha? Silagem ou venda de grãos? Utilize o tempo ocioso da entressafra para se organizar.

Esse ano está atípico por conta da semeadura fora do período ideal, mas mesmo assim, com um cronograma bem feito, as chances de erro podem ser reduzidas.

Como já vimos, os atrasos na safra de verão podem afetar diretamente a segunda safra do milho.  

Logicamente que tudo depende de São Pedro colaborar com as chuvas, mas um bom plano evita surpresas – inclusive no preço. Veja mais em nosso guia de manejo do milho.

Colha no ponto certo: grãos ou silagem

O ponto correto para a colheita do milho safrinha depende da finalidade de uso e da existência de infraestrutura para secagem dos grãos na propriedade.

Para grãos, a colheita deve ser feita na fase de desenvolvimento R6, na maturidade fisiológica. Esperar demais pode favorecer a infestação de plantas daninhas no final do ciclo e prejudicar a colheita.

Como a umidade de armazenamento é de 13%, devemos colher valores próximos a esse.  Se houver disponibilidade de secadores na fazenda, a janela é maior, podendo realizar a colheita com maior umidade. 

Se o objetivo é a produção de silagem, a colheita deve ser realizada quando a matéria seca estiver entre 30% e 35%. Valores fora desse limite dificultam o processo e prejudicam a qualidade da silagem.

Dica extra: a tal da linha do leite não correlaciona muito bem com a matéria seca da planta, um dos principais parâmetros para a ensilagem. Por isso, não é o melhor critério para se usar – pode dar certo, mas pode dar errado. Com a matéria seca não tem erro!

Regule bem as máquinas 

Para o milho em grão, a velocidade de rotação do cilindro e o espaçamento entre cilindro e côncavo devem ser ajustados de acordo com a lavoura e a umidade dos grãos no momento da colheita.

Os danos e as perdas são geralmente menores em rotações mais baixas e com umidade dos grãos inferior a 16%.

Para silagem, um aspecto importante é o tamanho da partícula. Isso depende do maquinário utilizado para colheita e também da categoria animal que vai alimentar. 

Em geral, recomenda-se um tamanho médio próximo a 10 mm para máquinas acopladas ao trator e de até 17 mm para automotrizes.

Conclusão

Durante o texto, pudemos acompanhar os aspectos mais marcantes do mercado e para uma boa colheita do milho safrinha.

Vimos a importância do planejamento do ano-safra como um todo, pois atrasos na semeadura impactam diretamente nos riscos e produtividade da safrinha.

A semeadura da safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento e as condições climáticas desfavoráveis podem afetar a produção de milho este ano.

Desse modo, há muitas incertezas no que há por vir e, por isso, o mercado está receoso e os preços altos. 

Veja como lidar com as pragas e doenças do sorgo

Pragas e doenças no sorgo: veja quais são as principais e como você pode manejá-las em sua lavoura para não ter perdas.

No Brasil, o sorgo é mais utilizado para a ração animal, sendo cultivado principalmente na segunda safra, com produção estimada de 2,3 milhões de toneladas (Conab) na safra 2019/20.

Mas podem ocorrer perdas nas lavouras por ataques de pragas e doenças, o que causa muita dor de cabeça para o produtor.

Por isso, preparamos este texto com as principais pragas e doenças do sorgo que podem ocorrer na sua lavoura e como combatê-las. Confira!

Doenças na cultura do sorgo

Antracnose do sorgo

No sorgo, a antracnose é considerada a doença mais importante por sua ampla distribuição nas áreas produtoras e pelos danos causados. 

Essa doença pode ocasionar perdas na produção de grãos superiores a 80%, por conta da utilização de cultivares suscetíveis e de condições favoráveis à doença.

O fungo que causa a antracnose no sorgo é o Colletotrichum graminicola, que também causa antracnose na cultura do milho.

Assim, a doença no sorgo pode ocorrer em: folhas, colmo, panícula e grãos.

Nas folhas podem ocorrer sintomas em qualquer estádio, principalmente a partir do desenvolvimento da panícula. 

Inicialmente, as lesões são circulares a ovais, com centros necróticos de coloração palha, depois se tornam escuras com a margem avermelhada ou castanha, dependendo da variedade.

No colmo, formam-se cancros caracterizados pela presença de áreas mais claras circundadas pela pigmentação característica da planta hospedeira, principalmente em plantas adultas.

E na panícula, pode ser a extensão da fase de podridão do colmo. As lesões nesta fase se formam abaixo da epiderme com aspecto encharcado, adquirindo posteriormente coloração cinza a avermelhada. 

E como consequência da doença, as panículas de plantas infectadas são menores e amadurecem mais cedo.

Algumas medidas de manejo para antracnose no sorgo são:

  • Uso de variedades resistentes;
  • Sementes sadias;
  • Tratamento de sementes;
  • Rotação de culturas;
  • Eliminação de plantas hospedeiras do fungo.

Ferrugem do sorgo

Causada pelo fungo Puccinia purpurea, a ferrugem do sorgo é considerada uma doença comum na cultura e favorecida por regiões frias e úmidas. 

Inicialmente, você pode observar pústulas (urédias) de coloração vermelha a castanha nas folhas mais próximas ao solo. 

Com o desenvolvimento da doença, as pústulas liberam os esporos que são disseminados pelo vento.

Recomenda-se o uso de variedades resistentes para o controle da ferrugem do sorgo.

Míldio do sorgo

O míldio é causado por Peronosclerospora sorghi e apresenta ampla distribuição nas áreas produtoras de sorgo, podendo causar danos de até 80% com a utilização de cultivares suscetíveis.

Na região Sul do país, esta doença é considerada a segunda mais importante, atrás apenas da antracnose.

Assim, podem ocorrer duas formas de infecção: localizada e sistêmica.

A localizada se caracteriza por apresentar lesões necróticas nas folhas e, em condições frias e úmidas, pode ocorrer crescimento pulverulento e acinzentado na parte inferior da folha.

Já a infecção sistêmica, as plantas ficam cloróticas (clorose foliar). Na parte inferior das folhas com clorose, em condição de umidade, pode-se observar um revestimento branco, que são estruturas do agente causal do míldio.

Plantas com infecções sistêmicas podem se tornar raquíticas e morrer precocemente ou ficarem estéreis, não produzindo grãos.

Algumas medidas de manejo que você pode utilizar para o manejo do míldio são:

  • Variedades resistentes;
  • Uso de sementes de boa qualidade;
  • Rotação de culturas.

Mosaico comum do sorgo

Esta doença é virótica, causada por Sugarcane mosaic virus (SCMV), no entanto, mais recentemente, pesquisas relataram que outros vírus podem causar o mosaico em sorgo, tendo como vetor várias espécies de afídeos, como o pulgão do milho.

Como sintomas, podemos observar mosaico principalmente nas folhas mais novas, que podem desaparecer com a idade da planta. 

Além disso, pode apresentar sintomas mais necróticos nas folhas, com áreas amareladas e avermelhadas, o que pode levar à morte da planta ou baixa produção de grãos.

Para o controle dessa doença é recomendado utilizar variedades tolerantes ou resistentes.

Doença açucarada do sorgo

Esta doença também é conhecida por secreção doce ou ergot, causada pelo fungo Sphacelia sorghi, e reduz a quantidade de grãos produzidos afetando seu desenvolvimento.

Como sintoma da doença, você pode observar a presença de um líquido pegajoso de coloração rosada que progride para parda na região da panícula.

Algumas medidas de manejo para a doença açucarada são:

  • Utilização de fungicidas na fase de floração;
  • Tratamento de sementes;
  • Eliminação de plantas com sintomas da doença, principalmente em áreas de produção de sementes.

Pragas na cultura do sorgo

Lagarta-do-cartucho

Essas lagartas são larvas de mariposa (Spodoptera frugiperda) que afetam o cartucho da planta, sendo mais prejudicial quando ataca a planta com até 8 folhas.

A lagarta-do-cartucho é uma importante praga para a cultura do sorgo, podendo causar prejuízos de 17% a 38,7% na produção.

Inicialmente esta praga pode “raspar” as folhas e depois se alimentar das mais novas e centrais da planta (palmito).

O ataque em plantas pequenas pode causar a morte, já em plantas maiores ocorre a redução da produtividade.

Por isso é importante realizar o monitoramento da lavoura, que pode ser feito com armadilhas para a captura de insetos adultos (uma armadilha a cada cinco hectares) ou o monitoramento das plantas de sorgo.

Para definir quando realizar o controle, fique de olho se a praga atinge o nível de controle que é em média 3 mariposas por armadilha de feromônio. 

Ao monitorar as plantas, recomenda-se o manejo da lagarta quando for observado que 10% das folhas do cartucho estão com pequenas lesões circulares e algumas pequenas lesões alongadas, de até 1,3 cm de comprimento.

Tanto o uso de controle químico (inseticidas) quanto de controle biológico são recomendados para a lagarta-do-cartucho.

Lagarta-elasmo

Elasmopalpus lignosellus causa danos principalmente em locais em que ocorreu estiagem após a emergência das plantas.

Inicialmente, as lagartas podem “raspar” as folhas e depois afetam a região do colo da planta. Desta forma, podem danificar o ponto de crescimento e favorecer a morte das folhas centrais, provocando o sintoma de “coração morto”.

Recomenda-se realizar o manejo com o uso de inseticidas nas plantas ou nas sementes, além do plantio direto.

Broca-da-cana-de-açúcar

A broca-da-cana (Diatraea spp.) pode causar dano pelo quebramento e ataque no colmo das plantas.

No início do seu desenvolvimento, a broca também pode raspar as folhas do sorgo.

O controle dessa praga pode ser semelhante ao realizado em cana-de-açúcar com a liberação de parasitóides.  

Outras medidas de controle que também podem ser utilizadas são o tratamento de sementes e destruição de restos culturais.

Pulgão no sorgo

O sorgo pode ser infestado pelo pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis) e pelo pulgão verde (Schizaphis graminum).

O pulgão verde pode introduzir toxinas que causam o bronzeamento das folhas e até a morte das áreas afetadas, podendo ainda ser vetor de viroses.

O controle pode ser realizado por inimigos naturais e, também, aplicação de inseticidas quando ocorrer altas populações.

Corós

Corós, bichos-bolo ou pão-de-galinha são larvas de várias espécies que podem atacar as plantas de sorgo.

Para a identificação, você pode observar que as larvas apresentam formato de “C” de cor clara e a cabeça de coloração marrom.

Normalmente, elas afetam o sistema radicular das plantas podendo causar murcha nas plantas, tombamento ou a morte.

Algumas medidas de manejo são:

  • Eliminação de hospedeiros alternativos;
  • Destruição de restos culturais;
  • Utilização de inseticidas.

Larva arame

A larva arame, Conoderus scalaris, causa danos principalmente na destruição das sementes no sulco de plantio, reduzindo o estande inicial e vigor das plantas, o que causa perdas em seu sistema de produção.

As recomendações de manejo são:

  • Rotação de culturas;
  • Tratamento de sementes.

Percevejos no sorgo

Esses insetos se alimentam principalmente dos grãos no momento de enchimento, o que podem torná-los manchados e reduzir o tamanho.

Existem dois grupos de percevejos: grandes (percevejo-gaúcho, percevejo-verde e percevejo-pardo) e pequenos (percevejo-do-sorgo e percevejo-chupador-do-arroz).

Normalmente, o controle desses percevejos é natural. Quando em altas populações, pode-se utilizar controle químico (aéreo).

Controle de pragas e doenças do sorgo

Até aqui, comentei sobre as particularidades de pragas e doenças do sorgo, no entanto, algumas medidas gerais de manejo que você pode utilizar na sua área são:

  • Planejamento agrícola da cultura: é nessa fase que se escolhe a variedade de sorgo e, como vimos, o uso de variedades resistentes é uma medida de manejo muito utilizada;
  • Identificar as pragas e doenças que afetam a cultura do sorgo;
  • Conhecer o histórico da área a ser cultivada (quais os problemas que ocorreram nas culturas ao longo dos anos);
  • Conhecer as culturas em volta da sua plantação: várias doenças e pragas do sorgo podem ocorrer em outras culturas;
  • Monitoramento da área.

Lembrando que se for utilizar produto químico, verifique o registro no Agrofit para a cultura e para praga/doença. 

Em caso de dúvidas, consulte um(a) engenheiro(a) agrônomo(a).

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Conclusão

Como vimos, existem muitas pragas e doenças que podem afetar a sua cultura de sorgo. 

Algumas podem atacar as plantas no início do desenvolvimento ou já na fase de panícula.

Por isso, é importante conhecê-las e manejá-las para não afetar a produção da sua lavoura.

>>Leia mais:

“Zoneamento agrícola para o sorgo forrageiro: o que você precisa saber sobre essa nova medida”

Quando e como usar as forrageiras em seu sistema de produção

Quais pragas e doenças do sorgo afetam a sua lavoura? Quais medidas de manejo você utiliza? Adoraria ver seu comentário abaixo!

Como identificar e combater as 6 principais plantas daninhas da soja

Plantas daninhas da soja como o caruru, leiteiro, capim-pé-de-galinha, capim-amargoso e trapoeraba podem dificultar e encarecer o controle na lavoura. 

Dentre os diversos problemas que temos que lidar no campo, as plantas daninhas são um daqueles desafios que sempre tiram o nosso sono, não é mesmo?

Isso porque sabemos que os gastos com as práticas de manejo, principalmente com os herbicidas, podem ser de alto custo.

É por isso que separei para você cinco espécies de plantas daninhas da soja e algumas dicas para auxiliar no controle. 

E, já falando da primeira dica, um dos principais manejos é fazer uma boa dessecação antes do plantio, pois isso vai ajudar a reduzir a competição inicial entre plantas daninhas e cultivadas. Veja mais a seguir!

As 6 principais plantas daninhas da soja

A cultura da soja pode ser afetada por diversas daninhas. A seguir, listaremos as 6 principais e as formas de controle mais recomendadas:

  • Capim-amargoso
  • Capim-pé-de-galinha
  • Amendoim-bravo ou leiteira
  • Buva
  • Trapoeraba
  • Caruru

1. Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Logo que falamos em soja, já pensamos em uma das principais espécies que vêm causando problemas no campo: o capim-amargoso.

Também conhecido por capim-flecha, capim-açu e capim-pororó, é uma planta de ciclo perene, herbácea, ereta e que forma touceiras. 

Sua reprodução ocorre via sementes e por meio de curtos rizomas, tendo seu controle dificultado. 

Na cultura da soja, as perdas de produtividade podem chegar a 20% na presença de apenas uma planta de capim-amargoso/m².

Entre os herbicidas registrados para o controle de Digitaria insularis em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim;
  • diclosulam, imazapir, imazetapir;
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • flumioxazin + imazetapir.

Na 37ª Reunião de Pesquisa de Soja (RPS 2019) foi estudado o controle de capim-amargoso em soja e os pesquisados obtiveram bons controles com os herbicidas em pré-emergência:

  • diclosulam (29,4 g i.a. ha-1);
  • trifluralina (1.200 g i.a. ha-1);
  • trifluralina + imazetapir (1.200 + 160 g i.a. ha-1);
  • s-metolacloro (1.440 g i.a. ha-1).

Para plantas perenizadas ou em áreas de elevada infestação de amargoso, serão necessárias três aplicações sequenciais de herbicidas ou uma roçada e duas aplicações.

Na hora da escolha dos produtos, o ideal é usar o glifosato junto com outros herbicidas. Por exemplo:

1° aplicação: glifosato + graminicida;

2° aplicação (rebrota): produto com ação de contato;

3° aplicação: não usar o mesmo graminicida da primeira aplicação.

2. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha, também conhecido por capim-do-pomar ou pé-de-galinha, é uma planta anual ou perene, que forma touceiras e tem reprodução por sementes.

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

Entre os herbicidas registrados para o controle de capim-pé-de-galinha em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim, fluazifop, propaquizafop, tepraloxidim;
  • metribuzin;
  • sulfentrazone
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • carfentrazone + clomazone;
  • clomazone;
  • glifosato + imazethapyr;
  • glifosato + s-metolachlor.

Agora sobre as folhas largas, podemos citar as espécies de plantas daninhas da soja: carurus, o leiteiro e a buva que veremos a seguir.

3. Amendoim-bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)

Também conhecida por flor-dos-poetas e café-do-diabo, o amendoim-bravo pertence à família Euphorbiaceae. É uma planta de ciclo anual, ereta, pouco ramificada, lactescente e com reprodução por sementes.

plantas daninhas da soja
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)

O leiteiro possui algumas características que lhe garantem sucesso como: 

  • viabilidade longa das sementes, permanecendo mais tempo viáveis no solo;
  • germinação em maiores profundidades;
  • rápido crescimento vegetativo.

Antes da soja tolerante ao glifosato, o leiteiro era uma das principais plantas daninhas na cultura da soja.

Os principais herbicidas utilizados para o controle eram os inibidores da ALS. Mas, em 1993, o primeiro caso de resistência foi relatado com os herbicidas chlorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin e imazethapyr.

Isso dificultou o manejo que, após a aprovação da soja tolerante a glifosato, foi facilitado novamente, até que na safra 2018/19 foi verificado biótipos de leiteiro resistentes ao glifosato

Por isso, dentre os herbicidas registrados hoje para o controle de leiteiro em soja temos:

  • 2,4-D;
  • acifluorfen + bentazon;
  • chlorimuron;
  • dicamba;
  • diclosulam;
  • diquat;
  • fluazifop + fomesafen;
  • sulfentrazone;
  • saflufenacil;
  • lactofen;
  • imazethapyr;
  • imazaquin;
  • imazamox;
  • glufosinato;
  • glifosato + imazethapyr.

Estudos realizados por Ramires et al. (2010) demonstram a associação de herbicidas no controle de leiteiro com uma a três folhas, obtendo controle acima de 90% quando associado glifosato com cloransulam, flumiclorac, chlorimuron, imazethapyr, bentazon, fomesafen ou lactofen.

4. Buva (Conyza sumatrensis, C. bonariensis e C. canadensis)

A buva, também conhecida por voadeira, pertence à família Asteraceae

São espécies anuais, herbáceas, eretas, com reprodução por sementes, que se não controladas até o final de seu desenvolvimento podem produzir até 350 mil sementes.

Por conta das sementes de buva serem leves, sua dispersão ocorre principalmente pelo vento, além de permanecerem viáveis por longos períodos no solo.

Além disso, plantas de buva no final do ciclo da cultura podem servir de hospedeiras de doenças e pragas.

Plantas de buva (Conyza spp.)
Plantas de buva (Conyza spp.)

Entre os herbicidas registrados para o controle de buva temos:

  • C. sumatrensis: 2,4-D, chlorimuron e diclosulam;
  • Imazethapyr, glifosato e saflufenacil: C. canadensis;
  • C. bonariensis: 2,4-D, sulfentrazone, saflufenacil, diclosulam, dicamba, diquat, chlorimuron, flumioxazin, imazapyr, glufosinato e glifosato.

5. Trapoeraba (Commelina benghalensis)

A trapoeraba tem maior incidência na soja no período final do ciclo da cultura. Embora pareça uma folha larga, ela é classificada como folha estreita devido às suas características morfológicas e fisiológicas.

Assim, a falta de controle durante o ciclo da soja pode prejudicar a próxima cultura. 

Esta espécie é uma planta complexa, pois possui produção de sementes aéreas e subterrâneas, além de ser tolerante ao herbicida glifosato.

Entre os herbicidas utilizados para o manejo da trapoeraba estão: 2,4-D, glufosinato, chlorimuron, sulfentrazone, glifosato + imazethapyr, dicamba, clomazone, carfentrazone, lactofen, imazethapyr, s-metolachlor, fomesafen e flumioxazin.

Lembrando que a seletividade à cultura da soja deve ser consultada na bula de cada produto.

6. Caruru

Diversas espécies de caruru podem infestar as lavouras de soja, entre elas temos:

  • caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus);
  • caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus);
  • caruru (Amaranthus hybridus var. patulus);
  • caruru-gigante (Amaranthus retroflexus);
  • caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus);
  • caruru-de-mancha (Amaranthus viridis).
plantas daninhas da soja caruru
Caruru (Amaranthus hybridus var. patulus), caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus) e caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)

Hoje, o uso dos herbicidas em pré-emergência é uma ferramenta fundamental no manejo de plantas daninhas.

Por que usar herbicidas em pré-emergência da soja

Podemos citar diversas vantagens no uso de herbicidas em pré-emergência como: 

  • aumento do período anterior à interferência (PAI);
  • redução do banco de sementes (propágulos) do solo;
  • rotação dos mecanismos de ação dos herbicidas, pois muitos possuem mecanismo de ação diferente dos herbicidas utilizados em pós-emergência;
  • vantagem competitiva para as plantas cultivadas.

Como vimos ao longo do texto, sempre há um herbicida recomendado em pré-emergência para o controle de plantas daninhas.

Em resumo, para a soja temos registrados os herbicidas: 

  • Diclosulam: possui ação residual, ótimo controle de folhas largas, como a buva, e também algumas gramíneas como o capim-amargoso;
  • Clomazone: possui ação residual, utilizado no sistema de aplique-plante, além de bom controle de gramíneas de sementes pequenas como capim-colchão e capim-pé-de-galinha;
  • Flumioxazin: possui ação residual, pode ser usado no sistema aplique-plante da soja e também é utilizado no controle de plantas daninhas de folhas largas e algumas gramíneas;
  • S-metolachlor: possui ação residual, usado para o controle de plantas daninhas gramíneas de sementes pequenas como capim-pé-de-galinha e capim-amargoso;
  • Sulfentrazone: possui ação residual sobre plantas daninhas de folhas largas, algumas gramíneas e tiririca;
  • Trifluralin: possui ação residual com controle de plantas daninhas de semente pequena, como o capim-amargoso e o capim-pé-de-galinha.
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Conclusão

Neste texto, vimos algumas espécies de plantas daninhas que podem prejudicar a lavoura de soja como caruru, trapoeraba, capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e buva.

Vimos também os herbicidas registrados para o controle e a importância do uso dos pré-emergentes.

Lembre-se que os herbicidas registrados podem ou não ser seletivos para a soja. Assim, é necessário buscar sempre a bula para posicionar corretamente os produtos.

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Como você lida com as plantas daninhas da soja? Aproveite e baixe gratuitamente aqui um guia para manejo das invasoras e faça o melhor controle em sua lavoura.

Gestão rural: como ter mais estratégia e sucesso em sua propriedade

Gestão da propriedade rural, estratégia e passo a passo para o sucesso do seu negócio. Confira agora!

Ter conhecimento sobre tudo que vem ocorrendo na propriedade rural é uma estratégia certeira para tomar melhores decisões. Porém, a importância de realizar um controle eficiente da fazenda muitas vezes passa despercebida pelos empresários rurais

Para atingir bons resultados é preciso analisar uma série de fatores que influenciam na produtividade e na rentabilidade do negócio.

Neste texto, vou te mostrar como melhorar a sua gestão rural e obter uma ampla visão sobre o cenário da sua fazenda.

O que é gestão rural?

Gestão rural é um conjunto de atividades e processos que têm como objetivo aprimorar o planejamento, organização e controle da fazenda, envolvendo tanto os processos produtivos quanto a visão de negócio da empresa rural. Assim, é possível tomar decisões mais conscientes para maximizar a produção, reduzir custos e melhorar os resultados financeiros da propriedade.

Mas nem todo produtor encara a fazenda como uma empresa ou um negócio. É muito comum encontrar pessoas que realizam atividades da forma como os seus antecessores faziam, sem buscar trabalhar de formas mais eficientes.

Para ser tratado como empresário rural, o produtor precisa utilizar recursos voltados ao gerenciamento, planejamento e execução do seu trabalho – sempre visando a melhoria de processos. A gestão rural se caracteriza por isso!

Quando o produtor cumpre papel de gerente e supervisor, ele se torna mais independente, pois adquire o domínio da rotina básica de seu empreendimento rural. Em posse de todas as informações do negócio, o produtor consegue estabelecer relações evolutivas com o mercado, pois começa a lidar com a profissionalização

É crucial, nesse processo de profissionalização, a coleta, o processamento e a análise de uma grande quantidade de dados. 

Por isso, é necessário ter em mãos ferramentas robustas e completas que permitam um estudo generalizado da fazenda, relacionando todos os seus pilares e permitindo resultados produtivos de sucesso. 

Quais são os pilares da gestão rural

Fazer uma boa gestão rural está baseado em quatro conceitos, como: planejar, organizar, dirigir e controlar.

Planejar

No planejamento são definidos os objetivos do negócio e como chegar até eles. Para isso, é necessário discutir as prioridades para fazer um plano de safra que atenda às necessidades do negócio.

Este planejamento deve acontecer com antecedência do início do novo plantio, com o gestor rural estimando a área produtiva, levantando o custo previsto com insumos e traçando metas de produtividade.

Este momento também é o ideal para verificar os erros cometidos em safras anteriores, fazer diagnóticos e correções.

Organizar

A organização está diretamente ligada aos recursos de um negócio. Depois da definição do plano de metas, o gestor se organiza e distribui as funções necessárias para alcançar os objetivos.

Através de uma boa organização, as pessoas certas serão colocadas nos lugares certos, com as normas e as regras do negócio rural sendo melhor definidas.

Durante a organização, o gestor rural é o responsável por revisar os processos como o de gestão de compras, controle de orçamento e das movimentações financeiras.

Neste momento é essencial buscar as melhores estratégias para elevar a produtividade. 

Dirigir

Em um negócio, a direção significa liderar, ou seja, a capacidade de gerir os recursos humanos de uma entidade. 

Diferentemente da etapa anterior, a direção não é sobre distribuir tarefas, mas sim, sobre motivar e influenciar os colaboradores da fazenda.

Para liderar, é necessário que o gestor rural invista na capacidade de se comunicar com os colaboradores, criando um clima agradável no ambiente de trabalho e melhorando a produtividade.

Controlar

Para garantir que o pllanejamento e a distribuição de tarefas sejam cumpridos, cabe ao gestor rural controlar seu negócio.

Este controle deve ser feito através de números e informações, utilizando indicadores técnicos e planilhas gerados diariamente.

Além disso, cabe ao gestor ter comprometimento com seu negócio, devendo acompanhar o andamento das atividades, avaliar os resultados e tomar medidas corretivas sempre que necessário.

Qual a diferença entre administração e gestão rural

Quando se trata de administração rural e gestão rural, existem algumas diferenças conceituais. 

A administração rural envolve conhecimentos técnicos e aplicações práticas no dia a dia da propriedade. Além disso, o planejamento é realizado a partir de uma visão financeira ampla, para que níveis satisfatórios de produtividade e faturamento sejam alcançados.

Por outro lado, a gestão rural está associada a um planejamento mais complexo, que se relaciona tanto com a administração como com ações agrícolas realizadas na empresa rural.

Como deve ser feita a gestão da propriedade rural

A gestão de uma empresa rural envolve diversos eixos: gestão de processos, gestão de pessoas e gestão de informação. Neste tópico explicamos o que são cada um desses eixos.

Gestão de Processos

Assim como em qualquer empresas, as empresas rurais também precisam ter uma integração eficiente entre seus setores. 

Dessa forma, o primeiro passo passa pelo diagnóstico dos processos, com um entendimento melhor de como está a comunicação entre as áreas da  propriedade.

Por exemplo, suponha que na área de operação do campo tem uma máquina parada porque está faltando uma peça. 

Se o responsável pelo setor de suprimentos não for ágil em comprar, receber e disponibilizar a peça para os operadores, você poderá ter atraso na produção por conta de falhas na comunicação.

Então, é preciso entender o nível de maturidade dos processos da fazenda. Se os pequenos gargalos não estão ocorrendo e prejudicando o andamento das atividades.

Além disso, é importante entender qual é a confiabilidade e como é feita a organização das informações dentro da propriedade. Ter o registro de informações dos setores é necessário para entender o andamento de qualquer processo.

Gestão de Pessoas

Para que os pilares da gestão rural funcione, é fundamental ter funcionários engajados nos objetivos do negócio.

Para colocar a gestão de pessoas em prática, é preciso ter comunicação transparente, investimento em treinamento e considerar os diferentes tipos de aprendizagem.

  1. Comunicação transparente

Um caminho para a comunicação transparente é a de fazer uma reunião com todos na fazenda para, por exemplo, o planejamento da safra, dos donos aos operadores. Todos devem estar alinhados com os objetivos de produtividade e as expectativas de colheita.

Nessa reunião, também é interessante trazer os aprendizados da safra anterior e os desafios enfrentados. Da mesma forma, é importante fazer a reunião depois da colheita para compilar aprendizados e conquistas.

Assim, você e sua equipe podem conhecer e melhorar o que não teve um bom andamento e a repetir o que foi realizado de positivo. Esse alinhamento sempre é importante independente do tamanho da equipe.

Outro caminho é fazer pequenas reuniões diárias entre o gerente da fazenda e a equipe. Um alinhamento de 10 minutos sobre as prioridades do dia, com a resolução de dúvidas e a comunicação do andamento das atividades entre os setores.

Esse alinhamento é necessário, principalmente, se a sua propriedade estiver passando por alguma mudança de processo ou plataforma.

Além disso, não se esqueça de definir com clareza as funções e obrigações de todos os envolvidos no negócio. A clareza das informações é indispensável.

  1. Treinamento da equipe

Pode haver um desencontro entre as habilidades necessárias para executar as atividades na fazenda e as experiências profissionais. 

Com a utilização de softwares de gestão rural, como o Aegro, para lançamento das atividades de campo, bem como outras ferramentas semelhantes, os profissionais precisam aprender novas rotinas. Para isso, o treinamento da equipe é fundamental.

É importante que os profissionais estejam sempre em evolução, para que o negócio evolua a cada ano, aumentando a produtividade. 

  1. Diferentes tipos de aprendizagem

Com todos os funcionários da fazenda engajados nos objetivos do negócio e dispostos a aprender novas habilidades, é preciso agora considerar os diferentes tipos de aprendizagem. Ou seja, cada pessoa aprende melhor de um jeito e é preciso reconhecer essas diferenças. 

Por exemplo, um consultor do Aegro, durante a realização de um treinamento presencial na fazenda para implementação do sistema, identificou que alguns funcionários se sentiam pressionados com a epxlicação presencial e não conseguiam aprender bem com alguém ao seu lado.

Dessa forma, para esses colaboradores, o consultor enviou os tutoriais gravados e ficou à disposição para tirar as dúvidas. 

Então, se alguém na sua empresa rural não estiver confortável com um método de aprendizagem de alguma ferramenta ou processos novos, busque caminhos diferentes e veja o resultado.

Gestão de Informação

Existem ferramentas que ajudam na gestão da empresa rural com informações da propriedade. 

A gestão da informação também é fundamental para a boa produtividade da lavoura.

Um exemplo é o de controle das datas de aplicação de fungicida. Se o responsável pela parte agronômica define uma data de 15 dias de intervalo para a aplicação de um fungicida e a informação sobre a data da última aplicação se perder e for feito um intervalo maior, a entrada de uma praga pode se alastrar e o dano econômico ser significativo.

Na área administrativa, se a fazenda não tiver um fluxo de caixa bem organizado e uma provisão de despesas e receitas de curto, médio e longo prazos, a falta de informação também pode gerar prejuízos econômicos.

Uma informação confiável e atualizada do estoque impede que você faça compras baseadas nas indicações de um vendedor, por exemplo, e acabe não fazendo as melhores escolhas. 

Entretanto, com um planejamento de compras e sabendo exatamente o que você tem de estoque, é possível otimizar as suas compras. 

Vantagens da gestão rural

Melhorar a gestão rural permite:

1. Assegurar que haja estabilidade nas entradas e saídas (fluxo de caixa) mensais de recursos financeiros na propriedade;

2. Equilibrar a combinação dos recursos produtivos ao longo do tempo, em termos de demandas de mão de obra, equipamentos e insumos, bem como as fontes de renda e formas de comercialização dos vários produtos; 

3. Minimizar os riscos do produtor ao selecionar bem as atividades e trabalhar com estudos futuros do mercado; 

4. Preparar o produtor rural para ajustar as atividades em função de diferentes períodos de crise, de preços de insumos e de produtos gerados na propriedade;

5. Viabilizar a adequação ambiental da propriedade rural, assegurando a manutenção dos recursos naturais fundamentais aos processos produtivos. 

Algo que jamais pode ser esquecido é que o processo de gestão deve ser contínuo e permanente. Afinal, manter um histórico produtivo auxilia na tomada de decisões. 

5 Práticas para melhorar sua gestão rural

  1. Controle de custos inteligente

No processo de gestão de um negócio rural, assim como no plantio, o controle de custos de produção também tem sua carga de importância. 

Conhecer todas as entradas e saídas da propriedade rural não é uma atividade tão complexa, mas requer o acompanhamento periódico das contas.

Esse acompanhamento pode ser feito de forma manual, com a inserção de dados em planilhas de Excel.

Todavia, para agilizar a sistematização dessas informações no dia a dia, os produtores rurais podem contar com a tecnologia, com uso de um software e aplicativos rurais

Esta ferramenta vem substituindo os métodos anteriores porque torna mais fácil a manutenção de um fluxo de caixa. 

Mas o principal benefício de um software é a forma como ele faz uma análise global da situação financeira da propriedade através do cruzamento de dados, permitindo tomadas de decisões mais assertivas. 

  1. Fluxo de caixa em dia

Os ajustes no âmbito agrícola devem ser feitos interligando planejamento e controle. Antes de tomar qualquer decisão, o produtor rural deve conhecer bem como está a situação financeira de sua propriedade. 

Esse controle é nomeado como fluxo de caixa, onde serão inseridas as receitas e despesas, ou seja, o cadastro do seu saldo atual, saldo de entrada, saldo de saída, e saldo final.

Neste tipo de controle, subdividir as categorias em grupos facilita a caracterização das despesas e das entradas, aliando ainda, ao período que estão ocorrendo essas movimentações.

Com isso, o produtor consegue identificar onde ocorrem gastos excessivos e tentar de alguma forma contornar a situação, para estabilizar os valores financeiros. 

Desta maneira, as decisões adotadas serão fundamentadas em dados numéricos, propiciando a sustentação da empresa rural. 

  1. Análise de dados

Quando estamos falando de planejamento, logo temos em mente dados. E quanto mais, melhor!

Mas de que adianta uma grande quantidade de dados se quando buscamos respostas não sabemos interpretá-los?

Com isso, uma tendência é a utilização de big data, que consiste no armazenamento de um grande grupo de dados, chegando com rapidez a interpretações que garantem produtividade.

Com essa tecnologia conseguimos manter um negócio rural muito mais produtivo, pois temos um aproveitamento eficaz dos recursos.

  1. Gestão de pessoas 

No processo de gestão de pessoas é necessário definir cargos e tarefas para que as demandas sejam atendidas

Além de elencar o que fazer a estas pessoas é fundamental o ensinamento de como fazer, isto é, treinamento. Visto que cada vez mais vêm ocorrendo mudanças e tecnificação no sistema de gerenciamento. 

O produtor que é bom gestor, também consegue identificar a necessidade de capacitações e consegue reconhecer habilidades e agrupamentos favoráveis de pessoas para a realização de atividades. 

Afinal, de nada adianta usar soluções tecnológicas e ferramentas de gestão se as pessoas não estão familiarizadas com a tecnologia e com a estrutura de gestão da empresa. 

  1. Tecnologia para gestão rural

A melhor maneira de agregar dados estratégicos para a boa gestão da propriedade rural é utilizando um software agrícola como o Aegro.

Essa ferramenta une as áreas operacional e financeira da fazenda, centralizando informações que costumam ficar espalhadas em diferentes sistemas ou planilhas.

Com o Aegro, você automatiza seu fluxo de caixa. É possível vincular diferentes contas bancárias ao sistema e ficar em dia com as parcelas a pagar e receber em cada uma delas. 

Além disso, o software permite que você planeje as atividades realizadas pela sua equipe, definindo quantas horas de trabalho devem ser gastas com cada operação.

No final do ciclo produtivo, o Aegro ainda te oferece uma análise detalhada de rentabilidade. Desta maneira, você pode entender o que deu certo ou errado e otimizar os processos da sua lavoura.

Tudo isso pode ser feito pelo computador ou celular! Confira as principais funcionalidades do software:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas;
  • Cotação de seguros agrícolas; 
  • Integração com o Climatempo, para verificar as previsões em tempo real;
  • Imagens de satélite e NDVI;
  • Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR). 

Exemplo de visualização da rentabilidade da safra com uso do software de gestão agrícola Aegro

Confira algumas opções para começar a gerenciar sua propriedade com o Aegro agora mesmo:

  • Teste grátis do sistema completo por 7 dias (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular Android (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular iOS (clique aqui);
  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Conclusão

Como você conferiu ao longo do texto, as melhores práticas para gestão da propriedade rural ajudam o produtor a identificar pontos de melhoria no seu negócio e alcançar o sucesso.

É possível concluir que a agricultura cada vez mais será sustentada por ferramentas dinâmicas de gestão, como é o caso dos softwares, que possibilitam a associação de informações e rapidez nas interpretações. 

Com gestão, o negócio rural começa a ser mais eficiente e mais produtivo, podendo, então, ser caracterizado como profissional.

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Qual a sua maior dificuldade na gestão rural? A forma como vem trabalhando está surtindo efeito produtivo? Compartilhe em suas redes sociais!

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 07 de julho de 2023 por Mariana Rezende

Mariana é formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.