Veja como identificar as principais pragas do feijão

Pragas do feijão: saiba como identificar as principais pragas dessa cultura e em quais estádios causam maiores problemas. 

Além de realizar um bom planejamento, um bom gestor de fazenda deve estar preparado para solucionar questões sob pressão.

O manejo de pragas, por exemplo, é uma tarefa que tira o sono de muitos agricultores pois exige que sua recomendação seja rápida e precisa para minimizar ao máximo os danos à cultura. 

No caso do feijão, as pragas podem variar dependendo do local em que a cultura está sendo produzida.

Para te ajudar nesta tarefa, separei informações importantes das principais pragas do feijão que atacam em diversas regiões de nosso país.

Estádio fenológico do feijão 

O primeiro passo para realizar um bom manejo de pragas é saber identificar em qual estádio fenológico a cultura do feijoeiro estará mais suscetível ao ataque de uma praga. Assim, você e seu engenheiro agrônomo podem posicionar o produto certo no momento certo. 

Para facilitar, dividi as pragas de acordo com os estádios de desenvolvimento da planta de feijoeiro.

Contudo, antes de iniciar, vamos relembrar as fases dos estádios fenológicos?!

  • Vo: Germinação;
  • V1: Emergência;
  • V2: Folhas primárias;
  • V3: Primeira folha composta aberta;
  • V4: Terceira folha trifoliolada aberta;
  • R5: Pré-floração;
  • R6: Floração;
  • R7: Formação de vagens;
  • R8: Enchimento das vagens;
  • R9: Maturação.

A seguir, conheça as pragas que afetam as fases iniciais, pragas desfolhadoras, pragas sugadoras e raspadoras, pragas das hastes e axilas e pragas das vagens.

Pragas do feijão de fases iniciais

Essas pragas, geralmente, afetam as sementes, raízes e plântulas do feijão, podendo ser encontradas na cultura de Vo a V3. Elas influenciam consideravelmente na germinação das sementes e no estabelecimento do estande adequado.

Ainda são responsáveis pelas falhas de emergência nas linhas de plantio, dando aquela dor de cabeça ao produtor após a semeadura. Separei algumas dessas pragas do feijão que podemos encontrar nas fases iniciais de desenvolvimento:

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A espécie mais comum nas lavouras de feijão é a Agrotis ipsilon que ataca as sementes no sulco de plantio e plântulas recém-emergidas.

Por atacar a cultura em seu crescimento inicial, os danos causados pela lagarta-rosca muitas vezes são irreparáveis.

pragas do feijão

Lagarta-rosca
(Fonte: Agrolink)

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

Esse tipo de lagarta costuma atacar o caule das plântulas, normalmente próximo ao colo. Em alguns casos, essa espécie também costuma atacar sementes e raízes. Quando não manejada a tempo, pode ocasionar enfraquecimento das plântulas e levá-las à morte.

As lagartas do tipo elasmo costumam atacar em épocas de seca, por isso, fique de olho!

Larva-alfinete (Diabrotica speciosa)

A larva-alfinete ataca raízes e sementes e, além disso, é possível observar perfurações nas folhas cotiledonares. Na prática, as raízes não absorvem bem água e nutrientes, deixando a planta debilitada.

Para evitar a presença dessas e outras pragas do feijão semelhantes em sua lavoura, utilize sementes de qualidade, variedades resistentes e um bom tratamento. E não deixe de lado o Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Pragas do feijão: desfolhadoras

Essas pragas podem ser encontradas na cultura logo após a sua fase inicial, quando a planta apresenta folhas primárias até o enchimento de grãos, ou seja, de V2 a R8. Desta forma, podem ocasionar perdas significativas na produtividade caso não controladas.

Vaquinha (Diabrotica speciosa, Cerotoma arcuata)

Essa é uma das pragas mais problemática para a cultura,  pois ocasiona grande desfolha, prejudica a área fotossintética e influencia no crescimento do feijoeiro. Na prática, podemos observar danos mais significativos quando a planta apresenta suas folhas primárias.

Após esse estádio, o dano é menor, pois a cultura consegue tolerar a perda de até 30% das folhas. Caso não controlada no momento certo, pode refletir em grande prejuízo ao produtor rural.

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

Essa praga do feijão também pode influenciar consideravelmente na produtividade da cultura.

Apesar de não consumir as nervuras das folhas, também apresenta desfolha e é possível diferenciá-la por seus aspectos rendilhados em toda folha.

pragas do feijão

Lagarta-falsa-medideira
(Fonte: Grupo Cultivar)

Para o controle das pragas desfolhadoras, o ideal é que se faça monitoramento. 

Sendo assim, as amostragens devem ser semanais e é importante avaliar não somente as plantas, mas também o solo ao redor. 

O controle químico certamente é o que lhe veio à cabeça, certo? Mas que tal levar em consideração o controle biológico, físico e cultural? Eles podem ser uma ótima saída para evitar a resistência.

Pragas do feijão: sugadoras e raspadoras

Essas pragas também podem ser encontradas na cultura logo após a sua fase inicial.  Cada espécie pode aparecer em um momento, por exemplo, a cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri) pode ser encontrada após o surgimento das folhas primárias até a pré-folhação, ou seja, de V2 a R5.

Já o ácaro-branco (Polyphagotarsonemus latus) pode ser observado logo após a primeira folha composta aberta até o enchimento de grãos, ou seja, de V3 a R8. Por isso, é importante sempre realizar a amostragem na cultura em cada estádio fenológico.

Diferente das pragas desfolhadoras, as pragas sugadoras e raspadoras se alimentam da sucção de seiva das plantas. Além das já citadas, separei alguns exemplos para você:

Mosca-branca (Bemisia tabaci)

A mosca-branca, encontrada entre os estádios V1 a R5, ataca a planta sugando a seiva, porém esse dano é considerado pouco expressivo.

Sendo que a maior problemática dessa praga do feijão é a transmissão do vírus do mosaico dourado do feijoeiro e do vírus do mosqueado suave do caupi, que podem ocasionar perdas consideráveis na produtividade.

Ácaro-rajado (Tetranhychus urticae)

Essa praga é de fácil identificação! É comum o aparecimento de pontos brancos na face superior das folhas e em seguida são observadas necrose.

O ácaro-rajado escarifica o tecido da planta e na sequência se alimenta dessa seiva.

Caso não controlado no momento correto pode ocasionar danos consideráveis de rentabilidade.

pragas do feijão

Ácaro-rajado
(Fonte: Agrolink)

Minha dica é utilização de armadilhas atraentes, elas podem auxiliar tanto no monitoramento quanto no controle das pragas.

Mas sempre consulte um(a) agrônomo(a)!

Pragas do feijão: hastes e axilas

Essas pragas podem ser encontradas na cultura quando a planta apresenta a terceira folha trifoliolada aberta até o enchimento de grãos. Como as demais, quando não manejada pode refletir em perdas na produtividade.

Broca-das-axilas (Crocidosema aporema)

Essa praga normalmente ataca pelo ponteiro das plantas do feijoeiro, na sequência as larvas penetram no caule. As plantas atacadas podem apresentar desenvolvimento anormal ou, em casos mais severos, levar à morte da cultura.

Tamanduá-da-soja ou bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus)

Apesar do nome popular ligado à cultura da soja, essa praga também ataca o feijoeiro, principalmente os pecíolos e a haste principal.

Já suas larvas conseguem se desenvolver dentro das hastes, levando a quebra ou a morte das plantas do feijoeiro. Caso opte pelo controle químico das pragas das hastes e axilas, faça a rotação dos mecanismos de ação de seus inseticidas.

Pragas do feijão: vagens

Essas pragas podem ser encontradas na cultura logo após a pré-floração até a maturação dos grãos. As vagens ocasionam perdas consideráveis nos grãos de feijão, influenciando na qualidade do produto final.

Lagarta-das-vagens (Spodoptera eridania, S. cosmioides, Thecla jebus, Maruca testulalis e Etiella zinckenella)

Essa praga, como o próprio nome sugere, ataca as vagens e os grãos afetando sua formação e desenvolvimento. A lagarta perfura as vagens e deprecia seus grãos e pode ser facilmente reconhecida!

Lagarta-helicoverpa (Helicoverpa armigera)

Conhecida por inúmeros agricultores, a Helicoverpa já trouxe dor de cabeça para muitos produtores! Por se alimentar dos órgãos vegetativos e reprodutivos da planta, danifica flores, vagens e grãos.

Para o manejo adequado, realize o planejamento! Essa praga do feijão possui um tempo para cada geração que é de aproximadamente 30 dias, por isso, estabeleça janelas de aplicação com aproximadamente 30 dias de duração.

>> Leia mais: Conheça as melhores práticas de adubo para feijão

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Conclusão

Após todo o esforço com sua lavoura, você não pode perder tudo por conta da presença de pragas na cultura.

Neste artigo, você viu as principais pragas do feijão e em que estádio fenológico podem afetar sua lavoura. 

Assim, você pode realizar um planejamento pré-safra eficiente e evitar gastos desnecessários no futuro.

>> Leia Mais:

Inoculante para feijão caupi: Por que e como usar

Plantas daninhas em feijão: principais espécies, manejo e combate

Você tem problemas com pragas do feijão na sua lavoura? Quais medidas de prevenção realiza para evitar essas pragas?

Como escolher a colheitadeira ideal para sua lavoura

Colheitadeira ideal: veja quais são as mais indicadas para a cultura de grãos e café, além de dicas de manutenção e tecnologias disponíveis no mercado

A escolha da colheitadeira certa pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso da sua lavoura.

Para cada tipo de propriedade ou cultura existe uma máquina ideal que possibilitará rendimentos maiores à sua fazenda.

Por isso, separei neste artigo, algumas das melhores colhedoras disponíveis no mercado, além de outras dicas e informações importantes. Confira!

Colheitadeira ideal de grãos

As colhedoras de grãos possuem a funcionalidade da troca das plataformas para a colheita efetiva de soja e milho, sendo muito versáteis àqueles que realizam o plantio destas culturas.

Colhedora Massey Ferguson 4690

A colheitadeira híbrida 4690 da MF possui motor AGCO Power de 7,4 litros, de acordo com o MAR-1 (máquinas agrícolas e rodoviárias – Fase 1) de redução de emissão de poluentes, com 200 cv de potência e capacidade de 5.500 L no tanque graneleiro.

O sistema híbrido possui dois rotores e ventilação de dupla cascata, permitindo que a limpeza dos grãos seja feita em etapas bem definidas, não sobrecarregando as peneiras e possibilitando a entrega de um material limpo e de qualidade ao tanque graneleiro.

Com capacidade de 86 litros por segundo, esvaziando o tanque da máquina, a descarga desse material é bem rápida e neste modelo demora cerca de 64 segundos para a descarga total dos grãos.

O picador de palhas também é muito eficiente! Conta com duas velocidades e lâminas tratadas termicamente, propiciando excelente cobertura do solo.

colheitadeira ideal

Colhedora Massey Ferguson 4690
(Fonte: Massey Ferguson)

Colhedora New Holland TC 5090

A colhedora New Holland TC 5090 possui motor de 258 cv e uma capacidade de 7.200 L no tanque graneleiro.

Com capacidade de descarga de 63 litros por segundo e comprimento do tubo de descarga de 4,68 metros, essa colhedora possui um ótimo rendimento operacional.

Além disso, possui peneiras autonivelantes que propiciam menores perdas e, seu sistema de debulha por cilindro, apresenta um excelente desempenho em condições de talo verde, alta umidade e durabilidade de seus componentes.

A abertura e fechamento do côncavo podem ser realizados de dentro da cabine e as barras de alta inércia auxiliam na sua limpeza, melhorando a performance da colhedora. 

Ademais, a linha TC oferece a opção de tração traseira auxiliar, acionada por motores hidráulicos independentes. Essa funcionalidade oferece 30% a mais na tração da colhedora, auxiliando no deslocamento em locais de difícil acesso e reduzindo a compactação do solo.

colhedora new holland

Colhedora New Holland TC 5090
(Fonte: New Holland)

Colhedora John  Deere S790

A colheitadeira John Deere S790 possui um sistema Dyna-Flo Plus que reduz o volume de retrilha em até 28%, assegurando melhores rendimentos operacionais. 

Também possui um motor de 13,5 L, 550 cv e atende às condições impostas pelo MAR-1, garantindo melhor eficiência no consumo de combustível e redução na emissão de poluentes.

Com capacidade de 14.100 L no depósito de grãos e taxa de descarga de 135 litros por segundo, essa colhedora é uma excelente opção para quem busca maiores rendimentos operacionais em campo.

Possui tecnologia embarcada denominada Combine Advisor com ActiveVision, assegurando a realização de calibrações automáticas e ganhos em produtividade e qualidade, independente das condições da lavoura ao longo da colheita.

Ainda, essa tecnologia embarcada é totalmente automatizada, sendo de fácil operação para o trabalho no campo, uma vez que o trabalhador não necessita realizar todos os ajustes ou calibrações. 

Colheitadeira ideal de café

A cafeicultura está passando por modernizações tanto na aplicação de fertilizantes quanto na colheita dos produtos.

Duas colhedoras de café presentes no mercado que merecem destaque são: a Coffee Express 200 Multi, da Case iH, e a K3 Millennium, da Jacto.

Coffee Express 200 Multi Case IH

A colheitadeira de café Coffee Express 200 Multi da Case IH possui agora um rebaixamento do chassi de 100 mm que melhorou a derriça principalmente em plantas mais novas, uma vez que a estrutura está mais próxima do solo.

Esse novo modelo de colhedora possui mais paletas retráteis que o modelo anterior, o qual  passou de 32 para 62 paletas e acarretou em redução de perdas de café no chão.

Também possui maior quantidade de varetas e sua disposição em formato de colmeia auxilia na maior eficiência de colheita e menor desfolha das plantas.

Coffee Express 200 Multi Case iH

Coffee Express 200 Multi
(Fonte: Case IH)

K3 Millennium da Jacto

Uma colhedora muito versátil com grande eficiência na colheita. A K3 Millennium é robusta e se adapta bem às condições da cafeicultura brasileira.

Consegue reduzir até 50% das perdas de café no chão, segundo o fabricante, e isso ocorre devido aos recolhedores possuírem 260 mm associados a um conjunto de câmeras, as quais facilitam o correto alinhamento das plantas.

colheitadeira ideal

K3 Millennium da Jacto
(Fonte: Jacto)

As lâminas retráteis se fecham abaixo da saia do cafeeiro, garantindo que o café derriçado não seja perdido e nem impurezas sejam coletadas.

Ainda, o sistema derriçador da Jacto permite operar a colhedora com velocidades de até 2,5 km/h em colheitas seletivas e eficiência de derriça de 97%, mesmo em plantas de pequeno porte.

Ótima opção para compra e utilização desde as fases de implantação do café.

Manutenção das máquinas e tecnologias embarcadas

A manutenção das máquinas agrícolas é essencial para o bom funcionamento da sua colheitadeira ideal. 

A manutenção preventiva e reposição das peças necessárias asseguram melhores rendimentos operacionais.

Dessa maneira, antes da escolha da máquina ideal para a sua propriedade é necessário levar em consideração a proximidade da revenda ou serviço de pós-venda na sua região.

Atualmente, além de manter os equipamentos com as manutenções em dia, temos inúmeras tecnologias que podem ser agregadas nas operações de colheita.

O piloto automático, por exemplo, possibilita ganhos operacionais – uma vez que auxilia o operador na condução do equipamento de maneira a permitir que sua atenção seja direcionada para outros aspectos importantes durante a colheita.

Assim como os sistemas de telemetria que fornecem dados em tempo real da colheita, sendo possível a correção de erros operacionais ainda em campo. 

Conclusão

Antes de escolher a colheitadeira ideal para a sua fazenda, é importante checar se existem revendas ou peças de reposição de fácil acesso na sua localização.

As manutenções preventivas são essenciais para o bom funcionamento dos equipamentos.

No momento da compra é ideal que o produtor rural tenha o tamanho da área a ser colhida, uma vez que a colhedora bem dimensionada assegura bons rendimentos operacionais e a redução de custo.

>>Leia mais:

Como evitar o embuchamento em plantio direto de soja

“Tudo o que você precisa saber sobre dimensionamento da frota agrícola”

“5 dicas da regulagem de colheitadeira para melhor desempenho na lavoura

Restou alguma dúvida sobre como escolher a colhetadeira ideal para sua fazenda? Você possui alguma destas máquinas que eu citei? Acha que existem outras colhedoras que deveriam estar nesta lista? Deixe comentário abaixo!

Colheita do milho safrinha: mercado e dicas para não errar

Atualizado em 23 de abril de 2021.
Colheita do milho safrinha: entenda como obter melhores resultados na colheita para grãos e silagem; e como anda o mercado para a segunda safra. 

O milho safrinha já foi sinônimo de inferioridade… “safrinha” se referia à baixa produção e à importância que se dava para a segunda safra da cultura do milho no Brasil. Mas parece que o jogo virou, não é mesmo?

Segundo a última estimativa da Conab, a safrinha 2020/2021 apresentará 75,8% da produção total de milho. São 82,6 milhões de toneladas! Um aumento de 10,1% em relação à safrinha passada. 

Isso só é possível por conta de muita competência no manejo da produção e da colheita.

Além disso, com tanto milho sendo produzido, como será que está o mercado?

Preparei este texto com alguns pontos importantes da colheita do milho safrinha para grãos e silagem, além da expectativa de mercado nesse cenário de COVID-19. Confira a seguir!

O milho safrinha

Não é de hoje que a safrinha corresponde à maior produção de milho e área plantada da cultura. Isso porque ela está associada à dobradinha soja-milho, ocupando a maior parte da área liberada após a colheita da soja. 

Com tanto milho sendo produzido, a colheita do milho safrinha deve ser bem feita para colhermos os frutos de tanto trabalho na condução da lavoura. Mas alguns cuidados devem ser tomados. 

Essa época de cultivo do milho já têm maiores riscos devido a piores condições de luminosidade e de chuvas. Porém, neste ano estamos passando por algo inédito: o tal do coronavírus.

Como veremos a seguir, embora o agro não pare e a pandemia não afete o ciclo do milho safrinha, esse novo cenário afeta o mercado.

Expectativa do mercado para a colheita do milho safrinha 2020/21

O mercado do milho está voltado para o que está acontecendo nas lavouras de milho safrinha, principalmente a aspectos relacionados ao clima, já que uma área considerável foi semeada fora da janela de zoneamento para a segunda safra do milho.

O atraso nas colheitas da soja fez com que muitos produtores se arriscassem fora do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático) do milho safrinha. 

Em alguns estados produtores, como no Mato Grosso, 45% da área total de milho safrinha foi semeada fora do período recomendado pelo Zarc.

O clima e os riscos do milho safrinha 2020/21

As incertezas quanto à produtividade da safrinha em 2021 começaram quando estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul atrasaram a semeadura da soja, à espera de chuvas em 2020.

Isso acarretou a semeadura do milho safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento agrícola de risco climático, em grande parte das regiões produtoras do país. 

Quando semeado fora da janela ideal, os riscos climáticos aumentam, já que o cultivo do milho na safrinha é uma atividade de alto risco.

Contudo, como a área semeada fora da janela do zoneamento é significativa, chuvas que ainda estão por vir podem ser benéficas e garantir menor perda de sacas por hectare nessas áreas.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra

Nota: (PS)=pré-semeadura; (S)=semeadura; (E)=emergência.

Histórico das condições hídricas e possíveis impactos sobre as diferentes fases das lavouras de milho segunda safra
(Fonte: Conab)

Mercado do milho safrinha 2020/21

O mês de março de 2021 foi marcado por recordes nos preços do milho em muitas regiões do país. O aumento ocorreu devido à alta do dólar, a baixa oferta do cereal no mercado spot e de incertezas quanto à produtividade das lavouras de milho safrinha.

Essa incerteza quanto a produtividade da cultura ocorreu devido ao estado do Mato Grosso, maior produtor do cereal no Brasil, ter encerrado a semeadura do milho safrinha com 45% da área total, fora da janela ideal de semeadura

Devido a esse atraso, a cultura vem sofrendo muito com a falta de chuvas e isso pode prejudicar a produtividade das lavouras. Porém, os produtores ainda contam com as chuvas de abril e maio para garantir uma boa safrinha.

No dia 14 de abril, o indicador Esalq/BM&Bovespa (Campinas – SP) alcançou patamares recordes, fechando em R$ 96,92/ sc de 60 kg de milho.

Tendo em vista as incertezas sobre a produção do milho safrinha no Brasil e, principalmente, as previsões climáticas de baixa ocorrência de chuvas, os preços devem se manter altos.

No gráfico abaixo é possível verificar o constante aumento nos preços da saca de milho nos últimos 12 meses:

gráfico com variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses - colheita do milho safrinha

Variação do indicador do preço do milho ESALQ/BM&FBOVESPA nos últimos 12 meses
(Fonte: Cepea/Esalq)

Devido ao crescimento exponencial da demanda mundial por grãos, é esperado que os preços do milho permaneçam em alta na safra 2021/2022.

Dicas para uma melhor colheita do milho safrinha 

Planejamento é essencial

Mesmo antes do início da safra, é importante ter um planejamento já preparado.  Qual será o destino da safrinha? Silagem ou venda de grãos? Utilize o tempo ocioso da entressafra para se organizar.

Esse ano está atípico por conta da semeadura fora do período ideal, mas mesmo assim, com um cronograma bem feito, as chances de erro podem ser reduzidas.

Como já vimos, os atrasos na safra de verão podem afetar diretamente a segunda safra do milho.  

Logicamente que tudo depende de São Pedro colaborar com as chuvas, mas um bom plano evita surpresas – inclusive no preço. Veja mais em nosso guia de manejo do milho.

Colha no ponto certo: grãos ou silagem

O ponto correto para a colheita do milho safrinha depende da finalidade de uso e da existência de infraestrutura para secagem dos grãos na propriedade.

Para grãos, a colheita deve ser feita na fase de desenvolvimento R6, na maturidade fisiológica. Esperar demais pode favorecer a infestação de plantas daninhas no final do ciclo e prejudicar a colheita.

Como a umidade de armazenamento é de 13%, devemos colher valores próximos a esse.  Se houver disponibilidade de secadores na fazenda, a janela é maior, podendo realizar a colheita com maior umidade. 

Se o objetivo é a produção de silagem, a colheita deve ser realizada quando a matéria seca estiver entre 30% e 35%. Valores fora desse limite dificultam o processo e prejudicam a qualidade da silagem.

Dica extra: a tal da linha do leite não correlaciona muito bem com a matéria seca da planta, um dos principais parâmetros para a ensilagem. Por isso, não é o melhor critério para se usar – pode dar certo, mas pode dar errado. Com a matéria seca não tem erro!

Regule bem as máquinas 

Para o milho em grão, a velocidade de rotação do cilindro e o espaçamento entre cilindro e côncavo devem ser ajustados de acordo com a lavoura e a umidade dos grãos no momento da colheita.

Os danos e as perdas são geralmente menores em rotações mais baixas e com umidade dos grãos inferior a 16%.

Para silagem, um aspecto importante é o tamanho da partícula. Isso depende do maquinário utilizado para colheita e também da categoria animal que vai alimentar. 

Em geral, recomenda-se um tamanho médio próximo a 10 mm para máquinas acopladas ao trator e de até 17 mm para automotrizes.

Conclusão

Durante o texto, pudemos acompanhar os aspectos mais marcantes do mercado e para uma boa colheita do milho safrinha.

Vimos a importância do planejamento do ano-safra como um todo, pois atrasos na semeadura impactam diretamente nos riscos e produtividade da safrinha.

A semeadura da safrinha fora do período recomendado pelo zoneamento e as condições climáticas desfavoráveis podem afetar a produção de milho este ano.

Desse modo, há muitas incertezas no que há por vir e, por isso, o mercado está receoso e os preços altos. 

Como identificar e combater as 6 principais plantas daninhas da soja

Plantas daninhas da soja como o caruru, leiteiro, capim-pé-de-galinha, capim-amargoso e trapoeraba podem dificultar e encarecer o controle na lavoura. 

Dentre os diversos problemas que temos que lidar no campo, as plantas daninhas são um daqueles desafios que sempre tiram o nosso sono, não é mesmo?

Isso porque sabemos que os gastos com as práticas de manejo, principalmente com os herbicidas, podem ser de alto custo.

É por isso que separei para você cinco espécies de plantas daninhas da soja e algumas dicas para auxiliar no controle. 

E, já falando da primeira dica, um dos principais manejos é fazer uma boa dessecação antes do plantio, pois isso vai ajudar a reduzir a competição inicial entre plantas daninhas e cultivadas. Veja mais a seguir!

As 6 principais plantas daninhas da soja

A cultura da soja pode ser afetada por diversas daninhas. A seguir, listaremos as 6 principais e as formas de controle mais recomendadas:

  • Capim-amargoso
  • Capim-pé-de-galinha
  • Amendoim-bravo ou leiteira
  • Buva
  • Trapoeraba
  • Caruru

1. Capim-amargoso (Digitaria insularis)

Logo que falamos em soja, já pensamos em uma das principais espécies que vêm causando problemas no campo: o capim-amargoso.

Também conhecido por capim-flecha, capim-açu e capim-pororó, é uma planta de ciclo perene, herbácea, ereta e que forma touceiras. 

Sua reprodução ocorre via sementes e por meio de curtos rizomas, tendo seu controle dificultado. 

Na cultura da soja, as perdas de produtividade podem chegar a 20% na presença de apenas uma planta de capim-amargoso/m².

Entre os herbicidas registrados para o controle de Digitaria insularis em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim;
  • diclosulam, imazapir, imazetapir;
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • flumioxazin + imazetapir.

Na 37ª Reunião de Pesquisa de Soja (RPS 2019) foi estudado o controle de capim-amargoso em soja e os pesquisados obtiveram bons controles com os herbicidas em pré-emergência:

  • diclosulam (29,4 g i.a. ha-1);
  • trifluralina (1.200 g i.a. ha-1);
  • trifluralina + imazetapir (1.200 + 160 g i.a. ha-1);
  • s-metolacloro (1.440 g i.a. ha-1).

Para plantas perenizadas ou em áreas de elevada infestação de amargoso, serão necessárias três aplicações sequenciais de herbicidas ou uma roçada e duas aplicações.

Na hora da escolha dos produtos, o ideal é usar o glifosato junto com outros herbicidas. Por exemplo:

1° aplicação: glifosato + graminicida;

2° aplicação (rebrota): produto com ação de contato;

3° aplicação: não usar o mesmo graminicida da primeira aplicação.

2. Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

O capim-pé-de-galinha, também conhecido por capim-do-pomar ou pé-de-galinha, é uma planta anual ou perene, que forma touceiras e tem reprodução por sementes.

Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)
Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica)

Entre os herbicidas registrados para o controle de capim-pé-de-galinha em soja temos:

  • graminicidas: cletodim, fenoxaprop, haloxifop, quizalofop e setoxidim, fluazifop, propaquizafop, tepraloxidim;
  • metribuzin;
  • sulfentrazone
  • glifosato;
  • glufosinato;
  • s-metolachlor;
  • trifluralina;
  • carfentrazone + clomazone;
  • clomazone;
  • glifosato + imazethapyr;
  • glifosato + s-metolachlor.

Agora sobre as folhas largas, podemos citar as espécies de plantas daninhas da soja: carurus, o leiteiro e a buva que veremos a seguir.

3. Amendoim-bravo ou leiteira (Euphorbia heterophylla)

Também conhecida por flor-dos-poetas e café-do-diabo, o amendoim-bravo pertence à família Euphorbiaceae. É uma planta de ciclo anual, ereta, pouco ramificada, lactescente e com reprodução por sementes.

plantas daninhas da soja
Leiteiro (Euphorbia heterophylla)

O leiteiro possui algumas características que lhe garantem sucesso como: 

  • viabilidade longa das sementes, permanecendo mais tempo viáveis no solo;
  • germinação em maiores profundidades;
  • rápido crescimento vegetativo.

Antes da soja tolerante ao glifosato, o leiteiro era uma das principais plantas daninhas na cultura da soja.

Os principais herbicidas utilizados para o controle eram os inibidores da ALS. Mas, em 1993, o primeiro caso de resistência foi relatado com os herbicidas chlorimuron, cloransulam, imazamox, imazaquin e imazethapyr.

Isso dificultou o manejo que, após a aprovação da soja tolerante a glifosato, foi facilitado novamente, até que na safra 2018/19 foi verificado biótipos de leiteiro resistentes ao glifosato

Por isso, dentre os herbicidas registrados hoje para o controle de leiteiro em soja temos:

  • 2,4-D;
  • acifluorfen + bentazon;
  • chlorimuron;
  • dicamba;
  • diclosulam;
  • diquat;
  • fluazifop + fomesafen;
  • sulfentrazone;
  • saflufenacil;
  • lactofen;
  • imazethapyr;
  • imazaquin;
  • imazamox;
  • glufosinato;
  • glifosato + imazethapyr.

Estudos realizados por Ramires et al. (2010) demonstram a associação de herbicidas no controle de leiteiro com uma a três folhas, obtendo controle acima de 90% quando associado glifosato com cloransulam, flumiclorac, chlorimuron, imazethapyr, bentazon, fomesafen ou lactofen.

4. Buva (Conyza sumatrensis, C. bonariensis e C. canadensis)

A buva, também conhecida por voadeira, pertence à família Asteraceae

São espécies anuais, herbáceas, eretas, com reprodução por sementes, que se não controladas até o final de seu desenvolvimento podem produzir até 350 mil sementes.

Por conta das sementes de buva serem leves, sua dispersão ocorre principalmente pelo vento, além de permanecerem viáveis por longos períodos no solo.

Além disso, plantas de buva no final do ciclo da cultura podem servir de hospedeiras de doenças e pragas.

Plantas de buva (Conyza spp.)
Plantas de buva (Conyza spp.)

Entre os herbicidas registrados para o controle de buva temos:

  • C. sumatrensis: 2,4-D, chlorimuron e diclosulam;
  • Imazethapyr, glifosato e saflufenacil: C. canadensis;
  • C. bonariensis: 2,4-D, sulfentrazone, saflufenacil, diclosulam, dicamba, diquat, chlorimuron, flumioxazin, imazapyr, glufosinato e glifosato.

5. Trapoeraba (Commelina benghalensis)

A trapoeraba tem maior incidência na soja no período final do ciclo da cultura. Embora pareça uma folha larga, ela é classificada como folha estreita devido às suas características morfológicas e fisiológicas.

Assim, a falta de controle durante o ciclo da soja pode prejudicar a próxima cultura. 

Esta espécie é uma planta complexa, pois possui produção de sementes aéreas e subterrâneas, além de ser tolerante ao herbicida glifosato.

Entre os herbicidas utilizados para o manejo da trapoeraba estão: 2,4-D, glufosinato, chlorimuron, sulfentrazone, glifosato + imazethapyr, dicamba, clomazone, carfentrazone, lactofen, imazethapyr, s-metolachlor, fomesafen e flumioxazin.

Lembrando que a seletividade à cultura da soja deve ser consultada na bula de cada produto.

6. Caruru

Diversas espécies de caruru podem infestar as lavouras de soja, entre elas temos:

  • caruru-rasteiro (Amaranthus deflexus);
  • caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus);
  • caruru (Amaranthus hybridus var. patulus);
  • caruru-gigante (Amaranthus retroflexus);
  • caruru-de-espinho (Amaranthus spinosus);
  • caruru-de-mancha (Amaranthus viridis).
plantas daninhas da soja caruru
Caruru (Amaranthus hybridus var. patulus), caruru-roxo (Amaranthus hybridus var. paniculatus) e caruru-de-mancha (Amaranthus viridis)

Hoje, o uso dos herbicidas em pré-emergência é uma ferramenta fundamental no manejo de plantas daninhas.

Por que usar herbicidas em pré-emergência da soja

Podemos citar diversas vantagens no uso de herbicidas em pré-emergência como: 

  • aumento do período anterior à interferência (PAI);
  • redução do banco de sementes (propágulos) do solo;
  • rotação dos mecanismos de ação dos herbicidas, pois muitos possuem mecanismo de ação diferente dos herbicidas utilizados em pós-emergência;
  • vantagem competitiva para as plantas cultivadas.

Como vimos ao longo do texto, sempre há um herbicida recomendado em pré-emergência para o controle de plantas daninhas.

Em resumo, para a soja temos registrados os herbicidas: 

  • Diclosulam: possui ação residual, ótimo controle de folhas largas, como a buva, e também algumas gramíneas como o capim-amargoso;
  • Clomazone: possui ação residual, utilizado no sistema de aplique-plante, além de bom controle de gramíneas de sementes pequenas como capim-colchão e capim-pé-de-galinha;
  • Flumioxazin: possui ação residual, pode ser usado no sistema aplique-plante da soja e também é utilizado no controle de plantas daninhas de folhas largas e algumas gramíneas;
  • S-metolachlor: possui ação residual, usado para o controle de plantas daninhas gramíneas de sementes pequenas como capim-pé-de-galinha e capim-amargoso;
  • Sulfentrazone: possui ação residual sobre plantas daninhas de folhas largas, algumas gramíneas e tiririca;
  • Trifluralin: possui ação residual com controle de plantas daninhas de semente pequena, como o capim-amargoso e o capim-pé-de-galinha.
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Conclusão

Neste texto, vimos algumas espécies de plantas daninhas que podem prejudicar a lavoura de soja como caruru, trapoeraba, capim-amargoso, capim-pé-de-galinha e buva.

Vimos também os herbicidas registrados para o controle e a importância do uso dos pré-emergentes.

Lembre-se que os herbicidas registrados podem ou não ser seletivos para a soja. Assim, é necessário buscar sempre a bula para posicionar corretamente os produtos.

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Como a tecnologia Enlist na soja pode tornar sua lavoura mais produtiva”

“Capim-rabo-de-burro na lavoura? Saiba como se livrar dessa planta daninha”

Capim-rabo-de-raposa (Setaria Parviflora): guia de manejo

Como você lida com as plantas daninhas da soja? Aproveite e baixe gratuitamente aqui um guia para manejo das invasoras e faça o melhor controle em sua lavoura.

Gestão rural: como ter mais estratégia e sucesso em sua propriedade

Gestão da propriedade rural, estratégia e passo a passo para o sucesso do seu negócio. Confira agora!

Ter conhecimento sobre tudo que vem ocorrendo na propriedade rural é uma estratégia certeira para tomar melhores decisões. Porém, a importância de realizar um controle eficiente da fazenda muitas vezes passa despercebida pelos empresários rurais

Para atingir bons resultados é preciso analisar uma série de fatores que influenciam na produtividade e na rentabilidade do negócio.

Neste texto, vou te mostrar como melhorar a sua gestão rural e obter uma ampla visão sobre o cenário da sua fazenda.

O que é gestão rural?

Gestão rural é um conjunto de atividades e processos que têm como objetivo aprimorar o planejamento, organização e controle da fazenda, envolvendo tanto os processos produtivos quanto a visão de negócio da empresa rural. Assim, é possível tomar decisões mais conscientes para maximizar a produção, reduzir custos e melhorar os resultados financeiros da propriedade.

Mas nem todo produtor encara a fazenda como uma empresa ou um negócio. É muito comum encontrar pessoas que realizam atividades da forma como os seus antecessores faziam, sem buscar trabalhar de formas mais eficientes.

Para ser tratado como empresário rural, o produtor precisa utilizar recursos voltados ao gerenciamento, planejamento e execução do seu trabalho – sempre visando a melhoria de processos. A gestão rural se caracteriza por isso!

Quando o produtor cumpre papel de gerente e supervisor, ele se torna mais independente, pois adquire o domínio da rotina básica de seu empreendimento rural. Em posse de todas as informações do negócio, o produtor consegue estabelecer relações evolutivas com o mercado, pois começa a lidar com a profissionalização

É crucial, nesse processo de profissionalização, a coleta, o processamento e a análise de uma grande quantidade de dados. 

Por isso, é necessário ter em mãos ferramentas robustas e completas que permitam um estudo generalizado da fazenda, relacionando todos os seus pilares e permitindo resultados produtivos de sucesso. 

Quais são os pilares da gestão rural

Fazer uma boa gestão rural está baseado em quatro conceitos, como: planejar, organizar, dirigir e controlar.

Planejar

No planejamento são definidos os objetivos do negócio e como chegar até eles. Para isso, é necessário discutir as prioridades para fazer um plano de safra que atenda às necessidades do negócio.

Este planejamento deve acontecer com antecedência do início do novo plantio, com o gestor rural estimando a área produtiva, levantando o custo previsto com insumos e traçando metas de produtividade.

Este momento também é o ideal para verificar os erros cometidos em safras anteriores, fazer diagnóticos e correções.

Organizar

A organização está diretamente ligada aos recursos de um negócio. Depois da definição do plano de metas, o gestor se organiza e distribui as funções necessárias para alcançar os objetivos.

Através de uma boa organização, as pessoas certas serão colocadas nos lugares certos, com as normas e as regras do negócio rural sendo melhor definidas.

Durante a organização, o gestor rural é o responsável por revisar os processos como o de gestão de compras, controle de orçamento e das movimentações financeiras.

Neste momento é essencial buscar as melhores estratégias para elevar a produtividade. 

Dirigir

Em um negócio, a direção significa liderar, ou seja, a capacidade de gerir os recursos humanos de uma entidade. 

Diferentemente da etapa anterior, a direção não é sobre distribuir tarefas, mas sim, sobre motivar e influenciar os colaboradores da fazenda.

Para liderar, é necessário que o gestor rural invista na capacidade de se comunicar com os colaboradores, criando um clima agradável no ambiente de trabalho e melhorando a produtividade.

Controlar

Para garantir que o pllanejamento e a distribuição de tarefas sejam cumpridos, cabe ao gestor rural controlar seu negócio.

Este controle deve ser feito através de números e informações, utilizando indicadores técnicos e planilhas gerados diariamente.

Além disso, cabe ao gestor ter comprometimento com seu negócio, devendo acompanhar o andamento das atividades, avaliar os resultados e tomar medidas corretivas sempre que necessário.

Qual a diferença entre administração e gestão rural

Quando se trata de administração rural e gestão rural, existem algumas diferenças conceituais. 

A administração rural envolve conhecimentos técnicos e aplicações práticas no dia a dia da propriedade. Além disso, o planejamento é realizado a partir de uma visão financeira ampla, para que níveis satisfatórios de produtividade e faturamento sejam alcançados.

Por outro lado, a gestão rural está associada a um planejamento mais complexo, que se relaciona tanto com a administração como com ações agrícolas realizadas na empresa rural.

Como deve ser feita a gestão da propriedade rural

A gestão de uma empresa rural envolve diversos eixos: gestão de processos, gestão de pessoas e gestão de informação. Neste tópico explicamos o que são cada um desses eixos.

Gestão de Processos

Assim como em qualquer empresas, as empresas rurais também precisam ter uma integração eficiente entre seus setores. 

Dessa forma, o primeiro passo passa pelo diagnóstico dos processos, com um entendimento melhor de como está a comunicação entre as áreas da  propriedade.

Por exemplo, suponha que na área de operação do campo tem uma máquina parada porque está faltando uma peça. 

Se o responsável pelo setor de suprimentos não for ágil em comprar, receber e disponibilizar a peça para os operadores, você poderá ter atraso na produção por conta de falhas na comunicação.

Então, é preciso entender o nível de maturidade dos processos da fazenda. Se os pequenos gargalos não estão ocorrendo e prejudicando o andamento das atividades.

Além disso, é importante entender qual é a confiabilidade e como é feita a organização das informações dentro da propriedade. Ter o registro de informações dos setores é necessário para entender o andamento de qualquer processo.

Gestão de Pessoas

Para que os pilares da gestão rural funcione, é fundamental ter funcionários engajados nos objetivos do negócio.

Para colocar a gestão de pessoas em prática, é preciso ter comunicação transparente, investimento em treinamento e considerar os diferentes tipos de aprendizagem.

  1. Comunicação transparente

Um caminho para a comunicação transparente é a de fazer uma reunião com todos na fazenda para, por exemplo, o planejamento da safra, dos donos aos operadores. Todos devem estar alinhados com os objetivos de produtividade e as expectativas de colheita.

Nessa reunião, também é interessante trazer os aprendizados da safra anterior e os desafios enfrentados. Da mesma forma, é importante fazer a reunião depois da colheita para compilar aprendizados e conquistas.

Assim, você e sua equipe podem conhecer e melhorar o que não teve um bom andamento e a repetir o que foi realizado de positivo. Esse alinhamento sempre é importante independente do tamanho da equipe.

Outro caminho é fazer pequenas reuniões diárias entre o gerente da fazenda e a equipe. Um alinhamento de 10 minutos sobre as prioridades do dia, com a resolução de dúvidas e a comunicação do andamento das atividades entre os setores.

Esse alinhamento é necessário, principalmente, se a sua propriedade estiver passando por alguma mudança de processo ou plataforma.

Além disso, não se esqueça de definir com clareza as funções e obrigações de todos os envolvidos no negócio. A clareza das informações é indispensável.

  1. Treinamento da equipe

Pode haver um desencontro entre as habilidades necessárias para executar as atividades na fazenda e as experiências profissionais. 

Com a utilização de softwares de gestão rural, como o Aegro, para lançamento das atividades de campo, bem como outras ferramentas semelhantes, os profissionais precisam aprender novas rotinas. Para isso, o treinamento da equipe é fundamental.

É importante que os profissionais estejam sempre em evolução, para que o negócio evolua a cada ano, aumentando a produtividade. 

  1. Diferentes tipos de aprendizagem

Com todos os funcionários da fazenda engajados nos objetivos do negócio e dispostos a aprender novas habilidades, é preciso agora considerar os diferentes tipos de aprendizagem. Ou seja, cada pessoa aprende melhor de um jeito e é preciso reconhecer essas diferenças. 

Por exemplo, um consultor do Aegro, durante a realização de um treinamento presencial na fazenda para implementação do sistema, identificou que alguns funcionários se sentiam pressionados com a epxlicação presencial e não conseguiam aprender bem com alguém ao seu lado.

Dessa forma, para esses colaboradores, o consultor enviou os tutoriais gravados e ficou à disposição para tirar as dúvidas. 

Então, se alguém na sua empresa rural não estiver confortável com um método de aprendizagem de alguma ferramenta ou processos novos, busque caminhos diferentes e veja o resultado.

Gestão de Informação

Existem ferramentas que ajudam na gestão da empresa rural com informações da propriedade. 

A gestão da informação também é fundamental para a boa produtividade da lavoura.

Um exemplo é o de controle das datas de aplicação de fungicida. Se o responsável pela parte agronômica define uma data de 15 dias de intervalo para a aplicação de um fungicida e a informação sobre a data da última aplicação se perder e for feito um intervalo maior, a entrada de uma praga pode se alastrar e o dano econômico ser significativo.

Na área administrativa, se a fazenda não tiver um fluxo de caixa bem organizado e uma provisão de despesas e receitas de curto, médio e longo prazos, a falta de informação também pode gerar prejuízos econômicos.

Uma informação confiável e atualizada do estoque impede que você faça compras baseadas nas indicações de um vendedor, por exemplo, e acabe não fazendo as melhores escolhas. 

Entretanto, com um planejamento de compras e sabendo exatamente o que você tem de estoque, é possível otimizar as suas compras. 

Vantagens da gestão rural

Melhorar a gestão rural permite:

1. Assegurar que haja estabilidade nas entradas e saídas (fluxo de caixa) mensais de recursos financeiros na propriedade;

2. Equilibrar a combinação dos recursos produtivos ao longo do tempo, em termos de demandas de mão de obra, equipamentos e insumos, bem como as fontes de renda e formas de comercialização dos vários produtos; 

3. Minimizar os riscos do produtor ao selecionar bem as atividades e trabalhar com estudos futuros do mercado; 

4. Preparar o produtor rural para ajustar as atividades em função de diferentes períodos de crise, de preços de insumos e de produtos gerados na propriedade;

5. Viabilizar a adequação ambiental da propriedade rural, assegurando a manutenção dos recursos naturais fundamentais aos processos produtivos. 

Algo que jamais pode ser esquecido é que o processo de gestão deve ser contínuo e permanente. Afinal, manter um histórico produtivo auxilia na tomada de decisões. 

5 Práticas para melhorar sua gestão rural

  1. Controle de custos inteligente

No processo de gestão de um negócio rural, assim como no plantio, o controle de custos de produção também tem sua carga de importância. 

Conhecer todas as entradas e saídas da propriedade rural não é uma atividade tão complexa, mas requer o acompanhamento periódico das contas.

Esse acompanhamento pode ser feito de forma manual, com a inserção de dados em planilhas de Excel.

Todavia, para agilizar a sistematização dessas informações no dia a dia, os produtores rurais podem contar com a tecnologia, com uso de um software e aplicativos rurais

Esta ferramenta vem substituindo os métodos anteriores porque torna mais fácil a manutenção de um fluxo de caixa. 

Mas o principal benefício de um software é a forma como ele faz uma análise global da situação financeira da propriedade através do cruzamento de dados, permitindo tomadas de decisões mais assertivas. 

  1. Fluxo de caixa em dia

Os ajustes no âmbito agrícola devem ser feitos interligando planejamento e controle. Antes de tomar qualquer decisão, o produtor rural deve conhecer bem como está a situação financeira de sua propriedade. 

Esse controle é nomeado como fluxo de caixa, onde serão inseridas as receitas e despesas, ou seja, o cadastro do seu saldo atual, saldo de entrada, saldo de saída, e saldo final.

Neste tipo de controle, subdividir as categorias em grupos facilita a caracterização das despesas e das entradas, aliando ainda, ao período que estão ocorrendo essas movimentações.

Com isso, o produtor consegue identificar onde ocorrem gastos excessivos e tentar de alguma forma contornar a situação, para estabilizar os valores financeiros. 

Desta maneira, as decisões adotadas serão fundamentadas em dados numéricos, propiciando a sustentação da empresa rural. 

  1. Análise de dados

Quando estamos falando de planejamento, logo temos em mente dados. E quanto mais, melhor!

Mas de que adianta uma grande quantidade de dados se quando buscamos respostas não sabemos interpretá-los?

Com isso, uma tendência é a utilização de big data, que consiste no armazenamento de um grande grupo de dados, chegando com rapidez a interpretações que garantem produtividade.

Com essa tecnologia conseguimos manter um negócio rural muito mais produtivo, pois temos um aproveitamento eficaz dos recursos.

  1. Gestão de pessoas 

No processo de gestão de pessoas é necessário definir cargos e tarefas para que as demandas sejam atendidas

Além de elencar o que fazer a estas pessoas é fundamental o ensinamento de como fazer, isto é, treinamento. Visto que cada vez mais vêm ocorrendo mudanças e tecnificação no sistema de gerenciamento. 

O produtor que é bom gestor, também consegue identificar a necessidade de capacitações e consegue reconhecer habilidades e agrupamentos favoráveis de pessoas para a realização de atividades. 

Afinal, de nada adianta usar soluções tecnológicas e ferramentas de gestão se as pessoas não estão familiarizadas com a tecnologia e com a estrutura de gestão da empresa. 

  1. Tecnologia para gestão rural

A melhor maneira de agregar dados estratégicos para a boa gestão da propriedade rural é utilizando um software agrícola como o Aegro.

Essa ferramenta une as áreas operacional e financeira da fazenda, centralizando informações que costumam ficar espalhadas em diferentes sistemas ou planilhas.

Com o Aegro, você automatiza seu fluxo de caixa. É possível vincular diferentes contas bancárias ao sistema e ficar em dia com as parcelas a pagar e receber em cada uma delas. 

Além disso, o software permite que você planeje as atividades realizadas pela sua equipe, definindo quantas horas de trabalho devem ser gastas com cada operação.

No final do ciclo produtivo, o Aegro ainda te oferece uma análise detalhada de rentabilidade. Desta maneira, você pode entender o que deu certo ou errado e otimizar os processos da sua lavoura.

Tudo isso pode ser feito pelo computador ou celular! Confira as principais funcionalidades do software:

  • Gestão de patrimônio e de máquinas;
  • Operações agrícolas;
  • Gestão financeira e comercialização;
  • Monitoramento integrado de pragas;
  • Cotação de seguros agrícolas; 
  • Integração com o Climatempo, para verificar as previsões em tempo real;
  • Imagens de satélite e NDVI;
  • Livro Caixa Digital do Produtor Rural (LCDPR). 

Exemplo de visualização da rentabilidade da safra com uso do software de gestão agrícola Aegro

Confira algumas opções para começar a gerenciar sua propriedade com o Aegro agora mesmo:

  • Teste grátis do sistema completo por 7 dias (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular Android (clique aqui);
  • Aplicativo gratuito para celular iOS (clique aqui);
  • Utilize seus Pontos Bayer para contratar a versão completa do Aegro (clique aqui).

Conclusão

Como você conferiu ao longo do texto, as melhores práticas para gestão da propriedade rural ajudam o produtor a identificar pontos de melhoria no seu negócio e alcançar o sucesso.

É possível concluir que a agricultura cada vez mais será sustentada por ferramentas dinâmicas de gestão, como é o caso dos softwares, que possibilitam a associação de informações e rapidez nas interpretações. 

Com gestão, o negócio rural começa a ser mais eficiente e mais produtivo, podendo, então, ser caracterizado como profissional.

>> Ler mais:

“Qual o melhor software de gestão rural?”

“Como melhorar sua gestão rural com o uso de drones”

“Como a gestão agrícola pode trazer mais lucro para sua empresa rural”

“Como sistema de gestão rural trouxe agilidade e economia para fazenda no MS”

Qual a sua maior dificuldade na gestão rural? A forma como vem trabalhando está surtindo efeito produtivo? Compartilhe em suas redes sociais!

Foto da autora Mariana, sorrindo com uma parede vermelha no fundo

Atualizado em 07 de julho de 2023 por Mariana Rezende

Mariana é formada em economia e mestre em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atualmente doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Economia e graduanda de Ciências Contábeis na mesma instituição.

Principais pragas do arroz: como identificar e combatê-las na cultura

Pragas do arroz: saiba quais as principais pragas, como identificá-las, técnicas de amostragem e mais. 

Na safra de 2018/2019 foram plantados 1,69 milhões de hectares no Brasil, sendo 79,5% de áreas de arroz irrigado e 20,5% de arroz de sequeiro, produzindo um total de 10,44 milhões de toneladas.

Sabemos que o arroz faz parte da alimentação básica do brasileiro, compondo inúmeros pratos típicos do país. 

Como seus grãos são consumidos diretamentes ou com alguns processos de beneficiamento, o manejo de pragas implica diretamente sobre a produtividade e qualidade final do produto. 

Desta forma, é muito importante que os agricultores conheçam as principais pragas e saibam identificá-las. 

Neste artigo, separei para você informações importantes sobre as principais pragas do arroz.

Gorgulho aquático ou bicheira do arroz (Oryzophagus oryzae)

Considerada uma das pragas mais importante da cultura do arroz irrigado. 

Seus adultos possuem coloração cinza e começam seu ataque no início do período quente, nos meses de setembro a dezembro

Assim, os adultos do gorgulho aquático atacam as folhas da cultura sem provocar grandes danos, deixando cicatrizes longitudinais brancas nas folhas. Mas após isso, as fêmeas depositam seus ovos nas folhas

Quando os ovos eclodem, surgem as larvas que vão ocasionar os verdadeiros danos ao se alimentarem das folhas e irem para as raízes do cultivo. Nas raízes, estas se tornarão pupas.  

As larvas preferem as raízes novas para sua alimentação, por isso, geralmente cortam a parte central delas. 

Durante o ciclo da cultura, geralmente, ocorrem duas gerações larvais: uma próximo à irrigação (20 dias após irrigação) e outra 70 dias após emergência. 

Para o controle desta praga o monitoramento é muito importante, iniciando-se 20 dias após a irrigação.

Desta forma, percebe-se os danos ocasionados pelas larvas pela ocorrência de plantas menores de coloração amarelada e que podem ser facilmente arrancadas (consequência dos danos nas raízes). O dano econômico ocorre a partir de cinco larvas por amostra. 

Foto de gorgulho aquático

Gorgulho-aquático: inseto adulto (A); larva (B); raiz danificada (C)
(Fonte: Embrapa Clima Temperado, Pelotas – RS, 2009)

No mês de março, retornam ao período de hibernação que ocorre na própria lavoura ou em áreas adjacentes. Demonstrando assim, a importância do manejo de plantas daninhas na lavoura e áreas próximas. 

Lagarta da panícula (Pseudaletia sequax e P. adultera)

A fase adulta desta praga é uma mariposa que possui um ponto escuro no centro das asas anteriores. 

Assim, o início do ciclo desta praga ocorre pela oviposição nas folhas e colmo do arroz. Após 8 dias aparecem as lagartas com coloração pardo-escura para a espécie P. adultera e rosada para P. sequax

Essa praga ataca as folhas nos estádios iniciais do arroz e, com o passar do tempo, as panículas da cultura. 

A lagarta da panícula pode iniciar sua ocorrência na fase de afilhamento, porém é mais frequente na fase de emissão da panícula, permanecendo até a colheita

Ela possui hábitos alimentares noturnos, ficando abrigadas na parte inferior das plantas na maior parte do dia. 

Por isso, as amostragens devem ser realizadas ao entardecer e com maior frequência (se possível diariamente) na formação da panícula, verificando a presença da lagarta e a ocorrência de grãos ou parte das panículas no solo.

Foto de mariposa, praga do arroz

Mariposa de Pseudaletia sequax
(Fonte: Agrolink)

Pragas do arroz: Percevejo do colmo (Tibraca limbativentris)

Estes percevejos quando adultos possuem coloração marrom e, quando jovens, coloração preta. 

Seu ciclo de vida inicia pela oviposição nas folhas e, após 8 dias, surgem as ninfas. 

O ataque do percevejo ocorre logo após a emergência, quando a praga se alimenta da seiva proveniente do colmo, ocasionando pontuações marrons na planta e podendo evoluir para o sintoma de coração morto. 

Já em plantas mais desenvolvidas, o ataque do colmo pode resultar na má formação da panícula, apresentando coloração da panícula branca ou esterilidade parcial dos grãos. 

Atenção: a amostragem deve ser feita com cuidado, pois 70% dos insetos se encontram abrigados na parte inferior da planta. Caso ocorram, seu controle deve ser realizado o quanto antes para evitar danos à panícula. 

Além disso, essa praga possui um período de hibernação, em que a partir no mês de março pode se abrir na resteva ou em plantas hospedeiras, como a planta daninha rabo de burro  (Andropogon sp.). 

Demonstrando assim, que o manejo de plantas daninhas pode interferir sobre o controle de pragas em sua lavoura.  

Foto de percevejo do arroz

Percevejo do colmo
(Fonte: Agrolink)

Lagarta-da-folha (Spodoptera frugiperda)

A lagarta-da-folha possui três fases de vida: larva, lagarta e mariposa, apresentando coloração marrom-acinzentada.

Em todos os estágios essa praga é prejudicial à cultura, causando danos desde o estabelecimento do estande adequado até na diminuição da área foliar.

Além disso, pode diminuir consideravelmente a produtividade dos grãos e, quando não manejada a tempo, a lagarta pode levar à morte da planta.

Na prática, cada lagarta pode reduzir cerca de 1% no rendimento de grãos por m² e ela  costuma atacar as plantas o início da manhã, por isso, fique atento!

Foto de lagarta do arroz

Lagarta-da-folha
(Fonte: Bayer)

Percevejo-do-grão (Oebalus poecilus e O. ypsilongriseus)

Os percevejos causam danos em diversas culturas, no arroz não é diferente.

Assim como o percevejo-do-colmo, se alimenta da sucção de seiva e influencia diretamente na qualidade dos grãos.

O percevejo-do-grão causa o chochamento e gessamento dos grãos, os deixando extremamente frágeis, o que é prejudicial no beneficiamento. 

Fique atento: pois plantas daninhas podem ser hospedeiras dessa praga!

Então, o fundamental é realizar a amostragem com frequência porque tanto as ninfas quanto os adultos se deslocam com facilidade. 

Foto de percevejo-do-grão

Percevejo-do-grão (Oebalus poecilus)
(Fonte: Agrolink)

Pragas do arroz: Pulgão-da-raiz (Rhopalosiphum rufiabdominale)

Essa praga apresenta uma coloração escura, por isso talvez você tenha dificuldade de encontrá-lo, pois pode até se confundir com o solo.

Mas apesar de pequena, pode ocasionar danos consideráveis em sua produtividade.

Para encontrar o pulgão-da-raiz, minha dica prática é a seguinte:

  • Arranque as plantas e divida as raízes em partes, assim você conseguirá verificar com maior facilidade a presença do pulgão;
  • Outra dica é colocar um papel branco e agitar as plantas, para que os pulgões possam se soltar das plantas.

Contudo, antes de pensar em qualquer medida de controle realize o monitoramento da área para te auxiliar na tomada de decisão. 

Banner planilha- manejo integrado de pragas

Conclusão

A cultura do arroz desempenha um papel muito importante no mercado interno do país, compondo a alimentação básica do brasileiro. 

Por isso, o controle de insetos-praga deve ser eficiente para evitar redução na produtividade e qualidade final dos grãos. 

Neste artigo, você viu as principais pragas do arroz, suas características e o período ideal de controle. 

Com essas informações, você poderá melhorar seu planejamento pré-safra e evitar gastos desnecessários. 

Espero que consiga prevenir o ataque das pragas em sua lavoura de arroz

Têm problemas com pragas do arroz em sua lavoura? Realiza as medidas de prevenção para evitar essas pragas? Adoraria ver seu comentário abaixo!

O que é SIG na agricultura e como essa tecnologia pode ser útil na sua fazenda

SIG na agricultura: o que é, quais existem no mercado, o mais indicado para a agricultura e quais tipos de mapas são possíveis criar nele. 

SIG é um software para trabalhar com dados georreferenciados.

Com o auxílio de um SIG é possível otimizar a aplicação de insumos nas fazendas e, ainda, criar mapas temáticos para o correto manejo das lavouras.

Deste modo, com os dados provenientes dele fica mais simples a tomada de decisões dentro das empresas rurais. Veja mais sobre SIG na agricultura!

O que é um SIG?

A sigla SIG significa Sistema de Informação Geográfica e os SIGs podem ser hardwares ou softwares que nos permitem trabalhar com dados georreferenciados.

Os dados georreferenciados são informações que possuem coordenadas geográficas atreladas às características de interesse, possibilitando o trabalho e as análises dos fenômenos no local exato onde ocorrem.

Como muitos destes softwares são universais, podemos encontrar a sigla também em inglês: GIS que significa Geographic Information System.

Os SIGs possibilitam a localização espacial dos nossos dados de interesse, sendo possível sua organização em camadas de informações, além de visualização em mapas temáticos e até em 3D.

Uma vez que temos diversas camadas de dados em mãos é possível identificar padrões e utilizar tais mapas para tomar decisões mais assertivas de cada talhão da fazenda.  

Com o auxílio de um SIG conseguimos coletar, armazenar, analisar e criar mapas com os dados atrelados a um sistema de coordenadas conhecido.

Assim que nossas camadas de informações geográficas SIG estão organizadas e armazenadas, diversos processamentos são passíveis de serem realizados de forma simples e eficiente.

Esquema que mostra aplicabilidade do sig na agricultura
(Fonte: National Geographic)

Os modelos de arquivos mais comuns gerados dentro dos SIGs são: raster e vetorial.

O modelo raster, também conhecido como matricial, centra-se geralmente em propriedades do espaço, segmentando em células quadradas, retangulares, triangulares ou hexagonais. 

Cada célula representa um único valor e quanto maior o tamanho ou dimensão da célula, menor é a exatidão ou detalhamento da informação no espaço geográfico. Como exemplo podemos citar as imagens de satélite.

Já o modelo vetorial, centra-se na exatidão da localização dos elementos no espaço geográfico, utilizando os arquivos utilizados de ponto, linha e polígono. Como exemplo podemos citar rotas, waypoints e contornos.

Quais SIG existem no mercado?

No mercado existe uma infinidade de SIGs e talvez os mais conhecidos são o ArcGis e o QGIS.

Ainda nesta linha de SIGs e softwares que permitem trabalhar com dados georreferenciados, podemos encontrar uma infinidade de programas. 

Dentre eles pode-se citar:

  • Spring;
  • GRASS;
  • uDIG;
  • ÚrsulaGIS;
  • Kosmo GIS;
  • TerraView;
  • gvSIG;
  • FalkerMap 2.0;
  • AgroCAD;
  • Entre outros.

Alguns destes softwares são mais completos e possibilitam o trabalho com diversas camadas de informação e formatos de arquivos.

Encontramos, dentre eles, softwares que são de propriedade de empresas privadas e outros que são gratuitos, muitos em português, alguns em inglês e outros em espanhol.

Um dos softwares gratuitos mais conhecidos e utilizados é o QGIS. 

O QGIS é um software “open source”, ou seja, de código aberto e que possibilita a criação de plugins programados, permitindo que você possa até contribuir com melhorias para o programa.

Qual o SIG mais indicado para agricultura?

Os dois SIGs mais indicados para a agricultura são o ArcGis e o QGIS.

O ArcGis é um software pago, porém, que possui muitas funcionalidades de complementos e scripts já prontos para o trabalho com mapas utilizados nas fazendas.

O QGIS é o SIG que mais gosto e utilizo no meu dia a dia, principalmente por ser em português, gratuito, de código aberto (open source) e possuir uma comunidade muito ativa que o utiliza e produz centenas de tutoriais que encontramos disponíveis online.

Uma dica antes de selecionar o SIG que você vai trabalhar é pesquisar que formatos de arquivos este software lê.

Os arquivos mais comuns para trabalho dentro dos SIGs são: shapefile, txt, csv, DWG, DXF e GPX.

Além do software ser capaz de ler e importar tais formatos, ele também deve ser capaz de exportar da mesma maneira estes dados, uma vez que estes arquivos, em algum momento, terão que ser utilizados em máquinas e equipamentos compatíveis.

O QGIS já traz em seu banco de dados um grande número de ferramentas para o trabalho com arquivos georreferenciados, mas esse número ainda pode ser aumentado uma vez que é possível a instalação e habilitação de novos complementos e plugins.

Os plugins podem ser desenvolvidos e compartilhados por qualquer pessoa que saiba programar em Python ou C++.

Se você é consultor, produtor ou está começando a trabalhar com mapas e dados georreferenciados, o QGIS pode ser uma excelente escolha.

Ainda pode ser instalado nas diversas plataformas operacionais, sendo totalmente funcional para Windows, Mac OS X, Linux e sistemas UNIX.

O que é possível criar em um SIG na agricultura?

Os SIGs atualmente são bem completos, sendo possível a criação de uma infinidade de mapas e camadas de informação.

O SIG na agricultura pode ser utilizado para:

  • Criação de mapas de fertilidade do solo;
  • Criação de mapas de produtividade;
  • Mapas de aplicação de insumos;
  • Criação de mapas de altimetria e declividade;
  • Criação de MDT (Modelo Digital do Terreno) e MDE (Modelo Digital de Elevação);
  • Interpolação dos dados;
  • Criação de mapas de NDVI (e outros índices de vegetação);
  • Criação de zonas de manejo;
  • Mapas de condutividade elétrica;
  • Criação de mapas de textura dos solos;
  • Criação de mapas gerais dos talhões;
  • Traçar rotas mais curtas do maquinário;
  • Criação de grids amostrais;
  • Desenhar os talhões e carreadores de forma otimizada;
  • Entre diversas outras funções.

Portanto, os SIGs nos permitem produzir mapas com maior rapidez e facilitar as análises qualitativas e quantitativas dos dados espaciais coletados.

Além disso, os SIGs permitem a realização de comparações espaciais e temporais de dados, álgebra de mapas, cálculos de caminhos, rotas e áreas de geração de modelos explicativos de acordo com o comportamento analisado de cada talhão ou fazenda.

Aegro como aliado ao SIG na agricultura

Para quem já está acostumado a realizar sua gestão rural por meio do aplicativo Aegro, o uso do SIG em conjunto com as funcionalidades de imagens de satélite e sensoriamento remoto do software farão toda a diferença. 

Basta contratar a integração Aegro Imagens para ter acesso ao mapeamento por satélite da sua propriedade rural.

Com essa integração, você recebe imagens atualizadas do satélite Sentinel-2 em uma frequência de 3 a 5 dias.

É possível visualizar os índices de vegetação de cada talhão, juntamente com as operações agrícolas que foram realizadas no local.

Dentro do Aegro Imagens também é possível criar os mapas NDVI, que serão extremamente úteis para o planejamento de operações nas suas safras e servirão de base para tomadas de decisões assertivas. 

Conclusão

O SIG na agricultura possibilita o trabalho com dados georreferenciados das propriedades rurais.

Os mapas e camadas de dados gerados num SIG facilitam as análises, interpretações  e tomadas de decisão nas fazendas.

Com o auxílio de um SIG, consegue-se entender melhor o que ocorre em cada porção das lavouras, além de otimizar custos e aplicações de insumos baseados em conceitos de agricultura de precisão (AP).

Agora que você já sabe o que é um SIG na agricultura, quais os presentes no mercado e como essa tecnologia pode ser utilizada na sua fazenda, faça uma boa escolha!

>> Leia mais:

Como realizar a aplicação localizada de insumos e otimizar os custos da sua lavoura

Saiba as vantagens da Cafeicultura de Precisão e como aplicá-la

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Broca-do-café: veja as principais alternativas de controle

Broca-do-café: como identificar em sua lavoura, métodos de controle e de realização do manejo integrado de pragas

Por ter a característica de sobreviver de uma safra para a outra, a broca-do-café é um inseto importante a ser combatido na cultura.

Isso porque o impacto de seus danos podem chegar a perda de 20% do peso dos grãos na colheita. 

Por isso, nesse artigo vamos entender melhor o ciclo dessa praga e as principais formas de controles sustentáveis/biológicos. Veja a seguir!

Importância da broca-do-café – Hypothenemus hampei

A broca é um dos principais insetos causadores de perdas significativas de grãos, sendo o responsável direto pela diminuição de qualidade do café.

Existem diferenças entre os tipos de espécies de cafés e sua suscetibilidade à broca. 

O café arábica, por exemplo, é um dos mais prejudicados enquanto o café conilon é mais afetado por outros insetos como a cochonilha e a lagarta dos cafezais (Eacles imperialis magnifica).

Entretanto, os prejuízos são grandes quando ocorre o ataque pela broca-do-café, pois a perda de qualidade dos grãos causa diversos danos, até mesmo para a exportação em que a tolerância é de 10% de grãos brocados. 

Ou seja, quanto mais café brocado, menos rentável a produtividade será.

Danos da broca-do-café

A broca causa danos diretos e indiretos na cultura do café.

De maneira direta ocorrem pelo ataque da praga ao grão e a redução do peso de grãos de café pode chegar a 20%, além de causar queda prematura dos frutos e depreciação dos grãos nas classificações. 

Com isso, apresenta grande quantidade de brocados/quebrados e pode promover a diminuição da qualidade do produto e, consequentemente, do valor comercial.

Já os danos causados de forma indireta ocorrem pela abertura de orifícios que torna a planta mais suscetível ao ataque de microrganismos.

Identificação da broca-do-café 

A broca-do-café (Hypothenemus Hampei) é um pequeno besouro e são as fêmeas adultas que atacam a coroa do fruto, os perfuram e ali depositam seus ovos. 

Elas possuem cerca de 1,7 mm de comprimento e 0,7 mm de largura e seu ciclo de vida tem duração de 22 a 35 dias, seguindo a metamorfose de: ovo>larva>pupa>adulto.

Assim que nascem, as larvas começam a se alimentar dos grãos de café, danificam ou destroem completamente os grãos. E a melhor forma de evitar que o ciclo da praga se complete é durante a colheita.

Com aspectos bioecológicos e comportamentais particulares, o primeiro ataque da broca-do-café ocorre na época entre os 80 a 90 dias após a floração, no qual realiza somente um furo de marcação no fruto. Após 50 dias, o inseto retorna para a oviposição.

Como a broca passa quase todo o seu ciclo de vida no interior do fruto, ela é classificada como de natureza críptica

Isso porque a cópula ocorre também dentro do fruto e a razão sexual na faixa de fêmeas para machos se encontra em 10:1. Sendo que somente fêmeas acasaladas e adultas saem do fruto para realizar a colonização de novos frutos.

(Fonte: Embrapa)

Condições ambientais

As condições ambientais têm papel fundamental no desenvolvimento do inseto na cultura.

Altas precipitações, acima de 100 mm, promovem o controle da broca-do-café e o clima mais seco também auxilia no ressecamento do fruto, o que inibe a oviposição. 

Já os cultivos adensados, a pouca ventilação na lavoura e a baixa incidência de luz promovem um ambiente adequado para a proliferação do inseto.  

Como o produtor rural não tem como prever a maior parte das condições ambientais como o clima, por exemplo, o ideal é sempre realizar a monitoramento da cultura.

Monitoramento ideal 

O controle bem sucedido da broca-do-café só será possível com o monitoramento correto da lavoura e uma verificação bem realizada. 

A orientação dada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) é que essa verificação se inicie na época de trânsito, ou seja, nos 80 a 90 dias após a florada

Sendo assim, a forma correta de trabalho é a divisão da área, talhão ou hectare, em pontos amostrais, quantidade representativa de aproximadamente 20 a 30 plantas, em forma de “ziguezague” – para ser mais homogêneo possível da área.

O ideal é realizar a primeira avaliação somente em uma amostra representativa da área e, nas plantas amostradas, realizar a divisão no terço inferior, terço médio e terço superior. 

Após isso, escolha um ramo em cada terço para análise – a sugestão é que sejam seis ramos por planta. 

O objetivo é visualizar em cada ramo cerca de 10 frutos nas diferentes rosetas e fazer a contagem dos que estão perfurados, anotando em uma planilha ou aplicativo de monitoramento.

Para calcular a intensidade de infestação (IF), some os subtotais e divida por 18 (fator fixo), se o resultado for maior ou igual a 3%, o controle já deve ser iniciado. 

Caso tenha realizado o controle, é muito importante dar continuidade no monitoramento após a primeira pulverização, repetindo de 25 a 30 dias. 

Na segunda avaliação, colete os frutos para análise por contagem e identificação da presença da broca-do-café. 

A porcentagem deve ser pela quantidade de adultos vivos x 100/frutos perfurados abertos.

(Fonte: Agro Bayer Brasil)

Se o IF estiver em nível igual ou maior do que 3%, é imprescindível entrar com controle.

Broca-do-café: formas de controle

Controle cultural 

Os frutos remanescentes nas plantas ou no solo são os principais meios de sobrevivência e de multiplicação da broca-do-café de uma safra para outra.

Por isso, durante a colheita é importante ser feito a retirada de todos os frutos da planta e recolher os frutos que caem no chão.

Em áreas nas quais a colheita é mecanizada, a prática do repasse manual continua sendo muito importante, porque somente assim se reduz a possibilidade de sobrevivência da broca até a próxima safra.

Controle biológico

Um bom controle biológico da broca-da-café pode ser feito por meio da vespa de uganda e do parasitóide Prorops nasuta.

Mas o grande destaque é da Beauveria bassiana, fungo que parasita mais de 200 espécies de artrópodes. 

Através do contato direto com o alvo, esse fungo germina na superfície do inseto penetrando no tegumento e colonizando-o internamente, liberando toxinas e levando o inseto à morte. 

Além do controle da broca-do-café, a aplicação da Beauveria b. controla também as cochonilhas e o ácaro vermelho na cultura. 

Essa aplicação é recomendada em momentos mais frescos, como no fim do dia e com umidade acima de 65%, sendo condições que favorecem o estabelecimento da Beauveria b. na lavoura. 

A- Broca-do-café com orifício de entrada, B – Danos ao fruto, C- Beauveria bassiana infectando a broca-do-café
(Fonte: Esalq/USP – Visão Agrícola)

É importante lembrar que a aplicação de qualquer microrganismo na lavoura deve estar fora do período de carência de qualquer aplicação química na mesma.

Controle com armadilhas

Uma das armadilhas que já apresentou redução de 80% do nível de infestação é uma isca de atração à broca-do-café que utiliza garrafa pet com coloração avermelhada.

É isso mesmo e o material é muito simples! Para construir essa armadilha, os materiais que você precisa são:

  • Garrafa pet de dois litros;
  • Tinta vermelha;
  • Álcool etílico;
  • Álcool metílico;
  • Pó de café;
  • Detergente e água;
  • Pequeno frasco de vidro de 20 a 30 ml.

Siga o passo a passo:

Corte uma abertura lateral na garrafa pet – ela será utilizada de cabeça para baixo com a tampa de plástico fechada.

Faça uma mistura da substância atrativa na proporção para cada litro da mistura de: 250 ml de etanol, 750 ml de metanol e 10 gramas de pó de café. 

Na parte inferior da garrafa, coloque uma mistura de água com detergente sendo 1 ml de detergente para cada 200 ml de  água.

Assim, distribua as armadilhas em uma proporção de 25 armadilhas por hectares e fixadas a cerca de 1,5 m de altura na planta.

Confira neste vídeo, do canal Agro Mais Unaí, a orientação mais detalhada de como realizar a construção da armadilha. 

Controle químico 

O Endossulfan era o principal produto utilizado nas lavouras para o combate à broca-do-café, mas por ser um produto extremamente tóxico foi banido em 2013.

Atualmente, segundo o manual de prevenção e combate à broca do café existem outros princípios ativos que são utilizados como:

  • Azadiractina (tetranortriterpenóide);
  • Cyantraniliprole (antranilamida);
  • Abamectina (avermectina) + Clorantraniliprole (antranilamida);
  • Clorpirifós (organofosforado);
  • Espinosade (espinosinas);
  • Etofenproxi (éter difenílico).

Lembrando que na escolha de um manejo você deve solicitar uma recomendação técnica para a rotação de princípios ativos e aplicação racional do defensivo agrícola. 

Além disso, respeite a dose recomendada e o período de carência que são pontos importantes para o sucesso de sua produção.

Manejo Integrado de Pragas 

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é o método racional e preventivo em que você se baseia na identificação correta das espécies, monitoramento constante e avaliação dos níveis de necessidade de controle.

Na broca-do-café, o monitoramento deve continuar até próximo da colheita em avaliações de 30 em 30 dias, caso necessário um novo controle deve ser realizado.

Portanto, o MIP permite a prevenção e diagnóstico, orientado na tomada de decisão do controle efetivo em sua lavoura.

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Conclusão

Vimos que a broca-do-café é sinônimo de prejuízo direto por causar os frutos broqueados e diminuir a qualidade do café e perda de peso dos grãos.

Agora você já conhece mais sobre como é a biologia desse inseto e como você pode controlá-lo: fazendo o monitoramento e realizando os controles necessários.

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Como você realiza o manejo da broca-do-café em seu cafezal? Restou dúvidas? Conta pra gente nos comentários abaixo.